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segunda-feira, 14 de abril de 2014

A CIDADANIA, O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE E A LUZ DO VIGOR ESPIRITUAL

“Sustentabilidade sem apoio no Brasil
        
         Embora no ambiente corporativo as práticas sustentáveis já estejam se disseminando rapidamente aqui no Brasil, a exemplo do que acontece em diversos outros países, especialmente na Europa, as questões ligadas à sustentabilidade parecem não ter ainda entusiasmado o nosso governo federal. Essa constatação ficou bastante evidente para mim depois de participar do 6º Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável 2013. Nos dois dias do evento, foram discutidos os fatores sociais, econômicos, ambientais e culturais que balizam a construção de nação sustentável – tema do encontro.
         Percebeu-se com nitidez, por meio dos muitos cases apresentados, que praticamente todas as iniciativas bem-sucedidas de investimentos em sustentabilidade no nosso país tiveram origem no setor privado, entre os quais o maior projeto do mundo para reciclagem de água industrial, que está sendo executado por duas companhias brasileiras em associação com a Sabesp, empresa paulista de saneamento com capital misto.
         Há uma razão óbvia para isso: as práticas sustentáveis, ao reduzirem o consumo de matérias-primas e a produção de resíduos, ao aprimorarem processos e incrementarem a qualidade também jogam para baixo os custos. Chama a atenção o fato de a grande maioria dessas empresas serem de grande porte, não necessariamente no sentido de dimensões físicas, de número de empregados ou de patrimônio, mas, principalmente, no sentido da capacidade de agregar valor aos seus produtos. Porte e rentabilidade são, claramente, fatores que lhes permitem investir bilhões na implantação de projetos de sustentabilidade em seus negócios – e, não poucas vezes, até nas suas redes de fornecedores, que, quase sempre constituída por empreendimentos de médio porte, nem sempre dispõem de recursos financeiros para bancar seus próprios investimentos, essenciais para assegurar que hiatos na cadeia produtiva não comprometam a integridade do conjunto. Em diversos países, essas empresas dispõem de incentivos governamentais de natureza fiscal, conhecidos como “impostos verdes”.
         No ano passado, uma rede internacional de consultoria empresarial, a KPMG, elaborou um ranking da eficácia do imposto verde entre 21 países que o adotam. Nele, o Brasil não está nada bem: é o 18º colocado, o que não é motivo de espanto: muito pouco se faz aqui, na esfera governamental, para estimular projetos dessa natureza. O mais próximo disso é o Inova Empresa, programa federal de financiamento à inovação, com orçamento de R$33 bilhões, no qual sustentabilidade é um termo que aparece timidamente entre as iniciativas que nele podem se enquadrar. Por esses dias, quase um semestre depois do lançamento do projeto, havia demanda de 1.904 empresas pelos recursos – o que é, sem dúvida, um bom sinal, já que a sustentabilidade é irmã gêmea da inovação. Mas apenas demanda. Nenhum projeto, até ontem, havia sequer sido avaliado, e o mais provável é que o Inova Empresa faça seu primeiro aniversário sem que um centavo tenha sido liberado.
         Também no papel, há o Brasil Sustentável, programa da Finep lançado durante a Rio + 20, ou seja, há mais de um ano. Numa consulta feita à página do projeto no site daquele órgão, cuja última atualização foi feita há oito meses, constava a seguinte informação: “O Brasil Sustentável disponibilizará recursos de R$ 2 bilhões”. Um tempo verbal, convenhamos, desestimulante para quem espera obter recursos para investir em práticas sustentáveis.
         O fato é que neste nosso Brasil cheio de programas disso, projetos daquilo, dinheiro sendo distribuído a rodo com finalidades inequivocamente eleitorais em meio a conturbações econômicas e políticas, não se tem notícia de um único centavo especificamente para a promoção da sustentabilidade. Enquanto nossas autoridades não assumirem atitudes proativas, engajamento legítimo e destinarem recursos específicos para investimentos – e aí destaco as médias empresas, coluna vertebral das cadeias produtivas –, vamos continuar a amargar décimos oitavos lugares, cada vez mais distantes da construção de uma nação sustentável.”

