Mostrando postagens com marcador John Dewey. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador John Dewey. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO PROFESSOR NAS TRANSFORMAÇÕES HUMANAS E A PAUTA CIDADÃ DA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Professor: agente de transformação humana
        Em um momento no qual se fala tanto de transformação digital, no qual a tecnologia imprime um ritmo de mudanças de comportamentos nunca visto antes, será que não estamos deixando em segundo plano a transformação que de fato vai ditar os novos rumos do mundo? Parece óbvio, mas não é. Além de não ser nada fácil. Estou falando de transformação humana. Estou falando das pessoas que continuam tendo emoções e estímulos com os novos movimentos. É muita novidade em tão pouco tempo. Nos últimos anos, a tecnologia, de uma forma ou de outra, foi inserida no dia a dia de grande parte da população, o que reflete em novas condutas e um jeito novo para se fazer muitas coisas. Hoje cinco gerações de pessoas com perfis completamente diferentes, e logo com visões de mundo também muito diferentes, compartilham o mesmo espaço. E daí vêm os conflitos geracionais e falta de empatia entre as pessoas.
         Eu falo de um mundo conectado pela tecnologia, mas de total desconexão entre as pessoas. Enquanto a evolução tecnológica aponta em uma curva exponencial ascendente, a evolução humana (ou o seu antônimo) representada pelos nossos comportamentos parece formar uma linha contrária. E, fico pensando, como mudar isso? Ainda mais no momento importante e delicado de eleições que passamos no Brasil, no qual temos que tomar uma decisão sobre o futuro do nosso país, sobre o nosso futuro. E vejo que os próximos governantes irão assumir papéis muito importantes nesse processo de mudanças, mas o trabalho deles não será suficiente, eles não são em número suficiente. E aí acredito ter a resposta, talvez não a única resposta, mas uma importante e impactante resposta. Podemos mudar isso através da educação. E, com certeza, agora vem à sua mente que esse é mais um discurso batido. E eu tento me explicar. E, se falo tanto de humanização, não tem como não personificar a educação através da figura do professor. Segundo Censo Escolar de 2017, somente no ensino básico temos mais de 2,2 milhões de professores no Brasil. É muita gente do bem. E se formos considerar um efeito em cadeia, olhe a progressão geométrica na qual cada professor impacta dezenas de alunos, e se esses, por sua vez, assumem o seu papel de contribuição na sociedade, de fato, conseguimos uma transformação humana. Vejo o professor como um líder e seu principal papel é formar outros líderes. É um efeito multiplicador. Isso é muito poderoso.
         Porém, agora eu aumento a responsabilidade desse profissional que tem o desafio diário de promover o conhecimento e as experiências para que seus alunos estejam preparados para a vida. Será que a maneira como esse professor está conduzindo as suas aulas é a forma mais adequada para promover uma transformação humana? O meu universo é a educação. E eu me sinto uma pessoa totalmente privilegiada por poder promover um ensino com foco no ser humano e na transformação de suas vidas. E posso garantir para você que isso não depende de estrutura, de dinheiro, nem mesmo de formação. E, sim, da maneira como enxergamos nossos alunos. Estamos tratando com pessoas, logo antes de dominar os conhecimentos de matemática, de biologia ou de qualquer outra matéria, precisamos saber lidar com pessoas. E essa é a chave que precisamos virar para ter uma educação mais significativa e que de fato vai impactar vidas. Quando falamos de educação, estamos nos referindo ao topo da pirâmide de valor: sim é algo transformador e transcendente.
         O papel do professor não se limita mais a transmitir conhecimentos e, sim, ser um facilitador no processo de aprendizagem. Quando falamos de transformação humana, os ensinamentos com avaliações objetivas com foco para tirar notas e passar de ano não fazem nenhum sentido. Cito John Dewey que diz que “a educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”. Logo, se trazemos a realidade para a sala de aula, não podemos deixar de fora o elemento humano. Em um plano de aula, passa a ser obrigatório, além de ensinar física ou literatura, desenvolver habilidades socioemocionais e competências essenciais para uma vida em sociedade. E antes de promover isso nos alunos, primeiro os professores precisam ter essas habilidades  afloradas. Esse profissional guerreiro cada dia precisa exercer sua liderança em sala de aula e servir de espelho para seus alunos.
         O aprimoramento das habilidades de comunicação, criatividade, resolução de problemas e gestão de conflitos é essencial para uma melhor fluidez das aulas. O relacionamento interpessoal, trabalho colaborativo, a flexibilidade e a empatia passam a ser imprescindíveis para uma experiência mais humana. E a busca por novos conhecimentos, o bom humor e a automotivação, combustíveis indispensáveis para encarar todas as mudanças que ainda virão. O professor deve ser o profissional mais valorizado pela nação, e, estando melhor preparado e alinhado com o movimento de mudanças, conseguirá maior engajamento e tocar profundamente seus alunos rumo à transformação humana. Lembra do efeito multiplicador?”.

