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quarta-feira, 19 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DO ENSINO E A ESCOLA SEM FRONTEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“A educação na perspectiva confessional
        A educação existe desde que o ser humano foi criado. Embora a escola, em seu formato tradicional mais atual, seja mais recente, tendo surgido no século 12 na Europa, o conceito de educação já era aplicado muitos séculos antes. Data de 4.000 a.C. o início da escrita cuneiforme pelos sumérios, e o processo de ensino da escrita era feito pelos pais aos filhos, em casa. Na Grécia, aproximadamente em 387 a.C., Platão iniciou uma espécie de escola onde se estudava filosofia e matemática através de questionamentos práticos e, um pouco mais tarde, as famílias mais ricas adotaram o costume de estabelecer um preceptor, ou professor, com certos conhecimentos específicos para ensinar os seus filhos (Aristóteles, por exemplo, foi preceptor de Alexandre, o Grande). Ainda no século 6 a.C., começam a surgir as primeiras “escolas”, nas quais os mestres se reuniam com seus discípulos para ensinar gramática, física, música, poesia e eloquência ou oratória.
         Contudo, caso consideremos educação como sendo o processo de descobertas e aprendizagens, adaptações e desenvolvimentos e, ainda, construções de bases empíricas e cognitivas de princípios e valores, então, não podemos partir de outro lugar senão do Gênesis. No ato portentoso de Deus ao criar o ser humano, fomos dotados de capacidade par aprender, sobretudo o que estava diante de nós, para que não somente usufruíssemos de tão impressionante obra, como também zelássemos por ela.
         Sendo assim, uma das primeiras coisas que nos foram ensinadas por Deus, o nosso criador, diz respeito a nós mesmos (somos imagem e semelhança dEle e, por isso, somos capazes de ser educados para nos relacionar tanto com Ele quanto com os nossos semelhantes); segundo, diz respeito ao lugar de nossa habitação, o mundo, com o qual temos responsabilidades de zelar para que seja bem cuidado, para que usufruamos de seus benefícios e beleza por toda a nossa existência; e, em terceiro, diz respeito ao desenvolvimento da humanidade, por meio de constituição de família e transmissão de valores e princípios por meio da tradição familiar, de pais para filhos, através das gerações.
         Deus, como o projetista e criador de todas as coisas, não somente nos dotou de todas essas capacidades, como também nos deixou orientações precisas e expressas nas escrituras para que, no processo de desenvolvimento do ser humano, em todas essas áreas, sejamos eficientes e assertivos na aplicação de uma educação criativa e redentora.
         Nisso consiste o fato de que somos seres educados e educáveis: em que Deus mesmo nos projetou para o desenvolvimento e nos proporcionou os recursos para que perscrutemos as sendas dos saberes no intuito de que, neste processo de experiências e descobertas, suplantemos os erros e fixemos o alvo da verdade e da perfeição.”.

