segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A LUZ DE UMA NOVA BIOCIVILIZAÇÃO E A SUPERAÇÃO DA INDIFERENÇA

“A sociedade do cansaço e do abatimento social
        Há uma discussão pelo mundo sobre a “sociedade do cansaço”. Seu formulador principal é um coreano que ensina filosofia em Berlim, Byung-Chul Han. O pensamento nem sempre é claro e é, por vezes, discutível, como quando afirma que o “cansaço fundamental” é dotado de uma capacidade especial de “inspirar e fazer seguir o espírito”.
         Independentemente das teorizações, vivemos numa sociedade do cansaço. No Brasil, além de cansaço, sofremos um desânimo e um abatimento atroz.
         A aceleração do processo histórico e a multiplicação de sons e mensagens, o exagero de estímulos e comunicações, especialmente pelo marketing comercial, pelos celulares com todos os seus aplicativos, e a superinformação que nos chega pelas mídias sociais nos causam depressão, dificuldade de atenção e uma síndrome de hiperatividade. Chegamos ao fim do dia estressados e desvitalizados.
         Acresce-se ainda o ritmo do produtivismo neoliberal imposto aos trabalhadores no mundo inteiro. Cobra-se de todos o melhor desempenho possível, o que desequilibra emocionalmente as pessoas, gerando irritabilidade e ansiedade. O número de suicídios é assustador. Ressuscitou-se o dito da revolução de 68 do século passado. Então se dizia: “metrô, trabalho, cama”. Agora se diz: “metrô, trabalho, túmulo”. Quer dizer: doenças letais, perda do sentido da vida e verdadeiros infartos psíquicos.
         Entre nós, nos últimos meses, grassa um desalento generalizado. A campanha eleitoral turbinada com grande virulência verbal, acusações, deformações e reais mentiras, além do fato de a vitória do PT não ter sido aceita, suscitou ânimos de vindita. Bandeiras sagradas do PT foram traídas pela corrupção em altíssimo grau, gerando decepção profunda, o que fez perder costumes civilizados. A linguagem se canibalizou. Saíram do armário o preconceito contra os nordestinos e a desqualificação da população negra. Como disse Sérgio Buarque de Holanda: podemos agir a partir do coração cheio de raiva, de ódio e de preconceitos.
         Os interesses das classes abastadas são antagônicos aos das classes empobrecidas. Aquelas, historicamente hegemônicas, temem a inclusão dos pobres e a ascensão de outros setores da sociedade, a lugares antes reservados apenas para elas. Somos um dos países mais desiguais do mundo, onde mais campeiam injustiças sociais, violência banalizada e assassinatos que equivalem em número à guerra do Iraque. Temos trabalhadores vivendo sob condição equivalente à da escravidão.
         Como sair desse inferno humano? A nossa democracia é apenas de voto; não representa o povo, mas os interesses dos que financiaram as campanhas, por isso é de fachada.
         Vejo uma saída possível por parte da sociedade organizada e dos movimentos sociais, que possuem outro ethos e outro sonho de Brasil e de mundo. Mas eles precisam estudar, se organizar, pressionar as classes dominantes e o Estado patrimonialista, se preparar para propor uma alternativa de sociedade que possua raízes naqueles que, no passado, lutaram por outro Brasil com projeto próprio. Um povo doente e ignorante nunca fundará uma nova e possível biocivilização nos trópicos.
         Tal sonho pode nos tirar do cansaço e do desamparo social e nos devolver o ânimo necessário para enfrentar os entraves dos conservadores e suscitar a esperança bem fundada de que nada está totalmente perdido, mas que temos uma tarefa histórica a cumprir. Utopia? Como dizia Oscar Wilde, “se no nosso mapa não constar a utopia, nem olhemos para ele, porque nos está escondendo o principal”. Do caos presente deverá sair algo bom. Em vez da cultura do cansaço e do abatimento, teremos uma cultura da esperança e da alegria.”.