(RONALDO CAVALHERI. CEO do Centro Europeu, primeira escola de Economia Criativa do Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de outubro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de outubro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece integral transcrição:

“Política, pauta cidadã
        Os sinais são evidentes: a política retoma seu lugar de destaque na vida cidadã. Uma situação que gera esperança, pois o contexto político, graças aos aproveitadores, extremistas e oligarcas que contaminaram o cenário partidário, perdeu sua credibilidade. É preciso, assim, resgatar o genuíno sentido da política: a mais nobre forma de se praticar a caridade, compromisso, acima de tudo, com o bem comum. O interesse crescente pela política é broto da esperança, que exige longo cultivo e certos cuidados. A participação do povo na definição dos rumos da sociedade brasileira deve ser fundamentada no entendimento de que governos não devem estar a serviço de interesses específicos, pouco nobres, mas de toda a coletividade, especialmente dos mais pobres. Percebe-se que a política faz parte da ordem moral.
         Há um envolvimento participativo crescente, especialmente dos jovens, nas discussões sobre o futuro do país. Mas isso não necessariamente significa a garantia de novos caminhos para a sociedade brasileira. Procurar o bem comum, a partir de meios adequados, deve ser o objetivo de todos. Uma atitude que requer a elaboração de novos entendimentos, distantes de mentalidades que se ancoram em escolhas moralistas, mas sem qualquer consistência moral.
         Merece reflexão o fato de o interesse pela política ainda permanecer refém da configuração partidária, que tem pouca credibilidade. Hoje, em razão desse descrédito, as legendas não podem ser mais critério para a definição nos sufrágios eleitorais, especialmente quando se considera o perigo de polarizações, preconceitos e extremismos – contexto hostil que causa desentendimentos entre cidadãos, nas próprias famílias. Vale analisar cada candidato a partir de seu compromisso com a ética, e assim configurar, com clareza, os critérios que devem nortear escolhas de nomes e propostas.
         Aos que vão submeter seus nomes à escolha do eleitor, não basta simplesmente reproduzir jargões ou gestos, nem maquinalmente propagar acusações a respeito do adversário. Requer-se profundo compromisso com os valores do evangelho de Jesus Cristo, no seu horizonte adequado ao cristianismo. Isso significa, por exemplo, distanciar-se de perspectivas interesseiras, que resultam em bancadas parlamentares, meio para se alcançar objetivos particulares, na contramão do bem comum. Todos os cristãos devem se dedicar a uma cuidadosa avaliação das candidaturas, antes de fazer suas escolhas, para evitar que, mais tarde, sejam ainda mais recorrentes os episódios de violência.
         A sociedade precisa alicerçar-se em valores e princípios que não podem servir apenas de jargões nos diferentes discursos de candidatos. Esses valores devem ser assumidos como compromissos, até de modo formal, para possibilitar ao eleitor acompanhar o cumprimento do que é prometido. O contexto exige que os cidadãos busquem avaliar nomes, conjunturas e propostas com muita atenção, com uma lupa, para que sejam escolhidos aqueles que verdadeiramente serão capazes de articular os valores intocáveis da democracia, da família e da vida. Vale especialmente considerar a competência individual de candidatos para arquitetar consensos e entendimentos, para além das estreitezas do universo partidário.
         As decisões não podem ser definidas por critérios partidários, pois atualmente, as siglas não têm a credibilidade necessária. É o que as urnas revelaram no primeiro turno. Que seja observada a competência dialogal e humanística dos candidatos, para que as escolhas não se transformem em “um tiro pela culatra”. Há, pois, um desafio para os cristãos, especialmente os cristãos católicos: discernir sobre determinadas pautas que aparentam ser coerentes com seus valores, mas na realidade podem representar o risco de abrir descaminhos e desrespeitos, pelos estreitamentos e polarizações em curso. Nesse processo de amadurecimento das escolhas, o debate tem lugar importante.
         O mínimo que se exige é o debate público das propostas, para que pontos de vista sejam evidenciados e não se corra o risco de comprar “gato por lebre”. Só mesmo a participação cidadã de eleitores e candidatos, à luz da ética e de valores coerentes com o evangelho, poderá fazer com que o interesse atual pela política não seja mero protesto, ou uma paixão passageira. A participação cidadão precisa ser momento de recriação da sociedade brasileira. Para isso, devem ser observados critérios, a exemplo dos que são oferecidos pela Doutrina Social da Igreja Católica, que não constitui “bancadas” a partir de interesses cartoriais. A Igreja Católica luta pela verdade, pela justiça e pelo bem de todos.
         A Igreja Católica não indica nomes ou partidos, mas oferece critérios, com força e lucidez, para que sejam feitas as melhores escolhas, entre os nomes possíveis. A divulgação desses critérios, fundamentados no evangelho, já estão auxiliando os cidadãos a tomar decisões acertadas. Que sejam inspiradores os ensinamentos de Jesus nos processos de discernimento, para que a política, na pauta cidadã, consolide-se broto de esperança.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 274,0% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