(JOSÉ ANTÔNIO DE GÓES FILHO. Bacharel em teologia e mestre em ciências da religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 13 de maio de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de HENRIQUE SARTORI DE ALMEIDA PRADO, chanceler do Grupo Estácio, professor universitário, ex-secretário-executivo do MEC, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação a distância
        A educação a distância é diretriz e integra a base da educação brasileira como uma modalidade reconhecida. Em 2005, um decreto apresentou parâmetros de qualidade e de segurança para um meio acadêmico que já inovava, em termos de ofertas e experimentações. Essa norma, que foi recentemente modernizada, já indicava a possibilidade de aplicação de processos de ensino e aprendizagem pouco explorada e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, incentivada.
         Desde então, a modalidade da educação a distância (EAD) no Brasil evoluiu de forma tímida na educação básica e de forma bem intensificada na educação superior. Nota-se ao analisar os dados dos Censos da Educação Superior que, já no ano de 2007, a base de alunos declarados nessa modalidade representava 7% dos matriculados. Dez anos depois, essa base triplicou, alcançando 21,2%, perfazendo mais de 1,7 milhão de alunos.
         Segundo o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2017, a distribuição do conceito 3 (entre 1 e 5) entre as modalidades presencial e a distância é praticamente igual para os cursos avaliados naquele ciclo. Os dados mostram ainda que, como fator de impacto social dos cursos de EAD, quase 80% dos alunos inseridos na modalidade trabalham e 77% são mulheres, reforçando o seu caráter inclusivo.
         Por mais que em uma década a modalidade tenha crescido em números que sustentam o ingresso, a matrícula e permanência na educação superior, também cresce o número de atores descontentes com a oferta desses cursos superiores. Com o discurso pautado na falta de qualidade ou na preparação inadequada dos currículos dos cursos, sobretudo na área da saúde, muitos que desconhecem as regras ou até mesmo a sala de aula, investem críticas contra a modalidade, como é o caso dos conselhos de profissão regulamentada.
         Falamos aqui de uma parcela diminuta da sociedade, mas que consegue garantir que o debate míope contra a modalidade esteja sempre calçado na desconfiança de quem não educa, mas de quem regula o exercício de uma determinada profissão. Contudo, quando agregam valor aos seus inscritos, esses conselhos são importantes para acompanhar o desenvolvimento de seus profissionais e o combate ao exercício irregular da profissão, mas quando tentam indicar os rumos da formação, confundem a sua missão de ser, principalmente quando buscam pautar esses pontos fora das devidas instâncias.
         Contudo, é vital esclarecer que todas as regras que competem aos cursos presenciais também se aplicam à EAD, principalmente quanto às questões relativas às atividades práticas, estágios supervisionados obrigatórios e disciplinas presenciais que as diretrizes curriculares nacionais de cada curso indicam, desmistificando que a liberdade do EAD esteja vinculada à falta de qualidade ou irregularidade na oferta desses cursos perante o Ministério da Educação.
         A modalidade a distância é um avanço para a educação brasileira, pois garante ao aluno, ao professor e às instituições de ensino devidamente habilitadas a liberdade de escolha, o melhor aproveitamento do seu tempo e das tecnologias disponíveis e subsidia um acesso mais célere e dinâmico aos currículos e conteúdos dos mais diversos cursos. Se a educação brasileira já fez a sua escolha e se adaptou aos novos tempos, por que continuam a ter medo da educação a distância? Nesse caso é melhor ter medo de quem tem medo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  


quarta-feira, 21 de março de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES E A QUALIFICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE


“A crise e o temor da pobreza
        Para falar sobre este assunto é necessária uma breve análise da economia nos últimos três anos, porque uma crise econômica faz estragos em todas as atividades e não somente na chamada cadeia produtiva e segmentos financeiros. Essa crise brasileira atual, que começa a dissipar-se, ainda timidamente, é, certamente, a mais grave de toda a nossa história, não só pela velocidade espantosa como que ela nos atingiu, mas, sobretudo, pela sua magnitude. O PIB brasileiro, em 31;12/2014, era de US$ 2,456 trilhões. Fazendo a conversão para o real, como o dólar estava baixo, cotado a R$ 2,65, tínhamos um PIB de R$ 6,508 trilhões. Em 31/12/2017, o PIB acusou US$ 1,595 trilhão. Convertendo em reais, pois o dólar estava mais alto, cotado a R$ 3,33, tínhamos um PIB de R$ 5,311 trilhões. Acontece que a diferença é ainda maior porque o dólar sofre uma inflação de cerca de 2,5% ao ano, e o Brasil teve inflação, nesse período, de 10,67% em 2015, 6,29% em 2016, e 2,95% em 2017. Deixando de lado a inflação, o PIB brasileiro, em três anos, recuou R$ 1,197 trilhão (R$ 6,508 trilhões/R$ 5,311 trilhões).
         Essa pancada na economia gerou a pior consequência: 12 milhões de desempregados. Entretanto, há que se pensar no outro lado da moeda. Os chineses, que estudam há milênios os opostos, defendem que na vida não há ganho, como também não há só perda. O dinheiro quando é farto, a primeira impressão é que ele só traz ganhos, mas não, ele pode fazer sérios estragos na alma. Como disse Santo Agostinho: “O dinheiro, é a maior evidência de que o diabo existe”. Temos visto, como frequência, o mal que ele a endinheirados e famosos, sobretudo jogadores de futebol e artistas, que, sem preparo humano, não se sentem felizes e escorregam nas regras sociais mais elementares. Estudo inglês mostra que nas crises, como a nossa, aumentam os casos de alcoolismo, depressão, problemas psiquiátricos, desintegração familiar, e até suicídios. As vítimas que sofrem maior impacto são os ricos, executivos e empresários, porque o tombo é maior. Acostumados aos luxos entram em pânico ao primeiro sinal de perda de status e risco de uma vida modesta.
         Em uma empresa, começa pelos sócios e vai até o mais humilde empregado, que teme pelo emprego. Uma breve consequência dessa insegurança, portanto, é a síndrome da pobreza, que causa medos em todos aqueles que só veem segurança no dinheiro. Esses medos, grande parte, são irreais. Quanto mais se tem, mais se quer e mais sujeito ao temor de ser pobre. A sabedoria budista nos ensina que quem deseja mais do que pode sofre. Quem deseja aquilo que pode, vive. Quem deseja menos do que pode, vence. Em tese, essa crise não poupou quase ninguém, porque ela se espalhou, silenciosamente. A origem de tudo está na ganância de muitas pessoas que surrupiaram o país sem escrúpulos. Dessa forma, o primeiro a trilhar é ver o outro lado, sustentado em pensamentos sólidos e genuínos, para transformar as perdas de agora em ganhos futuros. Desejar menos, quem sabe, é a melhor saída. Para os pobres, entretanto, a vulnerabilidade é cruel, porque eles dependem totalmente do emprego e, é claro, dos governos que, hoje, estão sem rumo.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de março de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RONALDO MOTA, chanceler da Estácio, e que merece igualmente integral transcrição:

“Economia e educação
        Vivenciamos grandes transformações, rápidas, profundas e em todos os setores. O motor principal que impõe tal velocidade e que define o nível de radicalidade das mudanças está associado à migração, ainda em curso, em direção a uma sociedade em que a informação se torna totalmente acessível, instantânea e basicamente gratuita.
         Os hábitos e os costumes se moldam também a partir de novos pressupostos, despertando a necessidade de os interpretarmos sob diferentes ângulos. Em resumo, algo está acontecendo, é de grande monta e a todos afeta, permitindo ser visto sob qualquer ponto de vista.
         Como referência ilustrativa, adota-se aqui um aspecto específico, a capitalização de mercado, que é somente uma das medidas do tamanho de uma empresa. Trata-se do valor de mercado total das ações em circulação de uma empresa, também conhecido como limite de mercado.
         Durante o século passado, as maiores empresas do mercado acionário estiveram associadas à energia (basicamente petróleo), à indústria automobilística e ao setor bancário. Na virada do século, há apenas 17 anos, entre as cinco primeiras aparecia, de forma inédita, uma empresa do mundo da informática, a Microsoft. Neste caso, dividindo as primeiras colocações com duas de energia (Exxon e GE), um banco (Citi) e uma empresa de varejo (Walmart).
         O quadro atual, conforme descrito no Relatório 2017 da respeitável PricewaterhouseCoopers, lembra pouco aquele anterior. A empresa que atualmente é, pelo sexto ano seguido, a número um do ranking (Apple) nem seque constava entre as cinco maiores no começo deste século. Além disso, a única que ainda sobrevive nesse restrito clube é a Microsoft. Desnecessário chamar a atenção para o fato de que atual, todas, sem exceção, estão diretamente associadas ao mundo das tecnologias digitais. Por outro lado, empresas como a GE já não constam entre as 100 maiores.
         Atualmente, empresas baseadas em tecnologias digitais representam a maioria, acompanhadas, com certa distância, por aquelas do setor financeiro e, na sequência, companhias do setor de varejos. Os Estados Unidos, ao contrário do que possa parecer aos incautos, têm aumentado sua participação (hoje em 55%) entre as 100 maiores e é a sede das 10 principais empresas. É cada vez mais notável a presença crescente de empresas chinesas, como era de se esperar, e a Europa, que detinha 36% do mercado há 10 anos, agora detém somente 17%. A título de comparação, o Brasil, em 2009, tinha três companhias listadas entre as 100 maiores, hoje resta somente uma.
         As transformações na economia impactam, bem como são afetadas pelos cenários educacionais vigentes. As tecnologias digitais invadem as escolas e impregnam o seu entorno, em especial no que diz respeito aos cidadãos e profissionais que nelas se formam. Elas transcendem os espaços de aprendizagem e também ocupam e definem as oportunidades de novos empregos e de negócios inovadores.
         Assim, as consequências educacionais são complexas, múltiplas e ilimitadas. Uma delas, a mais simples e direta, é que os modelos educacionais e as estratégias de ensino e aprendizagem fortemente influenciados pelos referenciais Fordistas/Tayloristas, dominantes no século 20, já não são mais suficientes. Ou seja, a escola tradicional, que desempenhou, com competência e pertinência, papel central em tempos recentes, está distante de atender plenamente às demandas do mundo contemporâneo.
         Se no século passado a capacidade de memorizar conteúdo e a aprendizagem de técnicas e procedimentos eram centro, atualmente, o amadurecimento dos níveis de consciência do educando acerca de como ela aprende torna-se gradativamente mais relevante. Em termos mais simples, aprender a aprender passa a ser tão ou mais importante do que aquilo que foi aprendido.
         Explorar esta nova realidade, em que todos aprendem, aprendem o tempo todo e cada um aprende de forma personalizada e única, é o maior de todos os desafios do mundo da educação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2018 a ainda estratosférica marca de 327,92% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,70%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em fevereiro, chegou a 2,84%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




