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terça-feira, 9 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FASCINANTES E DESAFIANTES HÁBITOS DA LEITURA E O PODER DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Leitura para deficientes visuais
        Os livros contribuem para a formação intelectual e pessoal durante toda a vida, mas, de modo especial, em relação a crianças em processo de alfabetização. O ideal é que a apresentação da literatura ocorra de forma integral, inclusive envolvendo pessoas com necessidades especiais.
         O Brasil ainda está longe de se tornar um país de leitores. Conforme o último estudo Retratos da Leitura do Ibope, 44% dos brasileiros não têm o hábito de ler e 30% nunca, sequer, compraram um livro. O que torna esse retrato ainda pior é a falta de acessibilidade a leitores deficientes. De acordo com o IBGE, 23,9% de brasileiros são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que 6,6% deles são visuais.
         Uma biblioteca acessível acolhe o maior e mais diverso público para oferecer o mesmo serviço, independentemente de limitações físicas ou intelectuais. Infelizmente, a falta de investimento ainda resulta na realidade de que são poucas as bibliotecas com obras adaptadas ou aparelhos que possibilitem a leitura e prédios planejados para receberem deficientes físicos.
         À primeira vista, parece que as mudanças para atender a democratização da literatura são um pouco complexas. Entretanto, as alterações podem ser feitas de forma gradativa, mesmo em caso de recursos financeiros escassos. Além do mais, uma das barreiras mais importantes a se superar são as barreiras comportamentais, que envolvem as reações e as relações com os usuários com deficiência. Para romper essas barreiras, a informação e a formação dos mediadores nas bibliotecas são as providências mais importantes, e nem sempre dependem de algum dinheiro.
         A internet tem algumas videoaulas e contação de histórias em libras que podem auxiliar no atendimento a pessoas com deficiência auditiva. Também existem aplicativos, como o Eye-D, possibilitando a leitura de livros para portadores de deficiência visual, além dos já antigos audiolivros (quem se lembra dos disquinhos coloridos de décadas atrás?).
         Os exemplos são vários, alguns apenas paliativos que podem auxiliar na rotina da biblioteca e não numa solução efetiva. Entretanto, já são um caminho, considerando que o mais importante é todos entenderem a importância da democratização do acesso à cultura escrita, buscando efetivamente minimizar o problema, que não se limita só aos portadores de necessidades especiais, mas os brasileiros em geral.
         Os obstáculos ainda são muitos para se ampliar o acesso ao livro e a acessibilidade no Brasil, mas podem e devem ser superados. A leitura é importante para a formação e orientação de qualquer cidadão, pois permite acessar o conhecimento e contribui para uma maior evolução social e aí, sim, secundariamente, melhorar a posição brasileira no ranking mundial de leitores.”.

(MARÍLIA PAIVA. Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia – 6ª Região (MG/ES), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos e diálogos
        Tem razão quem afirma que o diálogo não resolve tudo. É verdade, mas é incontestável que o diálogo resolve quase tudo. Quando não se consegue resolver algo pelo diálogo, percebe-se, facilmente, que o descompasso não envolve as dinâmicas próprias do ato de dialogar. Certamente, ruídos e descompassos se hospedam naqueles que protagonizam o diálogo. Ora, além de ser uma forma de expressão, o diálogo é um instrumento de produção filosófica e científica, da indispensável clarividência no entendimento das realidades e de seus processos determinantes para o equilíbrio dos funcionamentos, como garantia de participação e respeito à verdade e ao bem. Por isso, a força do diálogo pode desconstruir os dogmatismos que impedem avanços e conquistas. Constata-se a rigidez que precisa ser tratada com força dialogal para produzir um novo caminho de compreensão. E se valer do que realmente importa quando se busca o bem e a prática da justiça – condições inegociáveis para o equilíbrio da sociedade desafiada por sua pluralidade e complexidades específicas.