(ROBERTO LUCIANO FAGUNDES. Engenheiro, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas e do Instituto Sustentar, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de setembro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de abril de 2014, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Buscar vigor espiritual
        
         Os diagnósticos da crise contemporânea apontam processos corrosivos de desumanização, pesando existencialmente sobre os ombros de todos. É incontestável a perda do sentido da própria vida, com consequentes atentados contra a dignidade do outro. Violências de todo tipo permeiam as relações sociais e humanas, como o tráfico de pessoas – tema da Campanha da Fraternidade (CF-2014) –, a banalização da vida e a perda da noção de moralidade, que resultam no desrespeito aos valores essenciais do ser humano.
         Essa desumanização que alimenta dia a dia o aumento da violência e intensifica a inércia de ações governamentais e cidadãs exige reação urgente e massiva na reconfiguração dos cenários socioculturais e políticos.
         Tem-se a impressão de que a sociedade contemporânea é um caminhão desgovernado ladeira a baixo, sem freios. De tudo acontece. Tudo parece possível quando deixa de existir clareza sobre os valores do bem e do mal na vida social e familiar. Diante dessa realidade, é compromisso inegociável do cristão o combate diuturno para fazer triunfar o bem e a justiça.
         Ardiloso, o mal não se dobra facilmente a qualquer ameaça. Vencê-lo requer estratégias inteligentes, de racionalidade e de vontade política próprias de quem tem estatura cidadã. Mas só a espiritualidade é capaz de sustentar a competência daquele que assume essa luta. Só ela tem poderes para alargar os corações e capacitar as pessoas para uma compreensão que ultrapassa a simples lógica das relações formais e conduzir à construção de uma sociedade justa e solidária, por meio do aprendizado do amor a partir de sua gênese: a fonte inesgotável, o amor, Deus revelado de maneira plena na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo, Salvador e Redentor. Significativo é ter presente o ápice do diálogo de Jesus com Nicodemos, narrado pelo evangelista João, quando o Mestre diz: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho único para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.
         Não se pode ser coração da paz e, assim, vencer o mal, sem beber da fonte do amor, que o limite humano não garante, em si. E esse amor de Deus, na história da humanidade, se personifica em Jesus Cristo. Se há essa compreensão permanece cotidianamente o desafio de aproximação dessa fonte da oferta dadivosa que ele faz de si, com ensinamentos e gestos que, imitados e testemunhados, podem fazer de cada coração da paz instrumento de consecução de uma dinâmica social e política que promove a dignidade humana.
         Esses espantosos diagnósticos de desumanização da sociedade contemporânea precisam ser afrontados, com o propósito inadiável de nova configuração, em segurança pública, educação, trabalho, saúde, moradia, política menos partidarista e mais cidadã. Pela garantia de oportunidades para todos, por uma cultura que supere a exclusão social. Sendo assim, a reconquista da humanização que se anseia neste momento, com a reorganização das diversidades de todo tipo, autonomias e liberdades, demandas e prioridades, só será possível por meio de uma espiritualidade enraizada, fazendo de cada pessoa coração da paz.
         A vivência da semana santa, a semana maior, fixando o olhar na revelação plena do amor de Deus, aproximando-nos da fonte inesgotável, é a grande oportunidade para se recuperar a espiritualidade tão necessária. A superficialidade de fazer da semana santa um feriadão pode ser um equívoco. O repouso justo, o silêncio fecundante, a oração alargadora do coração, as abstinências, a sensibilização pela escuta e a celebração do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus são possibilidades  fecundas para um novo tempo de vida pessoal e comunitária em busca do indispensável vigor espiritual.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública;forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A CIDADANIA, A LEMBRANÇA DE FLORESTAN FERNANDES E O DESPERTAR DA INOVAÇÃO