          

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A CIDADANIA, O ESPORTE, A EDUCAÇÃO E O BEM QUE É FAZER O BEM

“Esporte e educação
        Sabemos lidar muito bem com as coisas, máquinas, os processos concretos. Contudo, não é tão fácil tratarmos daquilo que é subjetivo e se refere ao mundo das emoções e das relações humanas. Em diversas disciplinas e matérias de estudo aprendemos as técnicas e o racionalismo que traça planos e métricas apontando diretrizes e padrões que funcionam muitas vezes nas pranchetas, mas que na vida real, de sangue, suor e lágrimas, emperram. Quando isso acontece vemos profissionais de grande calibre técnico e trabalhadores competentes se desequilibrarem e perderem o rumo. É por isso que o esporte faz parte da educação. As competições entre times e seleções de diferentes colégios, clubes e países ensinam muito.
         É pelo esporte que a vida de um aluno pode ficar mais sadia, a partir do momento em que as derrotas, as vitórias e também os empates, o trabalho em conjunto, a preparação e a busca por resultados e pelo mérito por uma conquista, ganham total conexão com a nossa vida. Desde cedo, um esporte como o vôlei, o basquete, o futebol ou o remo ensina a importância do espírito de coletividade, esforço em equipe colaborativo e a interdependência entre cada membro da mesma seleção. Cedo também, quanto o esporte é individual, como o tênis, a esgrima, o atletismo, a natação, aprendemos a conhecer e superar nossos próprios limites físicos, que, necessariamente, estão ligados aos mentais e emocionais. Desse somatório, surgem cidadãos melhores. O esporte como plataforma educacional é assim extremamente valioso para fazer a juventude entender que a vida adulta é cheia de altos e baixos, tem momentos de glória e de tristeza e, nesse cair e levantar, nos ensina a caminhar com mais confiança, com mais maturidade e respeito aos outros. Entender a perda em qualquer competição esportiva é tão importante quanto saber ganhar. O perdedor de hoje pode ser o novo campeão de amanhã, quando, ao analisar suas falhas, percebe como o outro time ou o atleta vencedor planejou sua trajetória, aproveitando com mais seriedade e dedicação seus treinamentos, tendo maior foco no resultado desejado. O campeão de hoje sabe que precisa se superar e ir além da sua conquista momentânea para manter-se no pódio, e que muitas vezes, apesar de toda a sua preparação, o inusitado pode acontecer e mudar os rumos dos acontecimentos. O esporte complementa a educação formal quando oferece um aprendizado valioso sobre nosso limites físicos, mentais e emocionais, ensinando o jovem atleta sobre espírito coletivo, colaboração, superação, disciplina e também técnica, conhecimento e saúde.
         Trabalhar o esporte e seu valor educacional para nossos jovens é uma prioridade para o Brasil. Escolas fundamentais, de ensino médio e instituições de educação superior, públicas ou privadas, precisam estar atentas e conscientes de seu papel nessa integração, além das salas de aula. O investimento certamente será precioso e vai deixar um verdadeiro legado para a vida de nossa juventude. Sabemos que a educação tem o poder de transformar vidas e mudar realidades. Lembrando Pierre de Coubertin, considerado o pai da Olimpíada Moderna, o esporte é capaz de forjar cidadãos melhores, pois “não estamos neste mundo para viver nossa vida, e sim a dos outros. As maiores alegrias, desse modo, não são as que nós mesmos aproveitamos, e sim as que oferecemos ao próximo”. Esse é o espírito para construirmos uma sociedade melhor.”

