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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E O DESEJO DE PARTIDOS RENOVADOS E DEMOCRÁTICOS


“A educação na OCDE
         
         O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), exame da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançado em 1997, avalia estudantes de 15 anos ao redor do mundo a cada três anos. Em seu último relatório, agora de 2013, é notável ver alunos  de classes desfavorecidas de Xangai e Hong Kong saírem, comparativamente, melhor do que jovens de países ricos. Ambas as cidades estão, solidamente, no topo geral das avaliações do Pisa: Xangai, com seus 23 milhões de habitantes, é a primeira do ranking internacional em todas as três áreas do conhecimento testadas. A China ainda não permite que resultados mais gerais sobre o país sejam divulgados (o que não quer dizer que eles não façam constantes e minuciosos exames e estejam sempre atentos aos resultados publicados pelos outros países). De qualquer forma, o fato é que, segundo pesquisadores do OCDE com acesso aos exames, os resultados do resto do país, ainda que discrepantes dos observados em Xangai e Hong Kong, também surpreendem positivamente. Dos países da OCDE, os vizinhos Japão e Coreia do Sul, além de Finlândia e Canadá, são o destaque do que é praticar justiça educacional com seus jovens.
         Às vezes, basta ser intuitivo para saber porque a desigualdade social caminha junta com desigualdade educacional. Países ricos se mantém na ponto através de gerações pela qualidade de sua educação; de igual maneira, a transição para se tornar um país de ponta é realizada por aqueles que apostam na educação de uma maneira radical. Com em toda corrida, quem parte um pouco de trás tem sempre que correr um pouco mais.
         O custo alto e a desejável celeridade do processo demandam, aliás, o acompanhamento constante dos objetivos checados por avaliações montadas para tal fim. Sobre esse assunto, o mais recente estudo da OCDE sobre programas e ferramentas de avaliação do desempenho de estudantes, professores e líderes escolares, escolas e sistemas educacionais em 28 de seus 34 países membros oferece um sumário de boas práticas. Sobretudo, mostra como o processo de decisão das políticas públicas caminha, cada vez mais, para maior uso de evidências práticas de sucesso, focadas em detalhes logísticos e conceituais da ação mais do que em discussões sobre seu mérito.
         Esse estudo, que foi coordenado pelo português Paulo Santiago, aponta, por exemplo, para o fato de que as “séries de reformas na educação são desencadeadas em países da OCDE pelos resultados dos alunos em avaliações internacionais”. Países como o México começaram a definir metas de resultados para alunos no Pisa futuro, forçando a política educacional a se preocupar com o desempenho da escola. Avaliações internas são mais eficazes se usadas para direcionar melhores influenciadas pela comparação internacional.
         Mas não adianta apenas medir o desempenho dos alunos, é fundamental ajudar os professores a melhorarem, pois “são os professores o fator mais importante dentro da escola para os resultados do aluno”. Na maioria dos países, a avaliação tem efeito sobre promoções e a velocidade de progressão na carreira e também sobre remunerações, direta ou indiretamente. Na Austrália, por exemplo, professores se submetem à avaliação voluntariamente caso queiram ter acesso a posições com reconhecimento à qualidade do ensino, as quais conferem pagamento adicional. Também na Austrália, a avaliação das escolas do país é divulgada em um website do governo (www.myschool.edu.au), onde é fácil comparar os recursos, as características e os desempenhos das escolas espalhadas pelo país. O site provê ainda uma boa introdução explicativa sobre cada escola.
         Aprofundar, valorizar e melhor trabalhar os diversos processos de avaliação é a tônica nos países que sabem que a educação é que define a real riqueza do país. Países atentos uns às experiências e desempenhos dos outros enfrentam melhor o atraso de suas sociedades. Não é para menos que na semana passada em Washington a instituição mais próxima da administração Obama dedicada a pensar boa parte das políticas que depois ganharão os corredores da Casa Branca e do Capitólio  um think tank chamado Centro para o Progresso Americano (CAP, na sigla em inglês) – promoveu justamente um seminário intitulado “O que as escolas dos EUA podem aprender de outros países?”. Um dos três trabalhados apresentados foi justamente sobre Xangai. Os americanos estão intrigados com o fato de a megalópole chinesa conseguir não apenas apresentar os melhores desempenhos educacionais do planeta entre jovens de 15 anos, mas, também, que esse desempenho conte com maior uniformidade entre classes sociais e escolas do que ocorre nos EUA.”
(PAULO DELGADO. Sociólogo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de maio de 2013, caderno INTERNACIONAL, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de A mosca azul – reflexão sobre o poder (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Partido e democracia interna
        
         “Quem diz organização, diz tendência para a oligarquia. Em cada organização, quer se trate de um partido, de uma união de ofícios etc., a tendência aristocrática manifesta-se de forma bastante pronunciada. O mecanismo da organização, ao mesmo tempo que dá a essa uma estrutura sólida, provoca graves modificações na base organizada. Inverte completamente as respectivas posições dos chefes e das bases. A organização tem como efeito dividir todo partido ou sindicato numa minoria dirigente e numa maioria dirigida.”
         “Quanto mais o aparelho de uma organização se complica, isto é, quanto mas vê aumentar o número de seus filiados, seus recursos crescerem e sua imprensa desenvolver-se, mais terreno perde o poder diretamente exercido pela base, suplantado pelo crescente poder das comissões.”
         “Teoricamente o chefe  não é mais do que um empregado, submisso às instruções que recebe da base. Sua função consiste em receber e executar ordens desta última, do qual ele é apenas um órgão executivo.” “Mas, na realidade, à medida que a organização se desenvolve, o direito de controle reconhecido às bases torna-se cada vez mais ilusório. Os filiados têm de renunciar à pretensão de dirigir ou mesmo supervisionar todos os assuntos administrativos.”
         “É assim que a esfera do controle democrático se retrai progressivamente, para, afinal, ficar reduzida a um mínimo insignificante. Em todos os partidos socialistas, o número de funções retiradas das assembleias eleitorais e transferidas para os conselhos de direção aumenta sem cessar. Ergue-se dessa forma um enorme edifício de complicada estrutura. O princípio da divisão de trabalho impondo-se cada vez mais, as jurisdições se dividem e subdividem. Forma-se uma burocracia rigorosamente delimitada e hierarquizada.”
         “À medida que o partido moderno evolui para uma forma de organização mais sólida, vemos acentuar-se a tendência de substituir os chefes ocasionais pelos chefes profissionais. Toda organização de um partido, mesmo sendo pouco complexa, exige certo número de pessoas que se consagrem inteiramente.”
         “Pode-se completar essa crítica do sistema representativo com a seguinte observação de Proudhon: os representantes do povo, dizia ele, mal alcançam o poder, já se põem a consolidar e a reforçar sua força. Incessantemente envolvem suas posições com novas trincheiras defensivas, até conseguirem libertar-se completamente do controle popular. É um ciclo natural percorrido por todo o poder: emanado do povo, acaba por se colocar acima do povo.”
         Todos os textos acima não são de minha autoria. Foram escritos em 1911 pelo sociólogo alemão Robert Michels (1876-1936), de convicções socialistas, que deu aulas em universidades da Alemanha, França e Itália. Esses textos foram publicados no livro Sociologia dos partidos (Editora Universidade de Brasília, 1982). A última cátedra de Robert Michels foi na Universidade de Turim, onde ensinou economia, ciências políticas e sociologia. Decepcionado com a falta de democracia nos partidos progressistas, faleceu acusado de conivência com o fascismo.
         O que Michels denunciou há 102 anos infelizmente é praxe ainda hoje. A direção do partido é progressivamente ocupada por um seleto grupo profissionalizado que, a cada eleição, distribui entre si as diferentes funções. Os caciques são sempre os mesmos, sem que as bases tenham condições de influir e renovar os quadros de direção. À medida que o partido ganha espaço de poder, menos se interessa em promover o trabalho de base. A mobilização é trocada pela profissionalização  (incluídos aqueles que ocupam cargos eletivos), a democracia cede lugar à autocracia, a ampliação e preservação dos espaços de poder tornam-se mais importantes que os princípios programáticos e ideológicos.
         A Igreja Católica, por exemplo, é uma típica instituição que absorveu a estrutura imperial e vertical do Império Romano e ainda hoje dela não se livrou. E tenta justificá-la sob o pretexto de que essa estrutura decorre da vontade divina. Enquanto tateamos em busca da democracia real, na qual a vontade do povo significa mais do que uma retórica demagógica, temos o consolo de uma invencível aliada dos que criticam a perpetuação de políticos no poder: a morte. Ela, sim, faz a fila andar, promove a dança das cadeiras, abre espaço aos novos talentos.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, isto é, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimentos e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; comunicações; sistema financeiro nacional; esporte, cultura e lazer;turismo; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...    