         Cristalizações emocionais-afetivas incidem muito fortemente no processo dialogal, tornando-se determinante impeditivo para que esse processo alcance o êxito que se pressupõe em todo diálogo. A mundividência do indivíduo também muito influencia o processo dialogal. Obviamente que os estreitamentos no horizonte de compreensão fecundam as limitações nesse processo, configurando dificuldades até intransponíveis. Nesse âmbito, localizam-se tendências a polarizações em razão da incompetência no exercício da fundamental experiência dialogal. Todo tipo de polarização é sinal de incompetência na tarefa de se construir, civilizadamente, os rumos da sociedade. Por isso, verifica-se o uso de recursos indevidos e até perversos na ânsia de querer impor a própria opinião e os parâmetros de escolha, na contramão do que se considera minimamente civilizado. Tentar se afirmar, se construir, conquistar os postos almejados, a partir da detratação do outro, de modo inverídico, são evidências de uma subcivilização, consequência da ausência do diálogo.
         Compreende-se que o diálogo é um recurso forte e portador de elementos com propriedades para criar novos rumos na política, na prática da justiça, no respeito aos direitos humanos e no estabelecimento da paz e da conciliação na convivência humana, que precisa sempre alcançar patamares de fraternidade. Há de se considerar, ao se constatar a relativização do diálogo e seu consequente enfraquecimento enquanto força de construção, o que hermeneuticamente tem peso determinante, o lugar que se ocupa com seus contornos próprios – do lugar no qual se está assentado não se pode ter pretensão de ver tudo. O diálogo funciona, então, como gerador do movimento indispensável da circularidade que possibilita consequente alargamento da compreensão. Pode-se exemplificar com referências a multíplices situações e circunstâncias. Entre essas, a referência à escuta indispensável da dor dos mais pobres pelos segmentos oligárquicos da sociedade ou daqueles que detêm o poder. A ausência dessa escuta gera insensibilidade para as escolhas que definem os processos capazes de levar a sociedade a avançar na direção almejada do bem viver, justo e saudável – direito de todos.
         A força dinâmica do diálogo fica amortecida numa engrenagem que não funciona e não consegue impulsionar na direção de um entendimento que cause a lucidez necessária para se encontrar saídas e conseguir respostas adequadas de segmentos e instituições. Por falta de competência dialogal, multiplicam-se as mediocridades. Indivíduos precisados da força do diálogo também se emperram e se tornam endurecidos, comprovadamente pelas afirmações muito parciais e por considerar seu modo de pensar completo e adequado. A rigidez no exercício dialogal explica muito do que se percebe de emperramentos. Isto inclui ilusões a respeito de si mesmo, alimentadas pela idolatria àquilo que se elege, aprisionando-se às bitolas de ideologias, sejam elas de que tipo for. Esses descompassos que geram atrasos são notados em processos complexos nos governos, em julgamentos que deformam ou estreitam decisões. Impactam até as relações interpessoais.
         As mentalidades fechadas, a mesquinhez do coração humano, a correção urgente de processos tortos e prejudiciais, a recuperação da convivialidade em lugar de arbitrariedades perversas e inimizades entre grupos e pessoas, bem como o entendimento mais cidadão do usufruto dos bens da criação na casa comum, dependem, fundamentalmente, do diálogo. Mas a competência dialogal é quase sempre fragilizada pela mediocridade humana e presunção social e civilizatória de não conseguir enxergar o “outro lado”, que precisa ser considerado. É verdade, diálogo e diálogos, entre os que logram a lucidez humanística e civilizatória, abrem caminhos. Também renovam instituições, garantem a justiça em favor dos indefesos e pobres, clareiam as escolhas que preservam o meio ambiente na contramão da idolatria do dinheiro. Fazem encontrar o sentido de viver e cultivar laços de solidariedade. O diálogo pode ser tudo: alargamento de horizontes e caminho para entendimentos alicerçados em valores e princípios, configurando novos passos na organização social e política da sociedade, com incidência também na vivência da fé, enquanto relação dialogal com Deus.
         O fato é que pode não existir o diálogo por estreitamento de mentalidades, por entendimentos pífios e por se estar enjaulado em compreensões parcializadas por falta de formação humanística. Um paradoxo nesse tempo em que todos falam, e falam muito, de tudo, até daquilo que não entendem nem lhes diz respeito. Tem razão quem diz que o diálogo não é tudo, porque existem diálogos e diálogos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




segunda-feira, 17 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA EMPATIA NA QUALIFICAÇÃO HUMANA E A FORÇA DO CAMPO E DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA SUSTENTABILIDADE


“Empatia – Uma competência no combate à intolerância
        Tenho notado, de uns tempos para cá, que a ansiedade excessiva no ambiente profissional vem provocando um fenômeno capaz de acarretar prejuízos nas relações interpessoais, principalmente entre gestores e subordinados: a baixa tolerância com o próximo.