        


terça-feira, 1 de julho de 2014

A CIDADANIA, O SÉCULO DA CONCILIAÇÃO E A ESPERANÇA DA VITÓRIA DO POVO BRASILEIRO

“O século da conciliação
        
         Com o iluminismo, a razão passou a ser um elemento central no avanço civilizatório, fazendo da ciência a fonte primordial de justificação das questões do mundo. Em sua rota evolutiva, o racionalismo extremo trouxe o apego à materialidade estanque, fechando os olhos para as razões que só o coração consegue enxergar. A prepotência racionalista foi tanta que levou a humanidade à irracionalidade feroz de duas guerras mundiais. O Velho Mundo, berço do pensamento ocidental, há pouco mais de 50 anos, quase virou pó.
         Em termos históricos, isto foi ontem e deve servir de viva advertência de que a violência é um vício latente do poder.
         Na reconstrução do pós-guerra, duas forças políticas surgiram como alternativas de aperfeiçoamento político: o socialismo marxista, ligado à luta de classes e ao dirigismo estatal, e o capitalismo liberal, centrado na defesa da liberdade e no progresso socioeconômico do povo. Com uma Europa em destroços, a Guerra Fria marcou o duelo da União Soviética e dos Estados Unidos pela hegemonia política mundial. Os modelos de desenvolvimento econômico eram contrapostos: um, de viés estatizante, o outro, apoiado no livre mercado. No governo Gorbachev, o paradigma russo começou a ruir, vindo a desmoronar, definitivamente, com a queda do Muro de Berlim.
         Diante da inegável ruptura política, prestigiado intelectual norte-americano chegou a afirmar que estaríamos no “fim da história”. Ledo engano. A história é um caminho para a eternidade, fazendo da democracia uma permanente obra inacabada. Nesse contexto cambiante, cada geração humana possui desafios civilizatórios próprios, devendo, para tanto, se valer da cultura e do saber acumulado como forças atuantes para a construção de dias melhores.
         Por ser assim, o processo educacional adquire importância fundamental para o aperfeiçoamento político do povo, pois somente ensinando a pensar bem conseguiremos elevar a cidadania para um patamar civilizatório mais aperfeiçoado.
         Como bem apontou a inteligência superior de John Dewey, a democracia “é mais do que uma forma de governo; é, primacialmente, um forma de vida associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada”.
         Após um tempo de severos antagonismos, vivemos um século de necessária conciliação. Caberá à política democrática bem exercida demonstrar que o inegociável direito à liberdade individual é o primeiro passo para uma consciência política de aperfeiçoamento coletivo. O povo é um conjunto de cidadãos livres, e não um amontoado de fantoches do poder.
         Sem cortinas, o postulado da democracia traz consigo a ideia de educação para uma liberdade humanista que consiga bem ponderar os anseios individuais com uma visão integradora da sociedade em sua pulsante pluralidade existencial. Eis o desafio e nossa oportunidade histórica como cidadãos do mundo.”

(Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr.. Advogado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece integral transcrição:

“Povo brasileiro, campeão?
        
