quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A CELEBRAÇÃO DA ETERNA CRIANÇA E OS FUNDAMENTOS DO DIREITO NA SUSTENTABILIDADE

“Humano assim como Jesus só 
Deus mesmo, já o disse o poeta
        O Natal nos faz lembrar nossas origens humildes. O Filho de Deus não quis nascer num palácio com tudo o que lhe pertence em pompa e glória. Não preferiu um templo, com seus ritos, incensos, velas acesas e cânticos. Nem seque buscou uma casa minimamente decente. Nasceu lá onde comem os animais, numa manjedoura. Os pais eram pobres operários, do campo e da oficina, a caminho de um recenseamento imposto pelo imperador romano.
         Essa cena nos remete à situação presente no país e no mundo: milhões e milhões de pobres, muitos famélicos, outros tantos milhões de crianças cujos olhos quase saltam do rosto por causa da fome e da fraqueza. A maioria morre antes de atingir 3 anos. Eles atualizam para nós a condição escolhida pelo Filho de Deus.
         Ao escolher aqueles que não existem socialmente e os tidos como invisíveis, o Filho de Deus nos quis passar uma mensagem: há uma dignidade divina em todos esses sofredores. Face a eles devemos mostrar solidariedade e “com-paixão”, não como pena, mas como forma de participar de sua paixão. Sempre haverá pobres neste mundo, já o disse a Bíblia. Razão a mais para sempre retomarmos a solidariedade e a com-paixão. Se alguém caminha junto, estende a mão e levanta o caído – mais ainda, se alguém se faz companheiro, quer dizer, aquele que comparte o pão –, o sofrimento se torna menor, e a cruz, mais leve.
         Quem está longe dos pobres, mesmo o cristão mais piedoso, está longe de Cristo. Cabe sempre recordar a palavra do Juiz Supremo: “O que fizer ou deixar de fazer a estes meus irmãos e irmãs mais pequenos: os famintos, os sedentos, os encarcerados e os nus, foi a mim que o fez ou deixou de fazer” (Mt 25,40).
         O Natal é uma festa da contradição: ela nos recorda o mundo que ainda não foi humanizado porque somos cruéis e sem piedade para com aqueles penalizados pela vida. O Natal nos recorda a mesma situação vivida pelo Verbo da vida, o Filho feito carne.
         Por outro lado, no Natal nos alegramos que Deus em Jesus “mostrou sua bondade e jovialidade para conosco” (Epístola a Tito 3,4). Alegra-nos saber que Deus se fez criança, que não julga nem condena ninguém. Quer apenas, como criança, ser acolhido mais que acolher, ser ajudado mais que ajudar.
         Apraz-me terminar esta pequena reflexão com os versos do grande poeta português Fernando Pessoa. Poucos disseram coisas mais belas do que ele sobre o Menino Jesus:
         
         Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
         Ele é o humano que é natural.
         Ele é o divino que sorri e que brinca.
         E por isso é que eu sei com a certeza
         Que Ele é o Menino Jesus verdadeiro.
         E a criança tão humana que é divina
         (...)
         Damo-nos tão bem um com o outro
         Na companhia de tudo
         Que nunca pensamos um no outro
         Mas vivemos juntos os dois
         Com um acordo íntimo
         Como a mão direita e a esquerda.
         Quando eu morrer, filhinho,
         Seja eu a criança, o mais pequeno.
         Pega-me tu ao colo
         E leva-me para dentro de tua casa.
         Despe o meu ser cansado e humano
         E deita-me na tua cama.
         E conta-me histórias, caso eu acorde,
         Para eu tornar a adormecer.
         E dá-me sonhos teus para eu brincar
         Até que nasça qualquer dia
         Que tu sabes qual é.”
        
         Depois dessa beleza singela e verdadeira, só me resta desejar um Feliz Natal sereno a todos dentro de nosso mundo tão conturbado.”.

