quarta-feira, 11 de maio de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, A UNIVERSIDADE, A INOVAÇÃO E A POBREZA

“Universidade e pobreza

Falou-se muito, recentemente, nos gastos astronômicos do governo federal com a educação no ensino universitário. E que isso se daria em detrimento dos ensinos médio e fundamental. O Ministério da Educação (MEC) destina quase a totalidade de seus recursos ao ensino superior e quase nada no ensino de base. Não vou citar porcentagens, nem nomes de pesquisadores ou de revistas que publicaram as denúncias, pois é lastimável comprovar uma constatação como essa, que, aliás, não é de hoje conhecida.

O governo, na prática, acaba usando o dinheiro de origem fiscal, isto é, público, para beneficiar estudantes universitários que poderiam pagar uma faculdade, enquanto aqueles que não podem pagar ficam de fora da escola pública. Ah, diriam alguns, mas por que aqueles não podem pagar não passam no vestibular? Ora, é porque esses estudantes não podem pagar ensino fundamental e de segundo grau em escolas particulares, nem cursinhos pré-vestibulares. E é justamente o ensino fundamental e também o de segundo grau, que tem sido relegados a último plano. São eles que estão sucateados, não dando a menor base para os alunos que saem deles fazer um bom vestibular ou conseguir um bom desempenho no Enem (argh!).

As escolas públicas, além de pagarem pouco aos professores, estão mal equipadas, sem manutenção, sem segurança, sem qualidade de ensino. Não é via de regra, mas grande parte dela está nessas condições. Então, os alunos que saem dela não logram êxito nos testes para adentrar a universidade pública, acabam dando lugar àqueles estudantes que podem pagar escola particular e que poderiam pagar, também, o ensino superior.

Há quem defenda a cobrança da universidade pública. Se considerarmos que a grande maioria que estuda lá pode pagar, isso seria justo. Mas o que aqueles menos favorecidos que querem e precisam estudar esperam, é que a educação brasileira mude e seja mais coerente, mais justa na distribuição dos recursos que, na verdade, saem não só do bolso do aluno da escola particular, mas também de todos os outros, porque todos pagamos impostos. É preciso que a qualidade da escola pública melhore, que se dê mais qualidade a ela, que ela seja melhor equipada, que se pague melhor os professores e que eles sejam qualificados, para que os estudantes que saem dela possam ter acesso à universidade pública.”

(LUIZ CARLOS AMORIM, Escritor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de maio de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 8 de maio de 2011, página 7, de autoria de RONALDO GUSMÃO, Presidente do Instituto de Educação Tecnológica (Ietec), coordenador-geral da Conferência Latino-Americana sobre Sustentabilidade (Ecolatina) e vice-presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Educação e inovação para todos

O discursos na inovação está em todos os lugares: nos governos estaduais recém-empossados, em vários ministérios do governo federal, na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e nas federações estaduais. Mas por que esse discurso, ou melhor, as práticas inovadoras não mobilizam os profissionais da educação e suas instituições?

Países desenvolvidos que já deram um salto educacional têm incentivado a criatividade e incrementado a capacidade de inovar de seus estudantes e professores. Isso acontece porque tais nações já perceberam que estamos em uma sociedade do conhecimento, na qual a informação é matéria-prima abundante que precisa ser transformada pela criatividade e pelo espírito inovador em serviços e produtos.

No último Programa Internacional de Avaliação de Aluno (Pisa) – que mede a capacidade de leitura e o aprendizado de estudantes de 15 anos de idade sobre matemática e ciências de 65 países –, o Brasil ocupou a vergonhosa 53ª posição. Numa tentativa de melhorar a educação no país, o governo federal encaminhou para a aprovação do Congresso o Plano Nacional de Educação para os próximos 10 anos. Esse plano pretende fixar o investimento na área em 7% do PIB, dois ponto percentuais acima do praticado atualmente.

O aumento é necessário. Sem educação não há mão de obra qualificada, sem qualificação de não há melhores salários. Ou seja, sem educação e qualificação continuaremos com sérios problemas de distribuição de renda no país. O problema vai além e é cíclico. Sem educação e qualificação estamos, ainda, fadados a inovar cada vez menos, movimento que reduz a competitividade nacional. Como conseqüência, os salários diminuem e cresce a má distribuição da renda. Voltamos, portanto, ao início da questão.

A pesquisa de inovação tecnológica (Pintec), realizada pelo IBGE e divulgada recentemente, mostrou que, das 106,8 empresas pesquisadas, 41,3 mil implementaram um produto e/ou processo novo entre 2006 e 2008. O percentual de empresas que investem vem caindo ao longo das quatro edições: de 1988 a 2000, 10,29% ; de 2001 a 2003, 5,8%; de 2003 a 2005, 5,5% e de 2005 a 2008, 4,2%.

Em relação à quantidade de patentes registradas no país, os números são positivos, mas não suficientes. De acordo com o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), o número de patentes brasileiras cresceu 75% entre 2005 e 2009, saltando de 9,643 mil para 16,878 mil, contra as 300 mil patentes requeridas pela China no mesmo período. Porém, os asiáticos não estão satisfeitos. Até 2015, a China tem como objetivo requerer 1 milhão de patentes ao ano.

Se a indústria brasileira já sofre com a ameaça dos produtos chineses, imagine como será no futuro. Imaginou? Ótimo. Agora, aja. Faça, hoje, o necessário para evitar os males de amanhã. É necessário investir, hoje, em qualificação de mão de obra, principalmente no que diz respeito à gestão da inovação. O brasileiro é um povo criativo, tem garra. Falta, porém, conhecimento para transformar as ideias em projetos que tragam resultados concretos. Educação e inovação para todos, dos estudantes aos professores, dos empresários aos políticos.”

Eis, portanto, nossa ENCRUZILHADA histórica: de um lado, COMBATER IMPLACAVELMENTE os RALOS do DINHEIRO PÚBLICO – a CORRUPÇÃO, a INFLAÇÃO, o DESPERDÍCIO, a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, que SANGRAM nossa ECONOMIA e MINAM nossa CAPACIDADE de INVESTIMENTO e POUPANÇA; do outro, a IMPERIOSA e INADIÁVEL necessidade de PONTIFICAR a EDUCAÇÃO e sua filhas PREDILETAS – a CIÊNCIA, a TECNOLOGIA, a PESQUISA, o DESENVOLVIMENTO, a INOVAÇÃO, a CRIATIVIDADE, a QUALIDADE, a PRODUTIVIDADE, a COMPETITIVIDADE – com PRIORIDADE ABSOLUTA, do GOVERNO e da SOCIEDADE...

E, então, nos DEFRONTAMOS com GIGANTESCOS DESAFIOS que, no entanto, longe de nos ABATER o ÂNIMO e o ENTUSIASMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – RIO + 20 – em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INOVAÇÃO, da CRIATIVIDADE, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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