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segunda-feira, 2 de abril de 2012

A CIDADANIA, OS NOVOS CAMINHOS E O TEMPO URGENTE (34/26)

(Abril = Mês 34; Faltam 26 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“Voz no deserto

Nunca fui muito ligada em futebol, mas sempre me agradou o entusiasmo masculino por ele na minha casa, desde quando meu pai ouvia jogos nas tardes de domingo, no rádio (não, não havia televisão na minha infância, para espanto de um dos meus netos quando bem pequeno, provocando-lhe a deliciosa pergunta: “Mas não tinha dinossauro, né, vovó?”). Com o tempo e o convívio, acabei apreciando, mesmo sem entender, aquele jogo com termos e regras enigmáticos.

Essa introdução é para dizer que me causaram admiração e tristeza os comentários do agora deputado Romário sobre o Congresso, a Copa e outros temas. Porque ele, político estreante, teve a coragem, e porque tudo me pareceu tão evidente, e tão corajoso neste nosso teatro de invenções e negação da realidade. Animou-me um deputado comentar que ali no Parlamento poucos de verdade trabalham; que muito do que se anuncia sobre a Copa é bastante improvável; e que há perigo de também nela acontecerem propina, desvio de dinheiro, o circo habitual. Entristeceu-me que tão poucas pessoas reagissem, e que coubesse a ele, jogador de futebol, e deputado novato, botar em palavras, publicamente, com maior ou menor entendimento e lucidez, mas não fazemos nada. Por que não formamos um grande coro? Porque temos receio de críticas ou preferimos desviar o rosto e os olhos e fechar a boca? As recentíssimas denúncias sobre propina em entidades públicas a ligadas a hospitais e licitações são de estarrecer. A naturalidade com que, entre nós, se cometem tais atos ilegais é espantosa. Ou eu estou fora do quadro, faço parte do pequeno bando anônimo que ainda se assombra?

Sei que os governantes que querem o bem deste povo, deste país, dos estados, municípios, podem ainda nos salvar. Sem a pretensão de ensinarmos ao mundo, de sermos os melhores que americanos ou europeus, mas tentando ser o melhor que nós aqui podemos ser. E certamente é bem mais do que estamos sendo, com péssimos transportes, educação insuficiente e confusa, ideias mirabolantes, saúde um susto, primeiros consumidores começando a ficar inadimplentes porque o estímulo ao consumo pode agradar de um lado mas prejudicar de outro.

Não digam que sou pessimista: seria simples demais. Nem digam que sou contra governos ou partidos: seria preconceituoso. Na verdade não tenho partido, acho mesmo que existem raros partidos no velho sentido da palavra, siglas permanentes, seguidores fiéis, ideologia coerente, sensata e firme. Eu apenas observo. Leio. Escuto. Assisto a noticiosos. Interpreto voz, entonação, semblante dos que por nós falam: não sou nem otimista nem negativa, quero apenas que tudo finalmente tome um rumo, firme, coerente, realista e eficiente. Sem tanta gente ainda morrendo em hospitais ou emburrecendo nas escolas por falta de bons profissionais e ótimos projetos. Projetos realizáveis, não impossíveis, não tentativas aleatórias com nossas crianças, jovens, velhos, operários, intelectuais, estudantes, garis, domésticas, agricultores, médicos, engenheiros, trabalhadores de qualquer ramo.

Que a gente não fique na utopia de que vamos ensinar os países mais adiantados, porque, repito, ainda não conseguimos encaminhar nossos próprios projetos, resolver alguns dos mais graves problemas deste povo que precisa tanto e muitas vezes nem sabe disso. Imagino a dificuldade dos bons governantes para mudar os rumos do que nos deixou fragilizados. E acho que nós, os cidadãos comuns, poderemos ajudar, se não aceitarmos fatos ruins como coisa natural, não acreditarmos em promessas nem em exigências absurdas, se cumprirmos com excelência nosso dever de cada dia, que inclui trabalho, cuidado com a família, honradez e patriotismo – cada um dentro de suas possibilidades. O que realmente estou querendo dizer é que, num deserto de ideias lúcidas e opiniões honradas, a gente precisa tentar, como amor e coragem, abrir caminhos, portas, janelas, e ajudar a mudar as coisas que podem ser mudadas.”
(LYA LUFT, que é escritora, em artigo publicado na revista VEJA, edição – 2262 – ano 45 – nº 13, de 28 de março de 2012, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de março de 2012, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Tempus fugit et urget

Tempus fugit é a conhecida expressão usada por Virgílio, poeta romano, nas Geórgias. Antiga e sempre atual, essa expressão latina remete ao realismo do tempo que foge irreversivelmente. O tempo que passa contabiliza na vida as perdas e os ganhos. Os ganhos são possíveis e indispensáveis. Já as perdas são possíveis e explicam os atrasos, impedem conquistas e respostas às urgentes necessidades.

Esse tempo que corre veloz, sem que corre veloz, sem que ninguém consiga detê-lo, deixa ecoar outra característica constitutiva: tempus urget. Tempo urgente que não só passa inexoravelmente veloz mas também está sempre prenhe de exigências. Não se pode viver a vida simplesmente como um dia após outro. O tempo da vida se torna um tribunal para cada um. Há um preço que se paga – e alto, para o tempo perdido. Esse preço custa caro quando o tempo é vivido sem as dinâmicas advindas do compromisso com valores, longe de um adequado sentido de cidadania, do exercício responsável e honesto das responsabilidades pessoais, familiares e profissionais.

É grave a situação provocada pela falta de sentido adequado às exigências próprias de cada tempo e em cada etapa desta vita brevis. Impressiona a indiferença ante as respostas inadiáveis.

As etapas da vida são tempos são tempos assinalados por números de dias. Em cada tempo da vida se põe o desafio enorme de corresponder ao próprio de cada momento. Conta muito, especialmente nesta época quase ao fim da quaresma, a acolhida dada à proposta de mudar a própria vida, de revisão de posturas e de submeter a um crivo exigente os próprios critérios adotados na regência do dia a dia. Quem acolheu o convite desafiador de escutar Deus, de modo mais atento e frequente, já está experimentando algo novo que vai ser fecundado e coroado com a celebração da Páscoa – o grande retiro espiritual das comunidades de fé, aberto a todos pelas celebrações da semana maior, a semana santa.

O tempo que foge fugazmente sem o sentido de exigências pode ser de atrasos e derrotas – um tempo perdido. Um desastre imposto, não raras vezes, por uma cultura que não consegue lidar adequadamente com o inseparável sentido de exigências intrínsecas ao tempo que se vive. A cultura contemporânea, de modo geral, lida muito com o sentido de urgência. A dinâmica dos tempos cibernéticos cria hábitos, necessidades e demandas que não dispensam a rapidez. Depara-se aqui com desafio enorme. O sentido de urgência, comum na dinâmica da cultura contemporânea, é um mecanismo, ao que parece apenas compreendido como meio de atendimento individualista, não raro pouco cidadão, de necessidades próprias.

Esse sentido de urgência precisa contracenar com o senso de exigência para impulsionar mudanças culturais que permitam avanços mais significativos. E urgentes, particularmente no atendimento às demandas cidadãs e à constituição adequada da estrutura de nossa sociedade, à luz dos valores nobres da fraternidade e da solidariedade. Sem o sentido de exigência a ser correspondido, a sociedade brasileira, por exemplo, que avança economicamente, considerando sua posição no ranking mundial, sofre com atrasos absurdos. São frutos da desarticulação entre urgência e exigência na formação de uma cultura que desperte para o apreço de se trabalhar mais e melhor.

É tão difícil entender a morosidade que um planejamento leva para sair do papel, ainda que seja para o desenvolvimento e a adequada infraestrutura esperada há muito pelo povo. A burocracia é enlouquecedora com suas propriedades para atrasar processos, solapar avanços e hospedar nas suas sombras incompetências crassas. Não menos grave é a alimentação de um falso sentido de bem-estar próprio que joga tudo o que for possível para depois, fecundando uma onde de conformismo, uma inapetência para reações e posturas que imprimam ritmos e dinâmicas novas no exercício da própria responsabilidade e na produção que deve advir do exercício profissional de cada um.

É hora de dar à nossa cultura o sentido próprio e incitante das dinâmicas advindas da consciência de que o tempo passa depressa e é exigente em respostas mais adquadas que possam nos tirar de tantos atrasos inaceitáveis.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, SÉRIAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem: III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICIADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já fragilizado PATRIMÔNIO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A CIDADANIA BUSCA AS MUDANÇAS POSSÍVEIS E OS JORNAIS COM QUALIDADE E RIGOR

“Jornal, qualidade e rigor

Televisão e internet são, frequentemente, os bodes expiatórios para justificar a crise dos jornais. Os jovens estão plugados horas sem fim. Já nascem de costas para a palavra impressa. Será? É evidente que a juventude de hoje lê muito menos. Mas não é moçada que foge dos jornais. Os representantes das classes A e B também têm aumentado a fileira dos navegantes do espaço virtual.

