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quarta-feira, 26 de março de 2014

A CIDADANIA, A EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE E A INSPIRAÇÃO DE FRANCISCO

“A universidade além das aulas
        
         Nossas universidades são quase sempre lembradas apenas pelas aulas, cursos e diplomas. Não deve ser assim. Elas também desenvolvem pesquisas, especialmente as públicas, que geram novos conhecimentos, novas tecnologias, renovam nossa cultura e contribuem para a solução de problemas que afetam a qualidade de vida de todos nós. As pesquisas científicas e tecnológicas resultam em produtos, processos e serviços inovadores. Criam uma nova economia, com novos e melhores empregos e mais renda para nossa gente. Evitam, ainda, a perda de divisas com importações, por exemplo, da China, e podem conferir competitividade à nossa indústria. Daí a importância absoluta das pesquisas desenvolvidas nas universidades, que devemos conhecer muito mais. Em Minas, elas são 11 federais e duas estaduais, e desenvolvem pesquisas básicas e aplicadas, que encantam os olhos e as mentes daqueles que delas tomam conhecimento. São pesquisas que melhoram os alimentos, os medicamentos, os diagnósticos das doenças, as edificações, as comunicações e quase tudo mais que nos cerca. Pouco sabemos dessas conquistas. E, por conhecer tão pouco o seu processo de geração e transferência para a sociedade, submetemos o desenvolvimento e o aproveitamento das pesquisas a um marco legal totalmente inadequado, que obriga, por exemplo, a compra de materiais e serviços, que não são rotineiros na pesquisa científica, à Lei 8.666, das licitações, emperrando o processo e tirando a competitividade internacional da ciência brasileira. A ignorância sobre o que fazem as universidades públicas, além das aulas, tem, assim, sérias consequências sobre o avanço industrial do país.
         Somente a UFMG responde por mais de 5% da produção científica brasileira, sendo líder em número de patentes e, mais importante ainda, em número de contratos de licenciamento de tecnologias, muitas já no mercado, impactando positivamente o cotidiano da população. Tais avanços se devem à excelência da sua pós-graduação, que na última avaliação da CAPES reconheceu 31 dos seus 63 cursos de doutorado com o conceito de excelência internacional. A expansão da oferta de cursos foi, assim, acompanhada da melhoria deles. Uma boa notícia que demonstra a força da universidade pública brasileira.
         A UFMG, hoje com cerca de 52 mil estudantes, é, seguramente, uma das três melhores universidades do Brasil e, em função das tecnologias que desenvolve, é parceira de empresas como a Petrobras, a Cemig e inúmeras outras, apoiando empreendedores que geram negócios tecnológicos inovadores e fortalecem nossa economia. Recentemente, foram implantados os Centros de Tecnologias (CTs) a partir de pesquisas de ponta em execução na UFMG, em áreas extremamente importantes para o país, como nanotubos de carbono, web, vacinas, fármacos e medicina molecular, que, a partir da pesquisa básica patrocinada pela Fapemig e pelo CNPq, irão possibilitar  o surgimento de empresas intensivas em conhecimento – as startups, de enorme relevância para o Brasil. Por tudo isso, devemos interessar-nos mais sobre o que está em andamento na universidade, principalmente a classe empresarial, que precisa se aproximar dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) aparelhados pela Fapemig para auxiliar na interação universidade-empresas.
         Há muito, as universidades aprenderam a estabelecer parcerias estratégicas com o governo estadual, Sebrae, Fiemg, órgãos do governo federal e sociedade em geral, como ocorreu na implantação de seus Parques Tecnológicos. Assim fizeram UFV, UFLA, UFJF, UNIFEI e UFMG, criando um dos mais promissores ambientes de inovação do país, viabilizando a transferência de conhecimento, de know-how e de tecnologias da pesquisa para o mercado. Com um ambiente de inovação mais articulado o protagonismo da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas, tem sido possível atrair importantes centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para o estado, como os da Embraer, Ericsson e o Centro de Tecnologia Senai/Cetec, entre outros.
         Nestes dias, assistimos a troca na reitoria da UFMG, com o término do mandato do reitor Clélio Campolina. E poucos entre nós se deram conta desse momento. E não deveria ser assim. A qualidade do nosso futuro depende da força das nossas universidades, não apenas pelos profissionais qualificados que formam, mas também pelos mais que fazem. O legado do reitor Campolina, em tempos conturbados, é um exemplo de probidade, de compromisso com a construção coletiva de uma universidade de qualidade, inclusiva e parceira do empreendedorismo inovador. Assume o professor que, certamente, fará jus à tradição de reitores comprometidos com as causas maiores e intransigentes quanto aos princípios da universidade pública. Uma história que merece ser mais conhecida, pois nos anima como brasileiros.”