“Um herói brasileiro

O café da manhã para os empregados era um pedaço de pão. Florestan deixava sempre sua parte para Ana Fernandes, grávida de sete meses de um menino que nasceria sem jamais saber quem era seu pai. Essa solidariedade rendeu ao motorista uma homenagem pelo resto da vida da criança: o garoto também se chamaria Florestan.
Em 22 de julho de 1920, nascia Florestan Fernandes, contando apenas com a aflição de uma mãe analfabeta, empregada doméstica de uma família rica da aristocracia paulistana.
Aos 6 anos, já trabalhava como entregador, dormindo no próprio emprego, onde ratos e insetos dividiam o ambiente. O menino foi de lá retirado pela avó, com todos os riscos da fome, passando a trabalhar como engraxate.
Já adolescente, percebeu que era preciso estudar para o mudar o destino de miséria. De mãos vazias e com os olhos encharcados de esperança, percorreu as etapas do impossível até entrar, entre os primeiros, no curso de ciências sociais da USP. Numa universidade frequentada pela nata da sociedade, ele sabia que somente seria aceito se fosse o melhor.
A USP formou seu corpo docente com mestres vindos da Europa que não falavam português. Assim, os livros disponíveis deveriam ser estudados no idioma original. Sozinho nas noites escuras, ele fez dos obstáculos um trampolim para alargar os limites que poderia transformar. A escuridão começava a ser domada por uma luz interior, de intensa inteligência e determinação.
Em pouco tempo, o autodidata se revelou um gênio. Formou-se em primeiro lugar. Fez mestrado e doutorado. Conquistou a cátedra. Escreveu mais de 50 livros, traduzidos para o mundo inteiro. No Brasil, era um fenômeno admirado pelos intelectuais da época, dentre os quais, Fernando Henrique Cardoso, que fora seu aluno.
Com o golpe de 1964, Florestan foi expulso do país. Esse menino que nasceu sem pai, filho de mãe analfabeta, condenado a ser miserável, partir para os Estado Unidos para ensinar ciências sociais como professor nas universidades de Columbia e Yale. Posteriormente, tornou-se professor titular na Universidade de Toronto, no Canadá.
A redemocratização o trouxe de volta ao Brasil, tendo sido eleito deputado federal constituinte. Era o único parlamentar que, ao ocupar a tribuna, provocava um silêncio de respeito e admiração no plenário.
Numa madrugada de agosto de 1995, Florestan Fernandes vestiu um pijama e se dirigiu ao Hospital dos Servidores Públicos. Estava doente do fígado, algo decorrente de uma hepatite C. Embora tivesse condecorações equiparadas às de embaixador, pelas quais poderia ser tratado em qualquer país do mundo, preferiu juntar-se às centenas de colegas que estavam na fila para ser atendidos. A morte o levou, vítima de erro médico.
O maior gol de placa que o Brasil já fez ainda não foi comemorado: ter um filho como Florestan Fernandes. Já passou da hora de sabermos escolher nossos verdadeiros heróis.”
(CÁSSIO ANDRADE. Procurador do Estado, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de abril de 2013, caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de abril de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ROBERTO LUCIANO FAGUNDES, que é engenheiro, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), e que merece igualmente integral transcrição:

“O despertar da inovação
        
         Há no Plano Inova Empresa, lançado recentemente pelo governo federal, um mérito indiscutível: o de, ao disponibilizar quase R$ 33 bilhões em linhas de crédito subsidiado para o setor produtivo, permitir que as empresas possam bancar, elas próprias, projetos de inovação capazes de elevar sua competitividade e a produtividade. São exatamente esses fatores que, ao lado da imensa lista de entraves que compõem o chamado “custo Brasil”, constituem as principais causas de maus resultados, que nem repetidas desonerações fiscais têm conseguido reverter.
         Da iniciativa  deverá também resultar, como efeito paralelo e igualmente bem-vindo, a melhora da posição brasileira no ranking das nações mais inovadoras. Em 2012, de acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o Brasil perdeu nove posições, mesmo tendo conseguido um crescimento de 4,1% no número de depósitos de patentes, referência para a classificação. Com isso, caiu para o 58º lugar entre os 141 países pesquisados, um resultado que nem sequer nos coloca na liderança da América Latina, ocupada pelo Chile, e nos deixa a anos-luz do topo da lista, ocupado pela Suíça.
         Dez entre 10 especialistas concordam que a razão desse desempenho pífio encontra-se numa quase generalizada ausência de cultura inovadora nas empresas, motivada, por sua vez, por uma aversão ao risco – não sem motivos, diga-se, dada a relativa instabilidade nas regulações econômicas e financeiras do país, além do crescente intervencionismo estatal, que recomendam cautela na hora de decidir investimentos. E isso faz com a busca pela inovação acabe se concentrando fortemente no meio acadêmico: entre as cinco instituições que lideram os pedidos de patentes, três são institutos de pesquisas – a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP) – outra é uma fundação, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e, completando a lista, uma única empresa, a Petrobrás, mesmo assim estatal.
         Não é de se esperar que os recursos do Plano Inova Empresa sejam utilizados pelo setor produtivo no desenvolvimento interno de projetos, até porque pouquíssimas empresas têm vocação. E é nesse aspecto, justamente, que a iniciativa mostra seu maior potencial. Ao disponibilizar uma montanha de dinheiro para ser investida exclusivamente em programas de inovação, a iniciativa privada terá como estabelecer parcerias estratégicas com instituições especializadas para desenvolvimento de novos produtos, processos, sistemas de gestão, engenharia, marketing e uma infinidade de outras atividades que podem ser melhoradas e tornadas mais eficazes. Ao convergir em boa parte para as organizações que atuam diretamente no desenvolvimento da inovação, os investimentos certamente darão novo fôlego à pesquisa, um setor que, efetivamente, precisa de incentivos. Segundo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento  (BID) divulgado no ano passado, o Brasil investe nessa área não mais que 1,2% do seu PIB.
         Ainda assim, a situação brasileira é invejável se comparada com a dos demais países da América Latina e do Caribe, excetuado o Chile. Segundo dados de 2007, os mais recentes disponíveis, a média de investimentos públicos nessas regiões é de 0,1% da somatória dos PIBs. É nesse contexto que um programa capitaneado pela Fundação Dom Cabral, oitava melhor escola de negócios do mundo no ranking do Financial Times, o Escolas de Negócios da América Latina para o Crescimento Sustentável (Enlaces), vem atuando. Agregando-se congêneres da Argentina, Chile, México, Venezuela, Colômbia e Peru, a Rede Enlaces está realizando em Cartagena de Indias, na Colômbia, entre os dias 10 e 12 deste mês, com apoio do BID, o encontro “Desafios da inovação empresarial na América Latina”, que tem como propósito a difusão de experiências bem-sucedidas na região. Paralelamente ao evento, a ACMinas realiza missão empresarial a Bogotá para dois dias de rodadas de negócios com empresas de sete países.
         Em suma, tudo parece indicar que o governo brasileiro decidiu se aliar à iniciativa privada em busca da inovação. Há, porém, dois “entretantos” que ainda afastam intenções de resultados. O primeiro parte do princípio de que a base que tornará sustentável o futuro Plano Inova Empresa é a educação, que no Brasil, a despeito de avanços na última década, ainda derrapa em falhas que levam, por exemplo, a um índice de evasão escolar de 10% no ensino médio. O segundo é o risco – infelizmente alto, dado o histórico da corrupção no país – de que mãos outras avancem sobre os R$ 33 bilhões, inclusive para fins políticos. Afinal, quase metade dessa dinheirama será liberada ainda em 2013, segundo o governo federal, e nunca se deve esquecer que o ano que vem é 2014.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental , independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     
     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tamanha sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); habitação; emprego, trabalho e renda; assistência social; previdência social; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; logística; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; esporte, cultura e lazer; turismo; minas e energia; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em  junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização de empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa  esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A CIDADANIA, AS LIÇÕES DO MENSALÃO E OS VENTOS DAS MUDANÇAS

“O educativo mensalão

Que países são mais desenvolvidos e mais iguais? A França, que fez uma revolução em nome da Égalité, da Fraternité e da Liberté, é o país em que a desigualdade social é menor. Mas não é o mais rico. Nesse item os EUA levam a palma, até porque é antigo de 300 anos em livre iniciativa, imenso e populoso (325 milhões de habitantes). Em segundo vem a China (bastaram 28 anos). Aqui a demografia ora compensa (mercado imenso), ora descompensa (renda per capita menor). O Produto Interno Bruto (PIB) tem que ser divido por um bilhão e trezentos e oitenta milhões de pessoas. O terceiro em riqueza é o Japão. Em quarto lugar vem a Alemanha, e em quinto a França. É de se perguntar qual é a sexta economia. Mas somos, o Brasil, um dos países onde a desigualdade social é maior, muito maior do que nos EUA, China e mais 38 países, vergonha nacional, somente superável por um notável esforço educacional que atinja todos os brasileiros. Educação, em sentido amplo, desde o primário até a pós-graduação, influenciando os atos e os costumes da sociedade, como verdadeira obsessão.

A recente condenação dos acusados no mensalão do PT, para exemplificar, foi uma excelente lição educativa dirigida à sociedade brasileira, tão involuída. A crença na impunidade era quase uma unanimidade. O ex-presidente Lula a quis expressamente, interferindo seguidamente no afazer jurisdicional, mostrando uma ideia rasteira das instituições do Estado. Após o Executivo corromper o Legislativo, quis corromper a cúpula do Judiciário. Poucos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), fusionalmente, tornaram-se advogados de defesa, desatendendo o mister do juiz e partidarizando o solene e imparcial ato jurisdicional, destoando da maioria. Mesmo assim cumpriram o papel de mostrar o outro lado da questão.