         O futebol do Brasil é o único que se fez representar em todas as Copas do Mundo e, nessa história, pela primeira vez, o povo brasileiro tem a oportunidade de dar um tratamento diferente ao megaevento esportivo, justamente quando é realizado aqui. Em outras ocasiões, comentava-se o risco de manipulação governamental em proveito próprio e de interesses partidários. Mas, neste Mundial de 2014, cresce a esperança de que a sociedade avançará em suas análises políticas e avaliações de impactos sociais. Nesse exercício, devem ser incluídas as reflexões sobre gastos bilionários em detrimento de necessidades básicas urgentes na infraestrutura. Também é importante saber separar a euforia do torcedor das avaliações sobre os políticos e a política partidária. Afinal, a conquista do hexa não será, obviamente, a garantia de que o povo brasileiro se tornará campeão.
         A competitividade esportiva, além do divertimento e do entusiasmo da festa, por sua força educativa própria, é metáfora rica com indicações para o comportamento cidadão que almeja uma condição campeã. Há, pois, sinalização concreta de amadurecimento popular nesta etapa nova dos desdobramentos políticos e sociais no Brasil. A Copa do Mundo tem data fixada para acabar e, evidentemente, a vitória brasileira será motivo de alegria para o povo. Contudo, não garante os mais significativos avanços na busca das vitórias necessárias e urgentes, quando se consideram os enormes desafios a serem vencidos para mudar cenários desoladores que mancham a pátria amada.
         Terminada a Copa, o povo brasileiro tem ainda um longo caminho a percorrer em busca de sua indispensável condição campeã no tratamento os pobres, na superação da exclusão social vergonhosa, na grande concentração das riquezas e do dinheiro nas mãos de uma minoria, entre outros desafios. Encontrar um novo modo de se fazer política no Brasil, de maneira mais civilizada, lúcida, propositiva, sem demagogias, em diálogo com a população, também é meta a ser alcançada. E esse caminho não será percorrido sem que a sociedade brasileira paute suas ações a partir de inequívoca reciprocidade, baseada em princípios e valores que reconhecem o bem moral como condição indispensável para a estruturação da vida social e política.
         Percebe-se que a batalha é grande. A corrupção endêmica que tempera funcionamentos institucionais, governamentais, condutas individuais, precisa de um tratamento extremamente incidente. As eleições de 2014 precisam ser marcadas pelo exercício cidadão de buscar corrigir os rumos do país. Na contramão desse caminho, a oportunidade de mudanças mais profundas será entregue de “mão beijada” aos produtores de uma política inócua. É fundamental uma reeducação a partir do gosto pela verdade, capaz de promover uma grande mudança cultural. Desse modo, será possível até mesmo o enfrentamento da postura irônica de considerar serem politicamente corretas as falsas posturas, que objetivam captar a simpatia do cidadão para se alcançarem certos objetivos e, em seguida, após conquistá-los, ignorar completamente os anseios do povo.
         Gostar da verdade ainda é um enorme desafio na configuração da sociedade. Trata-se de imprescindível condição para se formar um tecido cultural mais consistente e, consequentemente, uma capacidade para lidar de modo mais nobre com a liberdade e com a justiça. Só a plena verdade sobre o homem, vivida na tratamento da vida cotidiana, permite a superação de uma visão distorcida do que é justo, abrindo o horizonte daqueles que estão nas cortes, instâncias governamentais, nos diversos campos profissionais, nas relações familiares e interpessoais, para a solidariedade e o amor.
         Os elogios à receptividade brasileira aos visitantes estrangeiros é o sinal de que as praças esportivas, embora chamadas de “arenas”, as ruas e todos os lugares devem ser espaços de acolhida, ambientes para o intercâmbio civilizado e construtivo. Permanecerá o desafio de, terminado o Mundial, conservar no coração do povo brasileiro essa abertura para o encontro, impulsionando um caminho novo de solidariedades e revisões profundas das desigualdades. Enquanto não se conseguir eliminar a exclusão social, vergonhosa entre nós, não se vencerá a violência crescente. O sistema social em que vivemos é injusto na sua raiz. É indispensável continuar a luta contra a idolatria do dinheiro e outros males para que a cultura da vida com seus valores e tradições seja salva. Com ou sem o hexa, conta é que seja o povo brasileiro campeão.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidades de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:


     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada,  livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A CIDADANIA NO COMBATE À PUTREFAÇÃO MORAL

“Os fins e os ideais que nos movem engendram-se a partir da imaginação. Mas não são feitos de substâncias imaginárias. Formam-se com a dura substância do mundo da experiência física e social.”
(JOHN DEWEY, in Uma fé comum).