(EVALDO VILELA. Diretor de CT&I da Fapemig, ex-reitor da Universidade Federal de Viçosa, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de março de 2014, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de março de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Caminhar com Francisco
        
         Juntos de Francisco, há um ano, estamos trilhando os caminhos missionários da Igreja Católica mundo afora. Um ano de incontáveis novidades e de muitos acontecimentos. Neste período, reacendeu-se uma chama que ilumina os cantos mais diferentes do mundo, especialmente o coração das pessoas. Um fenômeno de presença amorosa, simples, próxima e evangélica, que indica um percurso novo para a vida missionário da Igreja. As palavras, gestos, atitudes e encaminhamentos, no exercício do ministério de sucessor do apóstolo Pedro, fazem do papa Francisco um sinal que convoca todos para um novo tempo. Sua presença faz crescer no mundo a coragem e o empenho desafiador de resgatar o sempre novo tesouro da alegria do evangelho da vida. Uma volta à fonte e um banhar-se nela, saciando a sede  lavando-se, para recompor a força que devolve serenidade misericordiosa aos olhares, alento aos pés cansados no caminhar e livra semblantes da poeira de tudo o que já ficou obsoleto.
         O que está acontecendo, diante das necessidades urgentes – a recuperação de referências morais, religiosas, culturais, políticas e todas as outras carências gritantes –, produz perguntas, ainda sem as respostas completas, reacende esperanças, aguça curiosidades e prova que a força maior vem de Deus, da fidelidade a Ele. Essa lealdade desdobra-se em serviço à vida de todos, particularmente dos pobres e dos que estão nas periferias, especialmente aquelas existenciais. Ao celebrar este primeiro ano de pontificado, a Igreja é desafiada a trilhar as direções indicadas pelo papa Francisco, conclamando todos para um projeto novo, de Igreja e humanidade. Para se efetivar, esse projeto depende daqueles que o testemunham, seguindo o exemplo do papa, com vigor espiritual e simplicidade evangélica, que capacita intuições corajosas e criativas. Percepções e discernimentos diferentes dos que viabilizam artimanhas políticas ou conchavos partidários. São, na verdade, fundamentadas no amor que desconcerta e refaz, aprende e ensina, convence sobre o bem, inspira o gosto pela justiça, deixa envergonhado quem não se faz solidário.
         A surpresa da escolha do nome, Francisco, inspirado pela lembrança, a mais forte, significativa e sempre transformadora de não se esquecer dos pobres, é explicada pelos gestos e palavras do papa Jorge Mario Bergoglio. O santo padre, durante peregrinação a Assis, sublinhou que ser cristão é uma relação vital com a pessoa de Jesus, revestir-se Dele e a Ele se assemelhar. No horizonte, o ensinamento inspirado em São Francisco de Assis que se fez como os últimos, os pobres, não por um amor à pobreza em si, mas porque seguindo os pobres, amando-os, se segue e se ama a Cristo. Um princípio que implica novos ordenamentos faz crescer a fé autêntica, aponta o horizonte de um resgate humanitário e cultural. É, neste sentido, remédio indispensável para que a humanidade seja curada de seus graves problemas existenciais, morais e políticos. Um verdadeiro raio de luz que indica uma possibilidade aparentemente simples, até por isso com o risco de ser desconsiderada pela soberba da racionalidade contemporânea.
         O evangelho de Jesus é o ponto de partida, único e insubstituível, com sua luz simples em meio a tantas luzes, argumento de amor entre tantos argumentos. Permite cultivar um jeito de ser com validade universal no horizonte das mais diversificadas culturas contemporâneas. O papa Francisco, conforme sua exortação apostólica Alegria do Evangelho, está sinalizando para a Igreja sua renovação e fortalecimento missionário, e ao mundo contemporâneo um caminho novo para a cultura da vida e da paz, ao propor que a resposta pode ser encontrada na busca e vivência de uma fraternidade “contemplativa, que sabe ver a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convivência agarrando-se ao amor de Deus, que sabe abrir o coração ao amor divino para procurar a felicidade dos outros como a procura o seu Pai bom”.
         O papa alerta, com a força do evangelho e a leveza de seu testemunho, sobre a ferida gritante da desumanização, mostrando um caminho para mudança dos cenários catastróficos que afligem a humanidade, onde a Igreja deve estar sempre presente como servidora, casa de todos, cultivando a fidelidade ao amor pelo qual cada um será julgado. Um ano de pontificado, ação de graças por tudo: é motivo de alegria poder assumir o desafio de caminhar com o papa Francisco.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...   

