“Reforma
política ou reforma dos políticos?
A cada dia estamos mais
próximos das eleições de 2018, e os brasileiros diariamente encaram uma
realidade de dúvida e apreensão em suas televisões, jornais e qualquer meio de
informação sobre a situação política do país. Em uma pesquisa realizada no início
de 2017, pela Edelman Trust Barometer, é apresentado que 62% dos brasileiros
perderam a confiança no sistema, sendo a corrupção o maior medo de 70% dos
pesquisados. A descrença da população nas promessas constantes de melhorias e
de reformas demonstra o grande desgaste em tudo que envolve o meio político.
Infelizmente,
a política passou a ser considerada uma escola para ficar rico da noite para o
dia. Cada vez mais se veem pessoas que estão ali com o objetivo de dar uma
guinada em sua própria vida. Em uma rápida pesquisa feita no site do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) é possível constatar o grande crescimento de eleitores
que se filiaram a algum partido para, assim, dar os primeiros passos na vida
pública. Em 2017, já somam mais de 2.400.000 eleitores filiados na faixa etária
entre 16 e 34 anos. Uma situação péssima para a população e para a imagem do
governo. Essa visão de enriquecimento usando um cargo público é alimentada
quando o sistema governamental é corrupto.
Nesse
cenário se enobrece a esperteza, fazendo com que a juventude brasileira seja
incentivada a pensar que a possibilidade de que roubar vale a pena. E o que
agrava ainda mais é fazer com que a sociedade acredite que ser honesto não traz
nenhum benefício e acabará por levar o indivíduo à pobreza.
Esse é
o retrato que o homem público passa para a sociedade.
Com
essa imagem tão desgastada e sem credibilidade que os políticos no Brasil
atualmente possuem, apresentar propostas de reforma política parece não ser
suficiente para sanar todos os problemas escancarados para a população, durante
todos esses anos. Um texto bíblico representa bem a situação do país. No livro
de Ezequiel, é apresentado ao profeta um vale de ossos ressecados, e Deus o
questiona: “Porventura viverão esses ossos?” – o trecho induz à reflexão sobre
a ausência de esperança.
Hoje,
pela quantidade de escândalos que foram produzidos e acumulados em vários e
vários anos, falar sobre a reforma não resolve a questão, precisamos falar
sobre uma ressurreição política. E o que temos hoje são os ossos ressecados da
profecia de Ezequiel na política brasileira.
Então,
o que seria a ressurreição política?
A
velha política está ressecada, mas continua esperta. Quando o tema reforma é
debatido, parece que isso é feito apenas para garantir mais um mandato e
fortalecer a si mesmo e, com isso, são construídas trincheiras para defender
seus partidos. Estão legislando em causa própria, e tudo do que é proposto
pelos políticos leva à ideia da literatura de que o papel aceita tudo. Mas a
verdade é que a culpa da situação do governo e da sociedade brasileira não é do
papel e nem da caneta, mas, sim, de quem escreve. O Brasil não precisa de uma
reforma política, precisa de uma reforma do ser político, e isso é
ressurreição. Ele deve entender que está lá para servir ao povo, e não para
enriquecer.
Para
isso, devem-se restabelecer critérios do perfil do político, do parlamentar, do
ministro, dos gestores e do próprio presidente. Para que a ressurreição
política seja feita com sucesso, é preciso ver se é possível reviver como os
políticos que estão ativos, ou preparar uma nova geração, e como fazer esse
período de transição.
Os
ossos ressecados da política devem começar a ganhar a vida com a reforma do ser
político, mas devem ir além, e também servir como motivadores da reforma do ser
eleitor. A ressurreição vai realmente acontecer quando todos reverem os
próprios conceitos, pensar em quem votar e o motivo que os levou a isso,
reconhecendo a importância de exercer o seu direito como cidadão. Assim, será
possível reconstruir a imagem dos homens públicos, e do governo do Brasil.”.
(RABINO SAMY
PINTO. Especialista em educação, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de
fevereiro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de SACHA
CALMON, advogado especializado em direito tributário e constitucional, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Povos
sem pátria
Por volta de 620 a.C.
os babilônios destruíram o Reino de Judá, na parte montanhosa sul da planície
costeira palestina. Antes disso, os assírios arrasaram em 730 a.C. o Reino de
Israel, ao norte, e dispersaram sua população pelo Egito, passando pela
Mesopotâmia, até o Cazaquistão, para erradicar a cultura tribal de adoração a
Eli (Deus em aramaico), que entronizaria Israel como o rei de todos os reis da
terra no apocalipse, próximo a ocorrer.
Desde
então, e até depois da Segunda Guerra Mundial – século 21 –, tirante a curta
independência dos romanos no período dos macabeus, os judeus e israelitas
viveram sem pátria, conservando seus valores baseados na Torá, que nós chamamos
de Velho Testamento.
