sexta-feira, 13 de junho de 2014

A CIDADANIA, A INFINITA FONTE DA GRAÇA E A FOME DE PÃO E JUSTIÇA


“A fonte da graça é infinita, mas nem sempre ela é bem recebida
         A graça (do latim “gratia”), como a palavra já diz, é o que adquirimos gratuitamente de Deus. Paulo defendeu-a. E ela significa também ação de agradecimentos a Deus. Daí as preces e missas em ação de graças dos católicos.
         A graça procedente de Deus é infinita. E entre os teólogos, ela é inseparável da fé. Mas elas não devem ser entendidas, como acontece muito, com a ideia de se ficar na preguiça, não tendo as pessoas que fazer nada para a sua salvação ou libertação. Se fosse assim, Jesus teria vindo ao nosso mundo para perder seu tempo para nos trazer a boa nova! É que a salvação ou libertação não se consegue de modo fácil. Pelo contrário, a porta estreita do evangelho, a qual simboliza a salvação, é uma porta em que a passagem por ela é difícil. O Mestre dos mestres até disse que muitos querem passar por ela, mas não conseguem. E nós a isso acrescentamos que muitos, por enquanto, nem querem passar por ela. Porém, ainda vai chegar o dia em que eles vão querer também passar por ela, mas será que, de imediato, vão conseguir ultrapassá-la?
         São Paulo ensina que, onde abundou o pecado, superanbundou a graça (Romanos 5:20). O que quer dizer que a graça não falta nunca para ninguém. Porém, de um modo geral, nós não nos predispomos a recebê-la. Isso porque, geralmente, somos mais voltados para as coisas materiais de nosso ego. Jesus, já sabendo disso, nos aconselha a buscarmos, primeiramente, as coisas do reino dos céus. Santo Agostinho, depois de Paulo, foi quem difundiu muito as doutrinas da graça e da fé, com o que não concordava o grande teólogo Pelágio, seu contemporâneo. E a Igreja, durante séculos, seguiu mais Pelágio.
         Lutero, mil anos depois da polêmica agostiniano-pelágica, abraçou totalmente essa doutrina Paulo-agostiniana. Por isso, os protestantes e evangélicos adotaram-na. Ultimamente, a Igreja a tem aceitado discretamente.
         Ainda Paulo nos ensina que somos salvos pela graça mediante a fé, e que elas não vêm de nós, pois são dons de Deus. Ele ensinou também que a salvação não vem de obras, para que ninguém se envaideça disso (Efésios 2:8-9). Mas é errada a interpretação tradicional que, geralmente, se dá a esse texto. Tudo bem que as ganhemos sem as merecermos. Mas nem tudo que nos vem gratuitamente é bem recebido por nós.
         Ademais, as obras a que Paulo se refere são as das leis mosaicas (no total de 613), e não as de Deus (do Decálogo). Já as inseridas pelo evangelho salvam-nos, sim.
         Vejamos o que diz o próprio Paulo: “Eu posso ter uma fé que remove montanhas, posso falar a língua dos homens e dos anjos, mas se eu não tiver amor, eu nada seria” (1 Coríntios: 1 e 2).
         E as palavras “pistis” e “fides”, grega e latina, significam também fidelidade. Conforme o caso, o sentido delas é mesmo fidelidade e não de fé ou crença. Por exemplo: Quem tem fé em Jesus Cristo se salva. Nessa fase, o significado das citadas palavras é mesmo fidelidade. E poderemos até construir a frase assim: Quem é fiel a Jesus se salva.
         A graça é como o sol. Nós podemos recebê-lo em abundância e totalmente de graça, mas muitos só querem sombra e água fresca!”.

(JOSÉ REIS CHAVES. Teósofo e biblista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor do romance Minas do Ouro (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fome de pão e justiça
         