Mais uma IMPORTANTE, e que se faz ainda OPORTUNA mesmo com quase DUAS DÉCADAS, contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de junho de 1991, Primeiro Caderno, página 2, de autoria de CID CARVALHO, Diretor do Departamento de Direitos Humanos do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, que merece INTEGRAL transcrição:

“Putrefação moral

A imprensa, o rádio e a televisão têm noticiado com riqueza de detalhes as falcatruas cometidas pela súcia de marginais que infestam os setores de maior importância não só da vida pública, como o da magistratura, do ministério público e da polícia judiciária, em geral, mas também, em particular, os que militam da atividade privada como é caso dos profissionais liberais.

Tanto o narcotráfico, quanto os seqüestros e o estelionato estão todos na ordem do dia. No antigo Inamps é onde ocorrem as maiores fraudes e em razão do descaso das autoridades e da falta de pudor de alguns dos integrantes das instituições públicas, o povo já se encontra traumatizado.

Um juiz da Baixada Fluminense declarou pela televisão que realmente achava superexagerado o valor da indenização, mas que, no entanto, os procuradores da Previdência Social asseguravam-lhe, quando questionados, que a soma exorbitante do “quantum” era perfeitamente legal em razão dos preceitos jurídicos em que se fundamentavam os cálculos. Num dos cálculos, considerado proporcionalmente, o resultado da soma de um mais . um era igual a doze mil seiscentos. Mesmo assim, o juiz julgou correta a liquidação, homologando o cálculo respectivo e, ao mesmo tempo, autorizou o levantamento da importância, de valor igual a quatrocentos e trinta milhões de cruzeiros, por uma advogada que não tinha procuração nos autos. Portanto, era desprovida de poderes para efetuar o referido levantamento.

Apesar de solicitada, a prisão preventiva do juiz foi negada, exceto de seis profissionais liberais que compunham a gang de marginais. O que está ocorrendo neste País, sob o aspecto moral, é uma calamidade, é uma vergonha. Há que haver uma transformação revolucionária como única forma de salvação nacional. A Nação já se encontra à beira do precipício, do despenhadeiro. É necessário que haja pudor, coragem, determinação, devoção pelo interesse público, ou seja, civismo e patriotismo. É chegada a hora de dar um basta àqueles que enxovalham esta Nação com a hedionda sordidez de suas indgnidades.

Nunca o Brasil atingiu uma situação tão desesperadora como a de agora. Há que se fazer uma limpeza em todos os setores da vida pública e, também, da vida privada deste País. As autoridades, com raríssimas exceções, estão falidas e mergulhadas no pantanal da corrupção. É necessário antecipar-se à eclosão de uma guerra civil que já se esboça sob a forma incontrolável da desobediência civil. São as greves políticas, as invasões, os seqüestros, o narcotráfico, os pivetes, as fraudes, o contrabando e a prostituição moral.

Os exemplos mais gritantes de que esta Nação agoniza nos estertores da morte. Os homens responsáveis deveriam conscientizar-se de que a Nação está sendo conduzida para o lamaçal da corrupção e da libertinagem. A falência moral das autoridades é fato consumado. É chegado o momento em que o amor à Pátria seja o símbolo de união para que se concretize a salvação nacional.

O homem útil, ou seja, prenhe de excelsas virtudes, desconhece o peso a existência e o pavor da hora derradeira, já que na vida terrena teve uma conduta ilibada, transformando o seu comportamento exemplar num modelo de dignidade, as quais necessariamente representam um patrimônio inestimável que será legado a toda a posteridade.”

Eis, pois, um quadro de QUASE DUAS DÉCADAS que vai atingindo as raias do INTOLERÁVEL, do INSUPORTÁVEL, que CONCLAMA a uma grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, pelo CIVISMO, pelo AMOR À PÁTRIA, pela implantação DEFINITIVA em nosso PAÍS da CULTURA da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO, da INTEGRIDADE quer INDIVIDUAL quer SOCIAL e, sobretudo, da ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES.

Assim, estarão lançados os ALICERCES da construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, que possa PARTILHAR suas RIQUEZAS EXTRAORDINÁRIAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS...