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A CIDADANIA, A FORÇA DA MÚSICA E A SOLIDARIEDADE MUNDIAL

“A força redentora da música

Frequentemente, a informação veiculada na mídia provoca um travo na alma. Violência, crise, trânsito caótico e péssima qualidade da educação e da saúde, pautas recorrentes nos cadernos de cidade, compõem um mosaico com pouca luz e muitas sombras. A sociedade desenhada no noticiário parece refém do vírus da morbidez. Crimes, aberrações e desvios de conduta desfilam na passarela da imprensa. A notícia positiva, tão verdadeira quanto a informação negativa, é uma surpresa, quase um fato inusitado. Redescobri, no entanto, que a sociedade violenta não inibe comoventes iniciativas de solidariedade. Foi o que pude constatar em recente apresentação da Camerata Bachiana do maestro João Carlos Martins em evento em comemoração aos 40 anos da Escola de Direito do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS) em São Paulo.

Jovens nascidos nas zonas sombrias da exclusão, mas carregados de talento e esperança, mostraram que a solidariedade pode virar o jogo e transformar a vida. O jovem tenor Jean Willian, criados pelos avós, ele boia-fria e ela faxineira, foi aplaudido de pé. Descoberto pela Fundação Bachiana, apoiado e estimulado pelo maestro João Carlos Martins, Willian está estudando em Milão. Seu nome, estou certo, ocupará lugar de destaque no cenário da música erudita mundial.

A Fundação Bachiana apostou na música como instrumento de inclusão social. E os resultados comovem e impressionam. A Bachiana Filarmônica Sesi é uma formidável ferramenta de democratização da música clássica. Recebida calorosamente pela crítica e pelo público no Carnegie Hall e no Lincoln Center, no coração de Nova York, a Bachiana é um belo exemplo da força redentora da música. Jovens infratores da Fundação Casa escreveram, recentemente, uma carta ao maestro João Carlos Martins. Conheceram, todos, o fundo do poço das drogas e da criminalidade, mas foram tocados pela magia da música. “A música venceu o crime”. Assim terminava o recado dos adolescentes ao maestro. Impressionante!

Iniciativas, inúmeras, algumas quase anônimas e cimentadas na força da solidariedade, comprovam o papel redentor da arte. Basta pensar no magnífico trabalho de resgate social desenvolvido pela Fundação Bachiana. Favelas, frequentemente, ocupam a crônica policial. A música, no entanto, transportou o universo das periferias esquecidas para as páginas da cultura. Jovens, abandonados pelos governos e teoricamente predestinados para uma vida de crime, drogas, prostituição, miséria e dor, encontraram na música o passaporte para o resgate da dignidade e da esperança.

Jornais, frequentemente dominados pelo noticiário enfadonho do país oficial e pautados pela síndrome do negativismo, não têm “olhos de ver”. Iniciativas que mereceriam manchetes sucumbem à força do declaratório. Reportagens brilhantes, iluminadoras de iniciativas que constroem o país real, morrem na burocracia de um jornalismo que se distancia da vida e, consequentemente, dos seus leitores. O negativismo gratuito é, sem dúvida, uma das deformações da nossa profissão. “O rabo abana o cachorro” – o comentário, frequentemente esgrimido em seminários e debates sobre a imprensa, esconde uma tentativa de ocultar algo que nos incomoda: nossa enorme incapacidade de trabalhar em tempos de normalidade.

“Quando nada acontece”, dizia Guimarães Rosa, “há um milagre que não estamos vendo”. O jornalista de talento sabe descobrir a grande matéria que se esconde no aparente lusco-fusco do dia a dia. A mídia, argumentam os aguerridos defensores do jornalismo realidade, retrata a vida como ela é. Teria, contudo, o cotidiano do brasileiro médio nada além de tamanhas e tão freqüentes manifestações de violência e de tristeza? Penso que não.

Por mais que a sociedade tenha mudado, tenho a certeza de que o pretenso realismo que se alardeia para sustentar o excesso de violência e mau gosto que, diariamente, desaba sobre leitores e telespectadores não retrata a realidade vivida pela maioria esmagadora da população. Na verdade, ainda há muita gente que cultua os valores éticos, os quais dão sentido e dignidade ao ato de viver. A grandeza humana bem vale uma matéria.”

(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de outubro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de outubro de 2012, Caderno INTERNACIONAL, página 23, de autoria de PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Uma agenda inevitável

Falar da sociedade atual desprezando a visível melhoria de vida e a constante e natural necessidade das pessoas é um dos esportes preferidos dos pessimistas em todos os países. Se o mundo desaparecesse, é difícil saber se fanáticos liberais, ecologistas, banqueiros e políticos dariam conta de perceber. Completamente tomados pela ideia de curto prazo, os defensores do mercado livre, da natureza intocável, da especulação financeira e do “quero tudo” seguem sua rotina de propagar o medo e a angústia diante do futuro. Mas “nada disso acorda o gato do alto de seu salto”, recorro aos versos de Iacyr Anderson Freitas para festejar as inesgotáveis possibilidades contidas na rotina democrática e no papel criador da liberdade.

Algumas tendências no embate entre regulação e desregulação nas sociedades atuais têm aproximado, paradoxalmente, esquerda e direita. Tanto a questão da defesa do mercado totalmente livre para a atividade econômica quanto o discurso do controle total da intervenção sobre a natureza convergem para a paralisia. Liberalismo e ecologismo enfrentam de maneira errada a questão da vida boa para todos. E se aproximam, de um lado, quando liberais santificam a a livre concorrência e a associam à liberdade individual; de outro, quando ambientalistas submetem os seres humanos à ecologia estática, condenando a inovação e o progresso material. Os dois, mesmo de boa fé, contribuem para impedir a eficiência razoável do Estado como parte “auxiliar” na condução da vida em sociedade e como regrador “essencial” do desenvolvimento em tempos de globalização.

Felizmente a evolução da sociedade e da concepção universalista dos direitos humanos tornou cada vez mais difíceis e diluídas as distinções ideológicas, diminuindo o espaço para as experiências radicais. E hoje é possível ver a maioria da sociedade ser claramente progressista em alguns aspectos: é defensora do mercado desde que crie empregos e prosperidade; é apoiadora das políticas protecionistas sociais, desde que um direito transitório que vise a ascensão social não se transforme em lei permanente que remunere a distinção; é entusiasta da democracia quando esta não descamba para a plutocracia egoísta ou a tecnocracia excludente; e é cada vez mais republicana, desde que haja justiça, igualdade perante a lei e interesse pelo futuro.

Como o mundo é cada vez mais uma coisa só, não dá para pensar em protecionismo, providência estatal ou qualidade de vida sem levar em conta o que China e Índia, com seus mais de 2 bilhões e meio de habitantes, um terço da população da Terra, andam fazendo. Assim, lutar por uma boa regulação mundial, através de instituições multilaterais respeitadas, é um dos desafios para quem faz questão de liberdade, responsabilidade e conforto. Nenhum setor econômico ou intelectual, nenhum movimento político ou espiritual pode se considerar o guarda do templo da qualidade de vida e dos mais elevados valores humanos.

Não há mais monopólio político na análise das dificuldades pelas quais passam os países, seus habitantes e os recursos do planeta. A grande questão é saber integrar as ambições do mercado e do sistema financeiro às necessidades cotidianas das pessoas, fazendo a vida mais previsível, acessível e barata. É também necessário aceitar a ideia de que a ecologia deve dialogar com a economia para que o crescimento possa tornar-se sustentável, levando em conta os limites da natureza, mas principalmente não impedindo a ação da ciência e da inteligência, que é sem limites nos seres humanos.

