“Investimento
no capital humano
Melhorar a gestão dos
negócios significa aumentar a capacidade das empresas de solucionar problemas e
crescer, sabendo aproveitar o contexto do mercado e da economia. Uma má gestão
é o principal motivo hoje de mais da metade das empresas brasileiras fecharem
as portas após quatro anos de atividade, segundo dados do IBGE.
Atuo
como coach empresarial em Minas Gerais. O estado, que hoje tem a terceira maior
economia do país, está cada dia mais reconhecido pelo grande número de
empresários que estão conquistando um forte espaço entre as empresas do Brasil
e do mundo. Ainda de acordo com o IBGE, Minas foi o estado em que a indústria
mais cresceu no ano passado. Economicamente, a posição geográfica, a
infraestrutura e a variedade de atividades econômicas são motivos de atração
para investimentos no estado. A pesquisa Great Place to Work (GPTW), realizada
em mais de 50 países, avaliou as melhores empresas para se trabalhar no Brasil.
Em Minas Gerais, foram selecionadas, neste ano, 35 organizações que se
destacaram no desafio de transformar o seu espaço corporativo em um ótimo lugar
para trabalhar e por isso lideraram a pesquisa. Implementar políticas para
desenvolver seus funcionários, celebrar as conquistas, ter boas ferramentas de
comunicação, dar um bom feedback e investir no desenvolvimento das pessoas são
algumas medidas que fizeram com que essas empresas crescessem muito nos últimos
anos. E, convenhamos, são ações que estão ao alcance de todas as organizações,
independentemente do seu porte ou segmento. Os desafios para melhorar o
ambiente de trabalho e, como consequência, os resultados do negócio existem
para todos. Começa por saber contratar bons funcionários, que se adequem ao
perfil da empresa. Depois, saber como cultivá-los, estimulá-los a trabalhar
cada vez melhor, além de desenvolverem a habilidade de fidelizar clientes e
prospectar novos. Afinal, o maior capital de uma empresa é o capital humano.
Só em
Belo Horizonte, existem hoje cerca de 80 mil empresas legalizadas. O mercado
mineiro vem ganhando cada vez mais força, com aposta nas suas raízes
hospitaleiras, criando um bom ambiente de trabalho. É claro que melhor o dia a
dia no trabalho em empresas de qualquer porte tem efeitos muito positivos,
medidos na evolução dos resultados. Em Minas ou em qualquer outro estado ou
país.
Cada
vez que o índice de confiança de uma empresa avança um quarto, ele pode gerar
impacto positivo de 2% nos resultados da organização. Além disso, a pesquisa
mostrou que 46% dos funcionários ficam nas empresas em razão da oportunidade de
crescimento. Quando isso ocorre, o engajamento é bem maior do que o daqueles
que ficam pela questão financeira. E sabemos que reter talentos dentro das
corporações é hoje uma difícil tarefa que faz toda a diferença para a empresa.”
(EDUARDO
LISBOA. Business coaching da ActionCoach, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de
dezembro de 2015, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
27 de dezembro de 2015, caderno INTERNACIONAL,
página 11, de autoria de PAULO
DELGADO, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
força do cristianismo
Inteligência e juízo
não andam bem no mundo atual. Mas respeitar a fé dos outros revela bem todo o
segredo do intelecto.
Não
parece que o mundo esteja tendo muitos dias para, com plena liberdade, resolver
seus desentendimentos com Deus e com os outros. Mesmo para quem não for capaz
de dispensar as funções e as preocupações do dia a dia, esta época que vai do
Natal ao ano-novo é um período em que faz bem refletir sobre questões mais
amplas de compaixão e fé. Isso porque, qualquer que seja a compreensão que
temos da vida humana, é na relação com o sentimento dos outros que vão se
conformando e definindo nossos valores.