         Olivier De Schutter, belga, 45 anos, encerrou neste semestre seu mandato de seis anos como relator da ONU para o direito à alimentação. Declarou que, se dependesse de uma única decisão para erradicar a fome no mundo, optaria pela “generalização da proteção social” que, nos países pobres, representaria menos de 7% do PIB.
         Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) há 842 milhões de pessoas (12% da população mundial em situação de desnutrição crônica. De Schutter acredita que o dado da FAO está subestimado, pois considera apenas quem passa fome 12 meses por ano, e não a carência sazonal. Ele avalia em 1 bilhão o número de famintos crônicos. E admite que “cometemos o erro de apostar demasiado nos ganhos de produtividade e não investimos o suficiente na proteção e no apoio aos pequenos produtores.”
         Acrescenta que faliu a “solução” apontada pela Organização Mundial do Comércio (OMC): os países com mais poder de produção agrícola exportarem para os países com menos. A prática demonstrou que isso é mero neocolonialismo, para reforçar a dependência dos pobres em relação aos ricos e eliminar a agricultura familiar dos países importadores. Nos últimos 50 anos, a produção de alimentos aumentou anualmente 2,1%, enquanto as vítimas da fome diminuíram pouco. Dados da FAO indicam que em 1990 elas eram 900 milhões.
         Está provado que não basta ampliar a produção nem promover a desaceleração demográfica para resolver o problema. Se não há carência de alimentos nem excesso de bocas, é óbvio que a causa reside na falta de justiça social.
         De Schutter propõe um novo paradigma na produção alimentar favorável à agricultura familiar e à agroecologia: “Não nos colocamos a questão de saber se a industrialização da agricultura era compatível com o respeito pelos ecossistemas e negligenciamos a questão da saúde, da diversidade alimentar. São três dimensões: justiça social, sustentabilidade ambiental e saúde”.
         O ex-relator da ONU aponta como uma das dificuldades o descompasso entre o governo e a iniciativa privada. Das empresas surgem as decisões estratégicas. Elas vinculam o produtor ao consumidor. O grave, segundo ele, é que “tomam decisões em função do lucro esperado, e as questões de sustentabilidade, desenvolvimento rural e igualdade na compensação dos atores não as preocupam muito”.
         Acelera-se, hoje, a mercantilização dos produtos alimentares e também de suas fontes, como a terra e a água: “Os consumidores do Norte (do mundo), que querem carne e biocombustíveis, fazem concorrência aos do Sul, que querem a mesma terra e água para as suas necessidades essenciais. É um problema ético e jurídico”.
         O Brasil se gaba de ser um dos pioneiros em matéria de biocombustíveis. Eis o que destaca De Schutter: “A corrida à produção de biocombustíveis produz três tipos de impactos: primeiro, vincula o mercado alimentar ao da energia. Quanto mais sobe o preço do petróleo, mais rentável se torna a produção de biocombustíveis e mais aumenta a produção sobre o mercado agrícola. Segundo, os biocombustíveis fazem pressão sobre a terra arável do Sul. Terceiro, o mercado de biocombustíveis encoraja a especulação financeira, pois quando a União Europeia e os EUA anunciam metas de produção e consumo de biocombustíveis até 2020, eles dão um recado aos investidores : ‘Independentemente de variações, os preços vão continuar a subir. Especulem!’”.
         De Schutter elogia a preocupação de José Graziano da Silva, atual diretor-geral da FAO, quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano. Isso equivale a mais da metade dos cereais cultivados anualmente.
         Agora entendo por que minha mãe dizia quando, na infância, eu mirava inapetente o prato de comida: “Come, menino. Há muita gente passando fome”. Por uma questão de justiça.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, na pré-escola) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (a propósito, buscamos no texto acima: “... quanto ao desperdício no mundo, que atinge, hoje, a cifra de 1/3 dos alimentos produzidos! Ao todo, 1,3 bilhão de toneladas por ano...”);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de estratosférico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiros e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...
        
        