A política tem sempre um papel destacado para hierarquizar os diversos interesses e sentidos que nascem da vida em sociedade. No entanto, tem se recusado a enfrentar os dilemas principais, filosóficos e históricos, de nossa história. Especialmente em relação à balizada intervenção do Estado na vida social. O que se vê é o sistema político incentivar a formação de guetos, diminuir o espaço do diálogo, descrer do universalismo de certos procedimentos. Em todos os países, quase sem exceção, predomina a vertente negativa da política, quando a preferência quase exclusiva pelo controle de clientelas se sobrepõe à falta de fundamentos econômicos que possam gerir o poder da globalização. Não é de se espantar que muitas das situações no mundo da delinquência em geral, de ricos e pobres transgressores, ainda escapem à lei.

Os países autoritários sempre terão mais dificuldade de se adaptar à velocidade do progresso. Mas os mais democráticos não poderão continuar fingindo que não têm nada com isso. É hora de repensar a solidariedade mundial e adotar outro tipo de ética na política internacional. Ninguém deve imaginar que poderá se salvar sozinho.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens que acenam, em meio à MAIOR crise de nossa HISTÓRIA – que é de ÉTICA, de MORAL, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de matricularmos nossas crianças de seis anos na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês de NASCIMENTO) –, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER, a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e intolerável desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já frágil DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais grave ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUTIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes NECESSIDADES de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como a GESTÃO PÚBLICA; a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos); a SAÚDE; a EDUCAÇÃO; o SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS; MACRODRENAGEM urbana; logística REVERSA); MEIO AMBIENTE; MOBILIDADE URBANA (trânsito, transporte, acessibilidade); HABITAÇÃO; ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; SEGURANÇA PÚBLICA; DEFESA CIVIL; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; COMUNICAÇÕES; TURISMO; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; MINAS e ENERGIA; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; CIÊNCIA, TECNOLOGIA e INOVAÇÃO); ESPORTE, CULTURA e LAZER; QUALIDADE (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, SOBERANA, CIVILIZADA, EDUCADA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA do MUNCO de 2014; as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das empresas, da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...







domingo, 2 de setembro de 2012

A CIDADANIA, A SOLIDARIEDADE, A DIGNIDADE HUMANA E A EDUCAÇÃO

(Setembro = Mês 39; Faltam 21 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“Razão e razões

‘O coração tem suas razões, que a própria razão desconhece’, soa o dito pascalino. De que razão e razões se trata? O Ocidente estribou-se resolutamente sobre a razão iluminista, lógica, empírica, produtiva, instrumental. Cumpre duas razões fundamentais e insubstituíveis. Penetra a realidade, torna-a inteligível para o ser humano. Enfrenta a pluralidade de fatores, elementos, conhecimentos e estrutura-os, sistematiza-os, organiza-os dentro de lógica inquestionável. Olha para o mundo, domina-o com o conhecimento e transforma-o. E, na atualidade, casa-se com a técnica e gera tecnologia com avanços gigantescos de estarrecer. Chega à lua. Depois de milhões de kms, um aparelhinho chega ao solo de Marte. Façanhas tecnológicas de bilhões de dólares. E, no campo do armamento, a precisão e a capacidade destruidora toca as raias do inimaginável.

Sem a razão científica, logocêntrica nunca alcançaríamos os píncaros do saber. E no campo da medicina, da farmacêutica, que milagres! Quantas alegrias essas ciências nos provocam, ao ver alguém à beira da morte e a passar dias e dias na UTI e depois voltar vegeto para as lides diárias! Enfim, por onde passearmos a mente, encontraremos a razão humana em plena atividade, para o bem e infelizmente também para o mal. Ela potencializou a ambos.

E de onde vêm as razões do coração? Outra face humana. E a pós-modernidade se volta para elas, não para negar a anterior, mas para completá-la, enriquecê-la e direcioná-la para o avanço de humanidade e não simplesmente da humanidade no sentido material.

Entra em jogo a razão fruitiva, afetiva, plural. Ela orienta-nos o olhar para nova sensibilidade. A experiência nos põe diante de monstros da razão. Quando Hannah Arendt defrontou-se com a razão lógica e organizadora do nazista Eichmann que, com extrema eficiência, conduziu milhares se não milhões de judeus para câmara de gás, ousou dizer que ele não pensava. Mudou o sentido de razão, de pensar. Não se tratava da eficiência, da eficácia, mas do senso de sensibilidade humana. A razão secou-lhe a ética, tornou-se-lhe assassina.

A luta se trava em prol da razão contra determinada razão. Não se aspira a nenhum primitivismo, a nenhuma volta à pura sacralidade muda da natureza, nem mesmo a deter-se na festa da existência. Nada disso se faz possível sem que a razão, também instrumental, trabalhe, organize, agite. Mas o problema gira em torno de outras palavras: a finalidade, o sentido, a dignidade humana, a solidariedade entre as pessoas.

Jesus alerta-nos para a importância de desenvolver a razão contemplativa da beleza e da bondade de Deus no mundo, nas pessoas, na natureza. Em vez de fixarmo-nos só na grandiosidade das criações humanas que perdem a noção de equilíbrio, admiremos o olhar puro das crianças, a beleza do jogo, a transparência das intenções. O Oriente, com belíssimas tradições religiosas, está a bater-nos à porta para diminuirmos a loucura frenética do Ocidente da razão instrumental. No entanto, a tradição cristã tem riqueza suficiente para moderar, corrigir e direcionar a razão tecnológica para a construção de ‘outro mundo possível’.”

(J. B. LIBÂNIO, Teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de agosto de 2012, Caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, Caderno INTERNACIONAL, página 23, de autoria de PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O desamparo do desejo

As crianças não sonham com dinheiro, por isso sua felicidade não vem da riqueza material e nem seus desejos têm limites. Em sua alegria mais espontânea pedem e querem o que as encanta. Os adultos nem sempre estão atentos para as mudanças na vida atual. Poucos percebem que andar, respirar, comer ou dormir não são mais funções naturais, realizadas com autonomia. Nem se dão conta de que o estudo está diminuindo o peso da riqueza das nações – de uma maneira geral, o PIB de um país aumenta segundo o grau de leveza dos produtos que fabrica. Também não se preocupam em saber quanto de educação existe em cada produto que utilizam, seja o arroz, o remédio ou o avião. Estudar e desejar podem não ter muita relação entre si na vida das crianças, mas quando botam o pé na escola e começam a se despedir da infância, o conhecimento da realidade das coisas é que as deixa menos à mercê de acidentes, crises e frustrações.

O governo japonês, cuja economia está estagnada e não cresce há décadas, está preocupado com o fato de que as escolas do país estão formando crianças menos criativas. Na França, os professores estão assustados com o aumento do número de estudantes iletrados que chegam à universidade. No Brasil, há ainda muita verdade no verso de Noel Rosa: “Minha terra dá banana e aipim/ meu trabalho é achar quem descasque por mim”. Felizmente, aumenta no mundo a sensação de que somente pela via da educação é possível avançar e estancar a reprodução de classes que impede a mobilidade social para os mais pobres. Para isso, a sabedoria e o sucesso não podem ser entendidos como coisas do universo da sorte, ou fato tão simples como assentar numa poltrona. Nem é justo continuar achando que estudar é o mais cansativo dos ócios.

O maior produto da sociedade atual é a desigualdade e a falta de cooperação entre as pessoas. Vivemos constantemente fragilizados e com muitas dúvidas em relação ao futuro. Mesmo com tanta abundância, há uma sensação de vazio preenchida por criminalidade fútil, excesso de informação desnecessária, inconsistência nas relações sociais, infelicidade repleta de festas e encontros sem destino. Daí esse conhecimento desamparado de sentido que empurra pessoas e países para noções distorcidas de progresso e competitividade.

Algumas experiências são óbvias e entre elas estão ideias antigas que fizeram algumas sociedades mais avançadas que outras: ciência e cultura; estudo e cooperação; solidariedade e reciprocidade; tecnologia e inovação; democracia e liberdade; e, reconheçamos, um comportamento previsível perante as leis. Os fundamentos de uma escola não podem desconhecer a cultura nacional nem deixar de ter interesse e curiosidade sobre o que se faz em outros países. Os asiáticos, por exemplo, são mestres em olhar e copiar o melhor do mundo. Veja-se o caso da Coreia do Sul, que, em menos de uma geração, repetiu o feito japonês de décadas passadas e produziu, segundo a imprensa norte-americana, o carro do ano no país da Ford. A China vai atropelando meio mundo com seu socialismo capitalista. Além de enviar a primeira mulher ao espaço e se preparar para ir à lua, é o país que mais estudantes manda para o exterior. Do lado empresarial, o ritmo é o mesmo quando impulsionado pela criatividade dos itinerários que os países escolheram para si. Só a IBM, Sansung e Microsoft, juntas, registraram, ano passado, mais patentes do que a América Latina em toda sua história.