         Como conselheiro do Comitê de Relações Humanas da Associação de Marketing Promocional (Ampro), quero compartilhar este texto que acabo de escrever, para que todos possamos refletir um pouco sobre o tema e reavaliar a forma como o mesmo tem sido tratado em nossas organizações.
         O problema tem tornado o ambiente de trabalho cada vez mais pesado e é algo que diminui a autoestima da equipe, que perde a vontade de atuar de forma colaborativa. Gestores intolerantes acabam ficando ensimesmados, o que é negativo para o clima organizacional e pode levar o negócio ao fracasso.
         Vivemos num mundo que não perdoa a perda de tempo, a lentidão e a falta de qualidade. Em função desses fatores e da pressão natural imposta pela competitividade, muitas vezes temos um impacto no nosso lado emocional, e nem mesmo percebemos seus efeitos, que podem nos levar a doenças com a ansiedade.
Claro, não devemos ser condescendentes com a mediocridade e com a repetição dos erros. Mas temos de nos lembrar de que quem erra – e mesmo quem age de forma medíocre em algumas situações – é um ser humano, que deve ser respeitado e tratado com toda a dignidade.
         Cabe àqueles com melhor preparo apontar o erro e o ato falho, mostrar as consequências, ajudar a enxergar a falha no processo e até uma eventual falta de competência. Também devem orientar na melhoria e correção do processo, e no desenvolvimento pessoal e profissional.
         Não cabe comprometer a imagem do outro ou diminuir sua autoestima. Essas ações são inadequadas, improprias de um gestor capacitado e vão criar uma distância entre ele e a equipe – a organização como um todo só tem a perder com isso.
         Não que ser piegas, mas, para que possamos produzir coletivamente com qualidade e prazer, é necessário gostar de pessoas, gostar de verdade, e não como se fossem brinquedos ou instrumentos das nossas necessidades. Um colaborador não está para ajudar seu gestor a conquistar os próprios objetivos individuais – ele faz parte de um time, atua para o sucesso do negócio (o que, no final das contas, acaba contribuindo para que todos atinjam suas metas profissionais e pessoais).
         De acordo com a Declaração de Princípios sobre a Tolerância da ONU, tolerar é agir com respeito, com aceitação e com apreço pela diversidade em todos os seus âmbitos.
         Existem comportamentos de intolerância que não têm mais espaço nas organizações – felizmente –, como atitudes racistas, homofóbicas e/ou de violência. Casos assim devem ser apontados, criticados e eliminados do ambiente profissional – e receber a devida punição, de acordo com sua gravidade.
         No trabalho e na vida, pratique a empatia – que é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Uma pessoa empática compreende o grau de dificuldade, a realidade e o sofrimento alheio. Demonstra compaixão, aceitação e age com seu próximo sem julgamento, transmitindo força e o incentivando a reagir, para transcender o que afeta ou aflige.
         Existem pessoas com maior propensão à empatia, mas isso não quer dizer que os outros não possam desenvolvê-la. É uma questão de reflexão e de colocar essa atitude positiva em prática. Se não for por vocação, que seja porque a empresa espera isso de você, já que é uma capacidade que contribui para os resultados do negócio.
         Sensibilidade e compaixão não são deméritos, ao contrário, são competências que devemos resgatar para ter maior sucesso em nossas relações – na sociedade, na família e no trabalho.
         Portanto, ouça de forma ativa antes de agir com emoção.
         Dê um tempo, respire e reflita antes de reagir no impulso.
         Isso pode fazer a diferença entre uma boa decisão e um arrependimento.”.