Ao cabo, o STF escreveu um dos mais importantes eventos do evolver democrático da nação. Merecem encômios, todos, especialmente o relator e decano da Suprema Corte, educando a sociedade, ao punir políticos de alto coturno que se apropriaram da coisa pública, que é de todos e não de alguns.

Educação e justiça têm a ver com igualdade, com liberdade e, também, com a redução das desigualdades econômicas e sociais. Instituições fortes, justiça igual para todos, educação generalizada são pressupostos para a construção de uma sociedade evoluída econômica e socialmente. No caso em apreço, o PT – o partido que mais fez pela inclusão social – agiu erradamente duas vezes. A uma, quando corrompeu membros do Parlamento, no interesse do seu governo. A duas, quando quis usar o STF em seu favor. Ao fazer isso, mostrou que é um partido primário, inculto e atrasado, com os fins justificando os meios. Vale roubar, mentir, falsear e matar para ficar no poder. Isso tudo depois de o presidente da República ter lamentado o erro e pedido desculpas à nação, passando depois, por obra de Thomaz Bastos, a mudar de opinião. Surgiu o nefando argumento de que o dinheiro desviado vinha de “sobras de campanha”, recursos não contabilizados, grossa mentira. Depois disso, que inexistiam provas. Pois sim! Restou evidente a existência do crime contra a República, crime de lesa-pátria.

A Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular, a autoatuação do Conselho Nacional da Magistratura, com a ministra Eliana Calmon desarmando o corporativismo do Poder Judiciário e sua pretensa imunidade ao controle externo, e a profunda operação ético-cirúrgica da Suprema Corte, extirpando o cancro do mensalão, calaram fundo “os três eventos” nas classes alta e média do país, nas quais reside, paradoxalmente, a corrupção e, ao mesmo tempo, o horror a ela. Doravante os corruptos ativos e passivos ficarão mais atentos e temerosos da punição, não apenas legal, mas social, a desmoralização pública que a imprensa livre promove e difunde, vero quarto poder da República e do Estado democrático de direito.

O jogo de cena dos condenados de alto coturno, ora mostrando seu hipócrita chororô, ora inquinando de injusto o julgamento, com o declarado apoio do PT, merece o nosso decidido repúdio. É feito para confundir a parcela menos informada da população inculta, carente e crédula, como é comum acontecer entre os povos imaturos, presas fáceis de demagogos carismáticos, casos do Brasil, Venezuela “et caterva”. Mas quem possui isenção analítica e acompanha o crescimento econômico das classes médias em processo crescente de esclarecimento político sabe de antemão que os líderes e partidos demagógicos da América Latina estão entrando, finalmente, na década terminal de sua existência. Quem viver verá.”

(SACHA CALMON, Advogado, coordenador da especialização em direito tributário das Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF) no Rio de Janeiro, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 13 de novembro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ROBERTO LUCIANO FORTES FAGUNDES, Engenheiro, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Brasil que muda

Há pouco menos de um ano, neste mesmo espaço, o Estado de Minas publicava artigo assinado por mim no qual, sob o título “Dia da indignação”, eu recorria à data de 9 de dezembro – Dia Internacional do Combate à Corrupção, instituído por resolução da ONU em 2003 – para lembrar a escalada de escândalos iniciada em meados da década passada, que teve como marco inaugural as imagens de um alto funcionário do governo federal flagrado ao receber propina. Curiosamente, isso acontecia exatos quatro dias antes da aprovação pela Câmara Federal do projeto que, acatando os termos da resolução, transformava-se em lei, tipificando como crime as mais diversas formas de corrupção.

Manifestava, naquele texto, a indignação que, acredito, era a de todos – ou quase todos – os brasileiros quanto à impunidade: segundo disse à época o delegado da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi, ainda hoje diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, em um universo de 512 mil presos ou investigados por corrupção passiva em 2010, não mais que 76 foram condenados. E – acrescentava eu – diante de tudo isso, é difícil acreditar que as medidas institucionais contra a corrupção sejam capazes de produzir resultados concretos com a rapidez que sua escalada requer.

Hoje, estou propenso e engolir minha língua. Um ano atrás, seria pura quimera discordar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua convicção de que os influentes personagens envolvidos no mensalão sequer seriam julgados, pois os “supostos” crimes acabariam por prescrever. Mais fictícia ainda era a ingênua expectativa de que fossem condenados. Mas foram, quase todos, a despeito de tentativas de pressão sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de temporariamente abortadas manifestações inspiradas pelo Partido dos Trabalhadores contra o rigor do julgamento e das absurdas alegações quanto à intocabilidade de alguns companheiros históricos.