O jornal The Washington Post acaba de publicar um estudo da Universidade Georgetown, de Washington, sobre os efeitos da crise econômica no mercado de trabalho americano. A pesquisa mostra a importância da boa formação superior na recaptura de empregos perdidos. O relatório confirma “que a recessão atingiu graduados e não graduados de forma diferente, mas o tamanho da diferença é dramático”. Quem estudou mais perdeu menos emprego ou está se reempregando mais rápido.

Mas atividades inovadoras, responsáveis pelo dinamismo da economia do conhecimento, em virtude de sua alta complexidade, só são capazes de influenciar a cultura da sociedade se atingirem volume e persistência. E é igualmente necessário que sejam oferecidas em ambientes arejados e estimulantes, capazes de admitir, admirar e financiar alunos e cientistas talentosos, cujas vocações despontam desde o ensino básico. Para que a atividade científica possa representar ou estimular cadeias produtivas completas, todos os setores devem estar associados em todos os níveis de produção.

Os instrumentos de entendimento e participação no mundo contemporâneo estão aí à disposição de todos os países, mas têm sido melhor utilizados por aqueles que superaram a cultura da reclamação e a confortável mania de pôr a culpa nos outros.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à nossa MAIOR crise de LIDERANÇA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS e de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Urge, assim, a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em CRECHES; 4 e 5 anos, em PRÉ-ESCOLAS) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de MATRICULARMOS nossas crianças de seis anos na primeira série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês de nascimento), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÕES e REFINANCIAMENTO, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já frágil DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a GESTÃO PÚBLICA; a INFRAESTRATURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos); EDUCAÇÃO; SAÚDE; SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgotos TRATADOS, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); MEIO AMBIENTE; MORADIA; MOBILIDADE URBANA (trânsito, transporte e acessibilidade); SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; DEFESA CIVIL; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; ASSISTÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; ESPORTE, CULTURA e LAZER; MINAS e ENERGIA; COMUNICAÇÕES; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; CIÊNCIA, INOVAÇÃO e TECNOLOGIA; TURISMO; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; LOGÍSTICA; QUALIDADE (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA das CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, da LIBERDADE e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



quarta-feira, 14 de março de 2012

A CIDADANIA, A QUALIDADE DO FUTURO E A PÁTRIA FINANCEIRA

"Modelo indomável

Imaginar o desenvolvimento mundial para mudar a qualidade de vida não é mais um exercício de futurologia. Tudo anda tão estudado por métodos e critérios comparativos, analíticos, dedutivos e aproximativos, que aumentou a previsão sobre a realidade. Antecipar cenários é uma boa ferramenta para governos reverem estratégias de crescimento e concentrarem energia e atenção nas escassas ou abundantes possibilidades de mudarem o rumo do que não anda bem.

Gostando ou não, é preciso entender o ritual das conferências internacionais sobre mudanças climáticas. É possível prever que o país que não se preparar para eventos extremos, como mecanismos de prevenção e diminuição da agressão à natureza, pode se considerar carta fora do baralho da qualidade de vida. Remanejar prioridades e deter a poluição é tão inevitável que não depende tanto de vontade ou criatividade dos países. Nem da disposição política para reunião, fóruns e cúpulas de quase tudo. Para superar a realidade da destruição do planeta é preciso consumir menos e adotar melhores práticas ambientais e sociais. Que país será o primeiro a frear a fabricação de mercadorias desnecessárias e inadequadas?

Outro fator na definição da qualidade do futuro é a conseqüência extraordinária da mudança por que passa o sistema produtivo. Quem confia em estatística baseada na divisão tradicional entre indústria, agricultura e serviços não conseguirá entender a lógica da gangorra econômica mundial. A indústria de transformação está desaparecendo, a negociação comercial não terá intermediário e a pressão por controle de qualidade por controle feita por consumidores organizados derrotará marcas e governos. Recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) será a pior maneira de buscar inserção internacional. A Organização não alcançará toda a cadeia produtiva e de consumo e será abandonada pelos grandes competidores diante da fragmentação do processo produtivo e da incapacidade política de dar solução rápida sobre protecionismos, arbitragens e outros contenciosos. Acordos de livre comércio e zonas industriais partilhadas serão mais adequados à descentralização da produção do que a atual concentração que afeta a sustentabilidade ambiental e tira qualidade da circulação de pessoas e mercadorias.

O mesmo pode ser dito da equivocada tendência para a concentração urbana que expande mais ainda as megacidades. Será um contrassenso deixar de imaginar soluções mais criativas e colaborativas para o sistema de transporte, lazer, moradia e segurança pública. Só a pressão dos moradores poderá salvar seus bairros e ruas da ambição dos construtores. E se quisermos que nossos descendentes tenham carro, é preciso mudar seu combustível e a forma de usá-lo. É claro que muito se pode esperar da evolução de equipamentos e máquinas, mas uma nova cultura de convivência coletiva terá que ser urgentemente criada e estimulada.

Quando a Inglaterra sepultou o mercantilismo, criando as primeiras máquinas que deram produção de escala ao capitalismo, a Alemanha sentiu o golpe e Alexander Humboldt, cientista curioso de todos os mundos, fundou a Universidade de Berlim, escolhendo a educação e o conhecimento como outro fator de produtividade. Não é coincidência que o que há de mais correto no mundo moderno segue os vislumbres dos que apostam no conhecimento.

Não se trata de copiar modelos, mas é inspirador que o exemplo dos países nórdicos – Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia – desponta em qualquer cenário de boas práticas sociais e desenvolvimento sustentável. Maior taxa de alfabetização, melhor IDH, menor índice de percepção de corrupção, maior liberdade de imprensa e mais alto índice de maturidade tecnológica são alguns dos postos ocupados por esses países. Eles são a prova concreta de que é possível um Estado fornecer ampla segurança social para os cidadãos, manter elevada transparência, zelas pelas gerações futuras de seus países e ainda de quebra se dedicar a influenciar, pelo exemplo, bons caminhos para o planeta. São países pequenos, mas que sabem que a prosperidade não é uma medida apenas da taxa de crescimento econômico. O caminho para o seguir sem explodir é mudar valores e não querer ser competitivo a qualquer custo.

Existem boas referências atuais de sociedades bem resolvidas, onde crescer não contém um disparate. Razoável é não se fechar ao novo nem aceitar sem crítica seus humores. E ficar atento para o fato de que há uma imperfeição escandalosa no mundo: a falta de limites para o progresso ainda retirando das pessoas a relação espontânea com a vida. E levando junto o bom senso. O futuro exige domar esse modelo e substituí-lo por uma lógica não consumista, coletiva e colaborativa.”
(PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de março de 2012, Caderno INTERNACIONAL, página 23).

Mais uma IMPORTANTE, ABRANGENTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, Caderno ECONOMIA, Coluna BRASIL S/A, página 17, de autoria de ANTÔNIO MACHADO, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Pátria financeira

A decadência da indústria está na ordem do dia, embora nenhuma das partes, dos próprios industriais aos ministérios afins ao assunto, concorde com o diagnóstico, com as providências, com o conceito se o emprego industrial seria mais relevante que o de serviços, setor que mais emprega no país, e até se há muita coisa a ser feita.

Para a maioria, talvez desesperançada das chances de reformas para recuperar a competitividade brasileira baixando custos de produção, uma desvalorização cambial robusta já estaria de bom tamanho.

Se também tomadas medidas de proteção comercial, acionadas ao se apurar a entrada no país de produtos com preço inferior ao custo de produção graças a subsídios – o que faz da China o grande suspeito da praça –, o empresariado deveria manifestar gratidão ajoelhado.

E lamber o beiço se for também atendido com devoluções tributárias tópicas, além de poder recorrer ao BNDES para tomar financiamento a taxas camaradas para comprar máquinas e equipamentos.

O pragmatismo empresarial aconselha agradecer tais ofertas, ainda que elas pouco resolvam, caso a indústria esteja diante de um viés estrutural de indícios de que seja essa situação.