(MARCOS FALCON. Membro do Conselho do Comitê de Relações Humanas da Associação de Marketing Promocional (Ampro) e sócio-diretor da Consultoria Datafalcon, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 17 de março de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, presidente da Embrapa, e que merece igualmente integral transcrição:

“A contribuição do campo
        O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da economia brasileira em 2017, ano que marcou o fim da recessão e a retomada do crescimento. Os recordes da produção agropecuária, registrados e amplamente divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alavancaram o desempenho do país, com um avanço 13% maior que o registrado em 2016. O campo contribuiu com 60% do crescimento da economia como um todo, enquanto os serviços cresceram 0,3% e a indústria permaneceu com os mesmos índices do ano anterior. Além do maior crescimento registrado desde 1996, os agricultores garantiram a oferta regular de alimentos à população, o que permitiu reduzir a inflação. Ao mesmo tempo, aumentaram as exportações, o que colaborou para o maior saldo comercial da história do país, de US$ 67 bilhões.
         As lavouras e a pecuária provocam uma reação em cadeia e influenciam todo um sistema de negócios e indústrias, envolvendo fornecedores de insumos e serviços, a indústria transformadora de alimentos e fibras, o sistema de armazenamento e transporte, marketing, distribuição, enfim, um complexo de operações, conhecido como agronegócio, que tem grande impacto na economia. Impossível, pois, não considerar os imensos efeitos do campo, antes e depois das lavouras e criações, desde os fabricantes de enorme gama de insumos, máquinas e equipamentos, até as indústrias de laticínios, bebidas, frigoríficos, tecelagens, atacadistas, supermercados e distribuidores de frutas e hortaliças frescas, entre muitos outros.
         E convém destacar que essas atividades, tão importantes para o dia a dia das pessoas, têm impacto em todo o nosso imenso território. Lubrificam o emprego no campo, nas cidades e no comércio, nas cidades e no comércio em todos os rincões do Brasil. E alimentam as exportações, que geram consequências enormes no desenvolvimento econômico, permitindo financiar o capital da indústria, gerando divisas que nos possibilitam importar o que não se produz aqui, além de garantir uma posição de destaque ao Brasil como poderoso provedor de alimentos para o mundo. A alimentação do povo brasileiro a preços declinantes corresponde a uma grande transferência de renda para os mais pobres, mantendo a inflação em queda ou estável, fortalecendo toda a economia.
         Ainda assim, muitos analisam a agropecuária com preconceito. Um grave erro. Potências econômicas como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França valorizam e protegem com todos os instrumentos possíveis os setores agrícolas. O fato é que muitos não percebem os imensos efeitos diretos, indiretos ou induzidos pelo aumento das atividades econômicas relacionadas ao campo.
         Colher, estocar e processar a safra demandam máquinas sofisticadas, estradas, pontes, secadores e silos. Comercializar, transportar e transformar os produtos do campo demandam cooperativas, tradings, navios, trens, caminhões e portos. Isso gera procura por aço, asfalto, componentes industriais sofisticados e múltiplos serviços especializados no campo das finanças, do comércio, da gestão de riscos, da segurança, das comunicações etc. Uma infinidade de efeitos indiretos e induzidos que, combinados aos efeitos diretos, dão uma melhor dimensão da real contribuição da agropecuária para a economia do país. Portanto, é fácil perceber que, sem os efeitos diretos, indiretos e induzidos pela agropecuária, a economia brasileira teria experimentado significativa queda, em vez de progresso em 2017.
         E à medida que o campo agrega valor, diversifica e especializa a sua produção, o potencial de benefícios para a economia e a sociedade cresce ainda mais. O Brasil já transforma grande parte dos seus grãos em carnes e componentes industriais, como óleos e amidos. A fruticultura nacional é considerada uma das mais diversificadas do mundo e, cada vez mais, alcança mercados sofisticados e rentáveis. Derivados da cana-de-açúcar já podem ser transformados em garrafas PET, aviões já realizam os primeiros voos comerciais utilizando bioquerosene como combustível e é crescente a produção de cosméticos, essências, aromas e sabores diferenciados a partir de nossa biodiversidade.
         E é cada vez mais harmônica a relação entre a produção e o meio ambiente. Ao avaliarmos a evolução das emissões de gases no período entre 2010 e 2014 (último dado oficial), a agricultura teve aumento de 4,3%, a despeito do espetacular avanço do setor. Excetuando mudanças no uso da terra, com redução de 33,2% de emissões, a agricultura teve melhor desempenho que os setores de energia, indústria e tratamentos de resíduos. Ao incorporar práticas sustentáveis, o Brasil já desponta como competidor diferenciado, capaz de produzir, por exemplo, carne carbono neutro, como recentemente demonstrado pela Embrapa.
