“Tecnologia
transforma a educação
Aprender nunca foi tão
divertido, eficiente e acessível. A internet e o acesso a um volume imenso de
informação impactam a maneira como as pessoas se educam ao redor do mundo. E
essa mudança está diretamente ligada às tecnologias aplicadas ao ensino.
Estamos no início de uma grande evolução nos métodos educacionais.
Uma
das questões que permeiam a fragilidade do modelo de ensino clássico em salas
de aula é o tempo. Em escolas tradicionais, as pessoas envolvidas precisam
sincronizar suas agendas de maneira a estar no mesmo local, no mesmo horário,
para receber conhecimento de um professor. E não basta estar presente. Alunos
têm dificuldades de aprender conceitos complexos, é difícil manter a atenção
das crianças e adolescentes, informações de livros ficam desatualizadas com
mudanças rápidas do mundo.
Todos
esses problemas listados têm na educação interativa uma solução prática e de
qualidade. As vantagens vão muito além de e-learning,
que já foi extrapolado para muitos outros formatos e dispositivos. Já foi
comprovado que recursos multimídia e jogos ajudam a prender a atenção e a fixar
informações. Um simples vídeo do YouTube pode ensinar melhor que horas de aulas
cansativas. É possível aprender a falar um novo idioma ou a preparar um prato
com ajuda de pessoas que você nunca viu pessoalmente.
Na
história da humanidade, já passamos por algo parecido. Diversas tecnologias já
foram usadas para transmitir conhecimento de uma pessoa para outra, em grande
quantidade, sem estarem presentes no mesmo local e ao mesmo tempo. Exemplos
dessas tecnologias: escrita, papel, imprensa, rádio, televisão. Esquecemos que
essas inovações que, a seu tempo, mudaram a educação. Agora é a vez da
revolução digital e da educação interativa.
Essa
educação integra dispositivos digitais, jogos interativos e aulas presenciais,
dinâmicas sociais e outras técnicas cujo objetivo é envolver o aluno no
processo de aprendizado e fazê-lo participar mais ativamente. Uma aula pode ser
muito mais que um professor falando e escrevendo em um quadro negro. Ocorre que
a tecnologia não vem como ferramenta para eliminar o professor. Pelo contrário:
é uma forma de ajudar a transmitir conhecimento de uma maneira melhor. Minha
mãe é professora, e sei que para um educador não há alegria maior que ver
alunos entendendo o que foi ensinado.
Crianças
aprendem a usar um tablet antes mesmo de saber segurar um lápis. O papel das
escolas, no entanto, não pode ser simplesmente o de dar cursos de informática,
por exemplo. Devemos mostrar que o mundo analógico ainda existe e que há muitas
formas de se aprender, que preparam o aluno para o mundo real. Conceitos como
criatividade, persistência e trabalho em equipe, fundamentais para a felicidade
e o sucesso, precisam continuar a ser ensinados. Na educação de crianças,
adultos e idosos, o conteúdo é mais importante que o meio.
Mas,
qual será o impacto da internet, das lousas interativas, dos tablets e
smartphones nessa nova geração? É difícil dizer, pois a adoção dessas
tecnologias ainda está em fase inicial. Mas podemos nos basear em escolas em
que se tem um nível de adoção tecnológica e afirmar que os resultados são muito
positivos. Seja no celular, na internet ou na sala de aula, a educação
interativa tem muito a contribuir para todo tipo de aprendizado.”
(FÁBIO ASSIS.
Diretor da Aqua, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de dezembro de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de VIVINA
DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da
Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Jovens
em risco
Dados do Ministério da
Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) 2014 trazem revelações extremamente
preocupantes sobre a saúde especialmente dos jovens. Nesse grupo percebe-se a
perigosa interação entre alto consumo de bebidas e outras drogas, sexo
desprotegido, múltiplos parceiros, contaminação de Aids e outras doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs), gravidez precoce e os trágicos acidentes de
carro por embriaguez. Perigosos fatores que, isolados ou combinados, produzem
um quadro nefasto para a saúde pública no Brasil, com altos riscos
especialmente para os jovens na faixa de 15 a 29 anos. Entender essas perigosas
interações é o primeiro passo para traçar urgentes e eficazes políticas
preventivas. Final de ano, festas, viagens e euforia pelo novo ano só aumentam
esses altos riscos juvenis.