Isso não só pela falta de câmbio para compensar custos de produção encarecidos pela infraestrutura onerosa e arcaica, além de práticas tributárias, trabalhistas, ambientais e regulatórias não observadas em outras partes. Ou superadas com produtividade devida a salários vis (China) e/ou com tecnologias de ponta (EUA, Alemanha e Coreia).

Afora tais questões, devastadoras para a produção nacional diante de um ambiente de economia aberta, há outra pouco estudada, cujas causas estariam na dinâmica da política econômica e suas vertentes, a monetária e a fiscal. De algum modo, ambas têm tornado a “cara” da economia brasileira parecida com a dos EUA antes da crise.

Caras dos EUA pré-crise

Onde está a semelhança? Lá, a economia “FIRE”, acrônimo em inglês de finanças, seguros e imóveis, se tornou dominante a partir dos anos 1980, trazendo a reboque a “economia da produção”. O estouro da bolha das hipotecas fez o resto ruir. Não chegamos a tanto. Mas desde 2008 há algo parecido ocorrendo em detrimento da indústria.

De 2007 a 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% ao ano, em média, enquanto o ritmo do setor de manufaturados foi de apenas 1,8% anual. No ano passado, o PIB cresceu 2,7%. A indústria, 1,6%. O definhamento da indústria é ostensivo. Mais impressionante é que, comparado aos níveis de 2008, o PIB acumula crescimento de 8,2%. E o setor manufatureiro? Fechou 2011 5,7% abaixo do nível de 2008.

A banca leva a melhor

O péssimo desempenho da indústria de transformação acabou ocultado pela expansão do segmento de extração mineral, graças aos embarques de minério de ferro para a China. Sua alta acumulada de 2008 a 2011 é de 12,8%. Mas há outro setor com desempenho ainda mais vistoso.

Em contradição com as diretrizes desenvolvimentistas e sociais do governo Lula e continuadas por Dilma Dousseff, quem tem brilhado na economia é o setor financeiro e de seguros. A banca acumula, desde o pico pré-recessão, crescimento de 23,1% - quase três vezes acima da variação do PIB nos últimos cinco anos.

Para a economista Rebecca Ray, do Center for Economic and Policy Research, entidade de Washington de linha mais à esquerda no arco político dos EUA, o distanciamento entre os resultados da indústria e os do setor financeiro é “uma tendência de longo prazo” no país.

Demanda puxa importação

Nos últimos cinco anos, indo do segundo governo Lula ao primeiro ano de Dilma – período suficientemente longo para que se afaste a ideia de acidente –, o setor financeiro, diz ela, cresceu 9,8% ao ano. A indústria, 1,8%. Isso é um processo, mesmo não deliberado.

A solução não parece à vista, já que, embora desde 2008 a taxa de investimentos na produção acumule aumento de 11%, contra 8,2% do PIB, o consumo privado avançou muito mais, 15,5%. Já o consumo do governo cresceu 7,2%, mostrando o empenho em segurar o seu gasto.

Será difícil para a indústria vencer essa crise, se o investimento cresce abaixo do consumo, criando uma situação em que tanto mais o governo incentiva a demanda mais ela vaza para importações, além de parcela crescente da renda ser apropriada pelo setor financeiro.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de CARÁTER, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, do ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Desse modo, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO e MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e novas NECESSIDADES de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); MOBILIDADE URBANA (trânsito, transportes, acessibilidade); EDUCAÇÃO; SAÚDE; SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; ESPORTE, CULTURA e LAZER; SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; MORADIA; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; MEIO AMBIENTE; MINAS e ENERGIA; CIÊNCIA, TECNOLOGIA e INOVAÇÃO; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; QUALIDADE (planejamento, eficiência, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); COMUNICAÇÃO; TURISMO; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; LOGÍSTICA, entre outros...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... a nossa PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, A RIQUEZA ESPIRITUAL, A DEMOCRACIA E AS REDES SOCIAIS

“A mão visível

Não é comum imaginar, atualmente, que uma crise econômica contenha uma teoria moral. O estudo da sua natureza e da escala humana de suas consequências não desperta mais tantos interesses espirituais, neste mundo de preocupações imediatistas e individuais. Quando a crise financeira tornou-se intensa, governos de todo o mundo se depararam com a questão prática sobre o que fazer para diminuir seus efeitos sobre seus países. Argumentos havia de todas as feições. Nenhum identificava na perda da virtude cultural, no crescimento insustentável e poluidor, na improvisação e na conotação negativa dada ao esforço intelectual, fatores importantes para explicar o impacto que a ambição desmedida e possessiva fez cair sobre o mundo atual. Só razões econômicas e sua aritmética despontam no repertório de soluções. Não intervir nos mercados, para estimular a demanda e assegurar a circulação de moeda, foi a única opção não seguida nas principais economias do mundo. A distinção que há é entre os que intervieram muito e os que intervieram mais ainda. O certo é que o sistema capitalista, longe de dar sinais de fadiga, mostra fôlego para o deslocamento geográfico, e vai substituindo países e continentes, sempre fiel à sua sina expansionista.

No mundo atual, regido pelos impulsos primitivos da avareza e gastança, é difícil assegurar o presente sem que excessivos temores de longo prazo possam dispensar as mãos dos governos.

A forma como o progresso é feito e o dinheiro é gasto, os caminhos escolhidos para “salvar” a econômica, a decisão de não produzir ou consumir qualquer bobagem revelam escolhas políticas que pavimentam ou não um caminho para um futuro melhor. Mesmo adotando a lógica de que vivemos numa sucessão de curtos prazos, uma sociedade mais próspera só vinga quando consagra parte do pensamento do presente a construir teorias para o seu futuro. E tal futuro nunca terá base em ideias exclusivamente econômicas, a ponto de que qualquer valor possa ser transformado em moeda e mercadoria, como vem ocorrendo.

Pouco depois da quebra do Lehman Brothers, ponto culminante da crise atual, a China, beneficiando-se de seu autocrático sistema de decisão, colocou em campo um pacote de estímulos de quase US$ 600 bilhões (a soma chega a US$ 1 trilhão, se incluídos os incentivos regionais). A ajuda financeira é proporcionalmente maior do que a liberada pelos EUA meses mais tarde. Não só maior, foi mais objetivo o pacote chinês: mirava decisivamente no aumento do gasto num país ainda não saturado de consumo (caso, aliás, semelhante ao brasileiro), enquanto o corte dos impostos americanos foi largamente canalizado pelas famílias para o pagamento de dívidas. De qualquer maneira, uma lógica delineava-se clara na (re)ação sino-americana: o Estado precisava entrar em campo para assegurar e proteger esse sistema produtivo que aí está. Mais do que apenas injetar liquidez numa economia aturdida pela especulação, era fundamental resguardar e manter as atividades produtivas tradicionais.

Tudo isso se insere em um contexto antigo que tem ganhado novas cores. O sucesso econômico da China tirou do capitalismo a conotação insultante que lhe dava o marxismo e ajudou a tornar confortável o casamento Estado/mercado. O mundo enxergado pelas nações mais poderosas é um mundo de competição, e aí, o passo econômico é o mais fácil de entender e perseguir. Mas o alerta vermelho já está acendendo: no Leste asiático, embora seja gritante a bem sucedida simbiose estado-sociedade-empresa, a elite chinesa já se deu conta de que sem cultura superior não há economia superior que se sustente.

O mesmo sentimento ocorre em parte da Europa. O choque de realidade causado pela crise chacoalhou em seus berços esplêndidos sociedades abastadas que hoje enfrentam a realidade de que o curso da divisão internacional do trabalho também deixa sem emprego nações culturalmente evoluídas, mas que se mantiveram estagnadas intelectualmente. É esse, infelizmente, o ambiente ideal para o fortalecimento de nacionalismos nocivos.

Enfim, é urgente buscar uma nova teoria do crescimento e outro figurino para o progresso. A riqueza do espírito é um desafio tão grande para as nações quanto sua riqueza econômica. Preocupa o fato de que a variedade de soluções construídas pelos países ainda não fez explodir ou despertar a inteligência inovadora e criativa de que o mundo precisa. A mão visível do Estado acaricia a economia do futuro, mas parece, até aqui, não haver fortuna capaz de acionar a renovação cultural, que emancipa o povo e o posiciona melhor nas disputas do amanhã.”
(PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seis mandatos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de fevereiro de 2012, Caderno INTERNACIONAL, página 19).