terça-feira, 10 de junho de 2014

A CIDADANIA, A LIBERTAÇÃO DO SER E A SELEÇÃO DOS RESSENTIDOS

“A obediência como caminho para a libertação do ser
        
         A contaminação e a desordem psíquica no mundo agravam-se dia a dia, e para conviver com essa situação sem se prejudicar é necessário preservar a harmonia, cultivando a fé e o pensamento elevado.
         À medida que os problemas nas grandes cidades forem aumentando, surgirão novas oportunidades de cura, principalmente de curas internas, espirituais, que ocorrerão no silêncio do ser.
         Porém, a maioria dos seres humanos passa a vida sem perceber e, muitas vezes, sem ao menos perguntar sobre o motivo real de sua presença na Terra. Prende-se à superficialidade do cotidiano e deixa de enxergar os valores da existência.
         Essa ignorância, além de constituir-se em uma hibernação para a chispa de luz oculta no âmago do ser, impede que os fluidos vitais e as correntes energéticas oriundas de núcleos profundos circulem livremente. A abertura à transformação e às leis evolutivas são chaves para reverter essa situação.
         A adesão de cada indivíduo ao trabalho evolutivo – aquele traçado por Deus para nós – será tanto mais sincera e estável quanto mais ele tomar consciência do papel que tem a desempenhar. Todos os que despertaram espiritualmente compartilham do mesmo impulso de crescimento.
         Entretanto, também os que chegam no caminho espiritual trazem consigo uma série de hábitos, tendências e idiossincrasias que no decorrer das épocas se foram impregnando em seus corpos. Por influência das forças do ego, tendem a querer afirmar seus pontos de vista, a assumir as tarefas do trabalho evolutivo com excessivo sentido de posse, como se dissessem respeito à própria realização, desvirtuando assim as oportunidades que lhes são oferecidas. Ao longo do caminho são levados, de modo às vezes abrupto, às vezes gradual, a libertarem-se desses condicionamentos há muito arraigados.
         Um instrumento importante nesse processo de libertação, mas em geral relegado a segundo plano, é a obediência. No passado, quando se aderia ao caminho evolutivo, tinha-se a possibilidade de estar fisicamente próximo a alguém de elevado desenvolvimento espiritual, a quem se podia prestar conscienciosa obediência. Desse modo, com maior segurança, o egotismo – o sentimento exagerado da própria personalidade – era transcendido.
         Mas na presente fase planetária, raros são os casos em que se pode estar junto de um ser liberto das leis materiais em sua consciência-visão. Hoje, os grandes seres trabalham nos níveis internos da vida e é infrutífero procurar obter a verdadeira instrução a partir dos homens: ela não pertence a ninguém, embora, misteriosamente, encontre-se no interior de cada um de nós. Será, pois, na luz desses níveis internos que o discípulo encontrará o Instrutor a quem espontaneamente seguir.
         Por isso, mais do que nunca é necessário equilíbrio: ao mesmo tempo que toda a orientação segura provém do interior e se deve prestar total obediência à fonte interna de sabedoria, o indivíduo precisa estar suficientemente desapegado de si e de suas percepções para distinguir o falso do verdadeiro, pois mesmo um impulso interno genuíno pode ser desvirtuado por tendências subconscientes.
         À obediência devem estar aliados, portanto, a entrega à realidade superior, o desapego e o discernimento.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de maio de 2014, caderno PENSAR, página 3, de autoria de Inez Lemos, que é psicanalista, e que merece igualmente integral transcrição:

Seleção de
RESSENTIDOS
        Como explicar a gênese da violência que assola o país? Depredação de ônibus, bancos, linchamentos aos supostos bandidos, execuções a pedradas, vasos sanitários e pauladas. Crueldade, vingança, ira e ressentimento. O caldo da maldade é engrossado dia a dia. Ao analisar os sinais de descontentamento e vandalismo, esbarramos em questões políticas e psíquicas. O inconsciente, ao ser contaminado pela realidade social, sobre os efeitos da vida política.
         O descobrimento do Brasil fez parte de um projeto de modernidade, em sua corrida pela acumulação de riquezas. Somos filhos da pirataria, da contravenção e da corrupção. Filhos de uma relação de interesses – o português que engravidou a índia como forma de obter informação de quem aqui vivia. Estratégias de dominação. A arte de manipular para melhor reinar. Alienar, impedir que o outro participe, interaja. Quanto mais alienado, mais fácil de controlar. Contudo, o brasileiro, cansado de desrespeito e descaso, resolve se rebelar contra o poder público e privado. Não sobrou ninguém. A espada está no pescoço de todos nós.
         O que move o mundo é o desejo insatisfeito. O capitalismo manipula, os políticos fingem que não escutam, mas a verdade é que não se controla um país oferecendo apenas pão e circo, celulares, tablets, lipoaspiração. O trabalhador, além de cartão de crédito, exige transporte, saúde e educação de qualidade. Anseia por dignidade, direitos, justiça. A desigualdade provoca revolta e ressentimento. O sonho agora é por igualdade de oportunidades. Punição aos ladrões de baixo e de cima. Quando o crime é uma prática da classe política, rebelar é a palavra de ordem entre os que sofrem as consequências.
         O Brasil é terra de ninguém, onde as leis dificilmente são cumpridas, onde viceja o racismo, a homofobia e a intolerância. A onda fascista é um efeito da anomia, da farra e desfaçatez dos poderosos. Como circular ideias de ética, honestidade e honradez, se grande parte dos governadores, prefeitos e deputados direciona o olhar para suas contas bancárias? Educar e governar são tarefas intermináveis. Aprendemos a amar, respeitar e governar com os pais. Pai é aquele que, ao exercer a função paterna, simboliza a lei: interdita o desejo descabido. Cobrar doçura de um povo injustiçado é despautério. Sem o bom exemplo, os filhos continuarão no vandalismo. Seria o Brasil um convite ao banditismo?
         Por que somos tão condescendentes com os políticos corruptos? Se a corrupção sempre foi um direito dos que dela se beneficiam, privilégios e injustiças sempre fizeram parte dos que detêm o poder econômico e político. Educar é barrar os filhos em seus impulsos destrutivos, inserindo-os nos limites da lei. Sem interditar, frustrar, a chance da criança tornar-se perversa é grande. A política é o palco privilegiado dos perversos, é onde eles são amparados em seus atos ilícitos e soltam as garras da ambição.
         O passado coronelista e patrimonialista a utilizar o espaço público como se fosse privado. Ao mesmo tempo que o criticamos, repetimos posturas que condenamos. Como ultrapassar o atavismo moral que parece nos definir? Mudar uma cultura, fundar outra ideia de nação, quão difícil! É trabalho profundo, há de se tocar entranhas e rever o lixo recalcado. Todo sintoma aponta para uma tentativa de cura. Ao mesmo tempo que denuncia o que não vai bem, revela um gozo–prazer e desprazer na compulsão à repetição. Reclamamos dos corruptos, mas somos tolerantes quando eles defendem nossos privilégios.
         Ao analisar a violência, penso na palavra ressentimento. Res-sentir – sentir duas vezes, não perdoar, guardar mágoas, alimentar vingança, não se implicar nos conflitos. Ressentimento é sentimento que fixa o sujeito na neurose. A neurose paralisa o sujeito no sintoma, impedindo-o de avançar nos bons sentimentos. O ressentido é um infeliz, pois se cristaliza na amargura. O brasileiro, que sempre gozou da condição de ressentido e trapaceado, agora quer, nas ruas, exigir políticas públicas de qualidade. Melhor que reclamar em mesa de bar ou descontar no erário, engrossando o caldo dos corruptos.
DESEJO DE DESFORRA  A exposição de um cotidiano promíscuo provoca no brasileiro o desejo de desforra, de botar para quebrar. Se para o político a demanda da população é o que menos conta, se poucos se ocupam com suas necessidades, é de se esperar que o muro se rompa. No filme Getúlio, quando não havia mais o que esconder, o presidente Vargas confessa: “Nunca me pediram nada para o país (ou para o povo), sempre me pediram algo para alguém”. A violência das ruas metaforiza o filho lesado contra o pai perverso. Passa-se ao ato de forma impulsiva, impensável. É sangue fervendo na veia.
         Nossa história ressalta a ausência de interdição capaz de regulamentar o apetite pelo gozo e organizar um quando social que outorgue a cidadania. O romance familiar brasileiro, nossa mitologia, produziu a fantasia do privilégio e da violação de direitos. Revisitando as determinações histórico-sociais dos processos de subjetivação, identificamos o descaso pela res-publica  (coisa pública). O ethos que nos funda é o do prazer e não o da felicidade. A imagem que vendemos é do paraíso sexual. Mulheres gostosas e de fácil acesso.
         País idílico, frívolo, que não soube se fazer respeitar. A copa promete jogos e orgia. Goleada no campo e na cama. A volúpia e o fascínio que exercemos no imaginário dos estrangeiros condena nossa filiação. Submetidos ao imperativo do gozo, deixamos de cobrar o ouro que o mundo nos deve. Filhos de um amor pérfido. Sedução e traição.
         A filha pobre e de pouca escolaridade, diante do dinheiro, se corrompe e se prostitui. Promiscuidade que lhe atravessa a alma e a lança na sarjeta das perdidas. Menina de um futuro morto. O que não nos faltam são motivos para subverter a ordem, romper com a imagem do negativo social. Chega de manipulação. Mídias e governantes nos alienam e dominam. Submissos aos interesses do mercado, nos fixamos no gozo.
         A herança escravocrata explica a sujeição ao grande outro e a vocação à dependência. Consumista, imediatista e permissivo. Reserva libidinal do mundo. Aos olhos dos estrangeiros, a imagem será de eterno prostíbulo? Como explicar a tendência da mulher brasileira à nudez? Nossa condescendência com os sedutores revela o fracasso da função paterna. Adoramos nos exibir. Do carnaval ao Facebook, não perdoamos os flashes. Repetiremos na Copa o destino colonial? Permitiremos que o estrangeiro entre e explore o melhor, seja açaí ou adolescentes?
         Sem Marx e Freud, sem pudor e ética, vencerá a violência. O niilismo quer acabar com a consciência social – utopia por maior distribuição de renda e oportunidades. O fantasma fundamentalista, aliado ao obscurantismo que se esconde nas religiões de esquina, prega a ignorância e a insanidade. Viver é enfrentar contradições. Saber lidar com os paradoxos humanos.
         A anomia revela a desorganização social, a ausência de leis. Para que o tecido social se articule, é necessário mais que renúncia pulsional. Não se constrói uma nação apenas com repressão. O respeito aos pais se deve ao amor – o temor apenas é insuficiente para que a criança internalize a lei. Para que o brasileiro se anime e torça para o Brasil, é preciso haver paixão. É preciso motivo para que o filho torça pelo pai. Contudo, a questão da violência no Brasil, antes de ser política, é psíquica.
         Se a Copa servir para deflagrar a consciência de cidadania, que indica que a responsabilidade na construção de um país é de todos, valeram os investimentos. Ser servir para estancar o masoquismo e investigar a condição de vítima, melhor ainda. Toda neurose, todo lugar de gozo, responde por uma filiação. A violência tanto pode ser efeito de uma metáfora paterna inconsistente, como do desamor do pai pelo filho. Como respeitar a casa se nela somos violentados, desprezados? Por tudo isso é difícil para o brasileiro sair às ruas com bandeiras e apitos. No lugar da torcida, prepara-se a revolta. Como sustentar um outro lugar, uma outra filiação?
         O significante que operou como referência simbólica foi o da permissividade – riqueza e sexo em terras tropicais: praias, borracha e minério. Quando a filiação fracassa, a maledicência ganha espaço e se instaura como arremedo da função paterna. Colonização e exploração, corrupção e impunidade, permissividade e leviandade. A história e os significantes nos condenam. A onde de ações predatórias revela a condição de rebotalho, ela está no inconsciente do sujeito e não em sua condição econômica. Traço de filho rejeitado, com mãe omissa e pai ambicioso. Filho do português com a índia, do coronel com a escrava. Como reparar as perdas? Não estariam os black blocs denunciando o fracasso da função paterna?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, na pré-escola) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