Os diários de sucesso são aqueles que sabem que o seu público, independentemente da faixa etária, é constituído por uma elite numerosa, mas cada vez mais órfã de jornais de qualidade. Num momento de ênfase no didatismo, na infografia e na prestação de serviços – estratégias convenientes e necessárias –, defendo a urgente necessidade de complicar as pautas. O leitor que devemos conquistar não quer, como é lógico, o que pode conseguir na TV ou na internet. Ele quer informação de qualidade: a matéria aprofundada, a reportagem interessante, a análise que o ajude, de fato, a tomar decisões.

Para sobreviver, os grandes jornais precisam fazer com que seja interessante o que e relevante. “O jornalismo impresso deve ser feito para um público de paladar fino e ser importante pelo que conta e pela forma como conta. A narração é cada vez mais importante”. É a correta percepção do professor Alfonso Sánchez-Tabernero, vice-reitor da Universidade de Navarra.

Quem tem menos de 30 anos gosta de sensações, mensagens instantâneas. Para isso, a internet é imbatível. Mas há quem queira entender o mundo. Para esses, deve existir leitura reflexiva, a grande reportagem. Será que estamos dando respostas competentes às demandas do leitor qualificado? A pergunta deve fazer parte do nosso exame de consciência diário.

Antes, os periódicos cumpriam muitas funções. Hoje, não cumprem algumas delas. Não servem mais para nos contar o imediato, o que vimos da TV ou acabamos de acessar na internet. E as empresas jornalísticas precisam assimilar isso e se converter em marcas multiplataformas, com produtos adequados a cada uma delas. Não há outra saída!

Nas experiências que acompanho, no Master em Jornalismo e nos trabalhos emde consultoria, ninguém alcançou a perfeição e ninguém se equivocou totalmente. O que se nota é que os jornais estão lentos para entender que o papel é um suporte que permite trabalhar em algo que a internet e a rede social não podem: a seleção de notícias, o jornalismo de alta qualidade narrativa e literária. É para isso que o público está disposto a pagar. A fortaleza do jornal não é dar notícia, é se adiantar e investir em análise, interpretação e se valer de sua credibilidade.

Estamos em uma época em que informação gráfica é muito valiosa. Mas um diário sem texto é um diário que vai morrer. O suporte melhor para fotos e gráficos não é o papel. Há assuntos que não são possíveis de resumir em poucas linhas. Assistimos a um processo de superficialização dos jornais. Queremos ser lights, leves, coloridos, enxutos. O risco é investir na forma, mas perder o conteúdo. Olhemos para o sucesso do The Economist. Algo nos deveria dizer. Não é verdade que o público não goste de ler. O público não lê o que não lhe interessa, o que não tem substância, o que não agrega, o que não tem qualidade. Um bom texto, para um público que compra a imprensa de qualidade, sempre vai ter interessados.

Daí a premente necessidade de um sólido investimento em treinamento e qualificação dos profissionais. Para mim, o grande desafio do jornalismo é a formação dos jornalistas. Se você for a um médico e ele disser que não estuda há 20 anos, você sai correndo. Mas há jornalistas que não estudam há 20 anos. É preciso criar oportunidades de treinamento. O jornalismo não é rotativa. O valor dele se chama informação de alta qualidade, talento, critério, ética, inovação. Por isso é preciso jornalistas com excelente formação cultural, intelectual e humanística. Gente que leia literatura, seja criativa e motivada. Só um sério investimento em qualidade e rigor garantirá o futuro dos jornais.”
(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Master em Jornalismo, professor de ética e doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de outubro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IM0RTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA – edição 2240 – ano 44 – nº 43, de 26 de outubro de 2011, página 24, de autoria de LYA LUFT, que é escritora, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Mudar é possível

Acompanho com certa esperança o movimento que vai se tornando mundial, de insatisfação com a situação generalizada, com grandes empresas, corporações, bancos e países tendo administrado mal seus recursos e agora dependendo do dinheiro para não decretar falência. E o povo? Penso nos trabalhadores, dos mais simples aos professores universitários, cientistas, médicos, nas donas de casa, nos velhos, nos jovens, que no mundo todo não conseguem pagar as contas básicas, ter cuidados de saúde, ter trabalho ou esperança. Penso nas hordas de desempregados, cada um com uma família que precisa de apoio.

Penso nas crianças sentindo no silêncio pesado dos pais seu próprio futuro incerto. Penso nas esperanças espezinhadas, no desencanto de milhões de pessoas honradas que trabalharam duro e agora estão abandonadas, ou de jovens que querem trabalho, pagamento digno, esperança. Essa é, aliás, a palavra que mais me vem à mente: esperança, junto com confiança.

Então começa o movimento de ocupar Wall Street, que já transbordou os limites da própria, e se espalha pelos continentes numa indignação ainda ordeira. Aqui e ali alguém se excede, há violência, feridos, quebra-quebra, mas coisa pouca, tendo em vista a magnitude que o movimento vai assumindo. Claro que aqui e ali também há infiltrados, anarquistas, ou cobras-mandadas de autoridades incapazes de gerir a realidade, postos ali como provocadores, para se possa dizer que o movimento é espúrio ou violento e deve ser esmagado.

Até mesmo aqui, onde andamos numa onda ufanista que não aprecio, pensando que podemos ensinar países mais desenvolvidos, aparece esse movimento, sobretudo com jovens, sem bandeiras partidárias, aos poucos atraindo adultos de todas as classes, até velhos. Queremos algo melhor. Queremos ter orgulho real de nós mesmos e de nossa terra. Queremos honradez e transparência, não a palavra vazia que se torna banal demais, queremos cuidado com o povo, lealdade com bons princípios, nada de promessas vagas: cuidado, proteção, orientação, resolução das necessidades mais básicas, que não são apenas comida, mas higiene, estudo (mais que o resto), saúde, tudo o que estamos cansados de saber.

Eu apoio integralmente o movimento, enquanto for ordeiro, e torço para que assim continue, vencendo os eventuais interessados em diminuir sua dignidade e seu valor. Pois a gente quer ordem, a gente quer paz, a gente quer respeito. A gente quer estudar em colégios com boas instalações e professores entusiasmados, bem pagos, bem formados. A gente quer poder cruzar o país em boas estradas e aviões e aeroportos totalmente confiáveis. A gente quer ver pais, filhos e avós acolhidos e atendentes quando doentes. A gente quer poder pensar em um futuro que não precisa ser de glórias, mas de oportunidades.

A gente não quer mais ouvir falar em bilhões e trilhões jogados ao vento para nada além do essencial que tanto nos falta. A gente quer repensar o país e o mundo, numa ordem não vertical, mas horizontal, isto é: mais igualdade, mais fraternidade, mais atenção para o humano e o real. Talvez seja a hora de aos poucos substituir a dominação pela parceria: que não seja para explorar, enganar, ludibriar e espezinhar, mas para apoiar, estimular, inspirar e merecer confiança. Para seguir em frente sem ufanismo tolo e vazio, mas com o sentimento de que, sim, estamos começando a construir juntos, cada um com seu jeito e capacidade de colaborar, uma pátria diferente e um outro mundo possível.

Porque não é impossível mudar para melhor, desde que se comece repensando o próprio país e o papel de cada um dentro dele, não importam a idade, a profissão, a conta no banco ou nem ter conta no banco. A postura maior tem de ser dos governos, dos líderes, das autoridades, mas cada um, do gari ao senador, pode e deve contribuir para isso, para começar a entender quem somos, que país somos, quem queremos ser, como podemos nos transformar – para ter na ciranda dos países todos, de verdade, um lugar respeitado e respeitável.”

Eis, portanto, mais SÉRIAS, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que sinalizam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de sintonia com as TRANSFORMAÇÕES vigentes no PAÍS e no MUNDO, que seguem ademais a observação de ALVIN TOFFLER: “Os analfabetos do século XXI serão todos aqueles que não souberem desenvolver a capacidade de aprender, desaprender e reaprender...”.

