“Desafios
da logística
Nos últimos anos, o
mundo globalizado e competitivo da economia tem exigido que as empresas revisem
seus planejamentos estratégicos. Entre as principais ferramentas para esse
processo está a logística, segmento que é um potencial gerador de emprego e de
competitividade. Ele é um ramo da administração cujas atividades estão voltadas
para o planejamento da armazenagem, circulação (terra, ar e mar) e distribuição
de produtos. Se quisermos que uma empresa tenha vantagem competitiva, no
cenário atual, é extremamente importante investimentos em profissionais do ramo
da logística. Mas como o Brasil tem se situado nesse contexto? Quais são os
reais investimentos nesse segmento? O Brasil está preparado para esses novos
tempos? Temos profissionais suficientes para atuar nesse setor? Esses são
questionamentos válidos quando analisamos os projetos que estão a caminho. O
Brasil é a bola da vez no mercado mundial. Irá sediar nos próximos anos os
maiores eventos do planeta, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Esses não são
os únicos nem os maiores motivos, mas são considerados importantes para que até
lá estejamos estruturados para que tudo funcione com eficiência e qualidade.
Precisamos melhorar muito.
A
necessidade da logística data de séculos atrás, quando o segmento estava
associado apenas à atividade militar. Na preparação de uma guerra, ela já era
imprescindível. Ou seja, era necessária uma organização extraordinária para que
equipamentos de guerra, grandes quantidades de soldados e armamentos fossem
deslocados com eficiência aos campos de combate. Mais ainda, envolvia
armazenagem e distribuição de alimentos, munição e armas. O tempo passou e, nos
últimos 20 anos, a logística evoluiu e chegou a empresas de todos os tamanhos.
Ela é bastante ampla e inclui muito mais do que armazenagem e distribuição de
produtos no mercado interno e externo. O cenário brasileiro é bom, temos um
mercado aberto, uma moeda estável, superávit externo e grande aceitabilidade de
investimentos externos. No ano passado, a presidente Dilma Rousseff lançou o
Programa de Investimentos em Logística com objetivo de melhorar a
competitividade de logística do país e beneficiar micro e pequenas empresas.
Ela anunciou investimentos de R$ 133 bilhões em nove trechos de rodovias e em
12 de ferrovias. Apesar dos esforços, de acordo com especialistas, o déficit de
investimentos em infraestrutura no país chega a R$ 500 bilhões.
Esses
são valores alarmantes. Ainda temos muitos desafios a enfrentar em logística.
Segundo levantamentos recentes, temos mais de 150 mil pessoas trabalhando
diretamente com o setor e será necessário um número 25% maior até 2014. O que
preocupa os empresários é a falta de profissionais especializados disponíveis
neste mercado de trabalho. Para preparar esse profissional que visa conhecer o
setor e ingressar nele, já é oferecido o curso de graduação tecnológica em
logística, em apenas dois anos. O curso prepara profissionais para atuar nas
diversas etapas da logística, nos processos de aquisição de materiais, gestão
de estoques, embalagem, armazenamento e processos de distribuição. Estamos
diante de grandes desafios. Investimentos em infraestrutura, processos
logísticos e capacitação de pessoas em logística são palavras de ordem para o
Brasil.”
(ARIMAR COLEN
GONTIJO. Professor, coordenador do curso de graduação tecnológica em
logística da Faculdade Novos Horizontes, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de
fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página
9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
28 de janeiro de 2013, caderno OPINIÃO, página
9, de autoria de MARCO SILVA, que é
professor, autor e doutorando em educação, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Educação
para todos
Nas duas últimas
décadas, houve uma grande ampliação da oferta de educação para os brasileiros
de até 14 anos. Dados do censo 2010 apontam que o ensino fundamental para essa
parcela da população está praticamente universalizada. Entretanto, o acesso ao
ensino básico não foi universalizado no Brasil. Ainda convivemos com 14 milhões
de jovens e adultos analfabetos e 33 milhões que não chegaram ao quinto ano do
ensino fundamental. Entre os maiores de 25 anos metade não possui o ensino
fundamental completo e 65% de todos que já completaram a maioridade não têm o
diploma de ensino médio.