Quase
750 mil pessoas estão infectadas no Brasil pelo vírus HIV. Muitos contaminados
não sabem e propagam a doença. A proporção de infecções saltou de 9,6 casos por
100 mil habitantes em 2004 para 12,7 em 2013, aumento de 32,3% na faixa de 15 a
24 anos. Fato grave. Várias razões: jovens são mais impulsivos; usam mais
bebidas e/ou outras drogas; têm múltiplos e eventuais parceiros sexuais e fazem
pouco uso da camisinha. Desconhecem a terrível doença que tanto assustou na
década de 1980? Faltam políticas de prevenção e de impacto mostrando os altos
riscos e letalidade da Aids, assim como faltam políticas mostrando o altíssimo
risco de beber e estar mais vulnerável. Sob o efeito de bebidas e/ou outras
drogas, jovens perdem os reflexos e muitas vezes até o senso de
responsabilidade no sexo, no trânsito e no convívio social.
Cerca
de 70 milhões de brasileiros bebem e 30 milhões são bebedores de risco. Os
dados mostram que o Brasil está acima da média mundial no consumo de bebidas
alcoólicas. O abuso do álcool causa maior impacto para a morbidade, mortalidade
e incapacidades em todo o mundo e provoca 3,3 milhões de mortes a cada ano. As
bebidas destiladas são as mais consumidas no mundo (50%), seguidas da cerveja
(35%). As eficazes campanhas de impacto contra o fumo foram positivas. Pesquisa
divulgada pelo IBGE em 2014 mostra que houve pequena redução no número de
fumantes no país em 2013 caindo de 18% em 2008 (24,4 milhões) para 15% em 2013
(21,9 milhões). Por que não fazer o mesmo com as bebidas? De nada adiantam
campanhas preventivas com os apelos eróticos, sensuais e prazerosos associados
à bebida na média, especialmente TV, incentivando o consumo e levando ao vício
destrutivo.
A
pesquisa Juventude, comportamento e DST/Aids, da Caixa Seguros, Ministério da
Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde em 2014, com 1.208 jovens entre 18 e
29 anos em 15 estados no Brasil, mostra que 91% deles já tiveram relação
sexual; 40% não consideram o uso de camisinha eficaz na prevenção de DSTs ou
gravidez; 36% não usaram preservativo na última relação sexual, e apenas 9,4% se
informaram sobre DSTs. Os jovens desconhecem os riscos das DSTs. Isso é muito
grave e iniciam vida sexual precoce aos 14 – 15 anos. Desde 2000 o Brasil não
consegue reduzir o número de gravidez precoce. A cada dia nascem 82 bebês de
mães com menos de 15 no Brasil. A gravidez precoce leva meninas a ter filhos em
condições precárias, o pai pouco assume e a mãe tem que abandonar a escola.
Sofrem as meninas e os filhos crescem sem estrutura pela pobreza e
desestruturação familiar associadas.
Na
contramão do grave fato está a desinformação e a mídia incentivando o sexo. Não
deveria haver regulamentação de conteúdos sensuais e eróticos apelativos
especialmente na TV? A questão é muito preocupante. Nossos adolescentes e
jovens estão em risco. É preciso que o governo perceba esse perigoso emaranhado
de fatores, que, sem dúvida, contribui para o gravíssimo quadro de saúde
pública no Brasil no grupo de jovens. É importante que o governo trace
urgentemente eficazes políticas públicas preventivas de impacto e conjuntas nos
postos de saúde, nas escolas, nas comunidades, na mídia e nas redes sociais,
regulamentando também a mídia, especialmente a TV, em propagandas de bebidas e
conteúdos eróticos.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democrátivas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas;
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados
(a propósito, e mais um vez, a inflação é um atentado contra a dignidade de
cada ser humano de nosso país, afrontando diretamente a sua cidadania, eis que
rouba a substância dos salários e das
aposentadorias...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses
privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida
nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem;
III – o desperdício, em todas as
suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata,
abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e
nem arrefecem o nosso entusiasmo e
otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação
verdadeiramente participativa, justa,
ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O
BRASIL TEM JEITO!