Assim, em meio a GIGANTESCOS DESAFIOS, urge a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida nacional, numa ESPÚRIA parceria quealia DINHEIRO PÚBLICO x INTERESSES PRIVADOS, causando PERDAS e DANOS incalculáveis;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES:
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, atingindo o montante ASTRONÔMICO de R$ 2 TRILHÕES, carecendo de efetivo CONTROLE, TRANSPARÊNCIA e RESPONSABILIDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ABATE o nosso ÂNIMO nem ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE – e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A CIDADANIA E UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E SEUS PROBLEMAS

“Um olhar sobre a educação brasileira e seus problemas
Nossa taxa de reprovação é das maiores do mundo

A educação brasileira, como instrumento de elevação espiritual, conquista da cidadania e habilitação profissional, passa por um momento especial, jamais vivida em nosso país. Na verdade, a educação de 3º grau, que apresentou notável expansão quantitativa nos últimos dez anos, ainda não nos colocou no patamar dos países mais desenvolvidos e ainda não nos igualou a países americanos como a Argentina, o México, o Chile e o Uruguai.

Na faixa etária própria, temos menos jovens cursando o grau universitário que aqueles vizinhos, com maior tradição e investimentos no ensino do 3º grau. Ao mesmo tempo, das vagas oferecidas, 2/3 estão em instituições privadas, e os instrumentos do Fies e do Prouni, apesar de relevantes e inovadores, ainda não conseguiram colocar no setor privado de ensino uma massa expressiva de alunos carentes, oriundos da nova classe média que emerge da pobreza.

As cotas para minorias, a dilatação dos prazos do Fies e a redução drástica dos seus juros futuros (e sua eliminação, no caso do magistério) são passos importantes a serem complementados com novas ações, nas quais registro o notável avanço do ensino à distância, tanto no setor privado, como através da Universidade Aberta do Brasil.

Ao se examinarem o conjunto de cursos e áreas de conhecimento a que se dedicam, verificamos que a área tecnológica fica esquecida, criando-se um vazio na oferta de mão de obra qualificada em setores sensíveis e imprescindíveis ao desenvolvimento sustentável do país. Obras civis, comunicações e informática são alguns setores que sofrem com tal carência de profissionais competentes.

No curso de engenharia – e já temos quase 30 especializações no mercado –, formamos apenas 5% ou 10% do total de bacharelandos em países como a Coreia do Sul, China, Índia ou EUA. A prova ABC divulgada neste mês, mostra que 58% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental não conseguem resolver problemas básicos de matemática. E, infelizmente, a rede pública apresenta piores resultados; só 43% dos seus alunos aprenderam o esperado em matemática, contra 74% dos estudantes do sistema particular de ensino.

Em testes de leitura e escrita, esse quadro se repete, comprometendo a escola pública, que tem poucas exceções em termos de alta qualidade no ensino. Se não conseguimos romper ainda barreiras como o desenvolvimento pleno da leitura, escrita e da reflexão, que permeia o entendimento científico, é porque falhamos na metodologia, na comunicação ou exposição do conhecimento, provavelmente porque o magistério nunca teve entre nós o valor atribuído a outras profissões ou áreas de atuação.

O mais novo passo do Ministério da Educação pode levar a uma transformação radical em nossa escolas; trata-se de eliminar a repetência até o 3º ano do ensino fundamental, substituindo-a pelo reforço escolar sistemático, a aplicação de mais avaliações periódicas e maior acompanhamento em disciplinas mais complexas.

Em países como o Japão, esse modelo tem obtido sucesso e já temos escolas onde a repetência só ocorre em ciclos maiores, criando espaço para o reaprendizado e o reforço escolar. Nossa taxa de reprovação de 11% é das maiores do mundo e esse é o caminho mais curto para a evasão escolar, de consequências dramáticas para a nossa juventude.

Neste momento, acreditamos que o grande passo é nos voltarmos para o professor, para que ele seja bem-remunerado, socialmente respeitado e admirado como pilar do processo educacional brasileiro.”
(ALOISIO T. GARCIA, Ex-secretário da Educação de Minas Gerais e secretário geral da Academia Mineira de Letras, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de setembro de 2011, Caderno O. PINIÃO, página 18).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA – edição2234 – ano 44 –nº 37, de 14 de setembro de 2011, página 24, de autoria de LYA LUFT, que é escritora, e merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Educação: reprovada

Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu apenas tente ser uma observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim, os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que encantam particularmente. Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.

Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram françês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”. Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação”, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que tentar?

De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos da universidade têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetização é incrivelmente baixa. Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma unidade de comprimento. Quase metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.

Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado não cumpre seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança) a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.

Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidente, é essencial para a nossa dignidade. Faxinar a ignorância – que é outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública basta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limite, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se controem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?

Cansei de falas quandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir à escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora disso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.”

Eis, pois, mais páginas contendo GRAVES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES, que acenam, entre outras, para a necessidade PREMENTE, INADIÁVEL e URGENTE inserção da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS e, bem assim, diante da ‘FALTA DE RECURSOS’, PROBLEMATIZARMOS também questões CRUCIAIS, como:

a) a INFLAÇÃO;
b) a CORRUPÇÃO;
c) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas MODALIDADES;
d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, consumindo anualmente, à conta de ENCARGOS, algo em torno de R$ 200 BILHÕES...

Sabemos, e bem que QUESTÕES assim SANGRAM a nossa ECONOMIA, MINAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e AFETAM a nossa CONFIANÇA e APOIO, inibindo, entre outros DIVERSOS e IMPORTANTES componentes, a INOVAÇÃO, a CRIATIVIDADE, a PRODUTIVIDADE e a COMPETIVIDADE ao final...

Mas, NADA, NADA mesmo, ABATE o nosso ÂNIMO nem ARREFECE nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADAN IA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO DE 2014; a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E O INVERNO DO NOSSO DESALENTO

“O inverno do nosso desalento

Não há como não ver, escutar, comentar: a ponta do iceberg, a ponta do novelo da realidade que finalmente começa a se desvendar, a imprensa divulga, os brasileiros comuns, como eu, encaram assustados – pois ela comanda nosso presente e futuro, o bolso, a esperança. Nos bastidores da vida pública, um fervilhante mercado persa de cargos, dinheiros e favores do qual não temos ideia.

Pois nesse teatro ou circo todos correm a se proteger, a preservar as últimas ilusões da platéia, e a defender seus feudos não muito limpos. Havia muito eu andava perplexa: agora, começo a sentir aquele profundo desalento do qual falou um político honrado, antes de se recolher à vida particular, para pouco depois subitamente morrer. O coração não agüentou, imagino. Deve ser grande, dolorosa, a solidão dos honestos no meio público. Os honrados existem, mas hão de nadar penosamente com um correnteza poluída - objeto de preconceito dos seus pares, olhados como ameaça: o que eles pensam? Achando-se melhores que nós? E se forem dedurar?

E nós, do lado de fora, que pagamos a conta, que armamos o circo, carregamos a lona e as gambiarras, enfrentamos as feras, levamos nas costas até o elefante: e nós? Quem nos perguntou, quem nos pediu licença para organizar esse melancólico espetáculo, que transcorre em meio silêncio e meia-luz? Que circo, que teatro é esse, causando desorientação nossa, falta de idealismo nos jovens, e que devia ser escondido das crianças como pornografia?

Aqui onde vivo faz frio neste inverno. Geada cobre gramados e campos, queima as colheitas, diverte os turistas, nos faz recear a rua onde de manhã frequentemente temos sensação térmica negativa. Nestes dias, parece que esse sentimento gélido é reforçado pelo clima dentro de nós, que contemplamos e ouvimos os atores desse espetáculo que nós sustentamos, sem entender direito – por alienados e fúteis –, no circo dos nossos pesadelos, no teatro das nossas desilusões. Quem lhes dá força, quem os protege? Algum será devidamente punido – ou vai fingidamente se recolher para reaparecer em outro cargo igualmente poderoso, igualmente facilitador de ganhos escusos? Enquanto nós, crédulos ou omissos, acreditamos em ganhar a vida e sustentar a família com o suor do nosso rosto, o desgaste do nosso corpo, a perda da nossa vida, o esforço da nossa inteligência.

Sim, nestes dias eu sinto, mais que o frio do clima, o gelo do desalento. De não acreditar que vá ocorrer uma grande faxina, uma real limpeza, alguma solução ou verdadeira melhora, um grande avanço em direção à honestidade. Pois “transparência” se tornou uma palavra banalizada e vazia, sem valor, quando tudo é obscurecido para favorecer as ações na sombra. Talvez, para ser algo real, essencial e radical, fosse preciso mudar tudo. Quase tudo. A cena, os atores, as falas, até a plateia. As coxias, os bastidores, teriam de ser varridos e abertos ao público. O público teria de prestar atenção, reagir, aplaudir ou renegar. Nunca relevar. Demitir muita gente do quadro de seu respeito e confiança. E tamanha mudança causa medo e insegurança.