Não gosto de adjetivos que exageram na qualificação de fatos ou pessoas, mas acredito que “histórico”, muito usado nesses meses recentes, é realmente a palavra apropriada para definir o julgamento do mensalão, pois acredito que, até agora, ele mostrou os requisitos necessários para se tornar um marco entre o antes e o depois. Acredito que o Brasil pós-mensalão pode – ou não – se tornar um país mais digno, mais justo, mais honrado. Mas o certo é que não será mais o mesmo. Diante da apuração de crimes tão complexos na extensão de sua rede e na sua cuidadosa compartimentação, do julgamento e condenação dos seus principais autores, a certeza da impunidade deu lugar a dúvidas e, ao contrário do antes, sempre se pensará duas vezes antes de engendrar novos esquemas. Ficará difícil, embora nunca se possa duvidar da criatividade.

Há, porém, outro sintoma de que o Brasil está realmente mudando, manifestado pelos resultados das eleições municipais, das quais parece ter emergido um novo perfil de eleitor. A escolha de prefeitos e vereadores passa, desde sempre, por um forte componente ideológico, aquele que induz o eleitor a votar no candidato do partido com o qual tem maior afinidade. Nesta eleição, porém, houve uma novidade que surpreendeu até mesmo a experientes analistas políticos: em muitas cidades com hegemonias históricas desse ou daquele partido, venceram candidatos de agremiações improváveis, regionalmente minoritárias. Isso levou, primeiro, a um redesenho do mapa político brasileiro, a uma mudança no equilíbrio de forças. E segundo, mostrou que o eleitor passou a ter, entre os elementos para analisar sua escolha, uma significativa percepção local – aquela em que o conhecimento das demandas, das carências e das fragilidades municipais passa a influenciar seu voto. Essa fato leva a outra constatação: os partidos políticos vão precisar reconhecer a dubiedade de suas ideologias e se repensar, se recriar. O Brasil está mudando. Não será esta a hora certa para uma profunda, ampla reforma política?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA - que é de ÉTICA, de MORAL, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de matricularmos nossas crianças de seis anos na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês do NASCIMENTO, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização,

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tamanha SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, o que aumenta o já colossal FOSSO das DESIGUALDADES sociais e regionais e nos afasta num crescendo seleto grupo dos SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDOS...

São, e bem sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS em EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências o SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das empresas, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍV EL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A DEMOCRACIA, A COMUNICAÇÃO E A INDIGNAÇÃO

“Democracia e comunicação: confronto ou parceria?

O vídeo do movimento Gota d’Água, que circulou nas mídias sociais, deu o que falar nas últimas semanas. No molde do documento norte-americano Don’t vote (Não vote), a versão brasileira (estrelada por atores globais) colocava-se contrária à construção da hidrelétrica de Belo Monte, uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será construída no Rio Xingu, no Pará. No ambiente digital, o vídeo se espalhou de maneira viral e a resposta a ele veio na mesma medida.

Polêmica à parte, o fenômeno reforça o debate sobre os usos políticos dessas ferramentas interativas. Em dezembro do ano passado, os protestos iniciados na Tunísia com a autoimolação de Mohamed Bouazizi frente à corrupção e maus-tratos de policiais, inauguraram uma sequência de ocupações do espaço público no mundo árabe, que ficou conhecida com o sugestivo nome de Primavera Árabe.

Depois de manifestações nos países ocidentais, os protestos tomaram as ruas nos Estados Unidos, com o movimento Occupy Wall Street, com dezenas de manifestações questionando os mercados financeiros e seus descaminhos. O que assuntos tão díspares como a construção de uma hidrelétrica no Brasil, as reivindicações políticas dos árabes e os protestos contra o mercado financeiro têm em comum? Por trás de todas essas manifestações estaria a potência de mobilização das mídias sociais (Facebook, Twitter), bem como as chamadas mídias sociais locativas (aparelhos celulares, tables, entre outros). Por meio de mensagens, compartilhamento de fotos, criação de eventos públicos, os manifestantes deram visibilidade aos protestos de forma ágil e com amplo alcance.