         Em momento em que a maioria dos países se debate com o envelhecimento da população rural e com a baixa atratividade do campo para as novas gerações, o movimento no Brasil é exatamente o contrário. A agropecuária brasileira atrai cada vez mais jovens, certos de que vale a pena investir em inteligência e criatividade voltadas para o mundo da alimentação e da agricultura. São inúmeros os exemplos de startups e de jovens empreendedores que buscam atender produtores cada vez mais ávidos em busca do novo. Assim, o campo contribui para a construção de um conceito de país contemporâneo, focado no uso inteligente dos nossos recursos naturais, na produção sustentável e no bem-estar da população brasileira.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  

  
        

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DO CUIDADO COM AS CRIANÇAS E A URGÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Transformar a realidade
        Tão importante quanto entender a realidade em que estamos inseridos é gerar as oportunidades para alterá-la. Pode parecer muito simples. Basta que saibamos onde estamos e aonde queremos chegar e realizar o percurso entre os pontos. No entanto, quando a realidade se apresenta a uma criança de 3 anos, que não se alimenta todos os dias, o futuro é um pouco mais difícil de ser vislumbrado. Estudos recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam que mais de 43% das crianças brasileiras de até 14 anos estão em situação de pobreza extrema. São quase 6 milhões de pequenos brasileiros que sobrevivem com R$ 140 por mês, ou seja, menos de R$ 0,50 por dia.
         É com essa realidade que o ChildFund Brasil – Fundo para as Crianças trabalha há 52 anos, em algumas das regiões marcadas por histórico de carências e limitações de oportunidades, como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e o Sertão do Cariri, no Ceará. Ressalta-se o fato de que, mesmo diante de um quadro de adversidades, a vida resiste de forma corajosa em função da força do povo desses lugares. Então, voltando à ideia inicial: como gerar oportunidades para alterar a realidade dessas criança? Só vislumbramos uma solução: empoderar as pessoas, engajando os integrantes das comunidades e permitindo que eles não somente sonhem, mas, acima de tudo, assumam a liderança da mudança social que se faz necessária para suas vidas.
         Para isso, o Fundo para as Crianças busca colaborar para que mudanças aconteçam, atuando em parceria com organizações sociais locais, que são formadas pelos verdadeiros agentes dessa mudança. E, a partir do desenvolvimento das capacidades de pessoas, são construídas as condições para a execução de trabalhos sociais que são planejados e legitimados através da atuação dos membros e líderes das comunidades, desencadeando uma mudança de comportamento que os faz se sentirem protagonistas de transformações sociais.
         Portanto, com base em processos participativos executados, monitorados e avaliados continuamente, são geradas oportunidades para se construir uma intervenção duradoura e promotora do desenvolvimento de crianças, famílias e comunidades.
         Um bom exemplo é município de Santa Luz, no Nordeste do Brasil, onde o Fundo para Crianças chegou em 2015 e apoiou a comunidade local para a fundação de uma organização social, a Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente, que hoje oferece a mais de 1.000 crianças e suas famílias diversas atividades educativas e de convivência comunitária, que estão contribuindo para o desenvolvimento das pessoas e comunidades.
         Entendemos que é necessário que nos projetos sociais, por mais sutil que seja, sempre ocorra o engajamento do seu público direto na construção de intervenções que promovam mudanças sociais. Para que isso se torne possível, é fundamental identificar as reais causas dos problemas vividos pelas pessoas, para, assim, possibilitar que as soluções se tornem mais próximas da realidade de quem delas se beneficiará.
         É vital a essas organizações que sua atuação esteja alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Trata-se de 17 metas globais que devem ser perseguidas por todos os países signatários das Nações Unidas. Erradicar a pobreza e a busca pela redução das desigualdades são algumas dessas metas.
         No nosso caso, atuamos focados na busca do 16º ODS: “Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças”. Somente em 2018, atendemos mais de 42 mil crianças nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, promovendo e fortalecendo caminhos de proteção e desenvolvimento.