      b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades,  também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade – e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

  

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A CIDADANIA, A ÉTICA E A QUALIDADE NO TRABALHO E NA EDUCAÇÃO

“Ética e qualidade no trabalho
        
         Outra dia, caminhando pela calçada de uma avenida central da cidade, vi uma senhora levar um tombo feio. Ajudei-a a levantar-se e comentamos a situação que provocara o acidente. Tudo por culpa de uma recente reforma feita em todo o piso, mas de forma tão precária que estava se desfazendo completamente. Quem fez o serviço foi irresponsável e não se importou com o que viria depois. Quem devia fiscalizar a obra, atuou da mesma forma. Tudo teria de ser totalmente refeito. Retrabalho, novos gastos e perda de tempo com algo que, se fosse realizado corretamente, representaria uma economia vital de recursos e aborrecimentos.
         Pena que isso não é uma exceção, não é mesmo? Todos os dias nos deparamos com coisas assim e não gostamos. O problema é que muitos dos se queixam também acabam fazendo o mesmo em inúmeras outras situações. É que se tornou um lugar comum ser pouco profissional, fazer errado, atrasar, prometer e não cumprir, assim como ser conivente ou indiferente com o problema. Isso nos leva depois, como pessoas e como povo, a ter de aceitar o mal feito em todos os níveis. Perdemos assim a autoridade para reclamar contra a corrupção, injustiças, preconceitos, mau uso dos recursos e tudo mais de feio que vemos por aí.
         Em particular no Brasil, ainda não temos uma cultura de qualidade no trabalho. Não temos o hábito de cuidar dos detalhes, de fazer melhor, de ter uma postura profissional e social responsável. Ainda insistimos em ser o país do jeitinho, onde sempre se improvisa, onde as coisas são feitas pelas metades, às pressas, onde vale tudo, onde o mau exemplo vem de cima, onde ganha o mais esperto, onde a oportunidade é uma tradição antiga. Geralmente, não consideramos quesitos como durabilidade, bom acabamento, beleza, conforto e segurança. Não nos colocamos no lugar de quem vai usar e não avaliamos os resultados para corrigir e melhorar.
         Prevalece o lucro a todo custo, o imediatismo, o interesse mesquinho, o egoísmo de quem só olha para o próprio umbigo. Não tem aquela de ganha-ganha. Daí o cliente ainda não ser uma prioridade na ordem das coisas e o mau atendimento se espalha como uma praga por todas as partes. É claro que, vez por outra, nos surpreendemos ao encontrar o contrário de tudo isso. Mas é uma rara exceção e não regra geral. Para completar, ainda vem depois a turma que picha, depreda, suja, estraga e destrói o pouco de bom que foi feito.
         Ao contrário de lugares mais desenvolvidos, aqui a distância social entre as pessoas infelizmente favorece a ideia de que existem vários tipos de brasileiros e que direitos e deveres são diferentes para cada grupo. Em consequência, não nos importamos com o todo, não nos vemos como nação e também não exigimos posturas éticas de governantes, organizações e concidadãos. Isso mostra uma clara falta de valores comuns. Em países melhores, tudo o que é público é de todos e eles cuidam desse patrimônio. Aquilo que é público é de ninguém e é tratado com descaso. Daí muitos políticos serem desonestos com o dinheiro público, as empresas estarem longe de fazer os clientes felizes e as pessoas jogarem papel na rua ou picharem paredes e monumentos. No fim das contas, todos nós sofremos as consequências dessa triste situação, que só tem se agravado nos últimos anos.
         No universo do trabalho, podemos ver que alguns profissionais estão atentos ao seu comportamento só para se sentirem bem consigo mesmos. Outros já atuam melhor por hábito da educação que receberam. Porém, a maioria age corretamente simplesmente por medo das consequências, situação que não oferece nenhuma garantia. Antes de exigir dos outros, cada trabalhador deve desenvolver em si mesmo as competências técnicas e humanas que necessita, numa busca constante para aprimorar seu nível de capacitação.
         Atualmente, quem aspira uma carreira longa, respeitada e sólida deve observar as significativas mudanças nesse novo mercado tão competitivo e globalizado, que não está mais aceitando posições sem compromisso com a qualidade e a ética. Curiosamente, o que faz falta cresce como demanda. Aquela velha lei da oferta e da procura que nunca sai de moda.
         Certo é que os verdadeiros juízes dessa questão são os consumidores, cada vez mais bem informados e exigentes. Eles irão premiar ou punir, na hora da compra, o comportamento de profissionais e organizações. Isso significa uma clara transição de poder de quem vende para quem compra. Mais que qualquer outro argumento, a sanção social é pior que a sanção legal, muitas vezes ineficiente, parcial e permissiva.
         Qualquer dúvida é só observar o que ocorre nas redes sociais. A lógica econômica funciona então como um motor para melhores atitudes e procedimentos, melhores produtos e serviços. Assim todos ganham: os clientes são capazes de obter o que desejam, os trabalhadores amadurecem e os empresários aumentam a margem de sucesso do seu negócio. Aquele que não compreendem essa nova relação de forças estão fadados a desaparecer.”