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A CIDADANIA, A CIÊNCIA, A SOCIEDADE E O CONTRAPODER POPULAR

“Ciência para a sociedade
        
         Nasce mais um acervo científico em Minas. O Espaço Interativo de Ciências da Vida, inaugurado em 24 de agosto, tem propósitos nobres: ensinar e divulgar, de maneira atraente e lúdica, conhecimento sobre o corpo humano. Localizado na área do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, no Bairro Santa Inês, o espaço é equipado com experimentos interativos sobre os sistemas circulatório e reprodutivo, células, sentido, entre outros. Os experimentos convidam o visitante a participar de brincadeiras, a tocar e sentiras peças e a traçar seu próprio caminho rumo ao aprendizado. Espaços com esse são importantes para tornar o conhecimento mais acessível ao público em geral. A divulgação da ciência para a população cumpre vários papéis. Ela contribui para a educação de crianças, jovens e adultos ao apresentar temas e estimular o debate, complementando a educação formal oferecida nas escolas. Por outro lado, a divulgação científica é capaz de municiar a sociedade de informações que lhe possibilitem opinar e se posicionar sobre temas diversos. Com isso, as pessoas podem exigir posturas de seus representantes nos órgãos executivos e legislativos e influenciar a elaboração de políticas públicas. Podem, enfim, exercer seus direitos de cidadãos.
         No caso dos órgãos públicos, a divulgação científica funciona também como um prestação de contas dos investimentos, já que os recursos utilizados para o fomento à área têm origem em fontes públicas. Por isso, várias entidades têm se esforçado para abrir canais de troca de informações e aprendizados. Em Minas, a Fapemig mantém há 15 anos um programa de divulgação científica chamado Minas Faz Ciência. Por meio dele, são produzidos revista, vídeos e programas de rádio sobre pesquisas desenvolvidas no Estado. Além disso, financia iniciativas de popularização da ciência por meio de editais específicos e promove parcerias diversas, como essa que deu origem ao Espaço Interativo de Ciências da Vida. Nesse caso, contou com uma parceria internacional com a Fundação Lampadia (Liechtenstein), significando mais recursos para a ciência no estado. A proposta é que o espaço atue, também, nas áreas de pesquisa e extensão. Para isso, estão previstas mostras especiais para a apresentação de novos conteúdos e oficinas temáticas sobre os ambientes voltadas para professores dos ensinos fundamental e médio. Dessa forma, eles levam para as escolas os novos conhecimentos e perspectivas. A comunidade acadêmica em geral, e também o grupo que realiza pesquisas sobre divulgação científica e percepção pública da ciência, será beneficiada com um novo local para desenvolver seus estudos, ampliando a literatura sobre a área, ainda escassa no país.
         No Brasil, ciência, tecnologia e inovação ainda estão longe de ter o mesmo apelo que a política e o futebol. Esse cenário pode mudar quando as pessoas enxergarem o quanto a área influencia a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico e social do país. Afinal, a ciência está presente em todos os momentos de nosso cotidiano: nos alimentos mais saudáveis, em novos medicamentos e tratamentos, em produtos que facilitam nossas tarefas rotineiras, nas tecnologias que facilitam nossa comunicação. Apresentar essas conquistas é criar um ciclo positivo, em que a ciência, tecnologia e inovação sejam encaradas pelas pessoas como valores a serem defendidos e preservados.”