É o nosso SONHO, a nossa FÉ, a nossa LUTA: O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A CIDADANIA BUSCA AS COISAS BOAS DA POLÍTICA

“Os fins e os ideais que nos movem engendram-se a partir da imaginação. Mas não são feitos de substâncias imaginárias. Formam-se com a dura substância do mundo da experiência física e social”.
(JOHN DEWEY, in Uma fé comum).

Mais uma OPORTUNA e CONCISA lição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de setembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de HAROLDO VINAGRE BRASIL, Engenheiro, professor universitário, que também merece INTEGRAL transcrição:

“Coisas da boa política

Em vésperas de eleições é importante falar de política, pois se constitui na ferramenta que molda nossos destinos. Ela só existe porque tem que lidar com a diferença entre os grupos e as pessoas, ou, como dizia Hannah Arendt, a condição do político é da pluralidade. As formigas, porque parecem todas iguais e no que pese possuírem uma organização social que costura o coletivo, muito certamente não exercem a política. As citadas diferenças que propiciam o político deveriam se consolidar nos partidos, que se constituem nas vias por onde fluem as visões de mundo, e, porque não, os interesses legítimos dos grupos sociais. É desse entrechoque que surgem as decisões em prol do bem comum, sempre acima do particular e do privado. (sic)

Fala-se muito que a ética não se coaduna com o exercício do poder, em uma interpretação muita larga de Maquiavel. No entanto ela é a argamassa de qualquer ação pública substantiva. Como dizia Aristóteles (300 a. C.), política é a realização da ética do bem comum ou do interesse público em oposição aos negócios privados. O nosso dramaturgo e também filósofo Augusto Boal, nas entrelinhas de suas peças de teatro, falava que “a política não é a arte do possível, e sim a de tornar possível o que é necessário, para o povo”. Isso como contraponto ao que afirmava o nosso sociólogo maior, quando no exercício da política.

Há muita discussão sobre a chamada ética de resultados e a ética dos princípios em que a primeira parece dizer que o fim justifica os meios. E Norberto Bobbio pergunta: mas o que justifica os fins? Não é caso de se perguntar também se os maus meios por acaso não corrompem os bons fins? Dizer que a ética política é a ética dos resultados, e não dos princípios, leva-nos a questionar: mas de todos os resultados? Os vencidos sempre estarão sem razão, simplesmente porque foram vencidos? A chave de tudo, segundo Bobbio, está na legitimidade dos objetivos que também obriga à legitimidade dos meios. Daí ele conclui que toda ação livre, como é o caso da política, não pode fugir ao julgamento do lícito e do ilícito, mesmo se por alegadas razões de estado. Donde a conclusão de que qualquer corrupção política é ilícita pela presunção de que o interesse particular está sendo passado à frente do interesse coletivo.

Não se faz boa política sem bons políticos. Em uma democracia sã somos nós os eleitores, em última instância, os responsáveis pela escolha desses representantes. Está nascendo uma consciência no Brasil, ainda incipiente, em função da transparência dos meios de comunicação, que nossa democracia está doente nos três níveis de poder. Ela é percorrida por uma frouxidão ética, que aparece nos atos e nas declarações de quase todos os líderes em evidência. Há até um certo cinismo pragmático de aceitação dos desvios como fatos inevitáveis do fazer político. Face a essa conjuntura, cabe a nós em 2010 cairmos em um certo exagero de exacerbar nosso julgamento dos candidatos, ao ponto de diminuir o tamanho dos furos de nossas peneiras e bloquear todo postulante com uma biografia que esteja maculada por qualquer desvio publicamente constatado.”

Isto posto, entre outras SEVERAS ações da agenda da MOBILIZAÇÃO, certamente PONTIFICAM as CAMPANHAS FICHA LIMPA e VOTO FORTE, como nos MOTIVAM os clamores do presente texto.

O nosso PRESIDENTE LULA outra dia afirmava em bom som: “...O século 21 é o século do Brasil...”

E que seja VERDADEIRAMENTE o século do BRASIL DECENTE, DIGNO, AFEITO aos VALORES e PRINCÍPIOS MORAIS, onde NUNCA MAIS existam movimentos ABOMINÁVEIS e ABSURDOS - necessários (?) – como ... “PELA ÉTICA NA POLÍTICA”, pois a questão é simples: se NÃO é ÉTICA, também POLÍTICA NÃO PODE SER... Também é bom que GOVERNANTES e POLÍTICOS honrem seu PATRONO SÃO TOMÁS MORO e lhe sejam fiéis seguidores...


O BRASIL TEM JEITO!... É a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA.