Mostrando postagens com marcador Amazônia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Amazônia. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E OS RICOS E SEVEROS CLAMORES E DESAFIOS DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Universidade pública é para todos
        O gasto médio do governo por aluno no Brasil é menos da metade dos países da OCDE – US$ 3.800, contra US$ 8.700, para o primeiro ciclo do ensino fundamental. Ou seja, o fato é que gastamos muito pouco com a educação básica. Com creches, então, nesse ritmo, esqueçam. Esse é o problema. Claro, cristalino. E vem a pergunta: cobrar mensalidades dos alunos e alunas das universidades públicas é a solução?
         Deduzindo os 50% de alunos das universidades públicas que são cotistas, mais os que comprovarem não ter renda suficiente para cobrir as despesas, mais ainda os que pagarem só em parte e depois inadimplir, o que vai ser arrecadado com a cobrança de mensalidades na universidade pública vai melhorar, em que nível, o quadro de penúria dos investimentos do governo na educação?
         Essa história de cortar e de cobrar para atender o contribuinte preocupado é uma falácia para encobrir um interesse muito mais perverso: o desmonte da universidade como unidade de ensino, extensão e pesquisa, como comunidade de inovação, como centro reconhecido de análise sobre os problemas do país e como referência para os que buscam uma crítica abalizada das boas e más práticas dos governos.
         Exatamente por termos uma população média sem formação para a análise científica dos fatos – afinal, foram tantas décadas sem investimentos adequados no ensino superior – que os membros do governo ainda têm respaldo para os comentários que fazem, como criticar as universidades públicas de fazerem pouca pesquisa ou de não contribuir para o desenvolvimento econômico do país. A falácia da improdutividade das universidades públicas brasileiras é tão facilmente desmentida pelos números do próprio MEC que nem vale a pena fundamentar uma defesa da gratuidade com esse argumento. É óbvio demais.
         Mas imaginemos que o governo faça o que promete: teremos alunos cotistas e alunos bolsistas integrais, alunos meio bolsistas, alunos que financiarão suas mensalidades em instituições financeiras e alunos abonados que confundirão seus boletos da universidade com o do apartamento em Miami. OK, será feito um tipo de justiça. Quem tem recursos, pague. Justo? Imagine que você em seu carro novo roubado e pela ajuda a um policial e ele lhe apresenta uma tabela com os preços que você deve pagar pelos serviços dele. Afinal, você, não? Justo?
         Segundo o jornal El País, “quatro de cada 10 pessoas que concluíram os estudos universitários nos EUA têm de devolver algum tipo de empréstimo. O total supera US$ 1,5 trilhão, montante que ultrapassa a riqueza de uma economia avançada como a da Espanha.”. Um governo ruim é aquele que defende algo cujas consequências ele não se preocupa em calcular. Um governo é ainda pior quando há precedentes e dados estatísticos conhecidos e disponíveis e, mesmo assim, não se preocupa com as consequências de seus atos. A universidade pública deve ser igual para todos os que a frequentam. Gratuita nunca foi. As pessoas pagam imposto e usufruem de direitos. O de estudar é um deles. O de ir a um posto de saúde, outro. O de contar com segurança pública, mais um. Falta, agora, um governo que avance, buscando mais qualidade e ainda maior abrangência. Isso exige conhecimento, competência e seriedade. Talvez aí resida o verdadeiro problema.”.

(DANIEL MEDEIROS. Doutor em educação histórica e professor no Curso Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Romper barreiras
        O sertanejo usa, sabiamente, o verbo romper com uma semântica própria que se refere à imperiosa e indeclinável necessidade de se ir adiante. Não existe a hipótese de se pensar em parar ou, menos ainda, de retroceder. A alma sertaneja é, por isso mesmo, um poço de lições que alavancam a luta e apontam rumos para vencer barreiras, que não são poucas. Enfrentá-las é tarefa desafiadora para quem tem uma vida difícil. Exige-se um “passo a passo” ritmado para configurar um percurso em que não se pode parar. É preciso avançar sempre. Assim como essa referência sertaneja, “alma mater” na vida do povo brasileiro, outras culturas com suas dinâmicas e tradições constituem heranças relevantes para superar as crises contemporâneas. A sociedade deve, nesse sentido, revisitar suas tradições e dinâmicas culturais, para conquistar entendimentos novos à luz dessas heranças.
         As tradições podem ser ferramentas para se recuperar a força perdida, os sonhos desfeitos e consertar depredações que vão desfigurando a vida, a história, com a negociação insensata de valores, cada vez mais relativizados. O resultado desolador disso tudo está na desarrumação da casa comum, isto é, da comunhão. O planeta torna-se um “caldeirão efervescente”. Os avanços de inteligentes conquistas tecnológicas contracenam com irracionalidades que matam, interrompem projetos e sonhos. Diante dessa contradição, é preciso trabalhar para romper barreiras. Entre os obstáculos está a urgência de se mudarem mentalidades e ajustar compreensões com lâmpada luzente, indicando novos caminhos que permitam o encontro de respostas necessárias.
         Em pauta, de modo tenso e preocupante, está a realidade da Amazônia. Trata-se de temática delicada, por situar-se essa realidade no coração da nação brasileira, intocável em sua soberania, mas no contexto ampliado de mundo em se considerando sua enorme importância para o equilíbrio do planeta, com riquezas relevantes e de grande abrangência. Essa é uma pauta com força educativa para o conjunto da sociedade brasileira, com desdobramentos de incidências planetárias. Oportunidade para um percurso educativo indispensável ao se considerar que a Amazônia, por suas riquezas multiétnicas, multiculturais e religiosas, por seu tesouro mineral, de fauna e de flora, pode garantir uma importante virada civilizatória.
         O povo brasileiro, enriquecido com o patrimônio de tantos biomas e desafiado a um processo educativo transformador no horizonte da ecologia integral, tem na configuração gigantesca da Amazônia, na relevância dos biomas e dos povos tradicionais, oportunidade única para aprender a dar novo passo, rompendo barreiras de entendimentos e práticas comprometedoras do meio ambiente. Há, pois, em curso, uma grande movimentação para romper barreiras, que não são poucas – muitas delas relacionadas à idolatria do dinheiro e ao equivocado uso dos bens da criação. Por isso mesmo, dedicar-se à Região Amazônica não se trata de uma temática ambientalista, política ou econômica, simplesmente. A Amazônia é uma importante pauta cidadã exigindo que todos os segmentos da sociedade se abram aos impactos, de variados tipos, dali advindos com sua força transformadora e balizadora de possíveis novos marcos civilizatórios.
         No horizonte da ecologia integral, como aponta, humildemente, o papa Francisco na sua carta-encíclica sobre a casa comum, a sociedade brasileira é chamada a matricular-se nessa escola de aprendizagem nova que, para além de disputas e de tratamentos viciados, entendimentos pouco lúcidos, a exemplo da busca pelo lucro a todo custo, pode impulsionar alvissareiros e admiráveis patamares de desenvolvimento integral.
         A Amazônia não é uma pauta exclusiva de alguns segmentos. As responsabilidades e compromisso são diferentes, mas o interesse dever ser de toda a sociedade brasileira, em vista do bem comum, da configuração de um novo “ethos” balizador das esperanças grandes mudanças civilizatórias. Compreende-se, pois, nesse horizonte, para além dos graves problemas específicos, como as queimadas a serem contidas com ugência e qualificação, a brasilidade está convocada a uma nova aprendizagem por um modo novo de conhecer, respeitar e promover o que significa o conjunto da Amazônia. Desafio amazônico que a Igreja Católica acolhe a partir da convocação do papa Francisco: a realização do sínodo dos bispos para a Amazônia.
         A Igreja Católica, com a clarividência a respeito dos papéis e das tarefas de muitos outros atores está empenhada e investe na superação dos desafios da Amazônia, consciente de que há uma nova estrada a percorrer, lições a aprender e a missão de iluminar esse caminho com a força da palavra de Deus, lâmpada luzente. A Igreja oferece o melhor de si, a pessoa de Jesus Cristo, com os desdobramentos das urgências de se aprender o quanto aceita a tarefa de envidar esforços para novas respostas, reassume a responsabilidade de ser instrumento para construir um novo tempo, pelos valores do evangelho, no respeito e diálogo, comprometida com a edificação de uma sociedade justa e solidária a caminho do reino. É hora de romper barreiras.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 


       


segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA E DESAFIOS DA INDÚSTRIA 4.0 E AS POTENCIALIDADES E EXIGENTES CUIDADOS COM A AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE (35/135)


(Setembro = mês 35; faltam 135 meses para a Primavera Brasileira)

“Indústria 4.0: o futuro é agora
        Vivemos numa época na qual praticamente tudo é digital e automatizado. Um relógio, por exemplo, registra por onde a pessoa caminhou, a quantidade de passos que ela deu e as calorias que perdeu. Tudo isso e muito mais é memorizado no app. Assim é a vida com smartphones, smartwatches e outros objetos e recursos inteligentes. E toda essa tecnologia também está no mundo dos negócios.
         Iniciada em 2011, na Alemanha, a Indústria 4.0, ou quarta revolução industrial, foca a otimização das fábricas por meio da automação e envolve conceitos como: internet das coisas, big data, computação em nuvens, resultando na fusão dos mundos físico, digital e biológico.
         Com tudo isso, as mudanças são inevitáveis, tanto para pessoas quanto para empresas, e já estão ocorrendo. No caso das indústrias, por exemplo, o investimento em robôs permite que a produção seja mais rápida, eficiente e, de certa forma, mais econômica. De modo autônomo, e por meio de inteligência artificial, complementada pela internet das coisas, as próprias máquinas poderá – e algumas já fazem isso – tomar decisões de produção, trocar e compartilhar informações entre si, otimizando e, até mesmo, evitando custos com desperdício, tempo e energia.
         O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços tem, inclusive, uma agenda que visa contribuir para a transformação das empresas brasileiras rumo ao universo 4.0. Segundo estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), quando as indústrias nacionais estiverem totalmente integradas à quarta revolução, a economia anual estimada será de aproximadamente R$ 73 bilhões ao ano.
         Uma indústria que já está adaptada ao modelo 4.0, por exemplo, é a Fiat Chrysler Automobiles, que fica em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Em entrevista ao sita da ADDI, o supervisor de uma das linhas de montagem, Nathan Rodrigues, diz que cada peça fabricada é registrada em nuvem, e, se houver algum problema na ponta, o sistema é capaz de rastrear, identificar e recuperar cada detalhe da produção. Além disso, a montadora já está fazendo testes com a aplicação da realidade aumentada, reconhecimento facial, impressão 3D e outros estudos.
         Na Volkswagen Brasil também, os projetos, desde o início, são criados num modelo digital e simulados em 3D, o que otimiza o tempo de produção e acelera o processo fabril, além de abrir portas para novos postos de trabalho. A montadora, inclusive, tem investido na capacitação de seus empregados para que saibam atuar com as novidades e tecnologias dessa nova era.
         Para continuar expandindo e caminhando para o universo 4.0, pessoas e empresas precisam se adaptar e aprender a usufruir e utilizar as tecnologias que surgem a todo instante.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de agosto de 2019, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de agosto de 2019, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Internacionalizar o custo da Amazônia
        São oportunos e bem-vindos os protestos que tomam conta da Europa contra a destruição da floresta amazônica. Não é de hoje a urgência de uma discussão envolvendo a participação do mundo inteiro.
         Afundando-se no drama da região, aparecerão a hipocrisia, a desinformação e o sórdido interesse que reduz o inestimável patrimônio amazônico, não apenas do continente sul-americano. A região, composta por territórios de nove países, conserva a maior riqueza de biodiversidade e de água potável do planeta, fatores basilares do equilíbrio climático da Terra.
         Por várias razões, que são fáceis de se imaginar, a região foi poupada pelos invasores até o meio do século passado. Distante, impenetrável, misteriosa, selvagem, desafiadora, a Amazônia era muito bem cuidada pelos seus santos protetores e povoada por 1 milhão de nativos. Não havia motosserras, garimpos irresponsáveis, pesca intensiva, narcotraficantes, rebanhos de 200 milhões de cabeças de gado. Era um santuário natural, pincelado pelos deuses da natureza e protegido da invasão de estranhos por suas malárias, venenos e mistérios.
         O aumento da população brasileira e, mais ainda, da população mundial triplicou desde 1960 os estômagos humanos a serem saciados cotidianamente. Hoje, quase 7,6 bilhões de indivíduos.
         A maior parte das terras com potencial agricultável, ainda não exploradas no planeta, se concentra no Brasil. O território brasileiro, segundo a Nasa, preserva ainda uma vegetação nativa em 66% de seu território e cultiva apenas 7,6% das terras. A Dinamarca cultiva 76,8%, dez vezes mais que o Brasil; a Irlanda, 74,7%; os Países Baixos, 66,2%; o Reino Unido, 63,9%; a Alemanha, 56,9%.
         De acordo com os levantamentos, a área da Terra ocupada por lavouras é de 1,87 bilhão de hectares. A população mundial atingiu 7,6 bilhões em outubro passado, resultando que cada hectare, em média, alimentaria quatro pessoas, apesar de a produtividade por hectare variar muito, assim como o tipo e a qualidade dos cultivos.
         Os europeus, que hoje criticam, desmataram e exploraram intensamente o seu território. A Europa, sem a Rússia, detinha mais de 7% das florestas originais do planeta. Hoje tem apenas 0,1%. A soma da área cultivada da França (31.795.512 hectares) com a da Espanha (31.786.945 hectares) equivale à área cultivada no Brasil (63.994.709 hectares), segundo Evaristo Miranda, especialista da Embrapa.
         A Amazônia sofre veementemente a pressão da demanda mundial por carnes, levadas ao mercado mundial pelas tradings multinacionais que financiam os produtores na expansão de suas atividades. O abate de gado bovino cresceu de 2,1 milhões de toneladas, no final da década de 70, para 10 milhões em 2018, com exportação de 1,64 milhão. Isso leva a uma média de consumo de carne bovina de 40 kg por habitante, e de outras carnes, de mais 50kg por ano.
         A criação de pastos nas últimas décadas custou o desmatamento de 550 mil quilômetros quadrados, ou uma Minas Gerais inteira. Nessa progressão, a Amazônia brasileira será provavelmente reduzida à metade até 2100.
         Os fatores que mais pressionam o desmatamento residem no consumo de proteína animal, que é substituível por natural. “A produção de grãos de uma fazenda com 100 hectares pode alimentar 1.100 pessoas comendo soja, ou 2.500 com milho. Se a produção dessa área fosse usada para ração bovina ou pasto, a carne produzida alimentaria o equivalente a oito pessoas. A criação de frangos e porcos também afeta as florestas. Para alimentar esses animais, é necessário derrubar árvores para plantar soja e produzir ração. Mas, na relação custo-benefício entre espaço, recursos naturais e ganho calórico, o bom é o pior de todos”.
         Vem do biólogo Edward Wilson, da Universidade de Harvard, um alerta. Adepto da campanha por “menos carne e mais florestas”, ele afirma: “Só será possível alimentar a população mundial no fim do século, estimada em 10 bilhões de pessoas, se todos forem vegetarianos”.
         Quando eu era deputado, na década de 90, defendi “no deserto” que o Brasil deveria propor uma remuneração, proveniente de aporte internacional, pela manutenção da floresta amazônica: se transformaria em um ativo financeiro, mais inteligente que uma criptomoeda, que remuneraria os proprietários e os Estados que a conservassem intocada.
         Sugeri na época que, sobre a extração de combustíveis fósseis, fosse gerada uma contribuição internacional para abastecer um fundo que premiaria a conservação da biodiversidade em todo o planeta.
         Apenas impedir que se desmate a Amazônia é pouco. Ao mesmo tempo, é preciso desestimular a ocupação predatória, que vem sendo impulsionada pela compra de carnes, de países da Europa e da Ásia.
         Uma oportuna ação diplomática e um plano consistente poderiam promover o atual governo como o primeiro, em cinco séculos de história, que, sem internacionalizar a Amazônia, internacionalizaria o custo de sua preservação.
         Arregimentaria assim aqueles que justamente protestam na frente das embaixadas do Brasil, para cobrar dos seus respectivos governos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 



quarta-feira, 3 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO PODER E DA AUTORIDADE E A TRANSCENDÊNCIA DA FLORESTA AMAZÔNICA NA SUSTENTABILIDADE


“Poder e autoridade
        Que diferença tem entre poder e autoridade?
         Aparentemente nenhuma, os melhores dicionários da língua portuguesa colocam os dois termos como sinônimos; ao sabor das circunstâncias se confundem. Entretanto, há uma distância enorme. Max Weber mergulhou fundo nesse abismo abaixo da lâmina das aparências e voltou com conceitos fantásticos que lhe mereceram a fama de iluminado.
         O poder encontrado por Weber pode cair no colo de um personagem por motivos que nem sempre se relacionam às qualificações para exercê-lo. Acontece pela capacidade de alcançá-lo ou simplesmente pelo acaso (herança, conjugação de circunstâncias, transitoriedade, erros alheios, até por defeitos etc.).
         O poder, quando conquistado à revelia da capacidade de exercitá-lo, se revela instável, vacila como prédio sem alicerces. Uma coisa é chegar lá, outra é se manter no vértice da estrutura que balança pelos golpes de quem deseja ocupá-lo.
         A história registra aos borbotões descendentes de monarcas que, apesar de vazios e ineptos, se aproveitaram do fator hereditariedade, mas o poder que cabia a eles foi exercitado por outros ou lhes escapou das mãos em curtas temporadas. Seus reinados foram breves e geraram intensas confusões. Regressos e não progressos.
         Já a autoridade é uma condição do poder sólido alicerçado na confiança, na admiração, nos resultados. Trata-se de um reconhecimento externo de capacidades internas. Essa “autoridade natural” confere o “poder” pelo mérito. Possui a vareta mágica de fazer acontecer, de erguer, de prosperar não só os Estados, mas os grupos, as associações, as empresas. Melhor quando acompanhada pelo talento, pela justiça, pela virtude, pelo desapego, pelo amor à causa, pelo uso estoico da verdade.
         A Coroa espanhola reconheceu autoridade a Cristóvão Colombo, um simples genovês, para desbravar rotas ao Novo Mundo; o povo francês a Napoleão, um corso que consagrou seu imperador. Foi também o fascínio da autoridade, “não violenta”, de Gandhi a levar o povo indiano a conquistar a própria autonomia sem disparar um só cartucho.
         O poder para ser tal, para ser real, precisa de magnetismo como um corpo do sopro de vida. A autoridade é a força do poder, não vice-versa.
         Ainda hoje, o líder que cai em desgraça é o líder que depois de ter tropeçado na verdade perdeu a confiabilidade e enterrou sua autoridade.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de junho de 2019, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“A Igreja na Amazônia
        O papa Francisco, exercendo sua missão de sucessor do apóstolo Pedro, no zelo apostólico com o povo da Amazônia e para qualificar sempre mais a presença missionária e servidora da Igreja Católica, convocou um sínodo especial para a Amazônia, a ser realizado de 6 a 27 de outubro deste ano, em Roma.
         Sabe-se que a Igreja Católica, incontestavelmente, tem uma qualificada presença capilar em diferentes culturas de todo o mundo e sua presença na região pan-amazônica é de especial importância, com todos os muitos desafios e exigências. Lidar com essas exigências e desafios requer o exercício da escuta para servir mais e melhor no anúncio do evangelho de Jesus Cristo. O sínodo é, pois, um longo caminho de escuta. Oporunidade para a Igreja Católica qualificar ainda mais a sua missão na Amazônia, oferecendo a todos singular chance de se dedicar mais atenção a essa realidade ambiental, histórica, cultural, política e religiosa de notável relevância. Por isso mesmo, a realização do sínodo interpela a ouvirem a Amazônia, repleta de vida e sabedoria.
         Essa realidade clama e exige novas posturas para enfrentar o doloroso processo de desflorestamento e extrativismo, urgindo uma conversão ecológica integral. A consideração do território amazônico deve se transformar em grande oportunidade de mudanças sociais e civilizatórias, com ganhos para essa região e todo o conjunto da sociedade. Essa é a valiosa contribuição promovida pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), alargando e clareando horizontes para um tempo de muitas conversões. De modo especial, é urgente a conversão ecológica para assimilação de novos rumos e, em razão das ricas singularidades, ouvir a zoa da Amazônia.
         É preciso considerar a grave crise socioambiental em curso, atingindo de modo fatal a Amazônia. Ora, a Amazônia é fonte de vida. Por isso, o sínodo considera o conjunto da vida na região amazônica – o território, a Igreja, os povos e o planeta. Avançar na consideração da Amazônia a partir dos parâmetros da ecologia integral é determinante. O horizonte é o evangelho de Jesus Cristo e a Igreja Católica, com sua presença evangelizadora, é essencial. Seu foco mais importante é, pois, o discipulado no seguimento de Jesus Cristo, desdobrado em compromisso com a vida plena, oferta de Jesus que todos têm a responsabilidade de buscar, contemplando os povos indígenas – respeitados os seus parâmetros de bem viver. Cultivar a harmonia consigo mesmo, com a natureza, com os seres humanos e com Deus é a conquista exemplar a ser buscada.
         Há de se encontrar caminhos para superar os processos que ameaçam a vida, pela destruição e exploração que depreda a casa comum e viola direitos humanos elementares da população amazônica. Essa ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos de setores dominantes da sociedade com conivências de governos. É preciso, assim, enfrentar a exploração irracional e construir um novo tempo, tempo de Deus, humanizado, na Amazônia. Importa, agora, estar e comunhão com esse caminho. Isso significa buscar uma participação mais ativa e estar aberto a um novo modo de viver, conforme a dinâmica do evangelho de Jesus Cristo. Um momento para aprender e exercitar-se numa nova compreensão. Deixar-se educar à luz da palavra de Deus, que revela a aliança fecunda entre a humanidade e o ambiente, para uma cultura do encantamento, do cuidado responsável e da beleza, inspirados no Criador que “viu que tudo era bom” (Gn 1,31). Eis a oportunidade para a grande virada civilizatória, a partir de nova compreensão desdobrada em comprometimentos com os valores do evangelho de Jesus Cristo, pela força missionária da Igreja na Amazônia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.