Em
Minas, 920.134 moradores com mais de 14 anos nunca freqüentaram uma escola. Só
na capital são 52.899. Dos mineiros que têm idade superior a 24 anos, 3.298.861
não completaram o ensino fundamental no estado. Em Belo Horizonte são 257.973.
Apesar disso, muitas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas escolas
públicas e particulares, que oferecem um serviço gratuito, são fechadas
anualmente por falta de alunos.
Isso
não é sem razão. A divulgação desse serviço nos meios de comunicação é
praticamente inexistente. Para atingir esses brasileiros, que não leem jornais,
as campanhas em rádio e televisão não podem ser dispensadas. Essa é uma tarefa
da qual os governos municipais, estaduais e federal não podem se eximir. Além
disso, as próprias empresas de comunicação podem dar a sua contribuição nesse
campo.
Por
outro lado, a informação apenas é insuficiente. Para voltar a estudar, é
necessário que o cidadão vença o constrangimento frente às manifestações
sociais, explícitas ou veladas, de reprovação. A máxima de que estudar é algo
reservado exclusivamente aos mais jovens está impregnada no senso comum. Por
isso, muitos adultos relatam que são desencorajados e, até, ridicularizados
pelo grupo de amigos quando dizem que voltaram para a escola.
Para
superar esse tipo de preconceito a atuação de líderes sindicais, comunitários e
religiosos das mais diferentes denominações vem se mostrando muito eficaz.
Muitos adultos que passaram a frequentar o ensino fundamental quebrando
paradigmas e superando constrangimentos, relatam que foram encorajados nas
igrejas, entidades sindicais e comunitárias. É preciso que mais líderes
compreendam a importância de atuar nessa perspectiva.
Convivemos
com muitos e bons exemplos de empresas que estimulam, facilitam e até investem
nos trabalhadores que decidiram voltar aos bancos escolares. Entretanto, ainda
existem empresários que trabalham numa direção oposta. É muito comum
encontrarmos, por exemplo, relatos de funcionários que não conseguem pequenas
mudanças no seu horário de trabalho para compatibilizar escola e emprego. Nem
mesmo quando não há redução da carga horária ou prejuízos à funcionalidade e
lucratividade da empresa. Nesse sentido, é muito importante que as federações e
sindicatos empresariais demonstrem aos seus filiados mais resistentes a
importância de adotar políticas de maior incentivo, viabilização da educação
entre jovens e adultos.
Com a
universalização do ensino médio até 2016 para aqueles que estão na chamada
faixa apropriada, como quer o Ministério da Educação, todos os brasileiros que
nascem atualmente certamente terão o ensino básico. Entretanto, não se pode
deixar de pensar nos milhões de filhos desta pátria que nem sequer sabem ler,
escrever ou completaram as etapas básicas da escolarização.
O
artigo 208 da Constituição brasileira determina que o ensino básico deve ser
ofertado inclusive aos que não tiveram acesso a ele na idade própria.
Entretanto, o Estado brasileiro já demonstrou ser ineficiente para efetivar
esse preceito constitucional sozinho. A saída parece estar na participação da
sociedade civil organizada e de cada cidadão para garantir o direito à educação
a todos os brasileiros.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e
diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar
por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e
comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, inexoravelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
intolerável desembolso da ordem de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma
imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta
sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa
capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
saúde; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados; macrodrenagem urbana; logística
reversa); meio ambiente; habitação;
emprego, trabalho e renda; segurança alimentar e nutricional; assistência
social; previdência social; segurança pública; forças armadas; polícia federal;
defesa civil; agregação de valor às commodities; minas e energia; logística;
pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; esporte, cultura e
lazer; sistema financeiro nacional; turismo; comunicações; qualidade (planejamento,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade,
competitividade), entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades
com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no
horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como
a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das
Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras
do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da
globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...