(LEONARDO BOFF. Filósofo e Teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Combate à indiferença
        A indiferença é incontestável ameaça à paz e, por isso, o papa Francisco faz o convite-convocação: “Vence a indiferença e conquista a paz”. Essa interpelação, tema do Dia Mundial da Paz 2016, diz respeito a todos os cidadãos. Exige redobrada atenção por parte dos diferentes segmentos da sociedade. Não se trata de um movimento simples e qualquer, mas da capacidade para o diálogo, que vai além de simples conversa e está distante dos conchavos interesseiros. Trata-se de caminho para nova cultura.
         A indiferença é espessa camada a ser removida, com muito esforço, para dar lugar à fluidez da escuta e sensibilidade que fazem nascer no coração humano a competência para eleger, em todas as circunstâncias, o outro como prioridade. Por isso, se equivocam dirigentes, governantes e todos os que escolhem, decidem e operam na contramão do diálogo. Os prejuízos são enormes e facilmente constatáveis: a vergonhosa exclusão social, a perpetuação dos esquemas de corrupção e a manipulação do que é bem comum em benefício de interesses particulares. O resultado é uma terrível mediocridade na atuação de dirigentes e governos, sem lucidez para encontrar soluções e saídas. Consequentemente, a paz segue ameaçada.
         É óbvio concluir que a falta de diálogo provocada pela indiferença é um problema grave. Trata-se de carência comum a vários ambientes – parlamentos, muitas vezes cenários, de poucos e ineficazes entendimentos; diversos ambientes de trabalho e famílias. A falta do diálogo, alimentada e alimentadora da indiferença, tudo envenena. A indiferença comprova a carência de sabedoria na condução da vida. É sinal da perda de rumo e da incompetência que impede exercícios responsáveis e inventivos na atuação profissional e cidadã.
         Situações desoladoras resultam desse verdadeiro veneno: os desperdícios, a perda de oportunidades para avanços e progressos, o recrudescimento de grupos, a disputa entre pessoas, famílias, nações. Ninguém fica isento de pagar um alto preço, que inclui o aumento da violência. Ela nasce também das revoltas e da dor da indiferença sofrida pelos mais pobres, por quem não tem voz e vez. E não adiantam esquemas de segurança, isolamentos que desenham segregações ou portas fechadas para tratar em mesas restritas os assuntos que dizem respeito ao interesse do bem comum.
         Nesse contexto, a vida de todos, indistintamente, é temperada pelos espectros de incertezas e desconfianças que descompassam corações, inteligências e vivências. Não há, assim, outro caminho, senão acolher, efetiva e urgentemente, a convocação de investir na superação da indiferença, particularmente pela prática sincera e permanente do diálogo, compreendido como escuta prioritária do outro, antes de qualquer juízo e decisão. Isso envolve a conduta pessoal e também transformações nas dinâmicas institucionais. É mudança cultural capaz de introduzir uma novidade na esfera de entendimentos e de deixar aparecer a luz da sabedoria, que permite encontrar saídas para as crises. Uma luminosidade apropriada para oferecer respostas aos muitos questionamentos, soluções para problemas e dar nova configuração aos cenários sociais, políticos e culturais.
         Vale acolher a instigante convocação feita pelo papa Francisco: “Vence a indiferença e conquista a paz”, que se torna ainda mais forte pela exemplaridade de suas atitudes – em permanente diálogo com todas as pessoas, com a cultura contemporânea – e também por sua simplicidade cativante. Acolher essa convocação significa admitir que a indiferença globalizada é um inimigo comum a ser combatido e vencido com urgência. Essa embate inclui indispensavelmente o empenho pessoal de todos. Raciocínio lógico e simples é considerar que, se cada pessoa enfrenta a indiferença e luta pela paz, alcançam-se grande impacto positivo na qualidade dos relacionamentos e valiosas soluções para as crises governamentais, institucionais, familiares e de relações humanas.
         Há um caminho a ser trilhado para qualificar-se como agente de combate à indiferença na sociedade: buscar aproximar-se de Deus. O papa Francisco lembra que a indiferença em relação a Deus supera a esfera íntima e espiritual do indivíduo e traz consequências para a esfera pública e social. De modo interpelante, Francisco acrescenta que o esquecimento e a negação de Deus induzem o homem a não reconhecer qualquer norma que esteja acima de si. Isso produz crueldade e violência. Assim, para edificar um mundo melhor, é hora de vencer a indiferença que ameaça a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        

    

          

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, O DESAFIO DA EXCELÊNCIA NA GESTÃO E A MAGIA DA SANTIDADE

“Olhar sobre a gestão deve ser sistêmico
        Excelência em gestão soa como algo inalcançável, mas nada mais é que um olhar sistêmico da gestão, baseado em fundamentos e critérios de excelência que trazem uma abordagem lógica para as organizações. Segundo Jairo Martins, presidente-executivo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituição seus fins lucrativos que promove, articula e dissemina a cultura e a excelência da gestão no Brasil, isso deve ocorrer baseados nos critérios de excelência, que são liderança, sociedade, clientes, estratégias e planos, processos, pessoas, informação e conhecimento e resultados. E todos esses quesitos devem estar harmonizados pelo sistema de gestão de uma organização.
         “A liderança de uma organização deve olhar a sociedade e os clientes para definir suas estratégias e planos. E deve estabelecer processos, a serem conduzidos por pessoas capacitadas e orientadas por um sistema de informação e conhecimento eficaz e eficiente, para, assim, gerar resultados”, explica o especialista, segundo o qual o primeiro passo para isso deve ser a decisão estratégica da liderança que vai conduzir o programa de excelência na empresa. “Como os modelos de gestão estão disponíveis e acessíveis, com exaustiva documentação, não há necessidade de grandes investimentos financeiros. Com atitude e algum investimento em capacitação, é possível iniciar um programa de excelência em qualquer organização”, diz.
         Pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer natureza e porte: todas as empresas deveriam investir no processo. No Brasil, a Fundação Nacional da Qualidade tem como missão disseminar os fundamentos e critérios de excelência da gestão e por isso disponibiliza essas informações, além de cursos específicos e de diferentes profundidades sobre o seu registrado Modelo Excelência da Gestão (MEG). No portal www.fnq.org.br, essas informações estão disponíveis, assim como um curso básico sobre o MEG. “Fornecemos e-books e webcasts, gratuitamente, que são capazes de capacitar e levar as informações necessárias para que uma pequena e média empresa busque a excelência da sua gestão”, diz Jairo.
         Depois de fazer o curso via web, as empresas podem aplicar um autodiagnostico da sua gestão com base nos critérios de excelência da gestão da FNQ. Ao final, as empresas recebem um relatório com indicação dos seus pontos fortes e oportunidades de melhoria, informando o diagnóstico por cada um dos oito critérios de excelência. “Não há a necessidade de grandes investimentos. Logicamente, com base no diagnóstico, poderão ser desenvolvidas ações de melhoria, algumas das quais poderão requerer capacitações específicas. O papel da FNQ é transferir conhecimento sobre gestão”, explica Jairo Martins. A qualidade da gestão é sempre importante, mais ainda em tempos de crise.
REFLEXÃO Segundo o presidente da FNQ, empresas que nunca pensaram nisso de forma estratégica devem refletir que tempo de crise é tempo de gestão. “É preciso usar melhor os recursos em processos eficientes e eficazes, fazer mais com menos, otimizar operações. É tempo de arrumar a casa”, sugere. Gerir um negócio de forma sistêmica, olhando harmonicamente cada atividade, evita decisões precipitadas e pontuais que podem levar, além da quebra da organização, a eventual perda de fôlego quando iniciar a retomada da economia. Olhar constantemente os processos, buscando eficiência e eficácia, respeitando os limites da sustentabilidade e da ética, é a melhor forma de aperfeiçoar as operações e os negócios, garantindo competividade e produtividade.”.

(CAROLINA COTTA, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de janeiro de 2016, caderno CLASSIFICADOS, página principal).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“A magia da santidade
        Paul Johnson é um dos grandes historiadores e intelectuais da atualidade. Nascido em 1928, na Inglaterra, ele até hoje utiliza a máquina de escrever. Sua produção intelectual é assombrosa e profunda. Seus textos são provocadores. Dono de uma cultura invejável e sinceridade cortante, Johnson não sucumbe aos clichês vazios. Em seu livro Os heróis, destaca a importância das lideranças morais.
         “Os heróis”, diz, “inspiram, motivam. (...) Eles nos ajudam a distinguir o certo do errado e a compreender os méritos morais da nossa causa.” Os comentários de Johnson trazem à minha memória um texto que exerceu forte influência no rumo de minha vida: Amar o mundo apaixonadamente, homilia proferida por São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei e primeiro grão-chanceler da Universidade de Navarra (Espanha), durante missa celebrada no câmpus daquela prestigiosa instituição. São Josemaría – cuja festa a Igreja celebra em 26 de junho – foi um mestre na busca da santidade no trabalho profissional e nas atividades cotidianas.
         Propunha, naquela homilia vibrante e carregada de atrevimento, materializar a vida espiritual. Queria afastar os cristãos da tentação “de levar uma espécie de vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e, por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas”. O cristianismo encarnado nas realidades cotidianas: eis o miolo da proposta de São Josemaría. “Não pode haver uma vida dupla, não podemos ser esquizofrênicos, se queremos ser cristãos”, sublinha. E, numa advertência contra todas as manifestações de espiritualismo mal-sucedido e de beatice, afirma de modo taxativo: “Ou sabemos encontrar o Senhor na nossa vida de todos os dias ou não o encontraremos nunca”.
         O pensamento de Escrivá, apoiado numa visão transcendente da vida, e, aos mesmo tempo, com os pés bem fincados na realidade material e cotidiana, consegue, de fato, captar plenamente a contextura humana e ética dos acontecimentos. São Josemaría não deixa de enfatizar o valor insubstituível da liberdade – particularmente a liberdade de expressão e de pensamento – contra todas as formas de intolerância e sectarismo. Para ele, o pluralismo nas questões humanas não é algo que deva ser tolerado, mas sim amado e procurado.
         A sua defesa da liberdade, no entanto, não fica num conceito descomprometido, mas mergulha na raiz existencial da liberdade: o amor – amor a Deus, amor aos homens, amor à verdade. Sua defesa da fé e da verdade não é, de fato, “anti”-nada, mas a favor de uma concepção da vida que não pretende dominar, mas, ao contrário, é uma proposta que convida a uma livre resposta de cada ser humano.
         Seus ensinamentos se contrapõem a uma tendência cultural do nosso tempo: o empenho em confrontar verdade e liberdade. Frequentemente, as convicções, mesmo quando livremente assumidas, recebem o estigma de fundamentalismo. Tenta-se impor, em nome da liberdade, o que poderíamos chamar de dogma do relativismo. Essa relativização da verdade não se manifesta apenas no campo das ideias. De fato, tem inúmeras consequências no conteúdo ético da informação.
         A tese, por exemplo, de que é necessário ouvir os dois lados de uma mesma questão é irrepreensível; não há como discuti-la sem destruir os próprios fundamentos do jornalismo. Só que passou a ser usada para evitar a busca da verdade. A tendência a reduzir o jornalismo a um trabalho de simples transmissão de diversas versões oculta a falácia de que a captação da verdade dos fatos é uma impossibilidade. E não é. O bom jornalismo é a busca apaixonada da verdade, O jornalismo de qualidade, verdadeiro e livre, está profundamente comprometido com a dignidade do ser humano e com uma perspectiva de serviço à sociedade.
         A figura de São Josemaría Escrivá, o seu amor à verdade e a sua paixão pela liberdade tiveram grande influência em minha vida pessoal e profissional. Amar o mundo apaixonadamente não é apenas um texto moderno e forte. Sua mensagem, devidamente refletida, serve de poderosa alavanca para o exercício da nossa atividade profissional.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A BUSCA DA VIDA SUPREMA E DA CULTURA TRANSFORMADORA

“Nossa consciência precisa 
estar voltada para o espírito
        Era noite. Encontrava-me em quietude, com os olhos fechados, voltado para a nascente. Percebia uma forte energia vinda daquela direção. A mente, serena, apenas observava.
         Atualmente, a tarefa de voltar a própria consciência para o espírito deveria ser cumprida de maneira simples e despojada. Em ciclos anteriores, muitas estruturas foram criadas para conduzir esse processo – o que pode ter prestado seu serviço, apesar da pequena resposta humana a essa proposta. Mas hoje a dinâmica transição pela qual o planeta está passando permite apenas por um tempo mínimo que o ensinamento e a formação espirituais aconteçam restritos a fórmulas, exercícios ou ritos. O dinamismo atual impossibilita o aprisionamento em formas rígidas. Assim, a vida interior, fruto de uma aproximação secreta da consciência à verdade essencial, é dificultada.
         O homem nasce só, morre só e também sozinho deve encontrar a Vida. Por mais que seja útil o serviço de transmitir aos outros a experiência interna, isso jamais o isentará dos passos que ele mesmo deve dar. Pode-se despertá-lo para a meta superior, impulsioná-lo a seguir adiante, mas não se pode caminhar por ele.        
         Aspectos superiores da Criação aguardam para se manifestar na Terra; todavia, é necessário aprofundar e absorver realmente aquilo que do cosmos foi ofertado aos homens e que não foi por eles compreendido nem realizado no mundo tridimensional. Porém, para que tal manifestação possa ocorrer de maneira generalizada e para se alcançar integralmente um estágio mais elevado, deve-se ultrapassar o anterior, já conhecido.
         Sempre ocorreram situações nas quais a humanidade, estando diante de um impasse, opta pela perpetuação da vida mundana, mesmo reconhecendo a supremacia da vida interior. Os fatos externos ainda são referenciais muito fortes para os homens, que a eles respondem mais facilmente do que à potência e à realidade da ação invisível. A esta eles deveriam, entretanto, se abrir, pois o conhecimento superior e a introdução de leis e energias divinas e espirituais no planeta são regulados pela abertura que os indivíduos apresentam ao Desconhecido.
         O ritmo do processo cósmico no qual a Terra está inserida indica ter chegado a hora de a energia espiritual permear os estratos mais densos da vida diária, e essa realização é inexorável. Como a sua consumação requer uma substância que possa suportá-la, as estruturas materiais da Terra e até da humanidade passarão pelas transformações necessárias ao cumprimento dessa etapa.
         O mistério da união está nesse encontro cósmico, no qual a matéria entrega-se ao Mais Alto, como o barro às hábeis mãos do oleiro, e recebe nova forma, revelando a Ideia Suprema. Assim, a vida externa não se desenvolve apartada da verdadeira existência: a consciência reconhece o Propósito Superior e a matéria pode manifestá-lo. Essa perfeita harmonia, expressão de energias em seus aspectos puros, é vida que, em mergulho profundo, deve encontrar as fronteiras do Absoluto.
         Em se tratando de contatos internos, não nos prendamos às tendências materiais naturalmente estabelecidas em nosso ser; lidamos com elas como se fossem barro e espátula nas mãos de um exímio escultor, deixando-nos guiar pelo Espírito para que a Vontade Suprema possa moldar, por nosso intermédio, o que tiver de ser manifestado.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Instrumento da cultura
        Os descompassos da última década, particularmente os do ano passado, cantam um refrão de que é preciso aprender novas lições e fazer diferente. As mudanças não significam apenas substituir nomes, siglas, programas ou até mesmo prioridades. Essas ações já são práticas comuns, com resultados pouco relevantes, diante das necessidades e das oportunidades para saltos mais qualitativos no conjunto de uma sociedade que vai perdendo chances importantes. É hora de retomar o horizonte desenhado pela filosofia da cultura, disciplina não tão antiga que muito agregou a filosofias de muitos tipos e matizes.
         Simples e de grande incidência na sociedade é a consideração da cultura como o desenvolvimento e o exercício de capacidades humanas – segundo determinados parâmetros e normas – que produzem mudanças e inauguram novos ciclos. Etapas novas que são respostas às crises vividas geram possibilidades e superam a esterilidade própria da repetição, da simples constatação e lamentação – condutas comuns a quem não conhece “a saída” e não tem força para protagonizar as ações transformadoras necessárias.
         No âmbito formal de uma filosofia da cultura, vale considerar, de maneira prática e direta, os contextos sociopolíticos, religiosos e culturais dos substratos que podem dar, ou não, consistência à cultura – motor ou estabilizador das competências humanas indispensáveis. É extremamente importante não reduzir a busca pelas soluções para as crises ao jogo político-partidário ou às dinâmicas legislativas. Obviamente que esses âmbitos têm sua importância. Contudo, não bastam apenas leis ou um convênio celebrado entre as instituições para se alcançarem melhorias significativas. Também não são suficientes apenas os juízos de valor a respeito das siglas partidárias. Há algo maior que precisa ser buscado: o investimento na ordem da cultura.
         Vale lembra o filósofo Ortega y Gasset, que compreende a cultura como “um movimento de natação, um bracejar do homem no mar sem fundo de sua existência com a finalidade de não afundar”. Isso significa dizer que a cultura permite ao “nadador” permanecer “à tona” e, consequentemente, recriar valores. Compreende-se, assim, a cultura no seu parâmetro de grande amplitude: tudo o que o homem faz e que passa a integrar um sistema cultural, transmitido entre gerações e, ao mesmo tempo, capaz de se renovar. Há de se concluir que não se pode reduzir o conjunto dos funcionamentos a estruturas rígidas. É preciso investir nas dinâmicas culturais alimentadas por valores e princípios capazes de ampliar as competências humanas. Desse modo, será possível encontrar novos caminhos.
         Importa considerar o conjunto de cada cultura, suas operações e procedimentos, em vista da confecção de um tecido que dê suporte a novas práticas, favoreça adequada interpretação de valores, crie autêntica consciência sociopolítica. Essa é a direção a ser seguida para alcançar a configuração com força para subsidiar um passo decisivo no coração de uma sociedade. Esse horizonte conceitual refletido indica caminhos que precisam ser trilhados como investimento cultural. Sem desconsiderar o olhar e o acompanhamento dos funcionamentos institucionais, é necessário investir, sobre o alicerce de valores e forças existentes, numa cultura cujo tecido reconfigure o jeito de exercer as competências humanas. Trata-se de prioridade, que permite construir contextos propícios para o surgimento de líderes com lucidez e capacidade para o diálogo.
         Essas competências são necessárias para os exercícios governamentais e cidadãos, alicerçados no compromisso comunitário e em qualificado sentido social. O diálogo, incontestavelmente, é a dinâmica que mais pode garantir a esperada melhoria do substrato cultural, base para configurar práticas e hábitos coletivos que promovam a justiça e priorizem o bem comum. O diálogo, para além de conchavos, da promoção de consensos interesseiros e partidários, é condição fundamental para fazer da cultura um verdadeiro instrumento de transformação.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        

  




                                

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A CIDADANIA, A LUZ DA REFORMA HUMANA E OS DESAFIOS DO PASSIVO AMBIENTAL

“Reforma humana e valores reais
        Reforma. Ultimamente, essa é uma das palavras mais pronunciadas nos meios de comunicação do nosso país. Vira e mexe ela está sendo balbuciada por alguém. Travam-se intermináveis discussões a respeito da reforma política, da reforma previdenciária, da reforma econômica, da reforma do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da reforma trabalhista, da reforma do Judiciário. São tantas reformas que levam a crer que está tudo completamente estragado, paralisado, precisando, portanto, ser refeito.
         Mas em meio a toda essa discussão parece que o pivô central de todas as reformas, que é o próprio ser humano, está se esquivando das suas responsabilidades e, como sempre, delegando ao “sistema” (que precisa ser substituído e não reforma) a totalidade da culpa dos nossos fracassos nacionais. A principal reforma pela qual precisamos passar é a reforma humana, estamos precisando a aprender a ser gente.
         Voltando um pouquinho na história da humanidade, veremos no passado semelhanças, alguns exemplos, das mesmas situações, observando a essência das coisas, que acontecem até hoje e que foram mencionadas no parágrafo anterior.
         Um dos maiores impérios da humanidade, o Império Romano, é caracterizado por uma atitude muito simples que colocaram em prática: dividiram a população em dois grupos – existia o povo romano, que merecia todas as glórias, e o povo bárbaro, que eram todos aqueles que não eram romanos. Independentemente de onde eram e de como viviam, estes mereciam ser perseguidos, se fosse preciso escravizados... eram vistos como segunda categoria de gente.
         Uma das maiores religiões ocidentais, infelizmente, fez, em certa época, a mesma coisa, dividindo as pessoas em dois grupos católicos e não católicos. Os primeiros dignos de todas as benesses divinas, e os segundos, pessoas consideradas desalmadas, ditas como bruxas, merecedoras das chamas da Inquisição e de todos os estragos provocados pelas cruzadas. Nos dias atuais, estamos presenciando o movimento ao contrário, os que foram perseguidos hoje perseguem. A semente do encalço parece ter germinado e os frutos estão aí, vistos todos os dias nos noticiários.
         Com o processo de expansão dos povos europeus, a partir das grandes navegações, não é que a história se repete? Os europeus consideravam-se civilizados, avançados e todos os povos que foram “conquistados”, “descobertos”, foram considerados por eles “raças inferiores”. E a justificativa: viviam de uma forma diferente, eram seres sem alma. Houve um período em que os nativos, das diversas regiões do planeta, foram vistos e tratados como animais.
         Terceiro milênio, a dicotomia continua. Separamos as pessoas em indivíduos da esquerda e da direita; sujeitos homoafetivos e heterossexuais, católicos e protestantes; islâmicos e cristãos; rurais e urbanos; intelectuais e analfabetos; ricos e pobres; negros e brancos. E o que é mais importante vai ficando de lado: a reforma humana.
         Ao analisar o passado, verificamos que, ao defender “bandeiras”, modelos, milhares de pessoas foram exterminadas, excluídas. Independia de serem essas pessoas boas ou ruins, honestas ou desonestas, justas ou injustas, o jeito dominador imperava de ser imperava e ponto final.
         Mas, afinal de contas o que seria a reforma humana? Significa começar a enxergar os valores que realmente interessam. E os valores são honestidade, sensatez, hombridade, zelo, caráter, sensibilidade. E isso não tem relativismo. Significa valorizar o mérito; significa valorizar a pessoa além de suas crenças, credos, gostos e jeitos; significa perceber o outro como gente; significa ter atitude de gente; significa acreditar que ainda é possível construir uma sociedade mais justa e fraterna.
         O que adianta uma pessoa ser branca ou negra, católica ou protestante, homo ou hétero, letrada ou analfabeta, ser filiada a esse ou àquele partido se suas atitudes são preconceituosas, discriminatórias, malfazejas, injustas, corruptas e desumanas? Acabará colaborando com todas as mazelas da sociedade.
         Imaginemos agora o contrário, não importando se a pessoa for branca ou negra, católica ou protestante, homo ou hétero, letrada ou analfabeta, filiada a esse ou àquele partido. Se ela praticar a caridade, a justiça, cuida do bem comum, valoriza as pessoas, cultiva os valores humanos, não seria maravilhoso? Estará colaborando, com toda a certeza, para uma sociedade equilibrada, justa, digna da vida humana.
         Todas as outras reformas só darão certo quando o ser humano der certo. Quando conseguir sair do casulo, da máscara, como diria Platão, da caverna. Quando permitir-se atravessar os ritos da metamorfose ambulante. Quando deixar de, a qualquer preço, defender bandeiras, estereótipos, convicções que desumanizam. Caso contrário, ficaremos eternamente secando gelo e nunca veremos nossos intermináveis problemas começarem a ser resolvidos. Já passou da hora de valorizarmos o que realmente interessa!”.

(WALBER GONÇALVES DE SOUZA. Professor do Centro Universitário de Caratinga – MG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de novembro de 2015, mesmo caderno, página 7, de autoria de SÉRGIO FARNESE, professor de filosofia, autor de Minas, teus cadáveres te espreitam, e que merece igualmente integral transcrição:

“Passivo ambiental
        Passivo, na contabilidade, é dívida. O capital extrativo, multinacional, deve muito à humanidade. Derrete geleiras, cobre o mar com óleo preto, fura o ozone, e ainda nos precipita, como os deuses de Epicuro, em versões apocalípticas de macabras mitologias, com aval dos governantes do mundo, do país, do estado. Lágrimas de crocodilo não derretem lama, lava ou lixo, mas os oportunistas também choram. Molham a gravata, o tailleur, parecem mesmo sinceros nas entrevistas de praxe, nas providências tomadas, nas responsabilidades apuradas em 30 dias.
         Petrópolis, Friburgo, Ouro Preto esperam calmas, silentes, coniventes, que essas palavras frívolas, meros clichês de marketing eleitoral remanescente das últimas urnas, transformem-se de modo mágico em casas populares e indenizações por danos físicos e morais, em providências preventivas e punição de responsáveis.
         Há mais de 30 dias, com certeza. Paciência, serenidade, resignação dos oprimidos é o que espera quem oprime, por 365 dias. Não há fúria na dor, ódio na perda, revanche no desvario. Mas o esforço heroico dos repórteres, a caneta crítica dos jornalistas, encarnando oráculos da deusa grega Fama e sua nave informativa de mil furos, mil olhos e mil ouvidos, insiste, aponta, repisa, cobra, repassa, desencrava do esquecimento, da memória soterrada por sutil descuido, declarações – promessas vãs – pios sopros de jovens e velhas raposas políticas investidas de autoridade pelo voto democrático.
         Como dizia Vinicius de Moraes, é preciso que tudo isso seja belo, não há meio-termo. A natureza deixada nas mãos de ONGs internacionais, de pessoas exóticas. O cidadão comum paralisado por siglas de governos aparentemente responsáveis, Copam, Ibama, Iepha, Iphan, IEF, Codemig, Prominas, BID. Procuradorias, promotorias, corregedorias. Ministérios, secretarias do Meio Ambiente. Lobos na pele de cordeiro. Paralisados pelo sucateamento proposital de seu raio de ação estatal, desautorizados pela última palavra dos mandatários de colarinho branco, prontos para dar uma gravata no interesse comum. Commodities partindo, sem cessar, do seio de pessoas simples, quilombolas, indígenas, ribeirinhos, pescadores de praia. Dólares entrando sem parar no bolso de pessoas complicadas, do Norte, da Ásia, daqui, de lá, anexando estrelas e planetas a seu passivo ambiental.
         Senhores das minas, senhores de Minas, senhores do que for, voltarão a ser pó, dos subterrâneos, embaixo da terra, como todos os outros, ambientalistas e predadores, faces de uma mesma moeda desses dias que correm. Abrigarão, sob o manto doce da morte, nada mais que lama, água podre, atmosfera suja para o futuro respirar, beber, lamentar. Nada de sociedade nova, nada de mundo novo, nada de terra do bem-virá.
         Mas resta ainda o alvorecer orvalhado pelo canto do bem-te-vi, pelo gorjeio do sabiá, cheiro verde de chuva nas manhãs cristalinas de novembro, tudo dando, a todos, razão bastante para um pit stop nas barbaridades autorizadas pelos parceiros burocráticos das topeiras mecânicas. Há uma causa, há um meio, um ambiente propício para que muita gente velha, muita gente jovem dispenda energia sagrada, porque generosa, no digladio político, revolucionário a ponto de garantir bases ecológicas para sonhos milenares de pelo menos chances iguais para todos, como no tempo de guerra de Zumbi dos Palmares, tempo encantado por versos de Guarnieri e Edu Lobo, quando falar de flor e de amor não será mais esquecer que tanta gente tá sofrendo tanta dor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a também estratosférica marca de 378,76% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...