(LUIZ ANTÔNIO GAULIA. Gerente de sustentabilidade do Grupo Estácio, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de agosto de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de dezembro de 2014, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fazer o bem faz bem
        Frases de efeito são pronunciadas em discursos estéreis e repetitivos, como mero recurso retórico. Muitos repetem ditos conhecidos apenas para sustentar argumentações frágeis. “Fazer o bem faz bem” é uma expressão que pode ser considerada frase de efeito, e até servir de enfeite em para-choque de caminhão. Também é possível ser slogan de alguma campanha, embelezando agendas, calendários e outros recursos midiáticos. Mas, a partir da convocação feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – a vivência do Ano da Paz –, “fazer o bem faz bem” deve sintetizar um programa de vida pessoal, com o propósito humanístico e espiritual de contribuir para a conquista da paz.
         Há uma preocupação geral em vista da superação das violências, desde aquelas praticadas contra a integridade física das pessoas até as que são classificadas como crimes “do colarinho branco”. “Fazer o bem faz bem” pode ser uma fonte de inspiração para a transformação social. Cultivar essa compreensão certamente ajuda a promover a qualidade de vida, fazendo com que cada indivíduo torne-se instrumento cidadão a serviço da paz. Trata-se de tarefa cristã, um propósito simples com efeito revolucionário. Fazer o bem é oferta que enriquece a pessoa, que contribui para mudar cenários desoladores das muitas violências que comprometem o avanço de uma cultura da disputa, da mesquinhez, do individualismo.
         Fazer o bem inclui, acima de tudo, no pluralismo da cultua contemporânea, o diálogo na construção de convicções e entendimentos. Do contrário, cresce a ditadura do “achismo” e a rigidez de pensamento, que geram juízos inadequados. As consequências são preconceitos e distanciamentos que só favorecem a violência. Fazer o bem que faz bem requer competência humanística e dialogal, a ser permanentemente aprendida e, sobretudo, exercitada, para que não se multiplique a cultura beligerante de ataques desnecessários. Em vez de apontar para os outros e indicar o que devem fazer, é necessário que cada indivíduo avalie se está fazendo o bem.
         Na contemporaneidade, partilha-se o privilégio singular de poder acompanhar processos, ter acesso a dados, poder aproximar-se de pessoas, comunidades e ambientes com recursos nunca disponibilizados. Ao mesmo tempo, essa facilidade pode se transformar em uma arma que coloca seres humanos em confronto, com resultados lamentáveis e irreversíveis. Os muitos recursos são apropriados, em diversas ocasiões, para alimentar violências, fundamentalismos, radicalismos e tantas situações de hostilidade entre grupos, povos, nações e indivíduos. Diante de todos, está uma realidade complexa que pede atenção e cuidado. É preciso buscar caminhos para superar, por exemplo, a postura de certos indivíduos que, atrás de seus computadores, maquinam coisas, copiam e compartilham outras, submetem o mundo aos seus próprios critérios e, assim, ajudam a consolidar autoritarismos.
         “Fazer o bem faz bem”, para ser além de uma simples frase de efeito, deve remeter a um propósito e se efetivar como compromisso. Uma oferta ao outro que se transforma em ganho. Lógica de se ganhar pelo simples fato de se ofertar. Um caminho que se opõe à ilusão de que só se ganha quando se retém, que atacar é a melhor defesa e que a indiferença é remédio para não se deixar afetar pelo sofrimento alheio. Também é contramão da patologia de não se gostar de reconhecer o bem que o outro faz.
         O dito “fazer o bem faz bem”, transformado em programa de vida, ajudará na compreensão de que o diálogo é prioritário no gosto pelo respeito à sacralidade de cada pessoa. Tudo isso é fundamental para que prevaleça a honestidade no desempenho de papéis sociais, políticos, eclesiais e cidadãos. A preparação para o Natal é oportunidade de ouro para compreender que Deus é amor, a grande revelação de Jesus, com sua encarnação, a referência necessária e indispensável para encontrarmos supremas razões que nos tornem paladinos seguros da dignidade humana e corajosos construtores da paz, pela força de fazer o bem que faz bem.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!

  

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A CIDADANIA, A LUZ DA INSTRUÇÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO SUPERIOR


“Coragem só não basta para enfrentar a vida, que continua

Pelos Artigos 37 § VIII; 203 § IV e 208 § III da Constituição Federal de 1988, ficou estabelecida a base do tripé da política para os deficientes, ou seja, reabilitação, educação e trabalho. Naturalmente, a questão emocional dessas pessoas não foi tratada na Constituição, embora, a meu ver, seja esse seu maior drama, especialmente para os cegos.
Li em um romance a seguinte mensagem: “Você nunca deve dar a si mesmo a oportunidade de se entregar, porque, quando o faz, isso se torna uma tendência e nunca mais para de acontecer. Em vez disso, você precisa treinar para ficar forte”.
Segundo Guimarães Rosa, a vida só nos pede coragem. Porém, quando nos deparamos, de repente, com algo muito difícil, como a cegueira, precisamos de algo mais para reagir. Coragem só não basta para enfrentar a vida, que continua.
Penso que o novo caminho a seguir deve estar logo ali, bem perto, para ser trilhado pelas pessoas que necessitam dessa nova alternativa para seguir adiante. Por não ter sido bem assim, durante milênios, por falta absoluta de oportunidade, os cegos aceitaram e foram deixados à margem da sociedade. E não há nenhuma dúvida de que o maior desafio para os cegos consiste em desfazer o conceito de invalidez que os acompanha desde os primórdios da humanidade.
Para tanto, não basta disponibilizar oportunidades só para mim, mas também para todos, sem exceção. Daí, costumo dizer que a inclusão é a voz de Deus na escuridão, porque só a ouvem aqueles que acreditam, para quem a humanidade é uma grande caravana que passa rapidamente pela Terra e que só pode se considerar civilizada quando for capaz de compreender que ninguém deve ficar pelo caminho, à beira da estrada, seja qual for o motivo. Quem acredita busca solução!
Para exemplificar a crença de algumas pessoas iluminadas, podemos nos espelhar em Valentin Hauy, que, em 1784, sem nenhum alfabeto apropriado até então para os cegos, inaugurou assim mesmo, nos arredores de Paris, uma escola para deficientes visuais. Valentin percebeu e acreditou em algo que  ainda não existia porque ouviu a voz de Deus na escuridão.
Fato semelhante ocorreu na vida de Louis Braille. Ele foi capaz de perceber, ainda criança, que o mais importante está além dos sentidos: a instrução! E elaborou uma combinação de seis pontos em alto relevo, dando aos cegos do mundo a chave da porta de todas as escolas!
A incompreensão das pessoas e dos próprios deficientes visuais para com seus limites representa maior desastre para ambos que a própria cegueira. Em 2006, por ocasião da Campanha da Fraternidade, defendi que o trabalho da Igreja deveria concentrar-se em reverter o sentimento de piedade das pessoas para com os cegos – por se considerarem mais importantes pelos simples fato de enxergar – e provar aos deficientes visuais que não há razão alguma para o sentimento de autocomiseração.
Li também, em um livro, o seguinte texto, que tem muito a ver com essa situação: “E, então, a flor respondeu: ‘Acha que eu abro minhas pétalas para que vejam? Não faço isso para os outros. É para mim mesma! É porque gosto! Minha alegria consiste em ser e desabrochar!’”.
Digo isso porque, no dia que o cego se tornar um verdadeiro cidadão, livre e seguro de si mesmo, creio que ele vai abandonar o braile porque a leitura e a escrita tátil ou visual sempre farão a diferença!”
(MÁRIO ALVES DE OLIVEIRA, que é advogado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de abril de 2013, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de abril de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RUI CHAVES, que é diretor de Integração do Grupo Estácio e membro do Corpo de Conselheiros  da Escola Superior de Guerra, e que merece igualmente integral transcrição:

“A função social do ensino superior

É sempre oportuno discutir fins a realizar e meios humanos e materiais disponíveis. Tudo que decorre da ação humana tem custos que devem ser assumidos com critério e responsabilidade. Nada, absolutamente nada, não custa.
Como toda relação ensino-aprendizagem tem custos muito elevados, não existe universidade pública gratuita. A universidade pública nada cobra de seus alunos, mas é mantida por todos que pagam onerosos tributos. As instituições de ensino superior (IES) privadas são mantidas por seus alunos e por programas ainda tímidos, mas de forte alcance social, de troca de impostos por bolsas de estudos (Prouni) e de financiamentos com juros baixíssimos (Fies).
Temos outros importantes programas de afirmação social como o de cotas nas IES públicas para grupos específicos de brasileiros que, em decorrência de processos históricos, sofrem desigualdade de oportunidades de acesso ao mercado de trabalho. Mas ainda há muito a ser resgatado para a honra da nação e da cidadania. Alunos cotistas ocupam somente 12% das vagas públicas. Em 2013, foram 865 mil candidatos ao programa, muitas esperanças e frustrações.
Diz a sinopse do ensino superior de 2011 que dos 23.259 alunos portadores de necessidades especiais, que precisam de ambientes e pessoas preparadas para seu desenvolvimento, 72% estudam em IES privadas, assim como 84% dos alunos cegos, 80% dos alunos com deficiências auditivas e 97% dos que têm autismo infantil. Na Região Norte, 95% dos alunos com deficiências múltiplas estudam em IES privadas.
Os recursos materiais e humanos das IES públicas são muito superiores aos das instituições de ensino superior privadas. Temos, pela mesma sinopse, apenas 6.739.689 de matrículas no ensino superior, parte imensa da população ainda em exclusão, sem perspectivas de futuro, barreiras insuperáveis à sua qualificação pessoal e profissional. As IES públicas têm 1.773.315 alunos e 139.584 docentes ou 12,7 alunos/docente. Com 4.966.374 alunos (74% do total) e 217.834 docentes, as IES privadas têm 22,8 alunos/docente. São 10 alunos por técnico por técnico administrativo no sistema público e 25 no sistema privado.
É responsabilidade intransferível das IES públicas ampliar seus serviços à sociedade que a mantém, incorporando muito mais brasileiros especiais a seu corpo de alunos. Não faltam meios humanos nem materiais às IES públicas para a qualificação de sua função social.
Com vontade e decisão políticas firmes podemos construir uma extraordinário programa de oportunidades e de resgate de cidadania para muitos milhares de brasileiros. Somos senhores de nossos destinos, e não escravos de nossas circunstâncias. As instituições de ensino superior públicas e privadas têm papéis decisivos e complementares no desenvolvimento sustentável do Brasil.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas  estruturas  educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, igualmente a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescente necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; turismo; esporte, cultura e lazer; comunicações; minas e energia;qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...