Uma grande transformação seria possível com informação, para começar, que vem de uma educação eficiente, e leva tempo. Assim se fazem mudanças com ordem, calma, Inteligência, vontade. Mas eu, neste frio que me assola, receio que o espetáculo apenas continue: trocados os atores e nomes ou máscaras, o tom e algumas falas, recolocadas as luzes, o indevido oculto atrás de papelão pintado, e toca em frente, o teatro, o circo. E nós, omissa ou submissa plateia, continuaremos aplaudindo mesmo sem entender direito, ofuscados pela luz que vem do alto, ainda levando em nossas doloridas costas os paus, as lonas, até o elefante.

A solução poderia ser um desalento criativo, produtivo, ativo, que agisse para limpar o que está sujo e nos humilha, expor o que é duvidoso e nos envergonha, mudando, sabe Deus como, o que nos rouba a dignidade enquanto explora a indecisão de quem não quer ver, para não ter de crer.”
(LYA LUFT, é escritora, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2226 – ano 44 – nº 29, de 20 de julho de 2011, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e Psicologia Escolar do Brasil, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“30 milhões de analfabetos funcionais

Na recente 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a educação permeou vários debates e propostas. Mas, apesar do esforço do governo e pesquisadores, dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram o Brasil como o oitavo pior país no ranking de analfabetismo no mundo. São 14 milhões de adultos brasileiros analfabetos. No mundo são 67 milhões. Ocupamos a 7ª posição entre as potências econômicas, mas segundo a Unesco, ocupamos o 88º lugar em educação. Temos cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais. Só um em cada quatro brasileiros de 15 a 64 anos pode ser considerado plenamente alfabetizado. A proporção de pessoas que não sabem ler ou escrever no Brasil é maior que a média na América Latina e no Caribe. Segundo o Ipea, 98% das crianças brasileiras de 7 a 14 anos hoje estão nas escolas. Isso é fantástico, mas conter a evasão e oferecer ensino de qualidade é o desafio.

O Brasil investe R$ 1.900 por ano em cada estudante do ensino básico e R$ 13 mil em cada estudante do ensino superior. Em sete anos, o número de matrículas na educação superior aumentou de 3,5 milhões para 5,9 milhões. Grande investimento, mas quais são os grandes impactos de pesquisas e grandes projetos socialmente importantes das universidades? Temos uma rede pública de ensino superior excepcional e é fundamental que ocorram grandes retornos sociais para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Apesar dos grandes investimentos, infelizmente no último censo Times Higher Education, nenhuma universidade brasileira foi incluída nas 100 melhores do mundo.

Com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), o governo promete R$ 1 bi e criar mais 200 escolas técnicas até 2014. Desse total, R$ 700 milhões vão para bolsas de estudo e R$ 300 milhões para financiamento estudantil. Com isso, o governo espera reduzir um problema crônico para o crescimento dos serviços e da indústria nacional: a falta de mão de obra qualificada. Projeto ambicioso que contribuirá para o emprego e inclusão de milhões de brasileiros, mas que precisa ter excelente gestão do gasto público.

Educadores do Brasil, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Argentina se reuniram recentemente em Brasília e debateram o papel da educação na promoção do desenvolvimento e no combate às desigualdades sociais. É de fundamental importância que a educação seja efetivamente vista como inclusão social e qualidade de vida do povo. Uma recente pesquisa da Associação dos Magistrados do Brasil, Justiça em números – novos ângulos, de Maria Tereza Sadek, revela a relação direta entre nível de escolaridade e busca dos direitos na Justiça. A autora comenta que a alfabetização implica maior conhecimento dos direitos e as pessoas procuram mais a Justiça. Nos estados mais pobres, com maior número de analfabetos, há menor procura pela Justiça. Segundo o presidente da ABM, as pessoas mais esclarecidas reivindicam mais os seus direitos e têm noção de cidadania. Um bom projeto nacional de educação necessariamente tem que incluir conhecimentos de direitos humanos e cidadania. Piero Massimo Forni, especialista em civilidade pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a falta de civilidade nos EUA custa 30 bilhões de dólares por ano. Quanto custa no Brasil a falta de civilidade e cidadania? E o que isso tem a ver com educação de qualidade? Além do desenvolvimento, crescimento econômico, melhora da vida dos cidadãos, uma educação de qualidade terá grande impacto também na redução de violências e na criação de atitudes cidadãs. O indivíduo bem alfabetizado é um cidadão sábio, crítico e se posiciona de forma positiva nas relações sociais aumentando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da nação – menos criminalidade e maior qualidade de vida. É essa importante cadeia qualitativa da educação, que diferencia uma grande nação. Educação de qualidade para todos em todos os níveis de escolarização é preciso!”

São estas, pois, mais SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que acenam para grandes, URGENTES e inadiáveis TRANSFORMAÇÕES de nossa SOCIEDADE, e do mesmo modo, apontam para a PRIORIDADE ABSOLUTA das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS, e de maneira POSITIVA e IMPOSITIVA: “EDUCAÇÃO de QUALIDADE para TODOS em TODOS os NÍVEIS de escolarização é PRECISO! (o grifo é meu).

São, e sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS que, de outro lado, não nos ABATEM e nem ARREFECEM nosso ÂNIMO e ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL!...

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

A CIDADANIA, O CENÁRIO ATUAL, AS VIOLAÇÕES E AS VIOLÊNCIAS

“Este nosso Brasil

Não gosto do meu ceticismo e assombro diante de muitas coisas, no que diz respeito ao Brasil, mas eles existem. Cada vez mais me espanto, e cada vez menos acredito. Não funciona, comigo, aquela conhecida frase dos mais velhos “a mim, nada mais me espanta”. Pois a mim tudo ainda me choca, ou intriga, faz rir ou chorar ou me indignar como sempre, pois, vivendo mais, conheço mais as dores humanas, nossa responsabilidade e trabalho, a necessidade de competência e honradez, de exemplo e seriedade. Seja como for, coisas bizarras acontecem neste Brasil nosso tão amado e tão negligenciado. Ao qual faltam, quem sabe, atenção, consciência, indignação, exigências junto dos que lideram ou governam, ou representam, educam ou deveriam educar, amparam ou deveriam amparar.

Outro dia escrevi sobre o tal livro com erros de português, metade aplaude, metade diz que a gente não entendeu nada, ou que é isso mesmo. Autoridades fazem as mais estapafúrdias afirmações. Logo apareceram outros livros escolares com erros crassos. Não são novidade livros didáticos com erros, e ninguém dava bola. Ninguém percebia, quem percebia ficou na moita, para que se incomodar? O mundo é assim, a vida é assim, o Brasil é assim. Aí eu protesto. O Brasil é bem melhor que isso, mas tem gente que gosta que ele pareça assim, alegrinho, divertido, hospitaleiro e alienado. Afasta preocupações e cobranças, e atrai turistas.

No governo, no Senado, na Câmara, pessoas altamente suspeitas, condenadas ou não, continuam em altos cargos ou voltam a eles, e são aplaudidas de pé enquanto nós, os que tentamos ser honestos e pagamos pelo circo todo trabalhando às vezes até o anoitecer da vida e das forças, se não cuidarmos levamos muita cuspida, advertência, punição, ainda que esta venha através de impostos cruéis.

Às vezes parece que nem sabemos direito quem nos governa, quem são os líderes, os grandes cuidadores do país. Saber causaria angústia, então fechamos os olhos. Desconhecidos, ou sabidamente ruins, alguns meras promessas, estão em altíssimos postos, parte de nosso destino depende deles.

Nas pesquisas, nas quais nunca acreditei muito, a opinião pública consagra tudo isso na maior naturalidade. E eu me pergunto se realmente observamos, refletimos, concluímos algumas coisas, disso que acontece e tanto nos diz respeito, como o pão, o café, o salário, a vida. Temos uma opinião formada e firme? Lutamos pela honra, pela melhor administração, pela segurança, pela decência, pela confiança que precisamos depositar nos líderes, nos governantes, nos nossos representantes... ou nos entregamos ao fluxo das ondas, interessados muito mais no novo celular, no iPod, no Ipad, no tablet, na fofoca da vizinhança, na troca da geladeira, na TV plana, no carrinho dos sonhos, para em oitenta prestações impossíveis?

Acho que andamos otimistas demais, omissos demais, alienados demais. Devemos ser pacíficos e ordeiros, mas atentos. Aplaudir o erro é insensatez, valorizar o nebuloso é burrice, achar que tudo está ótimo é tiro no pé. Logo não teremos mais pé para receber a bala, e vamos atirar na cabeça, não do erro, do desmando, da improvisação ou da incompetência, mas na nossa própria cabeça pouco pensante e, eu acho, nestes dias, otimista demais. Sofremos e torcemos pelo nosso país ou, ao primeiro trio elétrico que passa, ao primeiro show espetacular, esquecemos tudo (ser sério é tão chato...) e saímos nos requebrando, e aplaudindo, aprovando sempre, não importa o quê?