Mais uma IMPORTANTE, ESCLARECEDORA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de SACHA CALMON, Presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF), parecerista, ex-professor titular de direito tributário das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Democracia e redes sociais

Por muito tempo a democracia representativa foi criticada pelos seus muitos defeitos, entre eles a dissintonia entre o votante e o votado, degenerescências partidárias, manipulação dos eleitores, partidos de fachadas, e assim por diante. Prova dessas dificuldades é a grande multiplicidade de sistemas eleitorais em regimes presidencialistas e parlamentaristas, em falar na excrecência do partido único, quer no socialismo marxista, dito científico, quer nas ditaduras islâmicas, como é o caso das que nasceram com o nacionalismo pan-arábico do partido Baath (Iêmen, Egito, Síria, Tunísia et caterva). Duverger, jurista francês, escreveu um calhamaço, até hoje insuperável, de 980 folhas sobre sistemas eleitorais, analisando-os em profundidade.

Lado outro, sempre se festejou a democracia direta como a que nasceu em Atenas, antes de Cristo, com os homens livres (de fora os escravos), negociantes e proprietários (de fora a arraia-miúda) reunidos na Ágora, espécie de praça, votando com voz e até fazendo leis. Na verdade era um sistema elitista e citadino, típico das cidades-Estado em que se transformaram as tribos arianas, oriundas da região pérsica, que falavam línguas variantes de outra denominada grega, derivada do sânscrito, tronco de todas as línguas indo-europeias (iranianas, alíricas, célticas, germânicas, eslavas e latinas).

Mesmo agora, exaltamos a democracia plebiscitária dos cantões suíços, que dispensa intermediários, em que pese a Suíça quarilíngue (alemão, francês, italiano e românico) ser uma democracia representativa, pluripartidária e parlamentarista. Seja lá como for, no mundo moderno a democracia é representativa (deficitária nos países onde o voto não é obrigatório), além de amorfa nos países patologicamente pluripartidários (39 partidos no Brasil, quase iguais). O resultado é que a vontade do povo não se faz presente, daí os plebiscitos, os referendos e as leis de iniciativa popular, tipo Ficha Limpa.

Mas eis que desponta um fenômeno de massas decorrente das redes sociais, aqui e alhures, com a possibilidade de mobilização das vontades em questão de horas ou dias. A Ágora grega está ao alcance da mão e já influencia o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Foi assim com a Lei Ficha Limpa. Está sendo com o movimento pelo “julgamento já” do mensalão e pela autonomia do Conselho Nacional da Magistratura, em apoio ao desassombro da ministra Eliana Calmon. Não há tema na sociologia política contemporânea maior que o da interferência dos homens comuns nos rumos políticos de seus países, pela via das redes sociais. A coisa não parar na capacidade de mobilização, chegará a lugares e modos insuspeitados hoje. Vamos falar de temas ao nosso alcance. Estão gestando um novo desarmamento da população civil. Pois bem, as redes começam a dizer não e estão indo além.

De meditar a seguinte mensagem: “Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei não, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até os governos federal, estaduais e municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no país e entendam de uma vez por todas que não lhes cabe desarmar cidadãos de bem. Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo: voto facultativo? Sim! Apenas dois senadores por estado? Sim! Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e não por nepotismo? Sim! Reduzir os 37 ministérios para 12? Sim! Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? Sim! Fidelidade partidária absoluta? Sim! Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? Sim! Ampliação da Ficha Limpa? Sim! Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? Sim! Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público, elevando-os para a categoria de crime hediondo? Sim! Atualização dos códigos penal e processo penal? Sim! Fim dos suplentes de senador sem votos? Sim! Redução dos 20 mil funcionários do Congresso para um quinto? Sim! Voto em lista fechada? Não! Financiamento público das campanhas? Não! Horário eleitoral obrigatório? Não! Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? Sim! Um Basta na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? Sim!!!!!!!!!!!! O dinheiro faz homens ricos; o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz os homens grandes. Divulguem pelo menos para 10 pessoas da sua relação” (Gil Cordeiro Dias Ferreira). Essa mensagem foi publicada como carta num jornal, retornou às redes sociais e corre solta. É assim que virá a “primavera brasileira”. Na marra!”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ESCLARECEDORAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos, quais sejam: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de maneira a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando ainda o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos que contemplam EVENTOS como: a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, O TALENTO, A HARMONIA E A SOLIDARIEDADE

“Talento e harmonia

Nas últimas décadas, os mais retumbantes exemplos de sucesso de países na promoção de sua convergência para os padrões mais altos de desenvolvimento vêm do Leste asiático. Japão primeiro, depois os quatro tigres (Hong Kong, Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan) e, finalmente, a China. A rapidez com que ocorreu e ocorre (no caso da China) seu crescimento é digna de inspirar algumas lições. Colocando de lado as peculiaridades institucionais, culturais e geográficas de cada país, o que dá robustez e sustentação ao crescimento é uma taxa de investimento em formação bruta de capital e em educação (capital humano). Aliada a uma abertura inteligente e não passiva ao mercado externo. Ou seja, fora a capacidade de pôr em prática uma massiva mobilização de seus recursos de maneira eficiente, não há nada de sobrenatural na riqueza recente desses países. A base disso tudo é a determinação para prestigiar a educação, o conhecimento e a formação de marcas nacionais.

No caso do Brasil, a boa notícia é que entre 2000 e 2008 o país aumentou em 121% seus gastos com a educação primária e secundária. De um universo de 30 países, esse foi o maior aumento notado na última pesquisa do tipo divulgada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2011. O desafio é acentuar ainda mais esse percentual e dotá-lo de mais audácia pedagógica, identidade cultural, familiaridade tecnológica e maior ênfase em criatividade e inovação.

Quanto ao investimento e abertura mais autônoma e informada ao mercado externo, uma série de reformas estruturais são necessárias para que possamos chegar aos níveis desejáveis para um país competitivo. A percepção internacional sobre nosso sucesso atual só será sólida quando estiver baseada em uma real estratégia de desenvolvimento local, que tenha relação tanto com o poder da identidade cultural da nação como com o vigor que se sustenta em marcas e produtos industriais aqui projetados. Para se livrar de incidentes comerciais e assimetrias de toda a ordem, é preciso expandir a capacidade gerencial, financeira e tecnológica da produção doméstica. E administrar melhor a riqueza dos recursos naturais e das commodities, aumentando a industrialização e a taxa de poupança do país.

Em todo caso, é inegável o avanço nos últimos anos e é em boa hora que a ciência e a tecnologia tornam-se parte do discurso do governo sobre o que é importante e prioritário para o Brasil. Pois não se sustenta no tempo – em relação à educação, indústria e comércio – considerar tais setores desvinculados de qualquer área da competição internacional. Afinal o tempo anda para todos... ao mesmo tempo. Com um mercado interno tão deslumbrado com o uso das novas possibilidades criativas, é incompatível um país indiferente à inovação e difusão tecnológica.

Quando as empresas estrangeiras se instalam aqui ficam logo assustadas com tantas facilidades para definir os interesses de suas matrizes. Os ganhos econômicos sobre quaisquer competidores locais são tão extravagantes que não deveriam afetar qualquer empresa nacional mais competitiva. Só resta para quem é local, e não tem capital ou rede comercial mais lucrativa, tornar-se sócio minoritário da novidade estrangeira. Pois, como não desenvolvemos marcas próprias ou não temos capital para participar de fusões e aquisições internacionais que nos tornem matrizes, dispomos de pouco controle sobre os benefícios que nosso gigantesco mercado consumidor oferece às multinacionais. Ao ponto de assistirmos à esdrúxula situação criada pela crise atual em que filiais de países emergentes andam salvando matrizes da quebradeira.

Reorganizar o sistema produtivo e tecnológico é a forma atual de avançar a autonomia do país para ser mais fornecedor do que cliente no exterior.

É claro que não é irrelevante o fato de sermos o 84º país em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e termos uma péssima distribuição de renda e baixa renda per capita. Mas o simples fato de tornarmo-nos a sexta economia do mundo, com todos esses percalços, mostra como ainda somo capazes de avançar, reforçada a opção clara pela produtividade com igualdade social. Aperfeiçoar, permanentemente, as políticas sociais e a busca do pleno emprego é um bom caminho que aprendemos a trilhar em direção a uma sociedade em que seus talentos são colocados a favor da harmonia e da mobilidade social.

