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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A CIDADANIA, A POLÍTICA EM PÚBLICO E A CONSCIÊNCIA NEGRA

“Política vivida em público
        
         As recentes manifestações que tomaram as ruas de diversos países ajudaram a enterrar a velha hipótese de uma dissociação constitutiva entre “engajamento on-line” e “mobilização efetiva”. Não é possível (como nunca foi) operar uma dicotomia entre um suposto ativismo de sofá e a concreta manifestação de grupos de interesse em ações tidas como reais. A internet, em sua diversidade de plataformas e modos de interação, perpassa a vida pública contemporânea, configurando-se não como mero instrumento de mobilização, mas como um dispositivo que atravessa a própria construção dos sujeitos, de suas ações e da sociedade em que se inserem.
         Não há, pois, como distinguir claramente o que é específico da internet ou mesmo linhas unidirecionais de difusão – como se os protestos “saíssem” da internet para ganhar as ruas. Nem mesmo de uma circularidade entre rua e internet poderíamos falar, já que tal ideia partiria da premissa de que há duas entidades claramente distinguíveis: a rua e a internet. O que parece claro é que não há como separar rua e internet, o que ajuda a contestar a ideia de que o dito mundo on-line é palco de um ativismo cômodo, descompromissado e inócuo, diferentemente da voz do povo nas ruas
         Dito isso, podemos dar mais um passo e pensar algumas consequências das recentes manifestações brasileiras. Há quem defenda que elas acabaram por dissolver sem deixar muitas consequências . Um olhar ao processo revela, todavia, que ele tem sido bastante revelador e transformador. Não estamos, aqui, restringindo as consequências das manifestações às conquistas no plano da política institucional, embora algumas mudanças formais tenham, de fato, ocorrido. Essa redução do sentido das manifestações a conquistas institucionais implicaria desconhecer a própria natureza das manifestações. Mesmo porque seria extremamente difícil avaliar as conquistas em comparação com as demandas, tendo em vista a frequente manifestação pública de reivindicações contraditórias.
         Assim, gostaríamos de chamar a atenção para três transformações que emergem no bojo das manifestações e que dizem: (1) das formas de algumas lutas contemporâneas; (2) dos conflitos e dilemas experimentados no Brasil atual; (3) do tipo de participação almejada.
(1)As manifestações contemporâneas chamam a atenção por suas características organizacionais, que abrem novas possibilidades para as lutas sociais. Não defendemos, com isso, que elas sejam inteiramente inovadoras em suas estruturas e formas. Mas há de se reconhecer que o conjunto da obra tem certas especificidades. Um ponto que chama a atenção na organização destes protestos é a existência de diferentes níveis organizacionais no interior de uma manifestação. Se há pessoas mobilizadas efemeramente por meio de redes sociais e encontros casuais, existem conjuntos mais organizados de ativistas em torno de grupos, coletivos, movimentos ou associações. Se isso pode parecer óbvio, a compreensão das relações dinâmicas entre esses dois níveis organizacionais não é nada banal. Há pontos de convergência e de tensão entre esses níveis, sendo que os desdobramentos das lutas dependem dessas relações. Por um lado, é interessante observar, por exemplo, como a presença pública de um grande volume de pessoas permite ações que não seriam possíveis de outra forma. Afinal, os ditos “coxinhas” podem prestar um serviço aos ativistas de longa data. Por outro lado, é este mesmo volume que pode levar a uma dispersão das reivindicações. Um segundo ponto sobre a natureza organizacional das manifestações está relacionado a um processo de personalização da participação, que foi bem analisado por Lance Benett e Alexandra Segerberg.
(2)Para além da dinâmica organizacional de alguns conflitos contemporâneos, as manifestações são reveladoras de conflitos e dilemas experimentados pelo Brasil. Em primeiro lugar, a pulverização das demandas gera uma competição simbólica sobre a efetiva natureza dos protestos. Nessa competição, vieram à tona discursos tradicionalmente invisíveis, que demonstraram sua força e capilaridade. É o que se nota, por exemplo, nos cartazes que propõem o retorno dos militares ao poder. Em segundo lugar, e no sentido de tornar discursos existentes visíveis, observa-se que as manifestações fizeram aflorar as tensões existentes em um país que se diz consensual. No Brasil para inglês ver, não havia conflitos religiosos, nem entre direita e esquerda, assim como o Brasil de outrora já foi visto como uma democracia racial. Ao questionar o mito de um país consensual e capaz de acomodar diferenças, as manifestações contribuíram para a exposição de dilemas muito significativos com os quais se faz necessário lidar.
(3)Uma terceira mudança apreensível a partir das manifestações diz respeito ao tipo de democracia almejada por parcelas significativas da população. Pode-se, facilmente, argumentar os perigos de um sistema político sem partidos para afirmar que os protestos contemporâneos não apresentam uma alternativa concreta à forma como as democracias liberais estão institucionalizadas. No entanto, é possível ler a crítica aos partidos como uma defesa por formas de organização política que aproximem os eleitores e representantes e que gerem novas formas de expressão e consideração das opiniões dos cidadãos. Essa defesa implica transformações nas organizações partidárias, nos processos eleitorais e, também, nas próprias instituições participativas existentes. Os protestos parecem apontar para a insuficiência de certas instituições participativas existentes, demandando formas de debate mais inclusivas, abertas, articuladas e empoderadas. A institucionalização informal desse anseio nas assembleias populares é forte indício desse desejo. A geração de diversos debates públicos historicamente silenciados (que vão do acesso à cidade até a reforma política, passando por questões de direitos humanos) também acena para o desejo de uma política construída e vivida em público.”

(RICARDO FABRINO MENDONÇA, que é professor adjunto do Departamento de Ciência Política da UFMG, e MÁRCIA MARIA CRUZ,  jornalista, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de novembro de 2013, caderno PENSAR, página 2)

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de novembro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Aquário negro (Agir), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Inconsciência branca
        
         Por ser data de comemoração de Zumbi dos Palmares (1655 – 1695), último líder heroico do mais importante brasileiro, 20 de novembro é dedicada à consciência negra. É também “Dia da Inconsciência Branca”. Foram as armas que deram aos colonizadores europeus o poder opressor sobre as nações da África negra. Em nome de Deus e de um projeto civilizatório, invadiram o continente africano e submeteram o seu povo ao jugo da escravidão.
         Obrigado a aceitar o batismo cristão, a marca do sacramento era gravada nas peles negras a ferro e fogo. O propósito: livrá-los, após esta vida, das chamas eternas do inferno, por culpa de suas crenças animistas e rituais eróticos. Destinava-os, porém, nesta terra, ao suplício do trabalho árduo, das sevícias, das chibatas, das torturas e da morte atroz. De tal arrogância se nutria a inconsciência branca que, ao qualificar de raça e mera diferença de coloração epidérmica, elevou-a à categoria de pretensa ciência. Buscou-se na Bíblia a caricatura de um deus maldito que, após o dilúvio universal, teria criado a descendência negra da Cam (Cão), um dos filhos de Noé.
         No Brasil, o preconceito à negritude deita raízes na mais longa história de escravidão das três Américas: 350 anos! Ainda que, hoje, nossas leis condenem a discriminação, sabem os negros que, aqui, eles são duplamente discriminados: por serem negros e pobres. Ao escravo liberto se negou o acesso à terra, que ele tão bem sabia cultivar. Impediu-se ainda o acesso à carreira eclesiástica, aos quartéis (exceto como soldado e bucha de canhão na guerra do Brasil contra o Paraguai), às escolas particulares.
         Na década de 1950, no Colégio Dom Silvério, em Belo Horizonte, ouvi irmão Caetano Maria, procedente de Angola, apregoar na sala de aula que negros eram inaptos à matemática e às ciências abstratas, vocacionados à música e aos trabalhos manuais. A inconsciência branca viceja, ainda hoje, na promoção turística da mulata carnavalesca, ela sim liberada, por leis e censores, a exibir em público seu corpo nu. É a inconsciência branca que protesta contra o direito de cotas para negros nas universidades; encara como suspeita o negro encontrado em espaços predominantemente ocupados por brancos; induz a polícia a expor garras ferozes ao revistar jovens negros.
         O profetismo heroico de Zumbi, Mandela, Luther King e tantos outros ainda não logrou descontaminar nossa cultura do ranço do preconceito e da discriminação. Quantos executivos negros ocupam cargos de direção em nossas empresas? Apenas 5,3%. Quantos garçons e chefs de cozinha? Quantos apresentadores de televisão e animadores de auditório?
         A violência com que médicos brasileiros, todos brancos, submeteram, em Fortaleza “ao corredor polonês da xenofobia” – o médico cubano Juan Delgado, um negro, a quem a presidente Dilma pediu desculpas em nome do povo brasileiro, bem comprova a inconsciência branca. Essa inconsciência também adota o preconceito às avessas. Festejou-se a eleição de Obama, o primeiro negro na Casa Branca, como uma pá de piche (cal é branca) na política terrorista do presidente Bush. Esqueceu-se que Obama, antes de ser negro, é estadunidense, convencido do direito (divino?) de supremacia dos EUA sobre as demais nações do mundo. Por que haveria ele de pedir desculpas por espionar a presidente Dilma se não está disposto a abdicar dessa violação? Obama é tão guerreiro e cínico quanto Bush.
         Com frequência vemos o preconceito às avessas expressar-se na negação da negritude, como se ela fosse um estigma, por meio de eufemismos como afrodescendente. Sou branco, embora traga nas veias sangue indígena e negro, e nunca me chamaram de iberodescendente ou eurodescendente.
         A data de 20 de novembro deveria ser comemorada nas escolas com lições históricas sobre o preconceito e discriminação, e depoimentos de negros. De nossa população carcerária, hoje beirando 500 mil detentos, 74% são negros. Nos EUA, de cada 11 presos, apenas 1 e branco. Só a consciência negra é capaz de combater a inconsciência branca e despertá-la, tornando hediondos todos os crimes de preconceito e discriminação.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, política, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção de nosso País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação;cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos se que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

         

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A CIDADANIA, O MODELO PADRÃO DO UNIVERSO E OS INSUSTENTÁVEIS AGROTÓXICOS


“Falta explicar 95% do universo

À frente das equipes de pesquisadores do LHC, o maior acelerador de partículas do mundo, a física italiana Fabiola Gianotti liderou a mais cara experiência da história da ciência. Durou quatro anos, custou 10 bilhões de dólares e culminou com a detecção, no ano passado, de uma tênue partícula subatômica prevista pela teoria, mas que nunca antes dera sinais de sua existência real. Fabiola e sua equipe encontraram provas inequívocas dessa partícula, a única das peças do quebra-cabeça de 61 elementos que baseiam as teorias fundamentais da física que faltava ser observada em laboratório. Sem essa descoberta fundamental, todo o edifício teórico que explica a natureza mais íntima do universo ruiria, jogando no lixo um século de penosas conquistas. Esse tijolo cósmico tão essencial é um bóson de Higgs, batizado assim em homenagem ao físico teórico que previu sua existência. Na entrevista que concedeu a VEJA em seu escritório na Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), sede do LHC, na fronteira da Suíça com a França, Fabiola, de 51 anos, desde já candidatíssima ao Nobel, diz que tudo o que o foi descoberto elucida 5% da composição do universo e que novas investidas teóricas e práticas serão necessárias para responder à mais simples e incômoda das perguntas: afinal, por que o universo existe?

A partícula exótica no LHC no ano passado foi anunciada com “um” bóson de Higgs, mas talvez não “o” bóson de Higgs. Por que razão o artigo indefinido foi tão enfatizado? Mudo tudo para a história da ciência e para o modo como entendemos as regras da natureza. Se for “o” Higgs, garantimos que o elemento que descobrimos é exatamente o que era previsto nas teorias da física. Esse bóson, que em suma criou o campo que dá massa a tudo o que existe, era a peça que faltava para explicar o que conhecemos como Modelo Padrão, a representação teórica mas bem-acabada para as complexas interações de energia e matéria que deram origem ao universo. Mas, se for “um” bóson de Higgs, é sinal de que a partícula encontrada terá um impacto ainda mais revolucionário. O Modelo Padrão é consistente e há décadas tem guiado a produção científica. Sua comprovação prática seria um feito extraordinário, mesmo que ele explique apenas 5% do cosmo, a parte composta pela matéria que conseguimos detectar por ter se organizado na forma de estrelas, planetas e seres vivos na Terra. Mas restam outros 95%, feitos principalmente de matéria e energia escuras, sobre os quais pouco sabemos. Hoje, existe o consenso de que essa porção escura do universo esconde a explicação final sobre as leis fundamentais da natureza. Sua existência depende de partículas ainda mais exóticas do que o Higgs.

Que teoria ampara essa constatação? Uma das melhores explicações para a existência desses 95% é uma teoria incrivelmente bem-acabada, a supersimetria. Ela propõe que para cada partícula ordinária que se conhece do universo há uma réplica, quase idêntica. A supersimetria trabalha com a hipótese da existência de uma partícula, o neutralino, que pode explicar a criação de toda a matéria escura. Pela supersimetria, haveria não um, mas cinco tipos de bóson de Higgs. Se a partícula que achamos for mesmo um desses cinco, seremos impulsionados rumo à investigação de uma realidade muito mais ampla.

Que novas perguntas terão de ser feitas para entendermos a matéria escura e as partículas supersimétricas? O desafio é amplificar nossa visão sobre as regras escolhidas pela natureza para criar a realidade. É o que fazemos no LHC. Nosso trabalho foi interrompido para uma reforma que durará dois anos e vai melhorar ainda mais os quatro detectores gigantes de partículas que administramos. O resultado dessa obra é que dobraremos a energia que conseguimos  produzir nas colisões de partículas que fazemos nos núcleos do experimento. Também dobraremos o número e a frequência dessas colisões. Isso permitirá encontrar elementos ainda mais exóticos que o Higgs. São justamente essas as partículas elementares responsáveis pela existência da matéria visível e da matéria e energia invisíveis. Elas tiveram um papel nos instantes iniciais do Big Bang, a súbita explosão que deu origem ao nosso universo. Tenho convicção de que essas partículas misteriosas vão ser encontradas por nós, e isso pode explicar os buracos negros, a formação de planetas, a aceleração da taxa de expansão do universo e outros grandes mistérios. Indo além, são essas partículas que nos permitirão não apenas fazer as perguntas certas, mas dar as respostas às indagações mais fundamentais da aventura intelectual humana. Elas são a chave para respondermos finalmente como surgiu o universo e, seu corolário, de onde viemos.

Por ter liderado equipes que somaram mais de 3 000 físicos e engenheiros empenhados na descoberta do Higgs, dá-se como certo que a senhora vai ganhar o Prêmio Nobel de Física. Analisando friamente, isso é inevitável, não? Sinto-me honrada por ter me tornado a face desta que é uma das descobertas mais importantes dos últimos 100 anos. Mas acho errado que uma só pessoa, ou duas, ou três levem o Nobel por isso. Não acharia certo que o prêmio viesse apenas para a minha mão. Se o comitê do Nobel achar apropriado consagrar nossa pesquisa, peço publicamente que os agraciados sejam os times de milhares de cientistas que formularam a teoria, como Peter Higgs, e que a testaram na prática, como as equipes que guiei. O prêmio deveria ir para o Cern e para a comunidade em torno dele. Para isso ocorrer, teriam de ser mudadas as atuais regras do Nobel. Mas está na hora das transformações. Hoje, as experiências científicas mais relevantes não são feitas apenas por um ou por alguns indivíduos. Os responsáveis são grupos imensos de intelectuais ultraqualificados, cada um com uma função específica e vital na condução do experimento. Muitos atuaram remotamente, via internet, de diversas partes do mundo. A maneira de fazer ciência mudou muito, e a organização do Nobel deveria refletir sobre isso.

Alinhar 3 000 mentes brilhantes em torno de uma meta única é, em si, um feito inédito, não? Foi um prazer enorme e nos enriqueceu como seres humanos. Mas, mais do que isso, a união de um grupo de milhares de pessoas de 38 países, com cultura, religião e vida completamente diversas, tem tido um impacto tremendo na sociedade. Nesse time estão representantes de povos cujos governos usualmente não se dão bem. Estudantes palestinos e israelenses organizaram juntos uma festa simbólica dentro do Cern para demonstrar o espírito de cooperação universal. O que temos provado é que podemos nos juntar quando existe um objetivo civilizatório comum em benefício de toda a humanidade.

Por que são necessárias tantas pessoas, de tantas nacionalidades, em um experimento como o LHC? O LHC é o maior laboratório já construído. Desenvolvemos instrumentos de dezenas de metros de altura, soterrados em cavernas de 100 metros de profundidade. Construímos o que consideramos ser o maior microscópio já feito. Esse equipamento todo foi fabricado para observar relações subatômicas impossíveis de ser vistas de qualquer outra maneira. Só que, para atingirmos tal nível de avanço científico e tecnológico, precisamos de muito dinheiro e de muitas mentes. Só conseguimos isso captando capital financeiro e humano pelo mundo. Reunimos o melhor do melhor de cada nação.

O Cern nasceu como uma organização européia, mas hoje tem o apoio de países como Estados Unidos, China e o Brasil. O que mudou? Nos anos 50, quando o Cern foi criado, o nacionalismo imperava. Estávamos em plena Guerra Fria e na era pós-II Guerra Mundial e entendíamos que nossas pesquisas deveriam ser feitas apenas por europeus. Assim como os russos faziam as deles e os americanos tinham as próprias ambições. Agora, o mundo se tornou globalizado pela primeira vez na história. Não faz mais sentido concentrar conhecimento, e por isso abrimos nossas portas. Há, inclusive, negociações prolongadas para que o Brasil se torne membro mais efetivo. Todos têm benefícios incríveis com isso. A Europa ganha mão de obra e apoio tecnológico. As nações que aderem à nossa empreitada qualificam profissionais e têm acesso às tecnologias que criamos. Em uma consequência ampla, fortificamos laços diplomáticos.

Como essas revoluções científicas em curso afetam o cotidiano das pessoas? Há três aspectos a ser considerados. A descoberta do Higgs já transformou nossa vida de diversas maneiras. Não falo de cientistas, mas de qualquer um no mundo. O Higgs é resultado de mais de 25 anos de pesquisas que exigiram o desenvolvimento de instrumentos de altíssima tecnologia. Essa soluções tecnológicas, que à primeira vista não pareciam úteis, transformaram nosso modo de vida. O exemplo mais famoso que temos é a internet. O protocolo “www”, que ancora qualquer site da web, surgiu em 1989 da mente de Tim Berners-Lee, um dos cientistas do Cern. Inicialmente, a internet era apenas uma maneira de nós, cientistas, nos comunicarmos e transmitirmos dados entre computadores. Passadas duas décadas, o “www” mudou a maneira como nos expressamos, trabalhamos, estudamos. Em resumo, a maneira como vivemos.

Que outros efeitos positivos a senhora pode apontar? São inúmeros. A tecnologia que criamos revolucionou a indústria de energia, a de novos materiais supercondutores que transmitem eletricidade com eficiência ímpar, a da computação e a indústria médica. Há 30 000 aceleradores de partículas no mundo com tecnologia desenvolvida por nossos físicos e engenheiros, e 17 000 desses equipamentos são usados para aplicações médicas. Eles estão na base das técnicas mais eficientes para diagnóstico e tratamento de quase todos os tipos de câncer.

Nem sempre as pessoas conseguem relacionar os resultados práticos com as pesquisas básicas. É assim mesmo? As pesquisas de fundamentos científicos são o combustível que acelera o progresso da humanidade. Quando uma das várias perguntas que fazemos na ciência é respondida, tudo muda para a civilização. O Higgs foi revelado no dia 4 de julho de 2012. Isso não quer dizer que no dia 5 a revolução a que deu início foi sentida por cada pessoa. É algo que demora décadas, mas que, quando compreendemos o que ocorreu, entendemos quanto foi fundamental para nós. A melhor maneira de entender esse pilar da humanidade é olhar para o passado. Quando o físico inglês Joseph John Thomson descobriu a existência de elétrons, partículas fundamentais para explicar os átomos, ao observá-los em laboratório, em 1897, nada mudou em seu mundo, em sua cidade ou em seu bairro no dia seguinte ao achado. Ele não tinha ideia de que isso seria depois a base para gerar energia pelo mundo, para a existência de televisores, para toda a maneira como vivemos. Em dez, vinte ou cinquenta anos, cientistas farão um raciocínio parecido tendo começo o bóson de Higgs e como ele nos transformou. Por fim, a terceira forma como as descobertas mudam nossa vida exige uma abordagem filosófica. Conhecer e compreender as regras da natureza é dever e direito do homem como ser pensante. O cérebro nos mostra instintiva e racionalmente que queremos mais conhecimento. Nesse enfoque, a ciência vira irmã da arte. Para financiar artistas, vamos pensar sobre qual é a finalidade prática de pinturas e músicas? De forma alguma. Apoiamos a arte e a ciência por serem as expressões máximas do ser humano.

A senhora foi eleita pela revista americana Time uma das pessoas mais importantes do mundo e tem recebido milhares de e-mails de jovens que pedem orientação sobre como se tornar cientistas. Sobre tempo para responder a todos? Respondo a todos os e-mails. Sei como é vital para um jovem com vocação científica ter uma referência, uma personalidade que lhe sirva de exemplo. Quando era jovem, eu me encantava com a vida e a carreira de gênios como Albert Einstein. Isso me motivou a seguir em frente. Fico honrada ao ver que muitos estudantes que entram em contato comigo têm nos físicos do Cern uma inspiração para seguir nessa aventura de desvendar a realidade, que nos ajuda a evoluir como seres humanos.”
(FABIOLA GIANOTTI, que é física, em entrevista a FILIPE VILICIC, de Genebra, e publicada na revista VEJA, edição 2316 – ano 46 – nº 15, de 10 de abril de 2013, páginas 17 a 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de abril de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de O amor fecunda o universo – ecologia e espiritualidade (Agir), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Insustentáveis agrotóxicos

O Brasil é o campeão do mundo no uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Cerca de 20% dos pesticidas  fabricados no mundo são despejados em nosso país. Um bilhão de litros ao ano: 5,2 litros por brasileiro! Ao recorde quantitativo soma-se o drama de autorizarmos o uso das substâncias mais perigosas, já proibidas na maior parte do mundo por causarem danos sociais, econômicos e ambientais.
Pesquisas científicas comprovam os impactos dessas substâncias na vida de trabalhadores rurais, consumidores e demais seres vivos, revelando como desencadeiam doenças como câncer, disfunções neurológicas e má-formação fetal, entre outras. Aumenta a incidência de câncer em crianças. Segundo a oncologista Sílvia Brandalise, diretora do Centro Infantil Boldrini, em Campinhas (SP), os pesticidas alteram o DNA e levam à carcinogênese.
O poder das transnacionais que produzem agrotóxicos (uma dúzia delas controla 90% do que é ofertado no mundo) permite que o setor garanta a autorização desses produtos danosos nos países menos desenvolvidos, mesmo já tendo sido proibidos em seus países de origem. As pesquisas  para a emissão de autorização analisam somente os efeitos de cada pesticida isoladamente. Não há estudos que verifiquem a combinação desses venenos, que se misturam no ambiente e em nossos organismos ao longo dos anos
É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos, baseada no uso de agrotóxicos, é mais barata. Ao contrário, os custos sociais e ambientais são incalculáveis. Somente em tratamento de saúde há estimativas de que para cada real gasto com a aquisição de pesticidas, o poder público desembolsa R$ 1,28 para os cuidados médicos necessários. Essa conta todos nós pagamos sem perceber.
O modelo monocultor, baseado em grandes propriedades e utilização de agroquímicos, não resolveu e nem irá resolver a questão da fome mundial (872 milhões de subnutridos, segundo a FAO). Esse sistema se perpetua com a expansão das fronteiras de cultivo, já que ignora a importância da biodiversidade para o equilíbrio do solo e do clima, fazendo com que as áreas utilizadas se degradem ao longo do tempo. Ele cresce enquanto há novas áreas a serem incorporadas, aumentando a destruição ambiental e o êxodo rural.
Em um planeta finito, assolado por desequilíbrios crescentes, a terra fértil e saudável é cada vez mais preciosa para garantir a sobrevivência dos bilhões de seres humanos. Infelizmente não há meio-termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de pesticidas. Isso não é viável em um país tropical, como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.
Há que buscar  solução na transição agroecológica, ou seja, na gradua e crescente mudança do sistema atual para um modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, e redistribuindo a terra em propriedades menores. Isso facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o combate natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.
Existem muitas experiências bem-sucedidas em nosso país e em todo o mundo que comprovam a viabilidade desse novo modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.
Para fomentar esse debate e exigir medidas concretas por parte do poder público foi criada, em abril de 2011, a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. Dela participam cerca de 50 organizações, como a Via Campesina, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo (Fetquim). A campanha visa a conquista da verdadeira soberania alimentar, para que o Brasil deixe de ser um mero exportador de commodities (com geração de grandes lucros para uma minoria, e imensos danos à população) para se tornar um território em que a produção de alimentos se faça com dignidade social e de forma saudável.
A outra opção é seguir nos iludindo com os falsos custos dos alimentos, envenenando nossa terra, reduzindo a biodiversidade, promovendo a concentração de renda, a socialização dos prejuízos e a criação de hospitais especializados no tratamento de câncer, como ocorre em Unaí (MG), onde se multiplicam os casos dessa gravíssima doença, devido ao cultivo tóxico de feijão.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a confiança em nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais, nos afastando num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude em julho; a Copa do Mundo de 2014; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias,  da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...    iggHiggs

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A CIDADANIA, AS CRISES E A SUSTENTABILIDADE

“Desafios da sustentabilidade

Segundo o relatório das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a humanidade consome mais de 30% além da capacidade de reprodução da biosfera. Déficit que vem aumentando em 2,5% ao ano. Isso nos permite comparar a situação com a de uma família que gasta mais do que seu orçamento. É preciso ficar atento, porque as atividades econômicas podem estar nos levando para um caminho da insustentabilidade. No início do século 20, já se vislumbrava uma preocupação com o meio ambiente, porém, muito ligada a motivos particulares. Somente nos anos 70, tal conscientização assumiu um caráter coletivo. Nessa época surgiu a busca pela proteção de grandes componentes da natureza e o indivíduo voltou sua atenção para a água, para o ar e para a vida selvagem. Também nessa década foram iniciados os primeiros acordos e convenções sobre o meio ambiente. Atualmente, o tema é destaque no mundo inteiro e grandes empresas se preocupam e são cobradas pela sociedade para ter uma vida mais ecologicamente correta. Algumas exigem até que suas parceiras também façam o mesmo.

Uma pequena empresa pode poluir pouco, mas um agrupamento de pequenas empresas pode poluir tanto quanto uma grande. O fato é que, apesar da discussão e da mobilização pelas práticas sustentáveis, ainda existem muitos desafios a serem vencidos para conseguirmos aliar competitividade de mercado e sustentabilidade. O termo sustentabilidade quer dizer utilizar da natureza sem abuso. É usufruir sem gerar escassez, levando em consideração o futuro e as próximas gerações. Grandes empresas estão criando departamentos que estudam e avaliam quais práticas podem diminuir o efeito da atividade industrial no meio ambiente. Além disso, algumas tentam aliar responsabilidade social e ambiental, criando cooperativas de reciclagem para complementar a renda da comunidade em torno das fábricas. Outras corporações estão aproveitando esse cenário para desenvolver uma imagem positiva perante seu público. Esse comportamento é justificável pela confiança e pela preferência que os consumidores depositam nas empresas ecologicamente corretas. Como resultado, a estratégia é lucrativa não apenas para as organizações, mas também para a sociedade em sua totalidade.

Uma pesquisa realizada pela Nielsen aponta que 46% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais caro por produtos e serviços que venham de empresas com programas sustentáveis. Outros 71% dizem preferir trabalhar em empresas com práticas sustentáveis. Diante de um planeta que está sentindo na pele os efeitos do aquecimento global, uma instituição que leve em consideração as questões sociais e ambientais se destacará das demais. De fato, de uma forma ainda embrionária, isso já está começando a se tornar realidade. Em alguns mercados não se compram produtos fabricados de forma ambientalmente incorreta ou por empresas irresponsáveis socialmente. Se esse fator for realmente considerado como de diferenciação competitiva pela maioria da sociedade mundial, teremos então os “custos” da sustentabilidade incorporados a todos os produtos e serviços. Não seria essa alternativa uma esperança para um mundo melhor?”.
(SUSANA FEICHAS, Coordenadora executiva do MBA em Gestão do Ambiente e Sustentabilidade da FGV/IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de maio de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de Conversa sobre a fé e a ciência (Agir), entre outros livros, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A terceira crise

A atual crise econômica do capitalismo manifestou seus primeiros sinais nos EUA em 2007 e já faz despontar no Brasil sinais de incertezas. O sistema é um gato de sete fôlegos. No século passado, enfrentou duas grandes crises. A primeira, no início do século 20, nos primórdios do imperialismo, ao passar do laissez-faire (liberalismo econômico) à concentração do capital por parte dos monopólios. A guerra econômica por conquistas de mercado ensejou a bélica: a Primeira Guerra Mundial. Resultou numa “saída” à esquerda: a Revolução Russa de 1917.

Em 1929, nova crise, a Grande Depressão. Da noite para o dia, milhares de pessoas perderam seus empregos, a Bolsa de Nova York quebrou, a recessão se estendeu por longo período, com reflexos em todo o mundo. Dessa vez a “saída” veio pela direita: o nazismo. E, e conseqüência, a Segunda Guerra Mundial. E agora, José?

A terceira crise difere das anteriores. E surpreende em alguns aspectos: os países que antes compunham a periferia do sistema (Brasil, China, Índia, Indonésia), por enquanto estão melhor que os metropolitanos. Neste ano, o crescimento dos países latino-americanos deve superar o dos EUA e da Europa. Deste lado do mundo são melhores as condições para o crescimento das economias: salários em elevação, desemprego em queda, crédito farto e redução das taxas de juros.

Nos países ricos se acentuam o déficit fiscal, o desemprego (24,3 milhões de desempregados na União Europeia), o endividamento dos Estados. E na Europa, parece que a história – para quem já viu esse filme na América Latina – está sendo rebobinada: o FMI passa a administrar as finanças dos países, intervém na Grécia e na Itália e, em breve, em Portugal, e a Alemanha consegue, como credora, o que Hitler tentou pelas armas – impor aos países da Zona do Euro as regras do jogo.

Até agora não há para essa terceira crise. Todas as medidas tomadas pelos EUA são paliativas e a Europa não vê luz no fim do túnel. E tudo pode se agravar com a já anunciada desaceleração do crescimento da China e a consequente redução de suas importações. Para a economia brasileira será drástico.

O comércio mundial já despencou 20%. Há progressiva desindustrialização da economia, que já afeta o Brasil. O que sustenta, por enquanto, o lucro das empresas é que elas operam, hoje, tanto na produção quanto na especulação. E, via bancos, promovem a financeirização do consumo. Haja crédito! Até que a bolha estoure e a inadimplência se propague como peste.

A “saída” dessa terceira crise será pela esquerda ou pela direita? Temo que a humanidade esteja sob dois graves riscos. O primeiro, já é óbvio: as mudanças climáticas. Produzidas inclusive pela perda do valor de uso dos alimentos, agora sujeitos ao valor de compra estabelecido pelo mercado financeiro. Há uma crescente reprimarização das economias dos chamados emergentes. Países como o Brasil, regridem no tempo e voltam a depender das exportações de commodities (produtos agrícolas, petróleo e minério de ferro, cujos preços são determinados pelas transnacionais e pelo mercado financeiro).

transnacionais, que controlam das sementes transgênicas aos venenos agrícolas, o latifúndio brasileiro passa a ser o elo mais fraco. O segundo risco é a guerra nuclear. As duas crises anteriores tiveram nas grandes guerras suas válvulas de escape. Diante do desemprego massivo, nada como a indústria bélica para empregar trabalhadores desocupados. Hoje, milhares de artefatos nucleares estão estocados mundo afora. E há inclusive minibombas nucleares, com precisão para destruições localizadas, como em Hiroshima e Nagasaki.

É hora de rejeitar a antecipação do apocalipse e reagir. Buscar uma saída ao sistema capitalista, intrinsecamente perverso, a ponto de destinar trilhões para salvar o mercado financeiro e dar as costas aos bilhões de seres humanos que padecem entre a pobreza e a miséria. Resta, pois, organizar a esperança e criar, a partir de ampla mobilização, alternativas viáveis que conduzam a humanidade, como se reza na celebração eucarística, “a repartir os bens da Terra e os frutos do trabalho humano”.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, GRAVES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-graduação), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que SOLAPA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, que além de perpetuar as DESIGUALDADES sociais e regionais, nos afastam cada vez do seleto grupo dos DESENVOLVIDOS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...







sexta-feira, 8 de julho de 2011

A CIDADANIA, A ÉTICA, A EFICIÊNCIA E A SUSTENTABILIDADE

“Voracidade consumista
Para o filósofo Edgar Morin, a ciência, ao buscar autonomia fora da tutela da religião e da filosofia, extrapolou os próprios limites éticos, como a produção de armas para destruição em massa. Os cientistas não dispõem de recursos para controlara a própria obra. Há um divórcio entre a cultura científica e a humanista. Exemplo paradigmático desse divórcio é a atual crise econômica. Quem é o culpado? O mercado? Concordar que sim é o mesmo que atribuir ao computador a responsabilidade por um romance de péssima qualidade literária.

Um dos sintomas nefastos dos tempos em que vivemos é a tentativa de reduzir a ética à esfera privada. Fora dela, tudo é permitido, em especial quando se trata de reforçar o poder e aumentar a riqueza. Obama admitiu torturar os prisioneiros que deram a pista de Bin Laden, e não houve protestos com suficiente veemência para fazê-lo corar de vergonha.

Não há mais propostas libertárias que fomentem utopias e semeiem otimismo. Ao olhar pela janela, o que se vê reforça o pessimismo: o aquecimento global, a ciranda especulativa, a ausência de ética no jogo político, a lei do mais forte nas relações internacionais, a insustentabilidade do planeta.

Se não há futuro a se construir, vale a regra do prisioneiro confinado à sua cela: aproveitar ao máximo o aqui e agora. Já não interessam os princípios, importam os resultados.O sexo se dissocia do amor como os negócios da atividade produtiva.

A cultura do consumismo desencadeia duas reações contraditórias: a pulsão pela aquisição do novo e a frustração de não ter tido tempo suficiente para usufruir do “velho” adquirido ontem... A competitividade rege as relações entre as pessoas e instituições. Nada preenche o coração. E o que poderia fazê-lo já não faz parte de nosso universo teleológico: o sentido da vida como fenômeno, não apenas biológico, mas sobretudo biográfico, histórico.

Agora a voracidade consumista proclama a fé que identifica o infinito nos bens finitos. O princípio do limite é encarado como anacrônico. Azar nosso, porque todo sistema tem seu limite. Mas, em se tratando de finanças, não se acreditava nisso. A riqueza dos donos do mundo parecia brotar de um poço sem fundo.

Duas dimensões da modernidade foram perdidas nesse processo: a dignidade do cidadão e o contrato social. Marx sabia que a burguesia, nos seus primórdios, era uma classe revolucionária. O que ignorava é que ela de tal modo revolucionaria o mundo, a ponto de exterminar a própria cultura burguesa. Os valores da modernidade evaporaram por força do mercantilização de tudo: sentimentos, ideias, produtos e sonhos.

Para o neoliberalismo, a sociedade não existe, existem os indivíduos. E eles, cada vez mais, trocam a liberdade pela segurança. O que abastece este exemplo singular de mercantilização pós-moderna: a acirrada disputa pelo controle do mercado das almas. Agora, no bazar das crendices, a religião não promete o céu, e sim a prosperidade; não promete salvação, e sim segurança; não promete o amor de Deus, e sim o fim da dor; não suscita compromisso, e sim consolo.

Assim, o amor e o idealismo ficam relegados ao reino das palavras inócuas. Lucro e proveito pessoal são o que importa.”
(FREI BETTO, é escritor, autor de Cartas da prisão (Agir), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 07 de julho de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de OLAVO MACHADO, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg), que igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“Brasil eficiente

A indústria brasileira tem repetido exaustivamente, quase como um mantra, que o grande desafio que o país tem diante de si neste momento é a conquista da competitividade, pré-requisito fundamental em uma economia globalizada e de concorrência cada vez mais intensa. A crise de 2008, ainda não totalmente superada, como nos mostra o exemplo da Grécia e de outros países da comunidade do euro, só potencializa esse cenário. É nesse contexto que está nascendo o Movimento Brasil Eficiente (MBE), que, com muito entusiasmo, lançamos na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), há menos de uma semana. De abrangência nacional, o movimento é uma iniciativa do setor produtivo brasileiro, com o objetivo de estimular e cobrar eficiência da gestão pública, a simplificação do sistema tributário e a racionalização da carga de impostos a que estão submetidas as empresas e a sociedade brasileira em geral.

Embora recente, o movimento já mobiliza mais de 100 entidades representativas da indústria, comércio, serviços e está aberto à ampla participação da sociedade em torno de uma proposta de reformulação fiscal que assegure ao país um crescimento econômico consistente. É, portanto, uma iniciativa oportuna e estratégica, ao abordar de forma efetiva questões cruciais para a definição do país que queremos construir – forte em sua economia e socialmente justo na distribuição dos frutos do crescimento econômico. A grande meta é fazer do Brasil um país eficiente e competitivo, que assuma integralmente espaço que lhe cabe no contexto da economia mundial. Eficiência e competitividade são, de fato, palavras-chave para viabilizar o desenvolvimento que almejamos: somente alcançando padrões de eficiência em nível de excelência o Brasil conquistará o grau de competitividade que lhe permita – e permita ao setor produtivo – concorrer em condições isonômicas com outras nações desenvolvidas e mesmo as emergentes, como nós. É importante deixar claro que o MBE não é um movimento de empresários em busca de benefícios para suas empresas. Trata-se de uma iniciativa sem qualquer tipo de vínculo político-partidário, que cumpre missão de traçar para a sociedade um roteiro de ação capaz de induzir o crescimento do país a uma taxa média de 6% ao ano, durante 10 anos, dobrando a renda média per capita até 2020. Para isso, é necessário que a carga tributária, hoje em torno de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), seja reduzida para 30%.

Como se pode perceber os objetivos do MBE são também os objetivos do setor produtivo, da empresa nacional e da sociedade brasileira. Precisamos, sim, nos unirmos em torno de uma proposta de reformulação fiscal e tributária que garanta ao país um crescimento econômico sustentável e acelerado. Para isso, é necessária a sensibilização, a mobilização e o engajamento da população, da classe política e, principalmente, dos governantes eleitos, na missão de diminuir o peso da carga tributária sobre o setor produtivo – para simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária, melhorando a gestão dos recursos públicos.

Que não se tome o Movimento Brasil Eficiente como uma iniciativa promovida por empresários com o fim exclusivo de induzir a redução de impostos. Na verdade, ao propor a redução da carga tributária nacional, o MBE mira em alvos fundamentais para o Brasil e para a sociedade brasileira: a redução dos gastos públicos, o aumento da taxa de investimentos no país, uma profunda reflexão sobre a questão previdenciária e, fundamental, chamar a atenção para o sistema educacional brasileiro, de forma a assegurar avanços comparáveis aos registrados em outros países e que os tornam mais eficientes e competitivos.

É, em essência, um movimento democrático, aberto a todos aqueles que acreditam e possam dividir o sonho e contribuir para a construção de um Brasil eficiente. Para isso, o MBE trabalha para mobilizar o maior número possível de brasileiros, de forma a legitimá-lo, torná-lo respeitado como uma iniciativa de toda a sociedade brasileira. Aglutinar o maior número possível de brasileiros em torno da causa de um Brasil eficiente equivale à conquista do poder de influenciar nas decisões políticas nacionais. As entidades empresariais estão fazendo a sua parte, mas é fundamental a presença da sociedade por todos os seus segmentos representativos. Para participar, visite o site www.brasileficiente.org.br, no qual estão disponíveis as informações sobre o Movimento Brasil Eficiente. Juntos, vamos, com certeza, construir um Brasil melhor e competitivo.”

Eis, portanto, mais OPORTUNAS, RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que se PONTIFICAM e INDICAM o caminho INDESVIÁVEL do acesso ao mundo DESENVOLVIDO, exigindo, acima de TUDO, a ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES e, do lado das POLÍTICAS PÚBLICAS, o INTEGRAL comprometimento com a PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS: a EDUCAÇÃO, e é CLARO, de QUALIDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...