Começo a ter medo. Não o medo que temos diante de um cano de revólver ou do barulho de um assaltante na casa, não o medo de que algum mal aconteça às pessoas amadas, mas um receio difuso, sombrio, de que estejamos bailando feito alucinados ou crianças inconscientes à beira de um abismo disfarçado por nuvenzinhas coloridas chamadas alienação, para dentro do qual vão escorregando, ou despencando, os nossos conceitos de patriotismo, decência, firmeza, lucidez, liderança, e uma esperança sem ufanismo tolo.”
(LYA LUFT, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2222 – ano 44 – nº 25, de 22 de junho de 2011, página 28).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ROBSON SÁVIO REIS SOUZA, Especialista em estudos de criminalidade e segurança pública (UFMG), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Violações e violências

Nos últimos tempos, o problema da violência, principalmente dos crimes violentos, tem chamado a atenção da sociedade, da mídia e de estudiosos. Pesquisas de opinião apontam a insegurança como um dos principais dilemas da sociedade brasileira na contemporaneidade. Esses mesmos estudos também demonstram a baixa credibilidade junto à população das agências do Estado encarregadas do enfrentamento do problema, notadamente o sistema de segurança pública e alguns órgãos do sistema de Justiça.

Focados nos indicadores de crimes, os elaboradores e gestores das políticas públicas, habitualmente, trataram de implantar reformas incrementais nesses sistemas melhorando a eficiência dos órgãos, criando algumas novidades, como os programas de prevenção ao crime, mas foram incapazes de propor mudanças substantivas, objetivando alterar o quadro de mazelas que historicamente sustentaram essas agências. Ainda temos um Judiciário seletivo, polícias violentas e pouco preparadas para as novas modalidades de crime, sistemas prisional e de medidas socioeducativas ineficientes, entre outros tantos problemas.

Para exemplificar a situação, foquemos a análise na questão da violência juvenil, responsável pelos maiores indicadores de crimes. Ao tratar da questão a partir da ótica que estigmatiza os jovens como violentos, as políticas de prevenção ao crime abordam a juventude como um problema social, esquecendo que os maiores déficits de acesso aos direitos de cidadania estão justamente nessa faixa etária. É exatamente depois da conclusão do ensino fundamental que os jovens enfrentam todas as agruras na inserção à sociedade de consumo. A baixíssima cobertura do ensino médio; a escassez de ensino profissionalizante; os gargalos que impedem o ingresso ao trabalho são tópicos que impossibilitam milhões de jovens de acessarem os direitos fundamentais de cidadania que lhes ampliariam as possibilidades de êxito.

Como as políticas sociais são precárias para esse público, a solução sai da agenda política e entra, enviezadamente, no âmbito da justiça. Assim, repressão, criminalização da juventude pobre e estigmatização social acabam sendo as respostas possíveis para todos os jovens que não conseguem entrar, por exemplo, no mercado de trabalho.

Até programas pretensamente inovadores trazem em sua concepção e execução os ranços discricionários em relação à juventude. Algumas das políticas de prevenção, por exemplo, funcionam como instrumentos de controle, disciplinando os jovens, delimitando seus espaços sociais, selecionando-os e catalogando-os como perigosos. Superdimensionam o fator oportunidade; a racionalidade e a instrumentalidade da decisão criminal (como se todos os crimes fossem calculados e ponderados racionalmente); supervalorizam as variáveis ocasionais, como se o espaço criasse os delitos; focalizam a intervenção a partir de critérios rigorosamente espaciais (que obstaculizam e deslocam a prática do delito, mas não os evitam) e usam técnicas e estratégicas invasivas, que afetam terceiros alheios à gênese do possível risco ou perigo.

Em vez de se preocuparem com o acesso aos direitos de cidadania dos jovens; à melhoria de todo o sistema de segurança pública (polícias, sistema prisional, Judiciário etc.); à participação democrática da sociedade nas estratégias de enfrentamento da violência urbana e na articulação de ações que visam propiciar aos atores comunitários a participação ativa na resolução dos problemas relacionados à criminalidade, tais políticas não resolvem os problemas. Ao contrário, os tamponam. Prova disso são os altos índices de crimes juvenis que ainda persistem na sociedade. Por tudo isso é possível afirmar que as ações de repressão, de contenção social e criminalização dos jovens e o recrudescimento penal não são suficientes para a construção de sociedades pacíficas. A paz é fruto da justiça e parte do problema da violência juvenil, não é da polícia, é político.”

Eis, portanto, mais páginas com RICAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS a serem enfrentados e necessidade INADIÁV EL e URGENTE de se tornar a EDUCAÇÃO no PAÍS, dentre as POLÍTICAS PÚBLICAS, como PRIORIDADE ABSOLUTA de ESTADO, governo e SOCIEDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, HONRADA, QUALIFICADA, LIVRE e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAZ e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A CIDADANIA, A ARTE DA CELEBRAÇÃO E A PAZ; ESTA, UM DOM DE DEUS

“A arte da celebração

A passagem de ano não deveria pedir projetos (e posteriores remorsos), mais projetos (e mais futuros arrependimentos), e sim abrir a portinhola de algum alívio , alguma alegria. Mas talvez a gente goste de sofrer. Lembrei-me agora da deliciosa historinha do monge muito velho, quase centenário, que num remoto mosteiro pede a um monge bem moço que o ajude ainda uma vez a ir à biblioteca que guarda preciosos alfarrábios . Pela última vez, ele quer folhear uma enciclopédia ou encíclica papal, algo assim – a princípio, o moço não entende direito. O jovem monge instala, então, o velhíssimo velhinho junto a uma mesa imensa, tudo lá é muito grande e muito antigo. Mesa de carvalho, claro. É um aposento secreto no fundo da biblioteca, onde só os monges iniciados entram. O rapaz consegue o livrão, coloca-o na mesa diante do velhíssimo velhinho e sai, dizendo: “Qualquer coisa, toque essa sineta que eu venho acudi-lo”.

Passa-se o tempo, o jovem monge se distrai com seus afazeres, até que se lembra: e o ancião, como estará? Preocupa-se com o longo silêncio – será que ele morreu? Corre até o fundo da biblioteca, até a sala secreta, e encontra o velho monge batendo repetidamente a cabeça no tampo da mesa.
– Mestre, o que houve? O senhor vai se machucar!

O monge centenário chora e repete certas palavras que o moço custa a entender:

– Imagine, imagine! A palavra de ordem, a recomendação, a essência, não era celebate, mas celebrate!

Logicamente, em inglês, a coisa tem mais graça, mas mesmo quem lê aqui há de entender: desperdiçamos tempo, vida e energia sofrendo por bobagens, arruinando as alegrias, ignorando afetos, trabalhando mais do que seria necessário para a nossa dignidade, curtindo mais o negativo do que o positivo, quando afinal a ordem divina metafórica é que não precisamos fazer o sacrifício do celibato, mas celebrar a vida. Pessoalmente, sempre acreditei que a melhor homenagem que se faz a uma divindade, se nela acreditamos, é celebrar – respeitando, amando, curtindo, cuidando – a vida, a natureza, a arte, o enigma de tudo.

Mas nós, humanos, nem sempre espertos (embora a gente se ache, e muito), em vez de celebrar a passagem do ano, passamos boa parte dela nos enrolando. As providências excessivas, as compras, as comidas, as dívidas em dezenas de prestações... Os planos. Mas para que planos, quando o melhor é ter um só? Ser mais feliz, mais alegre, mais amoroso, mais honrado, mais pacífico. Mas a gente coloca aspectos prosaicos da vida acima de tudo: perder 10 quilos, tratar melhor a sogra, ser menos puxa-saco da sogra, da cunhada, da nora, do patrão. Ganhar mais dinheiro, o que nem sempre representa a conquista da felicidade ou algo que o valha, e por aí vai.

Para um lado ou outro, para o sim ou para o não, nessa hora nos enchemos de preocupações, acumulamos propósitos, e nos amarguramos porque aqueles objetivos elencados na passagem do ano passado não foram cumpridos (e ainda por cima a gente sabia que ia ser assim).