Para
os estudiosos, a ligação se tornou obrigatória, para os cristãos, embora não
desejada, porque Jesus, o doce rabi da Galileia, vivia invocando “o pai”
(Javé). Pregava o amor e a temperança, mas apenas para o povo judeu, tanto que
relutou em operar a cura de uma menina de Tiro (cidade portuária libanesa) ao
argumento de que sua missão era reunir piedosamente ao seu povo “as ovelhas
tresmalhadas de Israel”. Ao cabo, por insistência da mãe da menina, a curou,
segundo reza o evangelho. Como Jesus nunca se declarou Deus, muito pelo
contrário, e todas as inserções para vê-lo como tal são comprovadamente falsas,
feitas décadas depois da sua crucificação, com sua humanidade já assentada por
nascer do ventre de mulher, foi preciso dizer que era o Deus-filho, encarnado
como homem, porém gerado pelo Deus-pai, por obra e graça de uma terceira
entidade, da qual só se ouvira falar na Pérsia, o Espírito Santo (Ormuz). Daí o
dogma da Santíssima Trindade cristã (algo inverossímil do qual é proibido duvidar).
É justamente por isso
que o cristianismo não conseguiu desvencilhar-se do judaísmo, que a literatura
ocidental religiosa difundiu pelo mundo que pertencemos a uma suposta
“civilização judaico-cristã”, em que pese as perseguições seculares aos
operosos judeus e o Holocausto protagonizado por Hitler, em nome da pureza da
raça ariana, cuja origem é o Irã, ponto de dispersão da raça branca
(caucasiana).
Pois bem, apesar de
todas as controvérsias, o Ocidente implantou em parte da Palestina um Estado
judeu após a Segunda Guerra Mundial, criando uma enorme tensão geopolítica no
Oriente Próximo, a perdurar até hoje. Os judeus são 29 milhões, supõe-se, mas
apenas cinco milhões, se tanto, moram lá. O restante prefere cidades como Nova
York, Londres, Paris, dado ao cosmopolitismo que a diáspora decretada pelo
romanos proporcionou. As comunidades judaicas estão espalhadas mundo afora.
Outro povo sem pátria,
com costumes e religião milenares, são os medos (curdos) de raça ariana, e que
sempre viveram nas montanhas e planaltos adjacentes hoje pertencentes a quatro
países: Irã, Iraque, Síria e Turquia. Ao tempo de Ciro, o Grande, o império era
medo-persa. Com a sua fragmentação, aparece outro império, igualmente ariano, o
de Alexandre, o Grande, da Macedônia, impondo o grego a todo o mundo antigo. A
morte prematura de Alexandre faz seu império dividir-se em quatro, que logo
seriam todos conquistados pelo maior e duradouro império que o mundo conheceu,
ou seja, o romano (700 anos no Ocidente e 1.600 no Oriente, até a queda de
Constantinopla, hoje Istambul).
Os curdos, que hoje
somam 41 milhões, foram engolfados pelas turbulências da história e tornaram-se
populações dentro desses países, com identidade própria. Ao norte da Síria e do
Iraque somam 25 milhões. No Irã, são três milhões. O resto está na Turquia.
Na Síria/Iraque, sempre
ao norte, os pershemegas, guerreiros curdos, foram os únicos a enfrentar em
terra o Estado Islâmico (EI). Os EUA deles se aproveitaram. Nenhum americano
ousou botar o pé no chão, somente a sua endeusada força aérea. A Rússia mudou o
curso da guerra na Síria em favor de Assad e manteve intactas suas bases, uma
aérea e outra naval, naquele país. Agora, o tirano turco Erdogan, com
aquiescência de Trump, o louco, está bombardeando os pershemegas da Síria/Iraque
(agressão nem seque considerada pela ONU) ao argumento de que um possível
Estado curdo no norte da Síria/Iraque poderá fortalecer “os terroristas” curdos
em seu território, esquecido que os persegue e nega-lhes direitos dentro da
Turquia.
O mundo precisa
conhecer a história do valente povo curdo. E fazer manifestações antes que
outra tentativa de genocídio, atingindo civis, mulheres e crianças, seja
perpetrada pela Turquia, herdeira do feroz império Otomano, desmantelado no
começo do século 20 (os armênios que o digam).
O tempo das invasões
por razões geopolíticas e econômicas está chegando ao fim. A humanidade, cada
vez mais soldada, está a exigir ou a sentir que a ética tem dimensões políticas
que envolvem o planeta inteiro. E cada vez mais! Há um sensível mal-estar em
nossos corações.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro/2017 a ainda estratosférica
marca de 334,55% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,01%; e já o
IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,85%);
II – a corrupção, há séculos, na
mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.