Para entender o fenômeno atual das mídias sociais, há esforço de pensadores em todo o mundo, que fazem uso dos mais diferentes aportes teóricos. Tratar da questão é desafiador, sob o risco de não se aprofundar diante de tanto que já se falou ou, ao contrário, frente à vasta produção, não conseguir enxergar nada revelador sobre o fenômeno.

Diante desse risco, gostaria de propor um encontro inusitado entre dois pensadores que influenciam muito as pesquisas contemporâneas: o teórico canadense Marshall McLuhan – que completaria 100 anos em julho – e o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, um dos mais importantes pensadores contemporâneos. Pela originalidade de pensamento, ambos são alvos de defesas e ataques apaixonados.

É possível pensar uma aproximação entre dois conceitos: o de “meio”, de McLuhan, presente no livro Understanding media: the extensions of man (1964), e o de “esfera pública”, proposto por Habermas em Mudança estrutural da esfera pública (1962).As duas obras ainda repercutem tanto do ponto de vista das polêmicas que geraram, quanto pelo fato de terem revelado questões ainda instigantes.

Embora o autor canadense seja, muitas vezes, lembrado – e também criticado – por certo determinismo tecnológico, a afirmativa “o meio é a mensagem” é importante para avaliação das mídias sociais. McLuhan chama a atenção para o advento de novos meios e sua influência na percepção de tempo e espaço, bem como no processo de cognição. A partir dessa premissa, muito da obra de McLuhan foi contestado ou corroborado.

Já Habermas, ao discutir o processo de formação da opinião pública, lança luz sobre conceito de esfera pública, que está relacionado às trocas argumentativas em torno de questões de interesse público. O pensador faz recorte histórico e geográfico – a Europa no período de formação dos estados modernos – e pontua como os jornais que surgem pelas mãos da burguesia têm importância fundamental na estruturação desse âmbito discursivo que caracteriza a esfera pública.

ESFERA PÚBLICA De lá para cá, são inúmeros autores que buscam as interfaces entre os meios de comunicação e o processo democrático e, sem dúvida, as mídias sociais reforçam a necessidade e importância de entender essa relação. A busca pelo bem comum e os mecanismos políticos usados para alcançá-lo são temas relevantes da atualidade.

Não nos propomos a fazer uma retrospectiva da evolução da teoria democrática, bem como não é nossa intenção aprofundar nas teorias da comunicação. No entanto, interessa-nos pensar que as mudanças na comunicação reconfiguram o campo da política. Mais do que respostas, as mídias sociais vêm acompanhadas de uma série de perguntas. Elas potencializam a participação política? Fortalecem as democracias? Substituem instâncias clássicas da participação? Desconfio que as respostas a essas perguntas estejam na interface entre o entendimento da especificidade da natureza desses dispositivos midiáticos, como propõe McLuhan com a afirmativa “o meio é a mensagem”, e a compreensão proposta por Habermas de que os meios de comunicação mudam a estrutura da esfera pública, que é vista como essencial no processo de discussão dos temas de interesse público e na consequente tomada de decisão pelas instâncias políticas.

Por fim, alguns consensos entre os pesquisadores da relação entre internet e política são essenciais. As tecnologias não são boas ou ruins, como já bem disse McLuhan. A rede não é outro universo, apartado da vida, que muitos chamam de off-line, com regras e dinâmicas independentes. Por último, não se pode ignorar o fenômeno que se apresenta diante de nós com a crescente digitalização das coisas.

Frente a esses pressupostos, podemos dizer que a tarefa de entender o papel das mídias sociais nos protestos atuais é bem complexo, pois não se deve focar o olhar no que aparentemente tais ferramentas possibilitam. No entanto, desconsiderar o que elas trazem de diferente em relação a outros meios de comunicação, do ponto de vista da interatividade e da possibilidade de coprodução e compartilhamento, entre outros aspectos, é ver de maneira míope a realidade.”
(MÁRCIA MARIA CRUZ, Jornalista e mestre em comunicação social pela UFMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de dezembro de 2011, Caderno PENSAR, página 2).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de ROBERTO LUCIANO FAGUNDES, Engenheiro, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Dia da indignação

Sexta-feira, 9 de dezembro, é comemorado, no mundo inteiro, o Dia Internacional do Combate à Corrupção, data instituída pela ONU em 2003, quando foi firmada a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, um maçudo documento que, enumerando minuciosamente as circunstâncias em que podem ser cometidos suborno, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa, tornou obrigatório aos países signatários o cumprimento de suas prescrições. No Brasil, um dos primeiros a aderir, a convenção originou o Decreto Legislativo nº 348, de 18 de maio de 2005, que, seguido pela promulgação do Decreto Presidencial nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, tipificou como crimes as variadas formas de corrupção.