(RONALDO NEGROMONTE. Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de junho de 2014, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2375 – ano 47 – nº 22, de 28 de maio de 2014, página 24, de autoria de Claudio de Moura Castro, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mexíveis e imexíveis
        
         ‘A escola é tão boa quanto seus professores.’ Raras afirmativas encontram tanto consenso entre leigos, pesquisadores, ideólogos e agnósticos. Infelizmente, eles concordam por ser excessivamente vaga, cada um pondo suas próprias interpretações. Sendo eu um incurável pesquisador, vejamos o que dizem os estudos.
         Primeiro, há que traduzir: professor bom é aquele cujos alunos aprendem mais. Portanto, o caminho das luzes consiste em perguntar que características dos professores estão associadas ao maior aprendizado dos alunos.
         Seja no Brasil, seja alhures, sabemos o que não explica quanto os alunos aprendem: a experiência do professor, sua idade e nível de escolaridade – mesmo mestrado. Nada disso se correlaciona com  a qualidade do ensino. Não posso deixar de tocas em um vespeiro zangado: o salário dos professores. As pesquisas tendem a mostrar ausência de associação com  qualidade. Uma correlação simples, entre estados brasileiros, mostra que salários mais altos ou mais baixos não se associam ao Ideb de cada um. Mas essa assombração não é o nosso tema.
         O essencial em tais características é serem imexíveis. Não se pode mudar a idade do corpo de professores, sua formação prévia ou sua carreira acadêmica. Só com décadas  isso se faz. No mundo da fantasia, o salário pode até dobrar. Mas quebram o Fisco os aumentos que melhorariam a qualidade.
         Maurício M. Fernandes e Claudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http:www.econ.puc.rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8ª série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em salas de aula. Ambas são “mexíveis”, pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.
         Alvíssaras! Os resultados são memoráveis. Como em outros países, os professores que melhor dominem o assunto ensinado têm alunos que aprendem mais. Do ponto de vista estatístico, esse resultado é robusto.
         Contudo, a análise demonstra que as práticas de sala de aula têm impacto bem maior do que o conhecimento da matéria. Ou seja, qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender muito mais. São técnicas simples, que não requerem equipamentos nem malabarismos metodológicos. No caso, obtêm melhores resultados os professores que passam e corrigem o dever de casa, explicam a matéria até os alunos entenderem, mostram para que serve o aprendido e indicam livros de literatura.
         Em pesquisas desse tipo, apenas se consegue medir dimensões relativamente simples do que acontece na sala de aula. Muita coisa importante fica de fora. Mas já é um grande avanço quando se logra desenhar uma pesquisa que associe resultados a medidas confiáveis dessas variáveis. E foi isso que fizeram os autores. Além disso, foram capazes de controlar estatisticamente – ou seja, manter constantes – variáveis que poderiam explicar diferenças de aprendizado. No caso, demonstrar que os resultados não se devem a amostras viciadas, a características do diretor ou ao que os alunos já sabiam, de séries anteriores.
         O miolo das análises estatísticas é demasiado complicado para explicar em poucas palavras. Mas os resultados são perfeitamente compreensíveis. Mostram que, no caldeirão econométrico, as técnicas de sala de aula passaram à frente de todas as outras variáveis lá despejadas. E são práticas fáceis de aprender e adotar.
         Portanto, a notícia não poderia ser mais bem-vinda. Trata-se de uma pesquisa brasileira, conduzida por autores de bom pedigree e cujos resultados são difíceis de ser contestados. Os procedimentos são de fácil incorporação em sala de aula e seu impacto é maior do que tudo o mais que conhecemos. Pode ser difícil convencer alguns professores a mudar suas práticas. Mas, pelo menos, isso está no campo do possível, em contraste com as alternativas imexíveis.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...
    