E daí? E daí que poderíamos aproveitar o momento para pensar no que realmente vale a pena. E o que vale a pena, não importam a biografia ou a latitude, é celebrar. Para tanto, basta que sejamos, em casa, no trabalho e na escola, um pouquinho mais agradáveis e menos tensos. E que, pelo menos, isso se manifeste na forma de um abraço vindo do fundo mais fundo do mais cansado – mas ainda amoroso e celebrante – coração.”
(LYA LUFT, em artigo publicado na Revista VEJA – edição 2198 – ano 44 – nº 1, de 5 de janeiro de 2011, página 26).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Paz, um dom de Deus

Diz o papa Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, celebrado pela 25ª vez no dia 1º: “A paz é um dom de Deus e ao mesmo tempo um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido”. A conquista da paz inclui os percursos dos diálogos todos, em diferentes níveis, as providências estratégicas de gestões inteligentes e eficazes, com entendimentos políticos adequados, e a indispensável consciência cidadã sustentada pelos valores morais que asseguram a configuração de um tecido social justo e solidário. Ao afirmar que a paz é um dom de Deus, o papa indica que uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz. Essa reconciliação afronta, entre outros desafios, o da indiferença religiosa, suscitando por um lado afirmações, condutas e linguagens que prescindem de Deus. Mas também indica, por outro lado, o enorme desafio da intolerância religiosa, que tem comprometido o valor da liberdade, gerando cenários sangrentos e violentos em muitos lugares, particularmente na Ásia e na África.

O papa sublinha que a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa, de cada povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Esse percurso e a forma para alcançar essa meta supõem mais do que a inteligência humana, que pode perder também o seu rumo e desvirtuar-se, na contramão da lucidez própria na geração do bem. A paz não é simples fruto de acordos políticos sazonais, nem de interesses nas esferas econômicas, estratégicas e tecnológicas. Ela é um valor moral. Sua sustentabilidade enraíza-se na experiência religiosa, na fé professada e testemunhada por indivíduos e também por povos, de diferentes culturas, com resultados inquestionáveis na sua configuração. Trata-se da experiência religiosa na vivência confessional da fé. As armas morais, por isso mesmo, são as mais preciosas para que haja paz. Nesse âmbito, sabe-se o quanto o mundo tem necessidade de valores éticos e espirituais. É um mundo que precisa muito de Deus.

A religião, também, lembra Bento XXI, pode oferecer contribuição preciosa na busca e na construção de uma ordem social justa e pacífica. Nesse horizonte, sua mensagem trata o tema da liberdade religiosa como caminho para a paz. Toda pessoa, na sua experiência de fé, tem o direito intocável do respeito à liberdade religiosa. Nessa experiência é que a pessoa orienta a própria vida, pessoal e social, para Deus, assegura o papa. E tem, pela luz da presença divina, a capacidade de compreender plenamente sua identidade, sua liberdade e seu destino. Afirma, ainda, que negar ou limitar arbitrariamente a liberdade religiosa significa cultivar uma visão redutiva da pessoa, e esse obscurecimento da função pública da religião gera uma sociedade injusta, em razão de ser desproporcional à verdadeira natureza da pessoa. A reflexão feita pelo papa parte, pois, da compreensão e do reconhecimento da dupla dimensão na unidade da pessoa: a religiosa e a social. Considerar apenas a essencialidade da dimensão social é mutilar o sentido da indivisível unidade e integridade da pessoa. A desconsideração, portanto, da dimensão religiosa é abertura para o risco de admitir ser possível encontrar no relativismo moral a chave para uma convivência pacífica. Concretamente, aí nascem a divisão e os riscos graves de negação da dignidade dos seres humanos.

Bento XVI afirma, então, que a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere total dignidade a cada um dos seres humanos e é garantia do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Portanto, não se pode buscar a paz prescindindo da dignidade transcendente da pessoa enquanto valor essencial. O entendimento pauta-se no quanto é importante e indispensável ter capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade. Essa faculdade é indispensável na construção de uma sociedade orientada para a realização e a plenitude da pessoa. O caminho para a paz, pois, situa a religião na sua dimensão pública. Esse seu lugar – de grandeza compartilhada – confronta-se com importantes aspectos no conjunto da vida da sociedade, ultrapassando o estritamente individual. Há um importante confronto com o sentido da laicidade positiva do Estado, desafiando a superação dos riscos dos laicismos. Desafia também os fundamentalismos originados no próprio campo das religiões e outras escolhas. São muitos, ainda, os desafios no caminho para a paz.”

São, pois, mais ADEQUADAS e PERTINENTES, como também PRECIOSAS, as REFLEXÕES e PONDERAÇÕES acerca de DESAFIOS que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A CIDADANIA BUSCA COMO MELHORAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA – PARTE 2

EDUCAÇÃO: ELA NOS INTERESSA?

[...] Não vejo muitos governos, líderes de verdade querendo um povo educado, isto é, informado. Pois quem se informa, quem sabe das coisas, questiona a situação da sua comunidade, seu estado, seu país. Questiona sua própria condição. Não vai mais querer morar em cima de velhos lixões, mal disfarçados, ver seus filhos comendo restos, brincando com água de esgoto, morrendo por falta de cuidados essenciais.

Quem se educa, isto é, pode ler e entender melhor as coisas, não vai mais aguentar calado – distraído com alguns dinheirinhos a mais, estimulados até a comprar o que não poderia, pois não vai conseguir pagar a próxima prestação – que seus velhos não tenham assistência, que a aposentadoria, quando existe, seja de fome, que as crianças morram em corredores de hospital, ou precisem ser levadas horas a fio até o posto de saúde mais próximo – que pode estar fechado por falta de médicos ou até de remédios. Nós não somos assim. Não aceitamos morrer de sujeira, doença, fome, falta de assistência, de informação, de dignidade. Quem se informa e sabe das coisas não vai mais achar que a corrupção nos altos escalões é assim mesmo, a política é assim, não tem jeito, “a casa já caiu, temos de nos conformar”, como disse um resignado homem numa entrevista.

Um povo educado é como um filho positivamente rebelde que não aceita injustiças, gritos, brutalidade ou humilhações em casa. Um povo educado reclama. Um povo educado elege diferente. Um povo informado – que teve escola, lê jornal, conhece livros, assina sabendo o que está naquele papel, interpreta o que vê na televisão ou escuta no rádio – ambiciona para seus filhos algo mais do que viver na rua e morrer na esquina. A educação nos faz enxergar com outros olhos o que acontece no país e no exterior – sim, pois a gente sabe o que se passa em outros lugares – e sair da resignação mortal para o desejo ativo de que as coisas melhorem. E começa a colaborar para que elas mudem. E vai reclamar de quem mentiu, prometeu e não cumpriu, foi corrupto, ficou impune, pensou em mais poder, e não na sua gente. Assim, devagar, usando de firmeza e inteligência, sem violência, sem agressão, quem se educou vai começar a mudar seu país. E por isso não me importo de repetir, repetir e repetir: a gente pode ser mais feliz. A gente pode ser mais gente. A gente precisa, com urgência, de verdade, que a educação seja prioridade de todos para todos, nesta nossa terra.”
(LYA LUFT, em artigo publicado na Revista VEJA – edição 2196 – ano 43 – nº 51, de 22 de dezembro de 2010, página 26).

Mais uma IMPORTANTE e igualmente OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, páginas 88 e 89, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista, e que merece INTEGRAL transcrição:

“Como melhorar a educação brasileira – Parte 2

Conforme falamos aqui no mês passado, há muito que nossos professores podem fazer, em sala de aula, para melhorar a qualidade do ensino. Mas não nos iludamos: enquanto eles continuarem recebendo a formação que hoje obtém na universidade, seus alunos terão fraco desempenho.

Atualmente, temos poucos dos chamados professores leigos – 93% dos nossos mestres do ensino básico nas grandes capitais têm diploma universitário. Mas a formação costuma errar na ênfase, no conteúdo e na prática.

A pesquisa mostra que os alunos se beneficiam quando o professor estudou a área que ensina. No Brasil, porém, há maior ênfase nos aspectos genéricos do ensino do que na formação em áreas específicas. Isso acaba provocando uma falta de professores qualificados em algumas áreas. O último censo escolar revelou que só um em cada quatro professores de física é formado na área. Em química, pouco mais de um terço.

Mesmo dentro dos cursos de matérias específicas, a situação é desalentadora. Estudo de equipe liderada por Bernardete Gatti analisou os cursos de formação de professores de centenas de faculdades. Cinco problemas chamam atenção. Em primeiro lugar, o caráter excessivamente teórico dos cursos. Nossa universidade, criada para ser formadora de pensadores de elite e pesquisadores, não está focada na capacitação de professores para encarar a realidade de uma sala de aula. Segundo, há uma desconexão entre os ensinamentos pedagógicos e os conteúdos específicos da matéria. Assim, quem cursa a área de matemática aprende bastante matemática e também pedagogia, mas não aprende a fazer a ponte entre ambas: como unir o conhecimento das duas áreas em uma técnica que resulte em ministrar aulas competentes. Outro problema importante é o viés ideológico de muitos desses cursos, que estão mais preocupados em formar os batalhadores de vanguarda da criação da nova sociedade, e não “reles” ensinadores de matéria. Esse não é apenas um fenômeno espontâneo – é também incentivado por nosso governo. Nas diretrizes do Enade de 2008, na área de formação em ciências, o futuro educador é incentivado a entender seu papel como “agente transformador da realidade, compreendendo a ciência como uma atividade social”.