(MÁRIO NETO BORGES. Presidente da Função de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de setembro de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Calendário do poder (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Contrapoder popular
        
         Reduzidas as manifestações de rua, cujo auge se atingiu em junho, temos agora, em vários pontos do país, ocupações de espaços públicos: câmaras municipais, assembleias legislativas, calçadas da casa de políticos etc. Nossas autoridades estão surpresas e assustadas. Antes, contavam com o concurso da grande mídia, que não dava importância a manifestações pontuais ou criminalizava-as, e a polícia agia contra elas com ação preventiva e repressiva.
         Agora, novos atores, difíceis de serem controlados, entraram em cena. É o caso das mobilizações convocadas através de redes sociais. Fura-se o bloqueio da grande mídia por meio de iniciativas como a rede Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação).
         O que há de novo é a inversão do poder político. O contrapoder popular. Até junho, autoridades e partidos ditavam a pauta política na qual a população devia ser enquadrada. A classe política, do alto de seu elitismo, acreditava que só devia dar atenção ao povo de dois em dois anos, nos períodos eleitorais. Considerava a política uma roda gigante movida pelo mecanismo de alianças e pactos partidários e cujos ocupantes miravam de cima a plebe ignara.
         Súbito, movimentos sociais decidiram recorrer à democracia direta e ocupar espaços que, de direito, são “casas do povo”, frequentemente usurpadas por aqueles que deveriam nos representar, como no caso da CPI das empresas de ônibus no Rio, na qual a maioria dos vereadores que a integram foi contra a sua instalação. É a raposa investigando quem ataca o galinheiro.
         Eis o incômodo: o movimento social escapa do controle governamental. O poder público o ignorava ou, quando muito, o cooptava. Os raros representantes desses movimentos nas esferas legislativas e executivas não tinham vez nem voz. Basta conferir a paralisação dos projetos de reforma agrária no Congresso Nacional e no governo federal.
         Os movimentos sociais buscaram, então, uma alternativa: a pacífica insurreição popular. Por vezes violada por vândalos que são policiais infiltrados ou fazem o jogo da direita, e cujas máscaras deveriam ser arrancadas por quem prefere a não violência ativa. Minha geração foi para as ruas, de cara limpa, se manifestar contra a ditadura.
         O risco desse processo (e protesto) popular é confundir o saudável suprapartidarismo com o nefasto antipartidarismo. Partidos políticos são, como o Estado, um mal necessário. Se é fato que muitos traem suas origens e discursos, chafurdam na corrupção, estabelecem alianças promíscuas, fazem na vida pública o que fazem na privada, a saída não é virar-lhes as costas e torcer o nariz, erguendo a bandeira do voto nulo.
         Quem tem nojo de política é governado por quem não tem. E tudo o que desejam os maus políticos é que haja bastante nojo, para que eles fiquem à vontade com a rapadura nas mãos. O que temem é a interferência de novos atores na esfera política e, nas eleições, a dança das cadeiras.
         A alternativa é a reforma política. Eis uma demanda urgente. Não apenas para decidir se o voto será distrital ou misto e se as campanhas poderão ou não ser financiadas por recursos privados. A reforma precisa abranger também exigências como o fim do voto secreto no Legislativo, do sigilo dos cartões de crédito dos poderes da República, das parcerias público-privadas, dos empréstimos de recursos públicos na boca do caixa e na calada da noite, da privatização de bens estatais e públicos etc.
         A reforma política, se não for profunda, permitirá que continuemos a ter eleições viciadas pelo poder econômico, pelo tomo lá dá cá, pelos conchavos de cúpula, pelo percentual de votos dados ao candidato honesto que acabam contabilizados para eleger o corrupto. A reforma política terá ainda que incluir mecanismos de transparência no exercício da atividade política, de modo que a soberania popular possa exercer controle sobre o desempenho dos políticos e das instituições públicas.
         Pior do que aquele presidente-ditador que não gostava do cheiro do povo é o político que se diz democrata e detesta a proximidade do povo, preferindo que ele seja mantido à distância pelas forças policiais.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; sistema financeiro nacional; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; esporte, cultura e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A CIDADANIA, 200 ANOS DO BRASIL E O DEVER DA INFORMAÇÃO

CIÊNCIA E MEIOS DE COMUNICAÇÃO PRECISAM DESENVOLVER PARCERIA PRODUTIVA EM NOME DE VALORES COMUNS, GARANTINDO A DEMOCRATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

ANÁLISE

“O DEVER DA INFORMAÇÃO

Os desafios de desenvolver ciência e tecnologia num país como o Brasil são gigantescos. E por inúmeras razões. A primeira delas esbarra na educação brasileira: educação para o novo, para o curioso, para querer aprender. Nossos alunos que vivem em áreas de vulnerabilidade social têm poucas ou quase nulas chances de chegarem perto da ciência. Interesse eles têm de sobra, prova disso são eventos promovidos para celebrar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A cada edição é possível ver como crianças e adolescentes são ávidos por aprender, por desenvolver algo inusitado, criar engenhocas. Eles vibram. E aqueles que têm a oportunidade vão longe. Mas, onde não há incentivo, informação e oportunidade, esses adultos se em tolhidos dessa possibilidade.

A ciência não pode ser pensada desvinculada do nosso cenário social, afastada de nossas principais carências, distante de nossos propósitos de civilização. E um dos grandes desafios que estão colocados para os cientistas, universidades, centros de pesquisa e setor produtivo é exatamente estreitar essa contato com a sociedade. Informação é insumo básico, que precisa circular nos dois sentidos: da sociedade para os cientistas e desses para todas as pessoas. Os dois lados precisam aprender como fazer funcionar esse processo.

É preciso estabelecer uma comunicação com as comunidades, com a cidade e com o estado onde estão inseridos os centros de estudos. Além disso, é fundamental mobilizar as consciências para o diálogo. Os cientistas interagem pouco com a sociedade. Salvo as raras exceções, pesquisadores não gostam de falar fora de seu círculo profissional, principalmente com a imprensa. Temem que sua fala seja deturpada, que sua tese não seja apresentada na íntegra e, no fundo, preocupam-se apenas com o reconhecimento por seus pares. A informação à sociedade, que é razão de seu trabalho (e base de financiamento público de seus projetos), quando existe, fica em segundo plano.

Para ter ideia, em Minas Gerais, em 2010, a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig) executou nada menos que R$ 284 milhões, dos quais, R$ 233 milhões provenientes do tesouro estadual. O restante, R$ 51 milhões, foi obtido de recursos próprios, convênios e outras captações externas. De 2003 a 2010, o orçamento da Fapemig, que apóia estudos em diversas áreas do conhecimento e da inovação tecnológica, saltou de R$ 23 milhões para R$ 233 milhões. Ao longo de seus 24 anos, a fundação já apoiou mais de 10 mil projetos e lançou dezenas de editais. Grande parte desse patrimônio não é conhecido pela população.

Não basta que se invista em ciência e tecnologia e que se aumentem as verbas para novos editais de estudos se a sociedade continuar à margem do processo. É fundamental que o diálogo seja incentivado. Há várias ações possíveis. Promover a semana de ciência e tecnologia anualmente já é um passo, mas acanhado demais diante da vastidão de assuntos e novidades gerados pelos milhares de pesquisas produzidas no Brasil. Nos países desenvolvidos essa integração está mais consolidada. Neles, ciência é segmento que se integra de forma avançada e sem preconceitos com o setor produtivo. Além disso, são comuns as doações de cidadãos para os centros de pesquisa, como forma de apoiar e encorajar os cientistas. Não há cultura de antagonismo: os resultados da ciência são compreendidos como um bem público, mesmo quando incentivados por recursos particulares de empresas e pessoas físicas.

Incorporar a ciência na vida social obriga a rever todo o processo educacional. É preciso que as escolas se mexem, promovam mais eventos, levem os alunos aos centros de ciência – todos têm algum programa de visitas e de aproximação com a comunidade. Além disso, a figura do cientista precisa ser mais bem compreendida pelos jovens, o conhecimento científico valorizado por seu potencial civilizador, os valores da sociedade dirigidos para o bem comum (e não para o egoísmo consumista que tomou conta do mundo). A ciência é também uma forma de desenvolver o espírito público e a ética social.

Por fim, é fundamental um esforço conjunto entre cientistas e profissionais de comunicação. A imprensa precisa se sensibilizar para a necessidade de veicular informações científicas relevantes para a sociedade. Para isso, será necessário um trabalho de preparação dos profissionais de comunicação, em termos de conhecimento e capacidade de levar o saber técnico a todos. Por outro lado, os cientistas e centros de pesquisa precisam apostar na democratização do conhecimento como uma de suas tarefas e deveres de ofício. Ao lado do crescimento das publicações científicas – que já é um fato em nosso meio – é importante criar um novo cenário informativo, mais ampliado e popular, que coloque a ciência no centro das preocupações das pessoas comuns. Elas, afinal de contas, são a origem e a razão de ser da ciência.
(CRISTIANA ANDRADE, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de março de 2011, Caderno PENSARBRASIL, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de maio de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de TADEU BARRETO GUIMARÃES, Diretor do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Brasil, 200 anos

Um dos ganhos da reforma da gestão pública, iniciada no Brasil, no governo FHC, foi o fato de que essa nova agenda contribuiu para ampliar a capacidade administrativa de governar com efetividade e eficiência, voltando à ação dos servidores do estado para o atendimento dos cidadãos. Abordo esse tema porque há algumas décadas falar sobre gestão pública era algo não concebido em nosso cotidiano. Hoje, o assunto está presente de maneira rotineira nos noticiários. A gestão se tornou um tema central para os governos devido à maior exigência por serviços de qualidade frente às aceleradas mudanças sociais e econômicas pelas quais passa a sociedade contemporânea.

Mesmo que a agenda do movimento pela reforma da gestão pública no Brasil esteja claramente incompleta, percebe-se que ela produziu avanços significativos nos dois últimos mandatos presidenciais e, principalmente, em alguns estados da federação. Podemos citar os casos de Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará e, sem nenhuma parcialidade, Minas Gerais.

No exemplo de Minas Gerais, o governo estadual teve papel protagonista nessa agenda com a implementação de um novo modelo de gestão pública: a primeira onda do Choque de Gestão (2003-2006) e o Estado para Resultados (2007-2010). Agora, com as contas equilibradas e com uma gestão orientada para resultados reconhecida fora e dentro de Minas, o governo inova mais uma vez ao implementar um modelo que inclui a participação da sociedade na construção do futuro de Minas. O principal objetivo que move a Gestão para a Cidadania, a terceira geração da nossa agenda, é que no centro de tudo e de todas as políticas públicas esteja o cidadão.

Agora, a pouco mais de uma década para comemorarmos os duzentos anos do Brasil como uma nação independente, o poder público e a sociedade civil devem refletir sobre a cara que gostaríamos que a nossa nação passe a ter em 2022. Esse é o convite. Afinal, 10 anos é um tempo suficiente para que certas políticas públicas amadureçam e apresentem resultados. Devemos e podemos pensar em acelerar os resultados obtidos com a educação, na incorporação da inovação no processo produtivo, na criação de um sistema moderno de serviços públicos, no desenvolvimento regional, na integração dos esforços públicos e privados para a melhoria do ambiente urbano e da infraestrutura, em uma política social flexível com um amplo leque de ações e instrumentos, e no desenvolvimento sustentável de nosso país.

A renovação e a ampliação dessa agenda devem incluir uma mudança de paradigmas, deve passar pela construção de uma gestão mais profissional, eficaz, eficiente e de um estado cada vez mais aberto, com capacidade para atrair talentos, estruturar parcerias, engajar a sociedade, acolher boas idéias e projetos. E construir junto aos demais poderes, na busca de melhoria da qualidade de vida.

Esse diálogo será abordado durante o lançamento do livro 2022 – Propostas para um Brasil Melhor no ano do bicentenário, hoje, às 16 horas, no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), na capital mineira. A proposta do livro, uma publicação das editoras Elsevier e Campus, foi a de que 31 especialistas pensassem em caminhos e metas realistas para serem estabelecidas e possivelmente atingidas até o ano do nosso bicentenário como nação independente. O livro pretende contribuir para a necessária reflexão sobre os caminhos que podemos percorrer nos próximos anos.”

Eis, pois, mais EXPRESSSIVAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de uma MUDANÇA RADICAL na condução da VIDA do PAÍS, o que também aponta para o INDESVIÁVEL caminho da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA das ações de GOVERNO e da SOCIEDADE CIVIL, vez que os PROBLEMAS que vivemos NÃO podem SER RESOLVIDOS com o mesmo tipo de PENSAMENTO que vem sendo TRANSMITIDO, especialmente nesses últimos DUZENTOS anos...
São GIGANTESCOS DESAFIOS que ainda mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A CIDADANIA E O CATACLISMO INSTITUCIONAL

“O que a ecologia fez? Derrubou as cercas, derrubou as soberanias. Não tem nada disso que resista à poluição. E a poluição não é só fumaça; não é só agrotóxico... A poluição é a pobreza, é a miséria, é a doença, é o analfabetismo. Isso pula por cima da cerca.”
(HUGO WERNECK, 1996).

Mais uma IMPORTANTE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, de autoria de CID CARVALHO, Membro efetivo do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, como representante do Instituto dos Advogados do Brasil - Seção de Minas Gerais, em recorte já amarelecido pelo tempo e data ilegível, que merece INTEGRAL transcrição:

“Cataclismo institucional

Avizinha-se uma catástrofe inevitável nessa atmosfera conturbada pela falta de hombridade e sensatez de alguns dos detentores do poder político. A degradação moral e a corrupção desenfreada transformaram o País num lamaçal de indignidades, não só aviltando a economia, como também retirando todas e quaisquer perspectivas alvissareiras aos jovens que procuram o mercado de trabalho, além de extorquir da Nação sua credibilidade internacional.

A história do País nunca registrou tantos abusos e tamanha irresponsabilidade na condução da coisa pública. Há um niilismo avassalador que nega todos os valores morais, jurídicos e religiosos. A moralidade é, para os homens, tão importante quanto a inteligência na composição do caráter. O homem mais inteligente e mais ilustrado tem melhores condições para se tornar melhor, embora nem sempre o seja.
Ao contrário, os ignaros e néscios, que apenas conseguem ostentar e exaltar o próprio obscurantismo, jamais poderão se transformar em seres humanisticamente bons. A virtude é inconcebível no imbecil, e o engenho e arte são infecundos nos despudorados. Cícero, há quase dois milênios, já asseverava: “Quanto mais fino e culto é um homem, tanto mais repulsivo e suspeito ele se torna, quando perde a sua reputação de honradez e honorabilidade”.

A nação está tão humilhada, injuriada, ultrajada e afrontada, que muitos anos vão decorrer, ainda, para que ela possa, algum dia, tentar recuperar-se desse trauma, desse escárnio, dessa libertinagem, provocados por uma súcia supercarente de competência e probidade.

Os valores morais representam o mundo do “dever ser”, a idealidade das normas de conduta que vão sublimar os atos e obras de quem aspira qualificar-se como pessoa. Por essa razão, o primado da moral implica a idéia de cultura, entendida como processo intersubjetivo de objetivação dos valores. O mundo da cultura traduz-se como o da idealidade de intencionalidades positivadas. É o mundo do “bem” e este, segundo Platão, é o esplendor do verdadeiro.

Entre a “cultura humanística” e a “cultura científica”, ambas vinculadas ao “bem”, muitos preferem a primeira. Eis o que afirma Albert Einstein: “A humanidade tem todas as razões para colocar os proclamadores de altos padrões e valores morais acima dos descobridores da verdade objetiva. O que a humanidade deve a personalidades como Buda, Moisés e Jesus está acima de todas as conquistas da mente inquiridora e construtiva”. Noutra oportunidade, dirigindo-se aos estudantes, ele assevera: “Nunca considerem seus estudos como um dever, mas como a invejável oportunidade de aprenderem a conhecer a influência libertadora da beleza no reino do espírito, para sua própria alegria pessoal e para benefício da comunidade a que pertencerá o trabalho posterior de vocês”.”

Muito embora a página acima esteja AMARELECIDA pelo tempo, a ATUALIDADE de sua SEVERA advertência muito nos FORTALECE na grande CRUZADA NACIONAL com vistas às TRANSFORMAÇÕES exigidas pelo TERCEIRO MILÊNIO, num mundo GLOBALIZADO, FASCINANTE e BELO, que NOS impulsiona rumo à construção de um PAÍS verdadeiramente JUSTO, ÉTICO, LIVRE, SUSTENTVELMENTE DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, com suas RIQUEZAS IMENSAS efetivamente PARTILHADAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, ainda mais tendo em vista a COPA DO MUNDO de 2014 e a OLIMPÍADA de 2016 e a FÉ e ESPERANÇA de termos a PÁTRIA no pódio...

O BRASIL TEM JEITO!...