   

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A CIDADANIA, A PORÇÃO INTELIGENTE E CONSCIENTE DA TERRA E A LISTA HEXA DE DEMANDAS HISTÓRICAS (60/0)

(Junho = mês 60; o mês da Copa do Mundo)

“O ser humano é a porção inteligente e consciente da Terra
        
         O ser humano consciente não deve ser considerado à parte do processo de evolução. Ele representa um momento especialíssimo da complexidade das energias, das informações e da matéria da Mãe Terra.
         Em outras palavras, nós não estamos fora nem acima da Terra viva. Somos parte dela, junto com os demais seres que ela também gerou. Não podemos viver sem a Terra, embora ela possa continuar sua trajetória sem nós.
         Por causa da consciência e da inteligência, somos seres com uma característica especial: a nós foram confiadas a guarda e o cuidado da Casa Comum. Melhor ainda: a nós cabe viver e continuamente refazer o contrato natural entre Terra e humanidade, pois é de sua observância que se garantirá a sustentabilidade do todo.
         Essa mutualidade Terra-humanidade é mais bem-assegurada se articularmos a razão intelectual com a razão sensível. Damo-nos conta, mais e mais, de que somos seres impregnados de afeto e de capacidade de sentir, de afetar e de ser afetados. Essa dimensão, também chamada de “inteligência emocional”, foi recalcada na modernidade em nome de uma pretensa objetividade da análise racional. Hoje sabemos que todos os conceitos, ideias e visões do mundo vêm impregnados de afeto e de sensibilidade (M. Maffesoli, “Elogio da Razão Sensível”, Vozes, Petrópolis, 1998).
         A inclusão consciente e indispensável da inteligência emocional com a razão intelectual nos move mais facilmente ao cuidado e ao respeito da Mãe Terra e de seus seres.
         Junto às inteligências intelectual e emocional, existe no ser humano também a inteligência espiritual. O espírito e a consciência têm o seu lugar dentro do processo cosmogênico. Podemos dizer que eles estão, primeiro, no universo e, depois, na Terra e nos ser humano. A distinção entre o espírito da Terra e do universo e o nosso espírito não é de princípio, mas de grau.
         Esse espírito está em ação desde o primeiríssimo momento após o Big Bang. Ele é aquela capacidade que o universo mostra de fazer de todas as relações e interdependências uma unidade sinfônica.  Sua obra é realizar aquilo que alguns físicos quânticos chamam de “holismo relacional”: articular todos os fatores, fazer convergir todas as energias, coordenar todas as informações e todos os impulsos para cima e para a frente, de forma que se forme um Todo e o cosmo apareça de fato como cosmo, e não simplesmente a justaposição de entidades ou o caos.
         É nesse sentido que não poucos cientistas falam do universo autoconsciente e de um propósito que é perseguido pelo conjunto das energias em ação. Não há como negar esse percurso: das energias primordiais passamos à matéria, da matéria à complexidade, da complexidade à vida, e da vida à consciência, que nos seres humanos se realiza como autoconsciência individual, e da autoconsciência passamos à nooesfera, pela qual nos sentimos uma mente coletiva.
         Todos os seres participam de alguma forma do espírito. Eles também estão envolvidos numa incontável rede de relações que são a manifestação do espírito.
         Essa compreensão desperta em nós um sentimento de pertencimento a esse todo, de parentesco com os demais seres da criação, a apreço por seu valor intrínseco, pelo simples fato de existirem e revelarem algo do mistério do universo.
         Ao falarmos de sustentabilidade em seu sentido mais global, precisamos incorporar esse momento de espiritualidade cósmica, terrenal e humana, para ser completa, integral, e potenciar sua força de sustentação.”

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de maio de 2014, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lista hexa, Brasil!
        