Muro
das Lamentações em Jerusalém, Mesquita Azul em Istambul, Notre Dame de Paris,
Templo Huazang no Monte Emei, Catedral Nacional de Washington, maometanos,
católicos, budistas e protestantes. São, acima de tudo, lugares para
reconciliação espiritual do ser humano, tenha ou não tenha fé. A paz entre as
diversas religiões deveria ser um dos princípios da vida normal. As diferentes
convicções não deveriam gerar perseguição e martírio, como ainda ocorre no
Oriente Médio. No norte da África e Oriente Médio 91,2% da população é
muçulmana. Na Arábia Saudita, celebrar o Natal é crime. Tornar santificado um
Estado e seu governo é contribuir para aumentar o conflito entre o direito, a
fé e a opinião.
Onde
há simplicidade, há melhor compreensão da verdade. Depois de longos dissabores
o cristianismo conseguiu se separar do Estado e se aproximar mais das ideias
originais. Disposto a libertar seu povo da opressão e ir além para salvar toda
a humanidade, Jesus se tornou um profeta forte por escolher o caminho de falar
ao coração. Misturando instituições romanas, filosofia grega e oriental e a energia
das tradições judaicas, buscou sua força na poesia das palavras, transmitida em
inigualáveis parábolas, onde afirmou que era pelo perdão de todas as ofensas,
em fraternidade e banquetes, que se constrói o caminho da procurada salvação.
Cerca
de um terço da humanidade professa a fé cristã. São 2,1 bilhões de pessoas,
espalhadas em todos os continentes. O maior número de cristãos encontra-se nos
EUA, onde 51% do país é protestante e 24% católico. O Brasil vem em segundo
lugar. Ambos têm pelo menos 80% da população, praticante ou não, na órbita do
cristianismo. Na China, que ainda tem a maior população do planeta e com
significativa maioria de não religiosos, apenas 5% da população é cristã, mas,
já é o 7º país com maior número de cristãos. A previsão é que o mundo terá em
2050 3,l bilhões de cristãos. Boa parte virá da Ásia. Já o islamismo, com 2,23
bilhões de fiéis em 2050, é a fé que cresce mais rapidamente. A essência do
caráter cristão, religião dominante do mundo, deve contribuir para que ninguém possa
ser obrigado a negar sua religião. Pode ser um bom caminho para a manutenção
dos valores universais do cristianismo, entranhados nas instituições globais.
É
certo que os comportamentos morais e os mistérios que impulsionam as pessoas
para a fé podem ser encontrados mesmo entre aqueles cujo humanismo não nasceu
de fundamentos sagrados. E é nesse momento que é possível pensar num valor
universal, que possa unir comportamentos religiosos e laicos, em torno de um
diálogo que assegure o progresso da vida e a paz de nosso espírito. Esse ponto
comum pode ser a ciência e suas certezas; as coisas práticas que não deixam
dúvidas; ou o senso de dever e de justiça que nos leva ao cumprimento das
mesmas leis. Pode ser também o sentido do sagrado que é a necessidade de
preservar a inocência de uma criança; a certeza de que a proteção da família e
da maternidade é um fator decisivo na sobrevivência dos bebês; a sensibilidade
para partilhar ideias sobre o senso de vergonha; a naturalidade para respeitar
a propriedade dos outros; a oposição irrestrita ao preconceito e ao fanatismo.
Querer
bem aos semelhantes pode também ser uma boa regra da política, quando esta
reconhece, pela criação da justiça tributária, que não devemos dar a César mais
do que é de César. A boa fé dos governantes e seu compromisso com justiça para
todos ajudam a diminuir o espaço do instinto natural e da violência. A
tolerância é um desígnio e uma necessidade humana cada vez maior. Seja aceita
por razões religiosas, seja formulada por princípios jurídicos. Um mundo
orientado para a paz garantindo a plenitude da vida de cada um.
Não é
a razão, a riqueza, a saúde, a beleza. O que de fato que mais nos eleva é a
bondade. A virtude do exemplo como freio ao avanço da ambição. Que 2016, amplie
da bondade, sua voz inconfundível.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca
de 378,76% para um período de doze meses; e mais, ainda em novembro, o IPCA
acumulado nos últimos doze meses chegou a 10,48%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”