E daí? Daí que quatro dias antes do decreto legislativo, ou seja, em 14 de maio de 2005, as emissoras de TV divulgavam imagens de um alto funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos recebendo propina de R$ 3 mil. Em 6 de junho, o então deputado Roberto Jefferson denunciava o mensalão. E, ainda , em 2005, mais escândalos: o dos bingos, o dos vampiros do Ministério da Saúde. E muitos outros que culminaram com as recentes falcatruas nos ministérios dos Transportes, do Turismo, da Agricultura, do Esporte, do Trabalho e, agora, das Cidades, além do suspeito enriquecimento do ex-ministro da Casa Civil.

O fato é que, a despeito da convenção, dos decretos legislativo e presidencial, a corrupção continua a comer solta em variados escalões da administração pública, do Congresso e também no setor privado. Tanto numa quanto nos outros, infelizmente, os funcionários, parlamentares e empresários de conduta ilibada, mesmo sendo certamente maioria, não são capazes de deter as práticas, por já sedimentadas, e nem de estancar o ralo por onde anualmente se esvaem, por desvios, nada menos de R$ 70 bilhões.

Não é segredo para ninguém que na origem desses crimes estão dois fatores principais. Primeiro, o aparelhamento da administração pelos partidos aliados do governo federal. É difícil encontrar num ministério, e mesmo na mais modesta repartição pública, uma função que não seja de propriedade de alguns desses partidos. Segundo, a quase certeza da impunidade, causada tanto pelo corporativismo existente, por exemplo, na Câmara Federal (onde após as CPIs de praxe os inquéritos dificilmente deixam de ser arquivados – e disso é emblemático o caso recente da deputada Jacqueline Roriz), quanto pela morosidade da Justiça. Segundo o próprio ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, o ponto fraco do Brasil no combate à corrupção é a pouca efetividade do Judiciário em relação às condenações e às prisões.

Essa ineficácia, a meu ver, não resulta apenas da propalada insuficiência de tribunais, de magistrados e de recursos para o Judiciário, mas da própria sistemática processual que, legitimada pelos códigos civil e criminal, abre enormes e sucessivas possibilidades para os mais diversos recursos. Em 2010, dos mais de 26 mil processos em tramitação nos tribunais da Justiça Federal, do STJ, do STF e dos estados, menos de 7 mil foram julgados. Não conheço estatísticas oficiais a respeito de investigações que se transformam em processos e efetivamente geram condenações. Mas entrevista recente de um delegado da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), dá uma pista. Segundo ele, num universo de 512 mil presos ou investigados por corrupção passiva, em 2010, não mais que 76 foram condenados. E, mesmo assim, ainda com direito a recursos. Diante de tudo isso, é difícil acreditar que as medidas institucionais contra a corrupção sejam capazes de produzir resultados concretos com a rapidez que sua escalada requer.

Tenho para mim que o único caminho capaz de mudar esse estado de coisas, de contra ele resistir, é a pressão da sociedade, a mobilização dos cidadãos, a manifestação da indignação. Li sobre isso, recentemente, um pequeno livro – Indignai-vos – escrito há alguns anos por Stéphane Hessel, um herói da Resistência Francesa que nele registrou as muitas experiências de uma vida dedicada a fazer valer a vontade da sociedade. Ele sintetizou, numa simples frase, a essência de seu pensamento: “O motivo da resistência é a indignação”. Quem sabe, o 9 de dezembro pode ser também o Dia da Indignação.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, CÍVICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS transformações que levem à inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais DESENVOLVIDAS, SOBERANAS, LIVRES, ÉTICAS e DEMOCRÁTICAS...

E, assim, é exigido um profundo ESFORÇO para a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS na busca incessante do BEM COMUM e da QUALIDADE DE VIDA, entre outras:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, acarretando INCALCULÁVEIS prejuízos à ECONOMIA e comprometimentos também INESTIMÁVEIS nos nossos VALORES e PRINCÍPIOS e na CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, que já consome em torno de R$ 200 BILHÕES anualmente, a título de ENCARGOS e SERVIÇOS, dos nossos já escassos RECURSOS PÚBLICOS, a exigir também uma qualificada, competente e transparente AUDITORIA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, SOBERANA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...