         A discussão sobre o legado da Copa do Mundo no Brasil é um direito de cada cidadão brasileiro. Também, uma ocasião singular, oportunidade para a abertura de um novo ciclo da consciência social e política. Essa é uma necessidade urgentíssima, neste ano eleitoral, diante dos atrasos sociais que pesam, especialmente, sobre os ombros dos mais pobres. Um evento da magnitude de uma Copa do Mundo não pode, obviamente, trazer benefícios concretos somente a jogadores e empresários do futebol. O povo tem o direito de receber uma considerável fatia do possível legado.
         Não se discute e nem se pode impedir o direito dos apaixonados pelo futebol de experimentarem sentimentos de euforia, de torcer por uma campanha exitosa da seleção nacional. Afinal, uma jornada malsucedida do time não compensará as lacunas e prejuízos graves  já apontados no conjunto de legados da Copa. Por isso, o desejo de sucesso, levando a seleção brasileira ao hexacampeonato, precisa ser acompanhado de uma qualificada lista de prioridades sociais e políticas. Assim, seria possível investir na abertura de um novo ciclo na história da sociedade brasileira. A torcida pela campanha vencedora no futebol deve ser também uma convocação para que todos lancem um olhar sobre a realidade, compondo uma  “lista hexa” de prioridades.
         Trata-se de um exercício de muita importância, pois permite um despertar para a necessidade urgente de mudança nas dinâmicas, configurações e atuação cidadã. A meta prioritária é mudar cenários abomináveis da sociedade brasileira. Diante disso, para além de simples opiniões e, sobretudo, de lista de lamentações, parece oportuno não perder de vista a realidade do país, na sua complexidade, e esforçar-se pela elaboração dessa “lista hexa” de prioridades. É o movimento necessário para impulsionar reformulações significativas, urgentes e já tardias.
         As oportunidades de mudança serão muitas e poderão ser aproveitadas a partir do interesse partilhado por todos em participar dos debates sobre temáticas que podem, pela força do consenso, inaugurar um novo momento social, político e cultural. Esse necessário envolvimento de cada um determinará a força da sociedade brasileira diante das estagnações e obstáculos para respostas indispensáveis aos anseios da população. Nesse caminho, é inegociável o respeito pela dignidade de todo ser humano. Isso significa que é urgente e prioritário, como aposta de todos os diferentes segmentos – religiosos, artísticos, profissionais, políticos, intelectuais – trabalhar por iniciativas orientadas a partir de posturas cidadãs. Desse modo,  cada um guiará sua própria conduta fundamentando-se na consciência do primado da vida humana.
         A sociedade brasileira, segundo opiniões e reflexões, sairá da Copa do Mundo, ainda que nossa seleção seja hexacampeã, como perdedora. De fato, analistas frequentemente mostram que as demandas históricas por melhorias na infraestrutura do Brasil não serão solucionadas, mesmo com os altos gastos com o Mundial. O propalado legado da Copa merece questionamentos e veementes críticas, junto com a convicção de que é hora para avançar rumo a grandes mudanças. Desta vez, não será possível transcorrer os dias da competição simplesmente com a euforia própria do futebol. O congraçamento universal que o esporte proporciona já está fortalecido por um processo de levante social e político, um broto de esperança para uma grande virada que precisa ocorrer na cultura brasileira.
         A reforma política deve encabeçar essa mudança cultural, pois é o caminho para acabar com os nefastos cenários que afundam o país na corrupção, no uso contínuo da máquina governamental, na incompetência e burocracias que atrasam respostas. A prioridade cidadã é o amadurecimento da postura política de cada um pelo exercício de definir uma “lista hexa” de prioridades sociais. Assim, todos contribuirão para que esse momento histórico não deixe, simplesmente, um legado de prejuízos, de escolhas equivocadas e de favorecimentos. A luta pela reforma política é a oportunidade para os cidadãos reagirem diante do difuso sentimento de decepção e descrença em relação à política institucional.
         O gesto concreto durante a Copa do Mundo é trabalhar pela tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a Reforma Política. Um movimento semelhante ao que resultou na aprovação das Leis Contra a Corrupção Eleitoral (Lei 9.840/1999) e da Ficha Limpa (135/2010), frutos da união de muitas pessoas de bem. É hora de conquistar o afastamento do poder econômico das eleições, adotar o sistema eleitoral chamado “voto transparente”, proporcional em dois turnos, pelo qual o eleitor inicialmente vota em um programa partidário e, posteriormente, escolhe um dos nomes da lista ordenada no partido, com a participação de seus filiados, com acompanhamento da Justiça Eleitoral e do Ministério Público; é momento de promover a alternância de homens e mulheres nas listas de candidatos dos partidos; de fortalecer a democracia participativa, por meio dos preceitos constitucionais do plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular. Esse é um importante projeto, que sustentará as outras muitas transformações necessárias, uma verdadeira lista hexa Brasil de prioridades.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três os nossos maiores e mais ameaçadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraesturutra (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional), transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento,  da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...