         Entendendo a realidade dessas crianças e jovens, podemos, todos juntos, mudar seu hoje para que eles possam sonhar com um amanhã, já sabendo como alcançá-lo.”.

(JÚLIO CÉSAR DOS SANTOS. Coordenador de Operações de Campo no ChildFund Brasil – Fundo para Crianças, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de fevereiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Política, a arte do diálogo
        A boa política é uma ‘forma eminente de caridade’, ensina o papa Francisco. É o caminho fundamental para se construir a cidadania, realizar obras. Uma verdade que precisa tocar o coração de todos, sobretudo dos que se candidatam e são escolhidos pelo povo para o exercício do poder. Mesmo que muitos interesses estejam envolvidos nas discussões políticas, é dever de quem representa o povo permanecer firme na defesa de seus representados, sem se deixar seduzir pelos objetivos de grupos com ambições pouco nobres. A política exige respeito a referências inegociáveis, ancoradas na liberdade e no compromisso com o bem comum. Nesse sentido, a meta de quem exerce o poder deve ser promover a dignidade humana, em profundo respeito à justiça.
         A verdadeira política é arte que se vale do diálogo para encontrar as soluções mais adequadas ao bem comum, a partir da argumentação, de compreensões lúcidas sobre a realidade. Oportuno lembrar que a arte tem força para elevar a compreensão humana a novos patamares. Por isso mesmo, o exercício da política, enquanto arte, deve contribuir para a sociedade avance rumo a novas conquistas civilizatórias. O interesse tem que ser o bem comum. É isso o que se espera dos representantes eleitos pelo povo. E que não percam a clareza de que o Parlamento, em nível federal, estadual ou municipal, é a casa do povo, onde seus representantes estão reunidos para servi-lo. Assim, a configuração de “bancadas” para a defesa de interesses muito particulares de alguns segmentos, não raramente contrários ao bem, à justiça e à verdade, é algo incompatível com a boa política.
         O exercício do poder exige qualificado debate sobre os diferentes anseios dos diversos segmentos da sociedade, processo indispensável para a construção de entendimentos acertados. É fundamental dialogar no contexto político, com a imprescindível capacidade para reconhecer os clamores do cidadão comum, particularmente dos mais pobres. Compreende-se que ser parlamentar é tornar-se porta-voz, principalmente, dos que sofrem. Na contramão desse sentido, o exercício da representação é de duvidosa qualidade e incapaz de promover melhorias, pois, quando a política é exercida de modo equivocado, contribui para que as riquezas sejam dilapidadas a partir de crimes ambientais e humanitários, em vez de convertidas em benefícios para a vida do planeta. Seria meta dos que ocupam cargos nas instâncias do poder a promoção do desenvolvimento integral, com respeito à natureza, aos valores culturais e religiosos, entre tantos outros.
         Não é tarefa fácil exercer a boa política. Por isso, ante as complexidades e exigências, muitos se afastam dessa responsabilidade. Os estreitamentos ideológicos, por exemplo, também agravam a aversão ao universo político. Mas essas distorções só podem ser corrigidas a partir da arte de dialogar. Assim é que se vencem barreiras e se constroem entendimentos, criando novos marcos regulatórios capazes de revisar legislações inadequadas, que atendem somente a interesses pouco nobres, fontes de crimes ambientais e humanitários.
         A política como arte do diálogo é capaz de elevar o exercício da cidadania, reconhecendo que o bem coletivo é a meta central a ser buscada por todos. Dialogar é dinâmica que promove correções, possibilitando aos representantes do povo atuar, cada vez mais, de modo coerente com os anseios de seus representados. Estejam todos abertos ao diálogo, sem medos, preconceitos, para que ocorram os intercâmbios necessários de ideias. Particularmente, os políticos possam ouvir instituições que mereçam respeito por ter credibilidade e, assim, desenvolver trabalhos comprovadamente importantes para a população, especialmente para os mais pobres.
         Fazer com que a política se torne, cada vez mais, a arte do diálogo exige dos representantes do povo disposição para o exercício da humildade e da generosidade. Abertura para a escuta, sem se apegar a interesses egoístas e cartoriais. Que os políticos renovem a disposição para dialogar, evitando descompassos e, assim, permaneçam firmes na busca pelo bem de todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.