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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A CIDADANIA, A FORÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS E A LUZ SOBRE OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

(Outubro = mês 14; faltam 10 meses para a Olimpíada 2016)

“Mutirão em apoio aos pequenos negócios
        O ano de 2015 tem sido de grandes desafios para os empreendedores. As dificuldades na economia exigem dos empresários uma gestão ainda mais eficiente do negócio para permanecer no mercado. Mais do que nunca, é hora de melhorar o desempenho, cortar custos, garantir um bom atendimento e inovar.
         Por isso, o Sebrae inicia hoje, 21/9, a maior ação de capacitação de pequenos negócios que já promoveu no país. Até o próximo dia 26. Microempreendedores individuais (MEI), donos de microempresas, de pequenas empresas e propriedades rurais têm uma oportunidade única para aperfeiçoar a gestão do negócio e ganhar mais competitividade no mercado.
         Uma intensa agenda de capacitações gratuitas será oferecida aos empreendedores em todos os 26 estados e no Distrito Federal sobre temas estratégicos para a boa gestão do negócio – em especial sobre vendas e finanças, temas que ganham uma relevância muito maior em tempos de dificuldades na economia.
         Esta semana de capacitação faz parte do Movimento Compre do Pequeno Negócio, iniciativa que o Sebrae lidera junto à sociedade para estimular o consumo nos pequenos negócios. O marco do movimento é o próximo dia 5 de outubro, que queremos que se torne uma data anual forte no varejo brasileiro em homenagem a esses empreendimentos. Um dia para priorizar e incentivar os pequenos negócios que fazem parte do dia a dia dos cidadãos.
         O fortalecimento dos pequenos negócios, que representam 95% do total de empresas brasileiras e respondem por 27% do PIB, é uma saída para a recuperação da economia. O Brasil não sairá da crise nem se tornará um país mais desenvolvido se não levar em consideração os pequenos negócios. Eles desempenham um papel social fundamental: geram mais da metade dos empregos formais do país, o que garante salário a 17 milhões de trabalhadores com carteira assinada.
         Quando o consumidor prioriza comprar em uma pequena empresa, ele faz com o que o dinheiro circule pela região e ajuda o negócio a se tornar mais competitivo, a investir mais em inovação e qualidade de seus produtos e serviços. Mais fortalecido, o negócio aumenta seu potencial de contratação, gerando mais emprego e renda.
         Mas não adianta o consumidor querer priorizar o pequeno negócio se ele não está preparado para atender às expectativas do cliente. Sabemos que consumidores satisfeitos voltam – e recomendam o local para outras pessoas. Não é esse conhecimento que todo empresário deseja? Ainda mais em tempos de crise, quando as pessoas ficam muito mais seletivas em relação ao que comprar e onde comprar.
         Durante a semana de capacitação, o Sebrae vai promover um grande mutirão em diferentes regiões para apoiar os pequenos negócios de Minas Gerais. Em palestras em Cataguases, Itabira e Ponte Nova, os empreendedores poderão aprender sobre temas como tendências de negócios e oportunidades na crise. Belo Horizonte, Itajubá, Barbacena e Ipatinga são exemplos de cidades que vão contar com seminários de varejo e vendas.
         Essas e várias outras atividades estarão à disposição do empreendedor nesses dias. Procure o Sebrae do estado ou ligue para o nosso canal de atendimento – 0800 570 0800 – para informações sobre a programação da semana.
         Pode ter certeza de que a recuperação da economia, que todos desejamos, está associada ao desempenho dos pequenos negócios brasileiros – o que depende tanto da valorização desse segmento pelo consumidor quanto da iniciativa do empresário de se capacitar. Os empreendedores podem contar conosco neste desafio e não deixem de aproveitar as muitas oportunidades para isso nesta semana.”

(LUIZ BARRETO. Presidente do Sebrae Nacional, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de setembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de setembro de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES, advogada e professora, formada em letras pelo UFMG, pós-graduada em estudos linguísticos pela UNI-BH, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação, hoje
        A instituição escola e o processo educacional no mundo contemporâneo se corporificam por meio do corpo docente e da inserção do aluno como sujeito coparticipativo nesse contexto. Historicamente, o sistema escolar se reconhece como um processo de construção hegemônica alicerçada numa estratégia de poder. Mudar esse cenário e enxergar o aluno como sujeito ativo, e não como mero espectador, significa uma releitura e um olhar diferenciado cujas raízes, inegavelmente, encontram-se no professor e filósofo da educação Paulo Freire.
         Oportunamente, discutir a educação atual neste mês não deixa de ser uma forma de celebrar o aniversário de Paulo Freire, que completaria em 2015 seus 94 anos.
         Freire influenciou todo o pensamento pedagógico contemporâneo. Sua filosofia educacional enfatiza o aluno como agente primordial na construção do conhecimento e, consequentemente, na produção de significados. Assim, seria a idealização de uma pedagogia em que a práxis humana relaciona-se com a prática da liberdade de pensar, e não apenas reproduzir o conhecimento transmitido. Partir desse pressuposto é usar do conhecimento para potencializar as habilidades e competências já internalizadas pelo aluno. Na visão de Paulo Freire, “a leitura da palavra deve ser precedida pela leitura do mundo”.
         Dizer que o aprendizado eficaz parte de uma prática educacional relacionada à sociedade é colocar em prática os ideais defendidos por Paulo Freire. Nessa perspectiva, o papel do educador deve ser de mediador de debates e, portanto, de incitar o educando a discussões críticas, formando agentes sociais de mudança. Longe de uma educação ortodoxa, em que a exclusividade expositiva é apreciada e cujas tradições muitas vezes não reconhecem o aluno como codirigente, a educação contemporânea tem como desafio negar o autoritarismo historicamente arraigado e a submissão do aluno visto apenas como assimilador de conteúdo.
         O educador hoje precisa compreender não só como o aluno elabora e constrói o conhecimento, mas também deve contextualizar os fatos e, dialeticamente, mesclar experiências e saber. Redescobrir, diante de tantos atrativos que conquistam atualmente os alunos, sua vocação humanista capaz de desenvolver uma nova pedagogia reflexiva, prazerosa e recreativa.
         A reinvenção no contexto atual demanda uma interatividade entre professor e aluno pautada no diálogo e na compreensão e aceitação de que é necessário considerar um pré-conhecimento, uma concepção de mundo trazida na bagagem do estudante.
         Na filosofia educacional de Paulo Freire, a educação é compartilhada, almejando uma nova perspectiva de futuro. Segundo ele “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
         Percebe-se, assim, que o sujeito se descobre e, a partir de sua vivência social, a função do educador será de contribuir para a ampliação de seu conhecimento de forma sistematizada. A intervenção feita acontece democraticamente, podendo ser percebida como uma troca de aprendizado.
         A prática pedagógica vista com um olhar mais esperançoso, fundamentada na liberdade e no reconhecimento do outro como sujeito/agente vem consolidar a concepção progressista de Paulo Freire, que vê a educação relacionada à sociedade e acredita que sua transformação ocorra a partir da visão crítica construída pelo sujeito. Logo, a prática pedagógica é intencionalmente transcendental à transmissão do conhecimento.
         Caminhar para o conhecimento é também ressignificar a didática escolhida, é decodificar criticamente o mundo em que se vive. Mundo da intersubjetividade onde haverá sempre a discordância de ideias, e é esse o contexto que propicia o crescimento, o aprendizado e o exercício prazeroso do pensar.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 350,79% ao ano; e mais, também em agosto, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,52%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c
     c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  
  
     



    

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A CIDADANIA E OS DESAFIOS DA UNIVERSALIDADE E QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

“Há modelo de educação?
        Ao olharmos para a história da educação no Brasil descobrimos – ou relembramos – que ela é recentíssima. Há um século, frequentar a escola ou ter professores tutores era para poucos seletos. Ilustres nobres. Essa realidade vem mudando, mesmo que lentamente. E de lá para cá não é possível negar as tecnologias, as mudanças e os paradigmas que o mundo em constante transformação impôs e impõe a cada dia.
         A partir das nossas vivências aprendemos que as pessoas se transformam ao longo de suas vidas e trajetórias. Os conceitos vão mudando e a educação muda na mesma velocidade. Hoje, há certa exigência para que a educação “acorde”. É como se uma pressão forçasse os muros da escola para que a “vida real” entrasse no seu espaço. O modelo do passado e o que vigora hoje se distinguem, mas têm a mesma essência: existe um conteúdo a ser seguido, um livro a ser concluído, um planejamento pronto. O mundo mudou à revelia na última década, mas na escola permaneceu o “modelo”, apesar de toda a diferença global. Resistir às diferenças e às mudanças é impor padrões a pessoas e a “brasis” tão diversos. Existo um nó a ser desfeito nessa relação de transformação. De tempos em tempos há alguém para provocar olhares para o “novo”. Nos tempos atuais, o que se instala é o “novo modelo” de educação. Se as pessoas são diferentes e mudam, como encontrar um modelo educacional? Não há modelo! O momento é de quebra de uma bengala que amparava um caminhada de pouco investimento na educação. É preciso trocar a bengala por lentes de aumento. Muitos e grandes teóricos já falavam sobre letramento há décadas e, hoje, se discute leiturização. Em vez de o professor retirar da cartola algo do currículo, ele fomenta uma discussão a partir do que está acontecendo no mundo, no que o atinge de maneira direta. Existe a preocupação em estimular para, a partir de então, juntos estudarem as questões propostas. É premente uma sala de aula interdisciplinar, que propõe uma quebra dos muros que separam o que é bom de ser estudado. Antes, o professor detinha o conhecimento e sozinho ensinava, do seu jeito, da maneira como aprendeu. Caso acontecesse algo que o sujeito destoasse do grupo, a culpa da não aprendizagem era dele e da família.
         Na escola que se pretende fora do modelo, inclusão é a palavra de ordem. As pessoas são diferentes e por isso aprendem de formas diferentes. Trocam-se os métodos para se adequarem as dificuldades do aluno.
         O letramento amplia as possibilidades de o aluno chegar ao conhecimento por formas diversas. Como o professor pode ser detentor do conhecimento num mundo globalizado? Impossível! O professor detém vários conhecimentos, mas sua maior especialização é na metodologia. Hoje, a compartimentalização que antes era considerada didática é rompida. Uma escola que se organiza a partir de experiências é uma escola mais humanizada. É premente mudar o mundo e a mudança começa na escola de cada bairro para que o lastro seja de oportunidade de mudança e de crescimento de fato e direito.”

(CAROLINA SANTANA. Professora de pedagogia do Uni-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de agosto de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora aposentada pela Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reflexões sobre o Enem
        Em 2014, quase 16 mil escolas de todo o país foram às provas objetivas e de redação do Enem, totalizando quase 1,3 milhão de estudantes, mas, infelizmente, a presença de escolas públicas com as melhores médias do Brasil nas provas continua minoritária. A escola pública com melhor média aparece somente na 22ª posição do ranking: o Instituto Federal do Espírito Santo, em Vitória, colégio técnico que seleciona seus alunos. A melhor escola pública é o Colégio Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que ocupa a nona posição no ranking e é a única pública entre as 20 melhores escolas do Enem 2014.
         As outras escolas públicas que aparecem entre as 100 melhores no Enem são: Colégio Aplicação do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (21º); Instituto Federal do Espírito Santo – IFES Vitória (32º); Colégio Militar de Belo Horizonte (66º); Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (88º); Colégio Militar de Juiz de Fora (92º); Câmpus I BH – Cefet – MG (94º); Colégio Pedro II – Câmpus Centro (99º); e Colégio Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (100º). Fato importante a destaca: todas elas são escolas públicas diferenciadas: técnicas, militares ou ligadas a alguma universidade. As escolas públicas tradicionais continuam com baixo resultado, e isso deve ser objeto de discussões e melhorias.
         O ranking nacional por médias novamente é liderado pelas particulares com perfis de alunos de classe média alta: Objetivo Integrado de SP pelo sexto ano consecutivo tem a maior média dos alunos, com 742,96 pontos; Colégio de Aplicação Farias Brito de Fortaleza, com 737,88; Olimpo de Goiânia, com 735,02; Christus Colégio Pré-Universitário de Fortaleza, com 731,38; e Bernoulli Unidade Lourdes de Belo Horizonte, com 730,33 pontos. Entre as 20 melhores escolas com as melhores médias nas provas objetivas (linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e ciências da natureza) e que tiveram índice de permanência na escola superior a 60%, 18 são particulares e duas são federais.
         Infelizmente, observa-se cada vez mais que, estrategicamente e visando lucros, muitas grandes escolas particulares selecionam turma de “alunos com alto rendimento” com CNPJ diferente, formando uma pequena e nova escola anexa à grande e que compete garantindo as notas altas do Enem e muitos lucros. Penso que a qualidade do ensino brasileiro em geral deve ser a meta de todos os exames do Ministério da Educação (MEC), desestimulando qualquer estratégia de manipulação de dados. O ranking 2014 confirma a desqualificação do ensino público e mostra o aumento das perversas práticas das grandes escolas particulares de “querer a alta performance” de um pequeno grupo talentoso no topo das médias tão distantes da situação real das escolas públicas brasileiras. Esse panorama precisa ser repensado e, principalmente, as escolas públicas precisam melhorar. Continuam os antigos problemas: má formação do educador, más condições de trabalho, baixo salário e dificuldade de colocar em prática um currículo com foco na competências e habilidades. De posse dos dados de Prova Brasil, Provinha Brasil, Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Enade, o MEC deveria apresentar também projeto de melhorias.
         Penso que os amplos dados dos exames, MEC precisam ser mais debatidos e melhorados. Afinal, esses exames têm alto custo e visam melhorias de ensino para todos os alunos, e não para turmas segmentadas de “talentosos” representando um grande colégio particular para fins lucrativos. Enquanto a média nacional é de 517,60 pontos, a médias das 20 escolas com pontuação mais alta sobe para 717,60. Considerando a nota da redação, a diferença entre as 20 melhores escolas e a média brasileira é ainda muito maior. Essa desproporção absurda e injusta precisa ser analisada, e melhorias, promovidas, para que os alunos do ensino médio de todas as escolas, especialmente públicas, de norte a sul, possam ser beneficiados com o ensino de qualidade, proporcionando também o acesso às universidades públicas brasileiras.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!  
  
            


  

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A CIDADANIA, A CONSCIÊNCIA DAS REALIDADES MAIS PROFUNDAS E O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

“A consciência nos faz perceber realidades mais profundas
        
         Em nossa caminhada espiritual, vamos transcendendo o conceito que em geral se tem acerca de consciência.
         Para o senso comum vigente, consciência é a mente ou, quando muito, o que vem do plano intuitivo. As pessoas centralizadas entre o plano mental e o intuitivo, planos de onde vêm ideias, pensamentos e impulsos, acreditam que sua forma de percepção é a consciência propriamente dita. Mas nesses planos há uma só parte da consciência, a parte que se expressa ali. O que existe na mente e no plano intuitivo não é a consciência pura nem a consciência completa do ser humano.
         Para transcenderem seu conceito atual de consciência, essas pessoas precisariam parar um pouco e observar seus pensamentos. Ao fazerem isso, não deveriam confundi-los com a consciência. A partir daí, poderão encontrar o que está além.
         Há em nós algo maior, superior ao nível dos pensamentos e das intuições, algo em que a mente normal não penetra. Se ficarmos calmamente assistindo ao que se passa na mente, cientes de que tudo aquilo é apenas uma parte da consciência, poderemos ter maior clareza. Passaremos a perceber realidades mais profundas sem planejar, e começaremos a nos identificar com esse nível superior que nos toca. Então, na presença de algum objeto, pessoa ou situação, em vez de automaticamente nos envolvermos com nossas ideias e preconceitos a seu respeito, veremos essas realidades.
         Pode-se, por exemplo, estar diante de um acontecimento e saber para o que ele vai servir, sem haver pensado; ou pode-se estar diante de uma pessoa e perceber a realidade interna do seu ser. Quando isso começa a suceder, nossa vida muda por completo. Passamos a compreender melhor os fatos, a conhecer o outro mais verdadeiramente, sem chegar a pensar, sem nos basear no que ele diz, no que vemos nele, no que achamos dele.
         Nessa descoberta, notamos que a consciência existe também nas coisas materiais que nos cercam, nos ambientes. Vemos que tudo é consciência, que a consciência é uma. Quando atingimos esse ponto, passamos a entrar nos lugares com outra atitude, porque distinguimos o que se poderia chamar de “consciência ambiental”.
         Tamanha ampliação traz significativo aprofundamento à nossa vida. Nossos sonhos mudam de qualidade e, ao despertar, notamos que algo se transformou em nós. A consciência vai trabalhando o nosso ser por dentro. E em dado momento ela emerge, seja qual for o estado do nosso ser exterior – queira ele ou não.
         A consciência começa a trabalhar o ser pelas suas partes menos resistentes. Pouco a pouco, outras partes vão integrando-se nesse processo: a matéria do corpo físico, as emoções, os pensamentos, o ambiente, o mundo. A consciência faz isso para despertar a luz que há dentro de tudo, faz isso para sutilizar, elevar, expandir. Ela é viva e transformadora. Sua expansão diviniza a vida. E a vida, aos ser divinizada, transforma-se ainda mais e se torna, então, consciência pura.
         Feita à semelhança do Criador, a consciência tem em seu centro o cosmos inteiro. Não é o corpo físico nem a energia por ele expressa; é uma realidade essencial, indestrutível.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de abril de 2014, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de abril de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES, formada em letras com habilitação em português e francês pela UFMG, pós-graduada em estudos lingüísticos pela UNI-BH, bacharel em direito, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mudar a educação
        
         A Educação no Brasil é um tema exaustivamente discutido e inesgotável no panorama da ampliação do potencial humano. De um lado, há exemplos edificantes, divulgados pela imprensa, em que escolas públicas sob iniciativa de seus gestores vem construindo histórias invejáveis. Do outro, um resultado conflitante com tal cenário, divulgado em 1º de abril, que coloca o Brasil no 38º lugar entre 44 países participantes do Pisa.
         O Pisa é um programa de avaliação comparada, aplicada a estudantes na faixa etária de 15 anos. “O Programme for International Student Assessment) (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) é desenvolvido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Tem como objetivo  produzir indicadores que contribuam para a discussão da qualidade da educação nos países participantes a fim de subsidiar melhorias no ensino básico.”
         O mais alarmante não é um estudo comparativo com outros países, tendo em vista as diferentes realidades, mas perceber que o país ficou abaixo da média estabelecida. Logo, as competências dos estudantes em leitura, matemática e ciências não foram suficientes para atingir o mínimo necessário.
         Há que se pensar na educação de uma forma mais abrangente, que envolva não apenas políticas educativas, mas estratégias educativas, cujo foco nesse contexto não seja somente o “enunciatário”, mas também o enunciador.
         Importante depreender que esses alunos, ao serem avaliados, estão tão somente reproduzindo o que assimilaram. Sendo assim, não há que se falar em responsabilidade unilateral; há partes envolvidas no mesmo processo. Diante de todas as adversidades encontradas, sejam de caráter  estrutural ou econômico, a única certeza é de que a ineficácia do ensino está aparente. E a saída não se restringe aos conteúdos ensinados, mas a como estão sendo trabalhadas essas competências em sala de aula. Importante refletir se a maneira como as orientações estão sendo dadas não estão conflitantes com o perfil dos alunos atuais.
         Hoje, a sociedade vive uma era de transição, um desmoronamento do passado. Enquanto muitos educadores advêm de uma cultura eminentemente verbal, os alunos contemporâneos, nativos digitais, vivem a cultura da imagem, devido aos estímulos visuais, demasiadamente explorados. Logo, o professor não é mais fonte de informação, ele ajuda a conectar essas informações e, assim, deve ser o primeiro a perceber o deslocamento de seu papel.
         Se nos primórdios a cultura acadêmica era contemplativa, na atualidade está na contramão dessa propriedade. O educador precisa usar as mídias sociais a seu favor, pois isso possibilitará uma aproximação maior com seu aluno. Para tanto, é imprescindível que esses profissionais desenvolvam competências nem sempre atreladas ao uso do computador em si, mas também acompanhando as tendências e possibilidades que surgem no dia a dia.
         O aluno, usuário habitual das novas tecnologias, nem sempre tem a maturidade para relacionar os conteúdos e filtrar as informações relevantes, pois na maioria das vezes faz uso superficial dessas informações e não consegue transformar o que se apresenta de forma fragmentada em efetivo aprendizado. O professor, nesse decurso, assume um papel primordial de catalisador do conhecimento.
         A educação tradicional  tornou-se obsoleta diante das tecnologias digitais, e os impactos dessas mudanças refletem o desinteresse de muitos alunos no universo acadêmico. Não há que se falar em finalidades divergentes, mas sim de metodologias conflitantes: a linguagem usada entre professor e aluno não está sendo a mesma. Portanto, é importante a experimentação do novo, seja na organização das aulas, utilizando aplicativos facilitadores da transmissão do conhecimento, seja estimulando e desafiando o aluno, fruto de uma geração extremamente tecnológica.
         Abandonar a zona de conforto do velho modelo acadêmico torna-se um fator preponderante nessa revolução, e esta só é possível por meio de iniciativas ousadas e destemidas advindas do corpo docente.
         Ainda que os conteúdos sejam os corriqueiros, as habilidades cognitivas devem ser trabalhadas com o propósito de ampliar o lado intelectivo do aluno, tornando mais efetiva sua formação como cidadão e, certamente, os resultados positivos serão consequência de um projeto reestruturado aos moldes da contemporaneidade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado),  como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdências social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...     

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, O HÁBITO DE LER, A ESPERANÇA, A JUSTIÇA E A PAZ

“A leitura muito além dos livros
É comum ouvir as pessoas se lamentarem de que os jovens encontram-se envolvidos apenas com o universo cibernético, mas não seduzidos por livros. Pergunta-se: qual é o papel familiar nesse processo? E a resposta está longe de ver a família como coadjuvante nessa história. Faz-se necessária a contribuição efetiva da família para que haja um incentivo, um lugar construído para a leitura, e assim não delegue essa responsabilidade para a escola.

Primeiramente, deve-se enfatizar que o processo da leitura não acontece somente no contato com um livro, revista ou jornal. A leitura precisa ser compreendida também como uma leitura de mundo. Sendo assim, o trabalho de interpretação, de construção de significados será mais rico e produtivo se exercitado em diversos momentos e esse processo é uma construção conjunta, que não se restringe à escola.

Ler não é apenas decodificar: é também decodificar. A polissemia desse verbo está presente em diversos campos do conhecimento, que vão desde a ciência e tecnologia até a filosofia, música, as artes, a literatura. O leitor participa de um jogo, muitas vezes sedutor, em que a resposta única não existe, existe a resposta possível em face de inúmeras leituras, a resposta aceitável diante de uma argumentação coerente. O leitor preenche as lacunas deixadas no texto, com suas referências múltiplas, evocadas por signos textuais e acionadas por um coautor, através de seus recursos cognitivos.

Nessa perspectiva, a leitura instiga a pensar de forma articulada e caminha para um exercício de interpretação, que está além do código linguístico . É um processo interativo em que é imprescindível o conhecimento prévio, no sentido linguístico, textual, mas também a leitura de mundo. A bagagem trazida no ato da leitura faz com que o exercício passe da superficialidade e torne-se enriquecedor.

Na obra O ato da leitura, Wolfang Iser trabalha o processo da leitura como a interação dinâmica entre texto e leitor e ressalta que o não dito estimula os códigos, os atos de constituição de sentido, incentivando o leitor a ocupar os vazios do texto com suas projeções.

A leitura passa pelo envolvimento, pela decodificação de símbolos, pelo prazer e nesse universo caberia falar de emoção, de fruição, de expressões ambíguas como prazer do texto e texto de prazer: “Haveria uma mística do texto – Todo o esforço consiste, ao contrário, em materializar o prazer do texto, em fazer do texto um objeto de prazer como os outros.”

O prazer, cujo significado associa-se a contentamento, alegria, boa vontade, agrado, distração e divertimento, requer algo que transcende a simples teoria, e que seja efetivamente vivido. Sabe-se: melhor que a teoria é o aprendizado pelo exemplo, que produz um efeito ainda mais real. Nesse sentido, a escola não pode estar solitária: há o papel solidário e imprescindível da família, que abrirá espaços para que os momentos de leitura se façam presentes no dia a dia. As experiências compartilhadas, as leituras feitas em diversos níveis, que não se restringem apenas aos livros, mas se estendem a filmes, propagandas e músicas podem ser instrumentos para que o mundo seja percebido sob uma perspectiva enriquecedora de relacionar a ficção à realidade.

O diálogo estabelecido entre texto e leitor suscita a ideia de que o texto é um elemento vivo, uma materialidade de significantes que o autor articulou. Contudo, só toma corpo com o olhar do outro. O leitor, sob a ótica de suas experiências, conduz a leitura de forma mais prazerosa, ou não. Assim, a leitura passa por caminhos descontínuos, onde quem lê aciona seus links intertextuais. Mudar o perfil de uma sociedade letrada, mas que não vê a leitura como prazer, como diversão, é mudar um universo culturalmente construído em que ler é sinônimo de imposição, de obrigação e de necessidade.

A leitura deve deixar seu lugar estratégico de busca de conhecimento para se transformar em deleite. Descobrir que algo, até então visto como objeto de punição, pode ser prazeroso, instigante e desafiador é se ver diante de um tipo de texto que se casa com seus pensamentos ou que, mesmo indo de encontro aos seus pensamentos, é reflexivo e promove o crescimento.

Tornar-se leitor autônomo, questionador e, portanto, coautor de um texto, é o primeiro passo para entender que a leitura está além dos livros e que um texto só ganha vida quando alguém imprimem suas inferências, contribuindo para que as palavras deixem de ser apenas um signo linguístico. Quando alguém relaciona a realidade ficcional com a realidade em que se vive.”
(ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES, Professora de língua portuguesa, literatura e redação, formada pela UFMG e pós-graduada em estudos lingüísticos pela UNI-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Uma nova esperança

O papa Bento XVI, com a tradicional mensagem para o Dia Mundial da Paz, aposta em um convite que é quase uma advertência, ao referir-se ao empenho na educação dos jovens para a justiça e a paz. Essa mensagem alarga o horizonte que a Igreja Católica abraça, convocando os segmentos todos da sociedade para um efetivo empenho na preparação para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro.

Trata-se de verdadeiro resgate e aprofundamento da convicção de que os jovens, com seu entusiasmo e idealismo, podem oferecer uma nova esperança ao mundo. O papa se dirige especialmente aos jovens quando diz: “Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, o nosso criador, que assegura a nossa liberdade, garante o que é deveras bom e verdadeiro; é o voltar-se sem reservas para Deus, a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor?

A nova esperança para fecundar o caminho de nosso mundo depende essencialmente do amor como força que formata mentes e corações, além de fortalecer na convicção de que é preciso tornar-se capaz de comprometimentos radicais e duradouros pela verdade, pela justiça e pela paz. Só o amor rejubila-se com a verdade, educa a inteligência e o coração humanos para a justiça e para a paz.

O papa Bento XVI convoca famílias, instituições educativas e todas as que atuam nos meios de comunicação, na vida social, política, econômica, cultural e religiosa a prestar atenção ao mundo juvenil. Chama atenção sobre a necessidade da capacitação permanente para o saber escutar e valorizar os jovens na construção de um futuro de paz e de justiça. Sublinha que essa não é apenas uma oportunidade, mas um dever primário da sociedade. O tom da mensagem, ao final, quando fala aos jovens, baliza o que deve emoldurar o coração dos educadores todos e indica a superação de preconceitos, distâncias e modos inadequados de entendimento.

O papa diz: “Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade, humildade e dedicação”. Esse apelo-convite aos jovens se torna indicador pedagógico para pais, educadores todos e responsáveis por âmbitos diferentes.

É um apelo aos jovens que deve ser transformado em meta para os educadores. Nessa perspectiva, os jovens se tornam exemplo e estímulo para os adultos. O papa continua dizendo: “vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente essa fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo”. Compreende-se que a educação da juventude para a justiça e a paz, como nova esperança ao mundo, é uma labuta em que a vitória se torna um ganho duplo. Ganham os jovens ao se esforçarem na luta pela superação das injustiças e da corrupção, com incisiva colaboração na construção de um futuro melhor. Ganham os educadores, que ensinam e, ao mesmo tempo, são aprendizes em razão da grandiosidade da causa da paz, incluindo exercícios fundamentais de diálogo, solidariedade, generosidade e partilha, garantia de modulação verdadeira do próprio coração e da vida.

A educação dos jovens para a justiça e a paz é um projeto adequado para o enfrentamento, diz o papa Bento XVI, de uma escuridão que desce sobre a sociedade, impedindo-a de ver a clareza do dia, quando frustrações, por causa da crise econômica não é uma simples questão de acerto de números e do funcionamento dos mercados. Olhar os jovens e o percurso educativo – um direito básico deles – ajuda a compreender que a crise que aflige a sociedade tem raízes culturais e antropológicas.

Por isto mesmo é prioritário tratar a questão dos valores e alavancar apreço à moralidade, sobretudo, junto aos jovens. Transmitir a eles o valor positivo da vida e neles suscitar o desejo de se comprometerem no serviço do bem, uma missão de todos.

Tarefa que merece agora uma redobrada atenção, empenhos e investimentos, pensando especialmente nos mais pobres, cuidando de sua formação de maneira profunda, contribuindo para fazer do jovem uma nova esperança ao mundo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS, de forma a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como;

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, no propósito de se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente a ocasionar INVESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos FALTA de RECURSOS diante de monstruosa SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

É preciso, pois, implantarmos DEFINITIVAMENTE em nosso PAÍS a cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do AMOR à PÁTRIA, do respeito mútuo e, sobretudo, do apreço aos valores e princípios e da ÉTICA em todas as nossas relações...

São GIGANTESCOS DESAFIOS, e sabemos bem, mas que de forma alguma ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS que contemplam EVENTOS previstos como: a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A CIDADANIA E A GRAMÁTICA DAS URNAS

“Valorização do Estado

[...] O governo brasileiro encaminhou ao Congresso Nacional a Política Nacional de Inteligência (PNI), que identificou 11 ameaças potencialmente prejudiciais à sociedade e aos interesses estratégicos nacionais, entre os quais, neste caso, a corrupção, internalizada como “um fenômeno mundial capaz de produzir a erosão das instituições e o descrédito do Estado como agente a serviço do interesse nacional”.

À luz da PNI, “cabe à inteligência cooperar com os órgãos de controle e com os governantes na prevenção, identificação e combate à corrupção em suas diversas manifestações, inclusive quando advindas do campo externo, que colocam em risco o interesse público”. A Operação Satiagraha, lamentavelmente, demonstrou que a cooperação com os órgãos de controle (prevista em lei) ainda é um processo a ser construído, com cautela e com grande profissionalismo de homens e mulheres de inteligência e segurança pública, caso contrário, corre-se o risco de termos raposa tomando conta de galinheiro. O profissionalismo dos operadores de inteligência não pode ser visto tão somente pelo acúmulo de cursos institucionais, pois sabemos que grandes currículos não representam habilidades, muito menos competência. O bom servidor não é aquele que cumpre horário, mas quem se dedica com entusiasmo à atividade que abraçou.

Organizações serão profissionais à medida que se fortalecem os mecanismos de controle sob a responsabilidade do Executivo (fiscalização), ação do Legislativo sobre o Executivo e a prestação de contas pelos tribunais destinados a este fim. Um novo governo se aproxima e esperamos que ele fortaleça as instituições do Estado democrático de direito, para cumprir os interesses da sociedade soberana e não da vontade patrimonialista de seus governantes, ainda que eleitos pela vontade do povo.”
(HÉRCULES RODRIGUES DE OLIVEIRA, Mestre em administração, professor do UNI-BH, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e local, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“A gramática das urnas

As urnas, neste primeiro das eleições, desenharam uma gramática cuja sintaxe traz o desafio de ser destrinchada e compreendida. Uma complexa tarefa que inclui diferentes intérpretes, desde os analistas políticos, partidos, especialistas de variados campos do saber, entrelaçando a opinião pública, até os marqueteiros com suas incursões nos propósitos de exitosos resultados. Contudo, a interpretação argumentada mais importante é aquela do eleitor que voltará às urnas no segundo turno. Não só. Está posta a exigente tarefa de configurar o mapa atual do Congresso Nacional e também das assembléias legislativas. Não é bom relegar o acompanhamento dos Executivos estaduais com suas tarefas e obrigações de intervenção mais rápida e determinante nos problemas de infraestrutura e necessidades básicas da população. A tarefa de acompanhar, promover o diálogo e participar das discussões que definem as políticas públicas e o lado exigente da condição cidadã de ser eleitor. Nessa direção há que se avançar de modo político mais amadurecido enquanto se compreende que o eleito, no exercício de sua função, está a serviço da sociedade e de suas necessidades, sempre ancorado na justiça social e no direito.

Sem esse monitoramento e permanente discussão em fóruns, comitês e grupos de acompanhamento, cria-se a situação propícia de deixar que o serviço político perca sua finalidade, sendo regido por interesses cartoriais. Se a sociedade se omite e não se envolve nas necessárias discussões discussões e vigilâncias, tratando de modo substantivo as questões e carências, abre portas para cenários deprimentes e abomináveis na política, permitindo que esta não dê conta de sua tarefa central, a de garantir a justa ordem da sociedade e do Estado. Adverte o papa Bento XVI, na sua carta encíclica Deus Caritas est, n. 28, que assim sendo o Estado não seria regido pela justa ordem e “redurzir-se-ia a uma grande banda de ladrões, como disse Santo Agostinho uma vez”. E ainda: “A justiça é o objetivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda política. A política é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”.

A natureza ética da justiça, em se considerando o mapa das urnas no primeiro turno, e o que vai ocorrer no segundo turno, de importância determinante para o futuro da sociedade brasileira, comprova um equívoco quando opiniões desclassificam ou desconsideram o papel da religião, dos grupos religiosos confessionais ao redesenhar o quadro político. Ouve-se por aí a opinião de que seitas e a Igreja Católica se envolveram indevidamente no processo eleitoral. É exato considerar essa participação indevida quando há mistura de caráter partidário com a inabilidade ao tratar candidatos de modo a influenciar preconceituosamente. Este é um risco que inclui uma compreensão que pode levar a uma idealização dos candidatos, com a conclusão de que nenhum é perfeito, portanto, merecedor de seu voto. Não se encontra candidato perfeito. Basta pensar que são candidatos de um partido com suas coligações. É claro que não vai se desconsiderar um dos inumeráveis aspectos que a gramática das urnas indicou: trata-se do anseio por pessoas com integridade que garantam um exercício adequado e indispensável da autoridade moral. Um anseio que aparece aqui e ali contracenando, de modo oposto, com escolhas que revelam protesto, sinal de descrédito.

Mas apareceram também as surpresas reveladoras do desejo de inovação. Voltando à participação eleitoral a partir dos valores nos quais a confissão religiosa se pauta, não de pode deixar de considerar a força advinda daí influenciando nos resultados. Não será, para não ser inadequada, uma influência partidária, nem aquela da constituição de bancada, não apreciada, decisivamente, pela Igreja Católica. Mas a influência da impostação ética, oferecendo critérios que respeitem o exercício soberano de escolha do eleitor, na sua liberdade e na sua capacidade de refletir e decidir. Não se pode estacionar na idealização de um candidato. As condições do candidato, iluminadas pela ética, que é e deve ser o coração da confissão religiosa, funcionarão como uma lâmpada iluminando o caminho – com seus altos e baixos, luzes e sombras – na gramática de sintaxe complexa que as urnas configuraram e estão exigindo novos entendimentos para definições adequadas na sociedade. É indispensável multiplicar diálogos em todos os níveis, debates e intercâmbios com analistas de campos diferentes e distintos pontos de vista na tarefa cidadã de compreender, decifrar e posicionar-se diante da gramática das urnas.”

São, pois, mais páginas eivadas de PEDAGOGIA e ESPÍRITO CÍVICO que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDADA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INOVAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...