(LEONARDO BOFF. Teólogo e filósofo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de dezembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 12).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SACHA CALMON, advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ, e que merece igualmente integral transcrição:

“O direito como produto social
        Nas sociedades mais antigas, os sumos sacerdotes, quase sempre, como ocorreu inclusive com os papas, empolgaram o poder político. Estado e religião viviam amalgamados. Os preceitos morais estavam embutidos nos mandamentos da religião e esta, frequentemente, continha códigos jurídicos. Os Dez Mandamentos, com o “não matarás”, “não roubarás”, “não desejarás a mulher do próximo”, já não são codificação jurídica? O “honrarás pai e mãe” já denota a indução da moral utilitária. Entre os humanos “prestantes” é preciso cuidar e venerar os velhos “imprestáveis”. Onde falha o amor solidário reentra o dever moral. Confúcio fez da veneração aos idosos o pilar da moral chinesa clássica. Os historiadores do direito ou os arqueólogos jurídicos dizem que em Roma houve um tempo em que não se distinguia a lex (lei dos homens) da fas (lei divina). Sófocles, na peça teatral Antígona, a seu turno, mostra o conflito entre preceitos religiosos e normas jurídicas antinaturais. A separação entre a Igreja e o Estado (o Estado laico) é recente. É mais recente ainda a renúncia das igrejas em exercer o poder temporal. O catolicismo da Inquisição era poder político na real acepção do termo. E, até hoje, os aitolás islâmicos pensam governar em nome de Deus, aplicando os mandamos do Corão em lugar dos códigos laicos. De qualquer modo, a religião atua a partir de sanções prometidas após a morte.
         O direito é mais prático. A sanção dá-se aqui, agora. Tira-se a vida, a liberdade, os direitos, o dinheiro dos infratores que desobedeceram às suas prescrições. O direito tampouco se preocupa com os dramas de consciência. As intenções em si são irrelevantes, pois o que lhe interessa, verdadeiramente, são as condutas humanas, as prescritas e as proibidas. O direito descreve condutas e prescreve os efeitos que delas podem advir. Faz isso o tempo todo, em todos os tempos. Planifica instituições e comportamentos humanos, regendo o convívio social.
         Freud, com a sua notável intuição em compreender o homem como id (o homem que busca prazer e satisfação a partir dos impulsos de sua estrutura biopsíquica) e como ego (o homem educado que concilia os impulsos com as conveniências comportamentais que lhe foram introjetadas pela educação familial, moral e religiosa – superego), penetrou profundamente na alma humana, tão machucada pelos quereres do corpo e pelas proibições sociais, morais e religiosas. Pode até ter desnudado a hipocrisia moral, iniciando a análise do inconsciente humano, e se apiedado do homem colhido nas malhas das organizações sociais repressoras, mas não alterou em nada o direito, impassível na sua eterna missão de planejar e punir comportamentos. De resto, foi um discípulo de Freud, ademais filósofo e sociólogo, quem mais aprofundou este antagonismo entre o homem-natural e o homem-social. Refiro-me a Marcuse e sua obra intitulada Eros e civilização, em que demonstra que o processo civilizatório se faz às custas do sacrifício do homem, de todos os homens. Opõe o “princípio do prazer” (em si bom) ao “princípio da realidade” (em si necessário ao processo civilizatório). Civilizar é reprimir.
         Da vida em sociedade brota o direito. Ex facto oritur jus. O “ser” e o “outro”, convivendo, realçam o social, e, por certo, do fato social projetam-se interesses, carências e aspirações a suscitar regulação. Daí valores. E são eles que fecundam o direito. Se o direito é dever-ser, é dever-ser de algo, já o disse Vilanova, o recifense, como a sublinhar que o axiológico não paira no ar, desvinculado da concretude da vida. Os valores não são entes etéreos ou coleção de imperativos morais, imutáveis e intangíveis, tais quais essências sacrossantas. Não são supra-humanos nem nos chegam ab extra. Projetam-se do homem na história, do homem concreto, de um estar-aí-no-mundo-com-os-outros. Das necessidades às aspirações e, daí, às normas. Assim, se o direito está na norma, por certo brotou do espaço cultural de cada povo com as suas aspirações e os seus valores, epifenômenos da experiência social, nucleada à volta do processo de reprodução da vida humana.
         Ocorre que os critérios e valores que informam historicamente a construção das “legalidades vigentes” trazem a marca dos interesses concretos, até mesmo conflitantes, que do fundo mais profundo da sociedade emergem à luz colimando “formalização” e “juridicidade”. Trata-se então de dar “forma”, “eficácia” e “vigência” a prescrições que se reputam “certas” e “necessárias” à convivência humana e à “ordem pública”. Tudo isso é feito através de “instituições” que repassam para a ordem jurídica os conflitos de interesses existentes no meio social.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.




segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DO AMOR-SABEDORIA E AS EXIGÊNCIAS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Sublimar os impulsos subjetivos 
é a tarefa do homem moderno
        Sob um clássico ponto de vista, os atos de um indivíduo podem ser de três tipos: os atos não egoístas e desinteressados, os levados a efeito conforme seus deveres individuais e os que envolvem o mau uso da liberdade individual. Dos três, os homens mais sábios preferem praticar os que o libertam e o conduzem a esferas mais amplas da existência e da consciência. Todavia, tal decisão não tem apenas conotações pessoais e exclusivistas, se a consciência humana já compreende que no universo tudo é interligado, que pela elevação de uma de suas partes o todo se eleva e que a assunção de passos evolutivos é a maior ajuda a se prestar ao mundo.
         A ação do homem deve estar em consonância com o que já pôde captar como lei e padrão evolutivo. Qualquer ato contrário ao propósito superior redunda em desestabililização da sua aura, decorrente do choque entre partículas de diferentes vibrações: as que tendem à harmonia e as que tendem ao caos.
         Um ato é a concretização de um impulso subjetivo – uma inspiração superior, uma ideia, um ideal, um sentimento, um desejo, um instinto ou outro, a depender do nível em que sua consciência se encontre polarizada. Os atos imprimem padrões vibratórios específicos provenientes da esfera material da existência planetária em geral.
         Quando o indivíduo se reúne ao contingente que dará origem à humanidade futura, ele pode ver, externamente, a ação de energias inteligentes guiando a existência para uma meta preestabelecida pela sabedoria cósmica. Seus olhos devem estar preparados para enxergar além das aparências, para traspassar os véus de ilusão e reconhecer a verdade mesmo onde névoas tentem ofuscá-la.
         Os estímulos que lhe são transmitidos avivam-lhe o reconhecimento da necessidade de manter a consciência focalizada em níveis de pureza e harmonia. Favorecem-lhe o contato com o espírito, e simultaneamente alimentam nele a compaixão – qualidade que lhe permite levar em conta não só a sua evolução, mas a de todo o universo. Se o Amor-Sabedoria não lhe revelasse essa compaixão, sua jornada limitar-se-ia aos passos que poderia dar dentro das fronteiras das leis naturais. Porém, quando o poder da transcendência intrínseco ao Amor-Sabedoria se introduz e se instala no ser, ele já não evolui por si ou para si, mas por meio dele a própria essência da vida pode expandir-se mais livremente.
         Assim como a sabedoria dos ciclos planetários e universais prepondera sobre o desejo humano de evoluir, a energia de um estado superior exige preparo e maturidade mais profundos dos que expressos em níveis inferiores: por isso para que um indivíduo ou um grupo ascenda a novos estados são necessárias depurações.
         Os desejos e os pensamentos que em estágios anteriores constituíam fonte à ampliação da consciência do indivíduo, se em dado momento não forem subjugados à luz espiritual, transformam-se em empecilhos para a ascensão. Após certas etapas, é preciso reconhecer a necessidade de libertar-se dos envolvimentos com as forças que circulam no mundo, incitando respostas que não correspondem ao nível no qual já está polarizado. Assim, a consciência é hoje estimulada a proceder: com simplicidade, aderindo sem resistências ao caminho interior, cuja essência é incalculável pelas forças do caos.
         Expressar uma existência de plena dedicação ao espírito é um grande desafio aos homens.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de dezembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de janeiro de 2018, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de FELIPE DE BRITO FREITAS, professor do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação responsável e tecnologia
        Historicamente, a humanidade trabalha em favor de diminuir o seu esforço. Parece conflitante, porém, quando se trata de evolução tecnológica e inovação, esse objetivo torna-se ainda mais contundente. Um bom exemplo disso é a robotização de diversas atividades operacionais em linhas de produção de fábricas e na agricultura. Tarefas repetitivas e braçais já podem ser facilmente substituídas por máquinas e computadores.
         A revista Exame indicou em uma de suas publicações 32 profissões que podem acabar em, no máximo, 20 anos. Destacam-se as profissões de analistas de crédito, corretores de seguros, motoristas de táxis, de ônibus e de caminhões com mais de 90% de chances de acabar nas próximas duas décadas. Em comum, elas apresentam características de repetição de processos e lógicas de funcionamento bem definidas, atividades facilmente programáveis e robotizáveis. Em contrapartida, professores, programadores e analistas de segurança da informação são atividades que a publicação aponta com menos de 20% de chances de acabar.
         Paralelamente, devemos lembrar que, em tempos não muito remotos, a capacidade de processamento dos computadores apresentava-se como fator limitante à evolução e à robotização de tarefas. Hoje, qualquer smartphone que carregamos nos nossos bolsos possui uma capacidade de processamento cerca de mil vezes maior que os computadores de 30 anos atrás. O mesmo ocorre com a capacidade de armazenamento de informações. Praticamente toda a ciência e conhecimento humano estão na rede mundial de computadores, compartilhados e sem custo de acesso.
         É inegável que a evolução tecnológica nos traz conforto. Há quem reclame, sinta medo ou a critique, mas ninguém sente falta do preenchimento de cheques, das mensagens SMS, da internet discada só usada nos fins de semana ou da desorientação em uma cidade desconhecida. Nem as ligações telefônicas fazem-nos falta mais. Robôs tradutores em aplicativos de celular diminuem ainda mais as barreiras da ciência e da informação compartilhada.
         Diante disso, percebemos que os principais obstáculos na evolução da tecnologia tratam-se da eficiência energética e da consequente preservação do meio ambiente. Os estudos em busca de melhorias nas formas de usar, gerar e transportar eficientemente a energia são tão importantes quanto aqueles que envolvem as tecnologias de processamento da informação e de robotização. Imagine se seu celular somente fosse recarregado a cada semana, a cada mês ou a cada década!
         A educação não pode se desprender dessa dinâmica. Muitos estudos apontam para as novas relações de trabalho em que a informação é livre e a metamorfose, constante. A alteração nas formas de ensinar e no que ensinar já são temas de debates em meio às instituições de ensino dos diversos níveis de educação, no Brasil e no exterior. As mudanças curriculares de instituições de educação no exterior apontam para a migração dos currículos dos moldes conteudistas de habilidades e competências. Afinal de contas, a informação estará disponível para todos, mas fará a diferença o profissional que souber o que fazer com ela.
         Em busca de se alinharem com essas tendências, algumas escolas pelo mundo têm ensinado a tecnologia e “com tecnologia”. Veja que são duas situações diferentes. Ensinar tecnologia é ensinar como funciona, como é projetada e como é construída. Ensinar “com tecnologia” é ensinar com o auxílio de aparato tecnológico disponível.
         Educar com auxílio da tecnologia é um desafio. O uso deve ser transparente tal qual é o uso de um caderno ou uma caneta, evitando o risco de apenas digitalizar o ensino. O uso dos recursos tecnológicos deve servir para aproximar a educação ao universo do aluno do século 21 e, além disso, empoderar o educador, oferecendo-lhe recursos para melhorar sua eficiência em sala de aula. Algumas atividades mecânicas como correção de provas e trabalhos e transmissão de conteúdo podem ser substituídos pelas máquinas, enquanto ao professor será reservado tempo para planejar sua aula, mediar o aprendizado e aprimorar suas metodologias de ensino.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.



    

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA ASSERTIVIDADE NO PLANEJAMENTO E A LUZ PARA UM ANO NOVO NA SUSTENTABILIDADE

“Planejar e fazer o certo
        A chegada de um ano novo vem sempre carregada de expectativas, mesmo para quem acredita que a construção de uma vida e de uma carreira exitosa demanda um posicionamento contínuo e ações efetivas que nada têm a ver com o encerramento de ciclos do calendário. No entanto, a solenização da entrada é um é um momento para renovarmos as esperanças, os objetivos, novas expectativas na vida pessoal e profissional. E também é um momento para fazermos um balanço sobre o que realizamos, o que conquistamos e o que deixamos de fazer. A correria do dia a dia, as atividades que definimos como prioridades, as tarefas extras cotidianas e até mesmo as questões políticas e econômicas podem levar ao adiamento dos nossos planos de vida. Nessa hora, bate aquela sensação de dever não cumprido e percebemos que muitos dos nossos objetivos traçados não foram concretizados. Mas por que isso acontece?
         Quando definimos nosso plano, muitas vezes propomos realizar algo que está além das nossas condições e, com isso, deixamos de verificar a viabilidade do que queremos alcançar. O planejamento exige de nós comprometimento em colocar em prática os objetivos e as metas propostas, para que nossos desejos possam, de fato, ser realizados. E um dos princípios motores para essa realização é a nossa motivação e nosso empenho em fazer acontecer.
         Para isso, a primeira dica é traçar um plano com metas realistas, estabelecer objetivos claros e colocar tudo no papel. Objetivo é tudo aquilo que você deseja alcançar. Já a meta é o tempo estipulado e os meios a serem utilizados para atingir esse objetivo. O segredo para a conquista dos objetivos é criar estratégias possíveis e prazerosas.
         Faça uma reflexão sobre o que pode ser diferente no próximo ano. O que podemos aproveitar para 2018 e o que devemos deixar para trás. Uma lista sobre as conquistas alcançadas durante o ano que passou, bem como dos erros ocorridos, é uma excelente estratégia de aprendizagem e pode ser fundamental para guiar nossas metas futuras.
         Tenha foco. As distrações são perversas e nos levam para o lado oposto da conquista. Defina bem o que fazer, como fazer, aonde está e para onde quer ir. O foco é um grande aliado para a conquista dos resultados.
         Estabeleça prioridades, avaliando cada área da vida, a importância de cada uma e determine suas ações para alcançar o resultado. Faça escolhas conscientes para orientar seus passos. Busque motivação para a realização dos seus desejos. A motivação é a mola propulsora para o sucesso da conquista.
         Desenvolva a autoconfiança. Confiança nas suas decisões, nas suas escolhas. Potencialize suas ações, comprometa-se com seu planejamento, transforme desafios e adversidades em aspectos positivos. Como dizia Chico Xavier, “embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer pode começar agora e fazer um novo fim”.
         E, por fim, coloque a mão na massa. Não espere que os outros decidam ou escolham por você. O caminho é seu, só você pode fazer.”.

(ELMA BERNARDES SANTIAGO. Professora da Faculdade IBS/FGV, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“O ‘novo’ para um ano novo
        O que deve acontecer para que novo ano seja realmente novo? Eis uma pergunta que deve tocar a consciência e o coração de cada pessoa, para renovar o compromisso de todos com a cidadania. Para construir um futuro diferente, o primeiro passo é fazer um balanço do último ano que passou. Uma avaliação que deve se nortear pelos parâmetros da ética e das práticas que se alicerçam na solidariedade. Imprescindível é constatar: a novidade almejada não depende somente do outro. A sociedade não avança se seus cidadãos buscam transformar apenas o que está fora da própria interioridade. Sem uma sincera avaliação pessoal é inviável reformular o que precisa ser mudado no mundo, pois se desconsidera a chama da consciência. Com isso, convive-se com a incoerência de querer uma sociedade melhor, mas, ao mesmo tempo, continuar a tratar a delinquência  de forma normal e a considerar que tudo se justifica quando o objetivo é o de alcançar benefícios pessoais, além de achar que as mudanças esperadas devem sempre partir dos outros.
         Quando cada pessoa não cuida da própria consciência, o prejuízo é enorme para a sociedade. Prevalece um generalizado descrédito que, se não for debelado, inviabilizará os processos institucionais que são necessários para uma vida civilizada. Triste exemplo dessa situação é o desânimo dos cidadãos em relação à política e aos políticos. Essa carência de credibilidade afeta não apenas as instâncias do poder, mas também os campos da educação, da cultura, da religiosidade e das organizações empresariais. Um grave problema alimentado pelo desrespeito aos direitos, pela incompetência na eleição de prioridades, por marasmos e entraves burocráticos de governos. E assim o povo brasileiro prossegue encurralado nos cenários de miséria e exclusão que se perpetuam.
         O ponto de partida para edificar uma nação é a consciência de cada um. Renovar a interioridade é compromisso pessoal, cada pessoa avaliando a própria conduta para desenvolver novos hábitos, conquistar perspectivas promissoras, ajudar a encontrar respostas para os problemas contemporâneos. Essa transformação no nível da consciência deve incidir no ambiente familiar, nos desempenhos profissionais e no desenvolvimento da competência solidária para mudar situações. Cada pessoa, na regência da própria vida, precisa refletir a respeito de sua participação na sociedade, se está orientada nos parâmetros da cidadania. Além do exame de consciência, todos precisam se organizar, com coragem, a partir do apoio de Igrejas, instâncias governamentais, segmentos da cultura e da educação, para recuperar o descrédito patológico que ameaça a participação política. Um sintoma grave desse momento crítico e difícil do Brasil.
         É a partir da participação de todos, sem medo, que se conquista uma força iluminadora capaz de modelar as reformas tão necessárias ao futuro, sem prejuízos para os mais pobres e com a erradicação de privilégios. O “novo” que se busca exige, pois, o cumprimento de duas etapas: inicialmente, um sério exame de consciência e, em seguida, corajosamente, participar da vida cidadã, construindo propostas capazes de ajudar na solução dos muitos problemas atuais. Trata-se de aceitar um verdadeiro recomeço para a sociedade brasileira, dando passagem ao surgimento de novos líderes, em diferentes âmbitos. O “novo” para o ano novo não pode dispensar uma ampla agenda de debates, corajosa, respeitosa e incidente.
         Não vale simplesmente críticas de longe. É preciso envolver-se, cotidianamente, na tarefa de erradicar as sujeiras da corrupção, muitas vezes camufladas nas instâncias do poder. Agir de modo cidadão, sem espetacularizações e favorecimento aos poucos privilegiados. A meta diária deve ser aperfeiçoar a Constituição Cidadã, sem artifícios para beneficiar quem já é muito rico. Nessa tarefa, questões urgentes devem ser consideradas, a exemplo da defesa do meio ambiente, a promoção do desenvolvimento sustentável e integral, com ações capazes de deter a idolatria e a hegemonia do mercado que alimenta uma economia excludente. Incontáveis pautas merecem e necessitam da reflexão e do envolvimento de todos. Importantes e crescentes participações qualificadas para gerar clarividências e permitir encontrar o “novo” para o ano novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.


  

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E A DIVERSIDADE DOS TALENTOS NA SUSTENTABILIDADE

“O ecossistema de TI em Israel
        Recentemente, passei uma semana em Israel para conhecer um pouco sobre a veia empreendedora da região, que se tornou o terceiro maior ecossistema de tecnologia do mundo. A gênese deste fenômeno de empreendedorismo ocorreu no início dos anos 90, quando o governo resolveu fomentar a indústria de venture capital por meio dos fundos Yozma (Iniciativa em hebraico).
         Por meio desse programa, o Estado passou a oferecer incentivos fiscais para investidores interessados na nascente indústria de tecnologia do país. Em alguns casos, o governo chegou a oferecer retorno mínimo para os interessados ou o direito de recompra de sua participação a uma taxa prefixada. De lá pra cá, os resultados foram formidáveis.
         Hoje, existem mais de 6.000 empresas de tecnologia ativas em Israel. Existem mais startups em Israel, um país com 8 milhões de habitantes, do que no Brasil. O sucesso foi construído com ingredientes fundamentais: a tolerância ao erro e a contestação do status quo. Os israelenses fazem isso melhor do que ninguém.
         Eles criaram a expressão chutpah (é a qualidade da audácia, para o bem ou para o mal), parte da cultura local. Dos funcionários das empresas aos recrutas da IDF 8200, unidade de elite do Exército responsável por desenvolver tecnologia de ponta e maior celeiro de empreendedores do país, todos podem contestar os líderes e desafiar autoridades. Ou seja, os líderes precisam aprender a conviver em um ambiente em que a contestação faz parte da busca pelo sucesso e pelos melhores resultados, característica ainda difícil de encontrar nas startups brasileiras.
         Outro ponto que atraiu bastante a minha atenção na viagem foi o aguçado senso de comunidade que os israelenses têm. Eles sentem um profundo orgulho do ecossistema que criaram e sempre procuram promovê-lo. Não é incomum ver fundadores citando outras empresas e outras pessoas, exaltando as características únicas que fazem o país se destacar.
         Durante a semana em que estive por lá, visitamos diversas empresas e conversamos com muitos fundadores. É impressionante como o discurso é alinhado. Quase todos repetem os mesmos princípios que guiam a indústria: “conteste tudo”; pense como uma empresa global”; trabalhe duro”; “encontre as melhores pessoas” e “não tenha medo de errar e falhar”. Mais do que frases, esses pensamentos estão cristalizados e refletem o senso comum do que é preciso para fazer uma empresa dar certo. São passados de geração a geração de empreendedores e aplicados diariamente.
         Então, o que precisamos fazer para mudar a mentalidade no Brasil? Por que nós buscamos tanto a utopia da “estabilidade”? Creio que as respostas para essas perguntas estão na própria comunidade empreendedora do Brasil. Precisamos nos engajar mais, desenvolver um senso de coletivo e nossa própria maneira de construir empresas de sucesso. Essa receita precisa ser comprovada com casos reais de empresas brasileiras e divulgada amplamente com o intuito de influenciar novas gerações de empreendedores.
         Essa mudança já está ocorrendo, porém, ainda não atingimos o tipping point. Ainda precisamos coordenar melhor os diferentes stakeholders: empreendedores, investidores, incubadores e aceleradoras, governo, universidade e grandes empresas. Só a combinação das capacidades de cada um desses grupos permitirá que o Brasil atinja um novo patamar de desenvolvimento da indústria de tecnologia.”.

(FRANCISCO FERREIRA. Sócio-fundador da BizCapital, fintech que tem como principal objetivo desburocratizar e tornar mais eficiente o processo de concessão de crédito para o micro e pequeno empreendedor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RENATA AMBROSINI, psicóloga com mais de nove anos de experiência na área de seleção de profissionais em TI e consultora de recrutamento e seleção na Yoctoo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres e tecnologia
        O mercado de trabalho, pouco a pouco, está se transformando para alcançar a igualdade de gênero. Há quem acredite que essa igualdade já ocorre na maioria das áreas. Mas a verdade é que ainda precisamos trilhar um longo caminho em busca da diversidade dentro das empresas, em especial na área de tecnologia e digital, onde o número de mulheres é ainda menor do que vemos em outros setores.
         A reduzida presença feminina nas áreas de tecnologia é difícil de ser explicada, uma vez que a diferença técnica e de capacidade não explica a falta de mulheres nesse mercado. Até porque, a aptidão para a tecnologia também é uma característica feminina. Prova disso é que o primeiro algoritmo da história foi desenvolvido por uma mulher chamada Ada Lovelace. O protocolo STP, procedimento que auxilia na melhor performance da rede, é invenção de Radia Perlman. E a tecnologia usada nos telefones celulares e nas redes wi-fi tem como base o trabalho da inventora e atriz Hedy Lamarr, feito na época da Segunda Guerra Mundial.
         O fato é que a diferenciação de gênero é uma questão social. Apesar de homens e mulheres serem diferentes, a capacidade técnica e as competências intelectuais não são. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade que diferencia tratamentos na criação de meninos e meninas, impondo condutas diferentes para cada gênero. Portanto, essa disparidade no segmento da tecnologia é um problema cultural que começa muito cedo em nossas vidas, ainda na primeira infância.
         Quando o assunto é tecnologia, logo no início da vida muitas vezes não estimulamos o interesse das meninas pelo tema e limitamos o contato das meninas com esse universo tecnológico. Elas acabam sendo muito mais incentivadas a brincar de boneca e a fazer comidinha, enquanto os meninos recebem as multitelas dos celulares, tablets e jogos de videogame. Dessa maneira, não só deixamos de incentivá-las e de introduzi-las a todos os benefícios que a tecnologia oferece em termos de aprendizado, como simplesmente nem ofertamos essa possibilidade a elas.
         Para as meninas que vencem essa barreira e conseguem conhecer e se interessar por TI, a sociedade impõe outros obstáculos que seguem pela adolescência e culminam por se acentuar na faculdade. É no banco das universidades que o preconceito de gênero e isolamento social se encarregam de deixar claro que “esse lugar não é para mulheres”. De acordo com o Inep/MEC, as mulheres representam apenas 15% do corpo discente nos cursos relacionados à computação. Constantemente atacadas por colegas, e até mesmo por professores, as mulheres sofrem assédio moral e poucas alunas chegam a concluir o ensino superior na área. Outra pesquisa indica, ainda, que 79% das alunas dos cursos relacionados à TI desistem já no primeiro ano.
         As que bravamente sobrevivem aos preconceitos precisam correr para conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho. Construir uma carreira, ou mesmo abrir uma empresa, é o grande desafio feminino dentro do mercado de tecnologia. Nas principais empresas de tecnologia, em média, apenas 30% do quadro de funcionários é comporto por mulheres. E, ainda, estudo feito pela Harvard Business School aponta que apenas 10% dos aportes financeiros são feitos em startups comandadas por mulheres.
         Outro dado que acho extremamente relevante é que o último levantamento do IBGE indicou que no Brasil existem 6,3 milhões de mulheres a mais que homens. Não sei você, mas isso me faz pensar o quanto as empresas ainda desperdiçam talentos. O que quero dizer é que tenho certeza de que boa parte dessas mulheres estão mais do que aptas a exercer uma série de funções e cargos, não só na área de tecnologia, mas em muitas outras áreas. No entanto, por existir barreiras culturais e sociais, elas ainda são duramente negligenciadas e excluídas do mercado de trabalho.
         Para mim, não se trata de uma exclusão de gênero, mas um desperdício de talentos, independentemente do gênero.
         Se essa realidade social lhe parece cruel e parte de uma construção social desigual, será que podemos mudar esse cenário? A resposta é sim! E o primeiro passo deve ocorrer dentro de casa. É papel da família apresentar a tecnologia para as meninas, e incentivar o interesse delas nas carreiras de exatas. O empoderamento de lutarem por aquilo que desejam será o segundo passo – e o mais importante, visto que precisarão percorrer um longo caminho de resistência contra uma maré inteira puxando-as para longe da área de TI e aproximando-as culturalmente das áreas de humanas.
         O terceiro passo, felizmente, já começa a ser dado pelo mercado de tecnologia. Aqui na Yoctoo, consultoria boutique de recrutamento e seleção especializada em TI e digital, já notamos o interesse das empresas em equilibrar as equipes e trazer diversidade para o time. Se aumentarmos a oferta de mulheres participando dos processos seletivos, consequentemente, aumentaremos também o número dessas profissionais nesses cargos.
         Não é possível afirmar quando e se seremos capazes de chegar ao tão sonhado e falado 50/50 dentro das empresas. Mas, certamente, enquanto sociedade, devemos lutar para criar ambiente menos agressivo para com as mulheres. Enquanto recrutadora para o mercado de TI, espero ver esse quadro mudando em um futuro próximo e desejo concluir muitos processos seletivos em que as mulheres sejam as escolhidas para muitas das vagas que passam por mim, não por serem mulheres, mas por serem, antes de tudo, excelentes profissionais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.