O quarto problema de nossos cursos é o desdém com que é tratada uma parte absolutamente crucial da formação do professorado: o estágio. Esse é um período em que, por lei, o futuro professor deveria passar em escolas, aperfeiçoando sua prática junto a professores experientes. Não é o que acontece. Segundo Gatti e equipe, praticamente não há planos de estágio nem indicações claras de como seria sua supervisão. Parece ser tratado mais como algo destinado a “cumprir tabela” do que a aprimorar o ensino. Finalmente, a academia brasileira vê a área de formação de professores como algo de baixo prestígio e valor. Nossas grandes mentes estão engajadas no desafio de como criar cursos eficazes de formação de professores.

O resultado de tudo isso é que os professores saem das faculdades sem os instrumentos necessários para dar uma aula eficaz. Por isso é que deparamos com dados como estes, expostos na pesquisa que deu origem ao livro A Escola Vista por Dentro: mais de 80% dos professores alfabetizadores afirmam ter aprendido o ofício “na prática” ou “com a experiência”. Mas alfabetizar é algo que exige saberes que não se na prática, conforme demonstra o alunado: o mesmo estudo mostrou que só um em cada cinco matriculados na 1ª série teria condições efetivas de passar de ano.

O que fazer para alterar esse quadro? Basicamente, o oposto do que fazemos hoje. Precisamos direcionar nossos cursos de formação de professores para a realidade prática de sala de aula, dando menos ênfase à teoria. Devemos não apenas aprofundar o ensino de conteúdos de cada disciplina, como também melhorar a ligação entre o conteúdo e a didática, transformando o conhecimento em práticas de sala de aula. Temos de encarar o estágio como o elemento fundamental desse processo, em que esse ensino aplicado é testado, com supervisão rigorosa. Precisamos de uma campanha para elevar a importância dos cursos de formação de professores dentro das universidades brasileiras, dando status e reconhecimento aos que se dedicam a essa área. Devemos abolir o viés ideológico e ter certeza de que, antes de formar futuros revolucionários, nossos professores consigam ao menos formar gente que saiba ler, escrever e fazer as operações matemáticas básicas. Precisamos tornar os cursos de formação de professores mais exigentes, mais difíceis. Outra ferramenta importante, que vem sendo continuamente referendada pela literatura empírica, é a certificação de professores: exigir que todos os futuros professores passem por um teste que meça seus conhecimentos e preparos para a docência, garantindo que não teremos mais em sala de aula gente totalmente despreparada. Além de assegurar padrões mínimos de qualidade, a criação de um processo de certificação tem servido, em alguns países europeus, para permitir de modo mais simples a entrada na docência de profissionais formados em outras áreas. Alguns países vêm também aliando a certificação teórica com estágios probatórios: o futuro professor precisa demonstrar suas aptidões no estágio em sala de aula para receber seu diploma.

Por que não se faz na disso no Brasil? Por que permitimos que os responsáveis por nossos filhos tenham formação pior do que médicos, advogados e engenheiros? Os coordenadores desses cursos vão lhe dizer que o problema está com os próprios alunos: que só escolhem o magistério por falta de alternativa e que, portanto, não têm dedicação ou interesse por aquilo que estudam. É mentira. Pesquisa do Instituto Paulo Montenegro mostra que apenas 8% dos professores das grandes capitais brasileiras entraram por acaso na profissão. Só 2% dizem ter ido dar aula por não encontrar outro emprego; 78% dizem ter orgulho de ser professor; e 72% se dizem apaixonados pela profissão.

O verdadeiro problema somos nós, a sociedade civil. Para haver uma mudança real na formação de professores, é necessário que a sociedade respalde as lideranças políticas empenhadas na reforma, porque essa reforma significa que os governantes precisarão intervir forçosa e radicalmente nesses cursos nas universidades públicas, alterando-os de cima a baixo. É curioso: nossos governantes criaram coragem para invadir o Morro do Alemão, mas as universidades públicas continuam sendo consideradas território perigoso demais para a ação saneadora do estado. Esculachar bandido armado de metralhadora é mais fácil do que peitar os doutores da academia, que permanecem livres para perpetrar seus delitos intelectuais. Enquanto não houver demanda social por mudanças efetivas, as reformas serão cosméticas. É possível criar uma certificação de professores e posar de moderno e preocupado, mas colocando a exigência em patamar tão baixo que não estimulará ninguém. Nossas elites continuam desconsiderando o problema da educação, achando que ele se restringe à escola pública. É a mesma ilusão do morador de Ipanema que acreditava que a violência do Alemão não o afetaria. Afinal, onde você acha que o professor que dá aula em escola particular se formou? Na Suíça?”

Eis, pois, mais abordagens que nos indicam, com CLAREZA, a URGENTE e IMPERIOSA necessidade de PROBLEMATIZARMOS a questão da EDUCAÇÃO, colocando-a, em DEFINITIVO, como PRIORIDADE ABSOLUTA, e isto nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa permitir a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ACIDADANIA, A LIBERDADE E A HONRA (16/44)

(Outubro = mês 16; Faltam 44 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“História é tudo

Há algumas décadas, coleção de livrinhos de bolso destinada a leitores iniciantes fez o maior sucesso no mercado brasileiro, lançada pela Editora Brasiliense. Era a Primeiros passos, que ainda está em cartaz, com mais de 300 títulos lançados. A série criou desdobramentos no mesmo formato e com o mesmo empenho em apresentar temas de interesse, em linguagem não especializada, com o propósito didático (no bom sentido da palavra) e preocupação na formação de leitores. Nasciam assim a Encanto radical, com pequenas biografias, e Tudo é história, com ensaios monográficos sobre temas da história mundial e brasileira.

[...] De todo esse amplo conjunto, fica a certeza de que há leitor interessado. E, ainda, que a história tem função social que apenas começa a ser exercida entre nós. Mais que conhecer o passado para iluminar o presente, trata-se de disciplina prospectiva. Como defende o historiador mineiro Caio César Boschi em Por estudar história, destinado a estudantes que, cada vez mais, descobrem na área campo que vale a pena: “A história é caminho para a utopia, não no sentido de um ideal inatingível, mas de manter viva a esperança. Ontem semeamos a realidade de hoje; hoje semeamos a de amanhã. A história pode nos ajudar a realizar essa semeadura com lucidez, anunciando futuro mais justo e fraterno”.

Que a história nos ajude a votar melhor em 3 de outubro. Há muito o que mudar e melhorar no Brasil.”
(JOÃO PAULO, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de setembro de 2010, Caderno PENSAR, página 2).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revisa VEJA, edição 2184 – ano 43 – nº 39, de 29 de setembro de 2010, de autoria de LYA LUFT, que é escritora, e que merece INTEGRAL transcrição:

“Liberdade e honra

Até os 7 anos, menina numa cidade do interior, acreditei na cegonha. (Papai Noel tinha entrado pelo ralo pouco antes. Cegonha era mais complicado.) No tempo da inocência, a honra e a liberdade do povo me pareciam ser o natural objetivo de todo político e de toda autoridade, o bem da família seria o desejo de todos os pais, retribuir o cuidado deles seria empenho de todos os filhos. O bem seria recompensado, o mal punido. Simples assim. Mas somos apenas pobres humanos: não só os bons ocupam postos importantes, e influenciam milhões de pessoas. Palavras como “ética” e “moralidade” (não moralismo), no privado e no público, se tornariam antiquadas. Muitos pais veriam abalada sua autoridade num mundo onde a meninada é exposta aos piores modelos, às vezes sem uma orientação amorosa e firme em casa.

Amadurecendo mais, vi entre líderes bem-intencionados, os que escutam sua gente e buscam atender às suas necessidades, aqueles que visam ao interesse próprio, fortuna e poder sempre maiores. Em nossa política atual, é de meter medo a dança de estranhos ritmos em que lealdade e coerência parecem estar de castigo num canto da sala. Em que se desprezam publicamente leis e regras, e quem reclama ou denuncia é considerado um importuno, um chato, condenado ao isolamento e ao ridículo. Em que se fazem negociatas e se cometem ilegalidades com a maior calma, dezenas de partidos firmam acordos e fusões improváveis, os eleitores andam descrentes e a população despolitizada.