Não é de hoje, nem é novidade: o que é necessário para o mais amplo desenvolvimento econômico de qualquer sociedade é fazer avançar uma institucionalidade e uma cultura favoráveis ao conhecimento e à inovação. Sem nunca perder de vista como queremos viver. Isto é, só vale a pena tirar proveito das circunstâncias que nos favorecem se for para compartilhar o crescimento com toda a nação.”
(PAULO DELGADO, sociólogo, foi deputado federal por seus mandatos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de janeiro de 2012, Caderno INTERNACIONAL, página 23).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 13 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Hora de solidariedade

As chuvas intermitentes que começaram no fim do ano passado mostram fragilidades preocupantes na infraestrutura de nossa sociedade. Os aspectos dessas fragilidades estão emoldurados por tragédias sem retorno, como as mortes causadas por deslizamentos e acidentes automobilísticos, além da perda dos poucos bens contados para viver com o mínimo de dignidade.

Todo serviço na sociedade deve ser em prol d intocável dignidade de cada pessoa. O que não se fez no momento certo gera lacunas sérias no tempo vindouro. As torrentes de lama desses períodos chuvosos remetem às omissões, fruto da corrupção e dos atrasos causados pela burocracia e a pouca luminosidade nas inteligências, que devem, urgentemente, trabalhar a serviço do progresso e da edificação da sociedade na solidariedade, na justiça e na paz.

É lamentável e entristecedor contar noites e dias trágicos na vida de tantas pessoas, com seus sonhos deteriorados e planos frustrados. Os sacrifícios atingem todos, particularmente os mais pobres, vivendo em situação de risco, fato que exige providências mais ágeis e inteligentes contra o déficit de moradias, não podendo permitir delongas advindas de raciocínios estreitados por ideologias e lógicas que atrasam ainda mais a solução. Os números das tragédias e dos desmantelamentos exigem um olhar de quem está em penúrias de tempo de guerra. O lugar para esse olhar é aquele de quem está sofrendo as consequências mais duras.

Ao nos colocarmos no lugar do atingido por essas tragédias, podemos entender a urgência – inadiável – de adotar uma reação para fazer valer mais, e com toda a eficácia, a força da solidariedade. Há uma cultura nessas terras que é um patrimônio de real grandeza. Aí está guardada uma força que precisa ser transformada em reação solidária para corrigir descompassos, mexer com os brios cidadãos de todos e exigir a garantia de respeito devido ao povo. Retoma-se a lista das urgências urgentíssimas no cenário da infraestrutura e se constata uma quantidade considerável de itens que ficam sempre na promessa.

Que do coração da rica e diversificada cultura mineira brotem insurgências para configurar coesões políticas e de lideranças, posturas cidadãs lúcidas e clarividência cultural quanto à própria importância política, religiosa, geofísica, social e econômica para urgir, nas esferas e cenários todos, os tratamentos devidos e os procedimentos adequados.

Já é cansativa, por se tão conhecida, a ladainha que retarda a duplicação de estradas, fazendo-nos conviver com rodovias da morte, além dos outros gargalos na enfraestrutura em geral. A maior malha rodoviária do país precisa ser devidamente tratada para fazer deste chão por direito cidadão e por importância um jardim, de modo a confirmar sua vocação inscrita na beleza das montanhas e na diversidade de canteiros culturais. São inúmeras as nossas necessidades, como os investimentos em estradas, habitação, saúde, segurança e educação. Essa omissão fere de maneira inaceitável a dignidade de um povo.

Não se pode deixar, e claro, de constatar, com alegria, progressos, conquistas e avanços em diferentes setores, que venceram os atrasos do passado. Contudo, ainda não são suficientes. As chuvas mostram isso expõem, de maneira preocupante, fragilidades e demandas que não devem ser retardadas no seu atendimento. Esta é um hora propícia. Os ventos de uma economia bem classificada sopram, mesmo no contexto da crise mundial. A resposta deve remeter a cidadania ao empenho em resgatar valores, feitos e referências às pessoas da história. Assim, o exercício político, a consciência cidadã e a clareza a respeito do valor da própria história possam libertar as amarras que aprisionam e comprometem a estima, a importância e a grandeza desta terra.

Para acolher os desabrigados e os muitos em situação de carência, urge a prática efetiva da solidariedade e partilha. É preciso também desabrigar comodismos, avançar na superação de práticas que atrasam processos e geram retardamentos ante os desafios da rapidez e da pluralidade que caracterizam este terceiro milênio. Que as demandas desses cenários mexam com os brios cidadãos de todos como convocação à solidariedade. Que essa atitude suscite posturas políticas sempre mais contundentes, lideranças coesas em torno das causas comuns para o bem de todos, e seja inflamado o tesouro da fé.

Todos nós somos chamados à solidariedade para mudar esses cenários de sofrimentos. Que esse gesto fecunde os empenhos políticos e cidadãos e não se perca a oportunidade de avançar com mais rapidez nas respostas. Cresça o empenho e ecoe forte o convite a solidariedade para marcar com grandes diferenças a segunda década do terceiro milênio.”

Eis, portanto, mais páginas contendo GRAVES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, GERENCIAIS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS, indispensáveis à inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Desse modo, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL até a PÓS-GRADUAÇÃO, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, um câncer se espalhando por TODAS as esferas da vida NACIONAL, impondo à sociedade INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente ocasionando perdas e danos INESTIMÁVEIS;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de
R$ 1 TRILHÃO, e a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Assim, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MIN A nossa ECONOMIA e nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A CIDADANIA, A ESPIRITUALIDADE, A VIDA DO OUTRO E O BOM GOVERNO

“APELO À ESPIRITUALIDADE

Se todo poder deve ser exercido em benefício do povo, há que haver espiritualidade a garantir boa qualidade ao exercício do poder. De fato, a realidade – em sua complexidade – merece decisiva influência da perspectiva espiritual. A razão é simples: é sempre o sentido do ser e do agir que humaniza as relações. No âmbito de todo governo, o cultivo de valores se faz decisivo para marcar com respeito e bem-estar os diversos setores da sociedade. Razão pela qual a espiritualidade se impõe como doação ao amor.

O agente do poder político há de alimentar-se da riqueza do espírito enquanto integra interesses a valores, promovendo o bem comum acima da mesquinhez particularista. É a única maneira de garantir ao agir e à convivência uma boa qualidade. Exercício espiritualizado do poder se move pelas justas exigências do povo, pelo clamor dos mais sofridos, pelas necessidades dos cidadãos.

O político espiritualizado resiste a interesses suspeitos, à compra de votos, ao passeio oportunista por partidos e à fragmentação dos mesmos. À luz da espiritualidade, política corrupta é recorrer à desonestidade, ao favorecimento de grupos, a expedientes em favor da própria classe, a salários e privilégios exorbitantes. Pior ainda é manipular o poder como meio de compra para fins particulares em prejuízo do bem comum.

Graças à espiritualidade na política, a vida dos cidadãos se revestirá de real segurança com harmonia e criatividade. O sentimento da pertença se desenvolve, a tal ponto que a promoção do bem-estar seja garantia de realização coletiva. Política e espiritualidade se tornam autênticas à medida que solidarizam as relações pessoais. Assim, os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, sintonizados, interagem e promovem o bem comum.

EXIGÊNCIA O comportamento dos seres é marcado pelo sentido. A partir desse – em vez de serem joguetes de simples interesses, aprendem a viver na pertença ao todo e com objetivos que visem ao bem comum. Em um desenvolvimento econômico, socialmente justo, é indispensável que prevaleça a solidariedade que ponha os detentores de poder a serviço do povo.

Espiritualidade é, essencialmente, ética: isto é, projeta-nos em direção aos outros em vista de uma sociedade harmoniosa com inclusão libertadora, responsável e promocional. Isso nos afasta do egoísmo e isolamento para cuidarmos do bem-estar coletivo, única garantia da realização pessoal estável. Ao cultivar espiritualidade, o político valoriza a saúde social, o equilíbrio na convivência como riqueza maior – objetivo da vida em sociedade.

ESSÊNCIA Um exercício interesseiro de poder – autopromocional e corrupto – troca valores por interesses, o que é crime nefando. Ao contrário, a espiritualidade aproxima as pessoas da realidade, humanizando-as em relações cidadãs. Nessa perspectiva, ela se faz escola de respeito, de compromisso e libertação, de solidariedade e transformação.

AMBIENTE SOCIALMENTE JUSTO Convivência justa e fraterna se constrói graças ao cultivo de espiritualidade. Sem ela, o viver se empobrece e o conviver – sob aspectos importantes – se torna contraditório e ameaçador. Daí, é só um passo para o legalismo e a corrupção reinarem soberanos. Até mesmo a religião só faz aumentar o número de excluídos, enquanto espiritualidade faz cuidar de vida com boa qualidade para número crescente de pessoas, uma vez que corrige mesquinhez no modo de ser e de relacionar. Em um clima de comunhão e participação, ela estimula e orienta – de forma ampla, profunda e estável – uma feição humanizadora na atuação do poder.

VANTAGENS A espiritualidade, de fato, educa no esforço de testemunhar a riqueza da presença e encontro, de integração e serviço, de respeito e renovação. Promove um modo eficiente de ser e agir, humaniza o conviver e supera o superficial do consumismo, servil, egoísta, instável e discriminatório. A espiritualidade imerge na realidade para confirmar sentimentos e valores, sonhos e atitudes, fazendo-nos lidar com desafios e nos dispondo a corrigir carências para o bem-estar geral. Ela nos faz atentos a sinais do tempo, que chegam como apelos a fim de que a autoridade se torne palavra viva, inspiração para justiça em prol de todos.

RIQUEZA MAIOR Ao promover o bem público pelo exercício da política – forma sublime do amor fraterno –, a espiritualidade sustenta os que partilham alegria ou tristeza, desânimo ou esperança. Ela os faz mergulhar, conscientes e generosos, em criativa cidadania, sensibilizando-os para o bem comum. Assim, a espiritualidade cumpre sua função, enquanto faz assumir, respeitar e fecundar o humano que é impregnado pelo comunitário.

O acesso a todos os bens essenciais da vida – saneamento básico, saúde e família, educação e trabalho, lazer e velhice digna – é garantia de uma convivência harmoniosa e benéfica. Sem espiritualidade não haverá autoridades responsáveis, nem cidadãos conscientes e participativos.

A espiritualidade enriquece nossa cidadania com dimensão acolhedora, perene e global. Graças a ela, o transcendente em nos se expressa de formas variadas no respeito aos cidadãos, às riquezas do país e ao exercício da política. Sigamos esse caminho e chegaremos, em um futuro próximo, reverenciar o “Deus em todos” por um Brasil economicamente desenvolvido, socialmente justo e fraterno.”
(FREI CLÁUDIO VAN BALEN é religioso da Ordem dos Carmelitas e pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Belo Horizonte, e artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de novembro de 2011, Caderno PENSARBRASIL, páginas 10 e 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de novembro de 2011, Caderno INTERNACIONAL, página 23, de autoria de PAULO DELGADO, sociólogo, que foi deputado federal por seis mandatos, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A vida do outro

Há alguma coisa interrompida na vida das nações que somente o resíduo de bondade que a humanidade tem não dá conta de resolver.

O primeiro Fórum Científico Internacional do Centro de Estudo Souq foi dedicado ao sofrimento urbano, direito e bom governo. Nascido de iniciativas sociais na periferia de Milão, em torno do trabalho desenvolvido pela Fondazione Casa della Caritá, presidida por Don Virginio Colmegna – que acolhe e assiste pessoas marcadas pelo mal-estar e angústia típicos de quem vive excluído nas grandes cidades –, o encontro reuniu experiências de todos os continentes. Girou em torno de alguns desafios: o sofrimento urbano, direito dos imigrantes, vida nos asilos, toxicodependência e o futuro dos jovens, desemprego, preservação dos valores coletivos, possibilidades de um governo técnico, político e social das metrópoles, restituição da consciência de cada um sobre a dignidade dos outros.

A população urbana cresceu exageradamente nos últimos anos e já se aproxima, ou ultrpassa, 50% da população total dos países, onde a maioria das pessoas vive na periferia. Benedetto Saraceno, psiquiatra genovês, que foi diretor por 12 anos do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que, “de fato, a cidade por meio de sua representação pública, e seus serviços às pessoas, e suas instituições, pode conviver de um modo dramaticamente cúmplice e irresponsável com os aspectos mais atrasados do medo e do processo de expulsão dos pobres, doentes, velhos, desempregados, drogados, jovens marginalizados”. Ninguém conseguirá praticar um bom governo nas cidades se não reunir todos os protagonistas de sua agitada dinâmica: agentes públicos, sociedade civil, organizações privadas e, especialmente, os mais diretamente interessados da comunidade urbana, que são os esquecidos e marginalizados, sem cidadania ativa.

O sofrimento urbano não pode ser enfrentado de forma exclusivamente sanitária ou visto como fragilidade psicossocial de seus habitantes. É certo que a cidade produz sofrimento na forma de doença mental. Mas é errado achar que a culpa é da má performance cerebral da vítima do desamparo. Pois existem outras patologias urbanas, que vão da exclusão à estigmatização, da marginalidade à vulnerabilidade. Formas contíguas, mas diferentes. São responsabilidades diversas, transversais, que descrevem, reescrevem e inscrevem a realidade complexa na ideia e desejo de uma cidade viva, participativa e hospitaleira. O mundo talvez não se dê conta de que a maioria das cidades é cada vez mais poluída, fortificada, hospitalar e asilar. Isso sem contar a existência de verdadeiras cidades escondidas onde vivem as pessoas em pobreza extrema, abandonadas e que sofrem muito mais. As respostas repressivas aos problemas da marginalização agravam a discriminação e se tornaram parte inseparável – já insuperável em muitos países – de sua compreensão.

Os estudos sobre o fenômeno urbano demonstram que boas políticas sociais e ambientais podem aumentar a qualidade e a esperança de vida para todos. Permanece, no entanto, a impiedade da regra urbanística: a esperança de vida em um bairro rico de Liverpool é a mesma do bairro rico de Nairóbi. Mas, se a comparação for entre os bairros pobres das duas cidades, os quenianos são, evidentemente, mais pobres. O que reforça a necessidade de sempre associar democracia com justiça e oportunidade de mobilidade social, em qualquer parte do mundo.

Apesar dos muitos problemas, o certo é que em todas as cidades onde a população é convocada para ações públicas e boas práticas de intercâmbio social tem sido possível superar a frustração. Desde que com base em propostas com desempenho conhecido, exemplos e evidências claras e não produtos prontos e impostos. É necessário também que esteja no horizonte a certeza da continuidade dos serviços e das ações. Assim é possível vislumbrar a criação de instituições que preservem a convivência e um certo modo de relação e valorização da identidade. E que sejam capazes de compreender o comportamento considerado desviante. Entender a força da diferença que distingue todos os seres humanos ajuda mais do que ocupar-se com as fraquezas que possam conter cada um.

Todas as experiências apresentadas pelos 32 relatores – especialistas e operadores sociais dos cinco continentes – nos três dias da conferência promovida pelo Souq em Milão estão centradas em dois princípios universais mas que andam meio esquecidos: todos têm o direito de não sofrer; todos têm o direito de experimentar a paz em suas vidas.

Muitos desafios enfrentam as cidades e já é hora de repensar o modo de governá-las e habitá-las. Onde não seja tolerado o direito débil, a cidadania frágil ou negada, a solidão induzida pelas políticas habitacionais e urbanísticas insanas, a mercantilização de cada ato sem sentido da vida diária. Um estatuto antropológico das cidades pode diminuir o custo carregado da solidão urbana, em que cada um permanece longe e indiferente à vida do outro.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, PEDAGÓGICAS, CONTUNDENTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS e RADICAIS transformações no PENSAR, PERCEBER, SENTIR e AGIR de TODOS os nossos PROTAGONISTAS: “agentes públicos, sociedade civil, organizações privadas e, especialmente, os mais diretamente interessados da comunidade urbana, que são os esquecidos e marginalizados, sem cidadania ativa.”...

E, nesta hora, mais do que nunca, nos cabe o EMPENHO MONACAL na PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, dilapidando nossos PATRIMÔNIOS e nossa CONFIANÇA:
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, já consumindo anualmente o montante ASTRONÔMICO de R$ 200 BILHÕES, o que CLAMA por uma TRANSPARENTE e AUSTERA e ampla AUDITORIA..

Assim, pois, é INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de TANTA e contínua SANGRIA...

Mas NADA, NADA mesmo, ABATE o nosso ÂNIMO nem ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DEMOCRÁTICA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA das CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...