Não acho que tudo tenha piorado. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que usar a velha máquina de escrever, que tinha lá seu charme. Mas, se nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, é claro que saúde, estradas, moradia, saneamento, universidades e escolas estão cada vez mais deteriorados, e uma parcela vasta deste nosso povo ainda vive em nível de miséria. Não me canso de comentar as crianças que brincam diante do seu barraco, com barro que não é terra com água mas terra com esgoto. Ainda sofre e morre gente nas filas do SUS e nos corredores de hospitais sobrecarregados, com profissionais de saúde pagos e exaustos.

Alardeia-se que a nossa economia vai bem, mas estimulam-se os ingênuos a comprar o que em breve não vão poder mais pagar, formando uma crescente bolha de inadimplência. Impostos exorbitantes e burocracia emperrada travam grande parte do nosso progresso. A corrupção escancarada e sua irmã fatal, a impunidade, nos afrontam, a nós que que não somos um povo de bandidos e malandros, mas de gente trabalhadora, às vezes conformada – o que é ruim. E, enquanto isso e mais ainda perdurar, qualquer desvio de dinheiro e esforço para objetivos que não sejam resolver tais problemas é, mais que ilegítimo, cruel.

Os que me lêem mais uma vez dirão que sou pessimista e repetitiva: sou apenas uma observadora atenta, preocupada com este país onde os políticos e líderes honrados correm o risco de se tornar estranhos no ninho. Pois é neles que eu aposto: nos decentes que não buscam vantagem pessoal, mas o bem do povo – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros de olhos azuis. Todos precisam colaborar, com consciência e responsabilidade conduzidas por uma imprensa independente, real veículo de informação em qualquer país.

Essa imprensa sem algemas é essencial para o crescimento de uma nação, coluna principal de qualquer democracia, sinal de um povo maduro e autônomo. Mas estão-se levantando sobre nós nuvens, sombras, ameaças de um controle da imprensa que nos deixaria infantilizados, quando precisamos de informação isenta para manifestar nossa vontade nas urnas. Não dá mais para acreditar na cegonha: sem saber exatamente o que acontece, não vamos poder agir. E a gente precisa cuidar do nosso próprio destino, com liberdade e honra – como merecemos.”

São, pois, REFLEXÕES e CONSIDERAÇÕES como estas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR as suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências da MODERNIDADE, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

NA CIDADANIA A GENTE DECIDE

“A polis se diferenciava da família pelo fato de que a primeira só conhecia ‘iguais’, ao passo que a segunda era o centro da mais estrita desigualdade. Ser livre significava não estar submetido à necessidade da vida nem sob o mando de alguém e não mandar em ninguém, isto é, não governar nem ser governado. Assim, pois, dentro da esfera doméstica, a liberdade não existia, já que o cabeça da família só era considerado livre quando tinha a faculdade de abandonar o lar e entrar na esfera política, onde todos eram iguais. Nem é preciso dizer que essa igualdade tem muito pouco em comum com nosso conceito de igualdade: significava viver e tratar apenas entre pares, o que pressupunha a existência de ‘desiguais’ que, naturalmente, sempre constituíam a maioria da população numa cidade-estado. Portanto, a igualdade, longe de estar relacionada com a justiça, como nos tempos modernos, era a essência da própria liberdade: ser livre era sê-lo da desigualdade presente no governo e mover-se numa esfera em que não existiam nem governantes nem governados.”
(HANNAH ARENDT, in A condição humana)

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2135 – ano 42 – nº 42, de 21 de outubro de 2009, página 26, de autoria da escritora LYA LUFT, que merece INTEGRAL transcrição:

“A gente decide

No dia dos seus 102 anos, uma adorável matriarca está sentada junto à mesa de sua cozinham rodeada de filhas e amigas. Ela corta os quiabos que serão preparados e servidos mais tarde aos visitantes, como de costume. Entrevistada, diz ao jornalista: “A vida, a gente é que decide. Eu escolhi a felicidade”.

A aniversariante, dona Canô, mãe de Bethânia, minha irmã querida, naturalmente não quis dizer que “escolher felicidade” é viver sem problemas, sem dramas pessoais ou as dores do mundo. Nem quis dizer ser irresponsável, eternamente infantil. Ao contrário, a entrevistada falou em “decidir” e “escolher”.

Apesar de fatalidades como a doença e a morte, o desemprego, as perdas amorosas, a falta do dinheiro essencial à dignidade, podemos decidir que tudo fica como está ou vai melhorar, dentro do que podemos. Posso optar por me sentir injustiçada, ficando amarga e sombria; posso escolher acreditar no ser humano e em alguma coisa maior do que toda a nossa humana circunstância; posso sempre buscar alguma claridade, e colaborar com ela. Dentro de minhas limitações pessoais e de minha condição individual, eu faço diferença, todos fazemos.

Desse início pessoal, passo ao mais geral: leio que 40% dos nossos jovens e crianças vivem abaixo da linha de pobreza; que o desemprego é uma calamidade, a violência cresce a cada dia e o analfabetismo não diminui; que crianças continuam, aos milhares e milhares, brincando no barro feito de terra e esgoto. Leio, vejo e sei que milhares e milhares de velhos vivem em condições sub-humanas, pois sua aposentadoria é miserável, o serviço de saúde pública também, morre-se em corredores de hospitais ou em filas de postos de saúde, onde médicos exaustos e pessimamente pagos fazem muito mais do podem.

Não vou recitar a ladainha de que as circunstâncias não justificam euforia nem ufanismo simplesmente porque nós não decidimos algo melhor do que isso que escrevi acima, e todo o resto que qualquer um conhece – e apesar disso continuamos deitando a cabeça no travesseiro toda noite e dormindo quem sabe até bem.

Tenho medo do ufanismo: ele pode ser burro e cego. Olimpíada no Brasil, Copa do Mundo no Brasil, tudo bem: mas eu preferia que antes disso a gente tivesse resolvido os gravíssimos e tristes problemas, tão dramáticos, de comida, saúde, educação, moradia, decência e dignidade de boa parte do povo brasileiro que agora samba e celebra porque teremos Copa, teremos Olimpíada, teremos festa.

Sei que este não é um artigo simpático. Certamente não é alegrinho. Realmente ele trata do que não decidimos, ou decidimos mal, ou decidimos não existir, como, por exemplo, exigir líderes mais sensatos, mais presentes, mais realistas, mais dignos em todos os níveis. Podíamos decidir ser mais respeitados enquanto povo, mais olhados enquanto gente, mais seguros e mais protegidos enquanto sociedade.

Ou isso a gente não decide porque nem sabe das coisas, pois não se informa, não sabe ler, se sabe ler não costuma, nem o jornal esquecido no banco do ônibus. Onde o povo carrega doença e dor, descrença e desalento, mas também, aqui e ali, leva um jornal para saber onde afinal vivemos, em quem afinal podemos acreditar, e o que afinal deveríamos esperar. Indagados, os mais desassistidos dirão que Deus é quem sabe, Deus decide, a quem ama Deus faz sofrer – frase de imensurável crueldade.

Ou será melhor nem saber nem aprender a ler, nem pegar a folha de jornal, nem ouvir o noticioso no radinho de pilha. Basta saber que sempre há em algum canto motivo para um breve ou longo carnaval, celebrando alguma coisa que possivelmente não vai encher nem o nosso bolso nem a barriga de nossos filhos, nem construir uma casa decente, nem botar esgoto, nem cuidar da nossa saúde, nem amparar nossos velhos, nem coisa nenhuma que seja forte, firme, boa e real. Porque, infelizmente, por aqui ainda decidimos pouco, e poucas vezes decidimos bem. Não porque Deus quis assim, mas porque a gente nem ao menos sabe por onde começar.”

Eis, pois, cenários que nos FORTALECEM e nos MOTIVAM nessa MOBILIZAÇÃO de TODOS para a construção de um BRASIL da COPA DO MUNDO de 2014, da OLIMPÍADA de 2016 e do PRÉ-SAL que seja verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, onde os BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS e RIQUEZAS NATURAIS, CULTURAIS e ECONÔMICAS cheguem a TODOS os BRASILEIROS e a TODAS as BRASILEIRAS, nas formas de EDUCAÇÃO, SAÚDE, EMPREGO E RENDA, LAZER, MORADIA DECENTE, INFRA-ESTRUTURA URBANA e NO CAMPO, SANEAMENTO BÁSICO (com ÁGUA TRATADA, com ESGOTO TRATADO, LIXO TRATADO e DRENAGEM URBANA EFICIENTE), TRANSPORTE URBANO MODERNO (em todas as MODALIDADES), MEIO AMBIENTE SUSTENTADO, ATENÇÃO MODERNA e QUALIFICADA às nossas CRIANÇAS, ADOLESCENTES, IDOSOS...

O BRASIL TEM JEITO!...