segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, AS DINÂMICAS DA CULTURA E AS RAZÕES DA ESPERANÇA

“Os políticos e a morte da esperança

Sempre  tive muita fé em meu país. Por isso, revoltava-me ouvir em voz de desprezo ou deboche frases do tipo: “Este país é uma porcaria”. “O que se pode esperar desta nação tupiniquim?” Irritava-me profundamente a falta de confiança no nosso futuro. Não entendia como a maioria das pessoas podia ignorar os inúmeros fatores que apontavam para o grande potencial desta nação.

Perguntava-me: como negar a capacidade de desenvolvimento de um país de dimensões continentais e de riquezas naturais tão expressivas? Como fechar os olhos para a garra e a força desta gente que se sobressai até nos lugares mais inóspitos? Por essa razão, não importava para qual ponto do mapa olhasse, sempre via o potencial de desenvolvimento do Brasil. Acreditava que tudo era uma questão de tempo. Que mais dia, menos dia, íamos chegar lá e surpreender os incrédulos.

Por isso, vibrei acompanhando o boom de crescimento econômico do nosso país nas últimas décadas. Empolguei-me com o crescimento da classe C, com a redução da miséria, com o fim da inflação galopante e com todo e qualquer sinal que desse suporte à minha teoria de Brasil potência.

Durante dois anos vivi fora do país e pude constatar a mudança no modo como as outras nações nos olhavam. Passamos de coadjuvantes a protagonistas em áreas antes inimagináveis. Tornamo-nos a sexta economia do mundo e, com isso, não podemos mais ser ignorados. De país subdesenvolvido, carente de ajuda internacional, passamos a importantes parceiros comerciais. Doa a quem doer nos agigantamos no cenário mundial.

Quando fomos eleitos país sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, não fiquei surpresa, mas orgulhosa. O mundo começava a depositar  no Brasil a confiança que eu já tinha. Eu via nos megaeventos esportivos muito mais que isso, enxergava a oportunidade de os governantes colocarem ordem na casa e melhorarem a vida de quem vive aqui. Era a chance de ampliar o nosso sistema de transportes, repensar o planejamento urbano, cuidar melhor da questão da limpeza pública e uma oportunidade de qualificar pessoas.

Tinha certeza de que, se houvesse vontade política, essa seria uma boa oportunidade de desenvolvimento para o Brasil. Bons exemplos, como os de Londres e Barcelona, mostram o que é possível fazer quando se tem em mente o progresso e o desenvolvimento a serviço do bem comum. Porém, faltando apenas dois anos para a Copa do Mundo, sinto-me decepcionada. Não com o Brasil, mas com aqueles que (des) governam esta nação. São eles que matam em mim a esperança cultivada com tanta devoção.

Aqueles que deveriam transformar a minha fé em ação, colocando nossos recursos financeiros a serviço do desenvolvimento humano, simplesmente nos roubam. Os recursos que deveriam ser usados a serviço do bem comum são subtraídos impunemente, por meio de superfaturamento de obras, propinas, licitações fraudulentas e outras falcatruas. São essas pessoas, destituídas de qualquer sombra de caráter e comprometimento com o conceito de bem comum, que dizimam em nossos jovens qualquer interesse pela vida política.

E essa desilusão nos leva de volta ao início deste texto, em que toda uma geração manifesta, por meio de expressões pejorativas, o seu descontentamento e descrédito com este país. Assim, sem perceber, repassamos às gerações futuras a nossa eterna síndrome de cachorro vira-lata, nos mantendo conformados com aquilo que passou a ser entendido como o estado natural das coisas. De repente viramos sinônimo de corrupção, atraso, desordem e conformismo. Agora me pergunto: até quando os maus políticos conduzirão ao túmulo a nossa esperança e autoestima? Até quando suas atitudes falarão por nós?”.
(JOICE MENDES, Jornalista, assessora de comunicação do Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“As dinâmicas da cultura

A estrutura da cultura no âmbito da sociedade é um tecido sustentador e definidor de práticas, dinâmicas, funcionamentos, escolhas pessoais e coletivas. É o conjunto de tudo o que configura a vida de um povo, com força para definir modos, escolhas, estilo de vida, e, particularmente, a mentalidade que emoldura o jeito de ser.

Assim, quando se pensa o futuro de uma sociedade não se pode negligenciar um bom entendimento sobre a cultura. Essa compreensão propiciará a necessária manutenção de valores e indicará, por sua vez, a oportunidade de correções em dinâmicas e funcionamentos. Permite, dessa forma, a superação de conservações obsoletas. Mas, também, garante o cuidado para não se assumir o que, por onda ou moda, pode ser fator de deterioração de elementos indispensáveis para a unidade do sistema. O desafio de zelar e ajustar a própria cultura é tarefa de todos, missão de cidadania e, particularmente, de instituições como a família, os governos, a Igreja e outros centros educativos.

Voltando, então, ao conceito de cultura, para acentuar sua importância como capítulo central na vida cidadã, vale ter presente, numa compreensão mais ampla, que a cultura representa o modo particular como o homem cultiva sua relação com a natureza, com seu semelhante, consigo mesmo e com Deus. É ela quem determina, pois, a humanização ou a desumanização da existência.

Por isso mesmo, é preciso considerar a cultura como uma preciosidade. Um patrimônio de todos, em cada contexto específico, que define o modo de ser de um povo, com seus desafios, pobrezas e demandas a serem adequadamente respondidas. Mas não se trata apenas de defender qualquer cultura, algo possível na atualidade, quando se pensa a força e a rapidez envolvente do mundo cibernético. A força da internet, com outras forças, frequentemente atua como um “tsunami” na vida social, provocando derrocadas de valores e perda das práticas agregadoras.

A recuperação dessas perdas não é tão simples. Demanda um longo processo até configurar, de novo, ou pela primeira vez, uma cultura da vida e da paz no sistema da sociedade. É preciso refletir, permanentemente, a cultura no contexto em que estamos inseridos, atuamos e temos responsabilidades. Assim, será possível constatar que há muito a ser corrigido e substituído, mas que também é importante a conservação, cultivo e crescimento do que é valor no tecido social.

Na lista interminável de raciocínios e reflexões a serem arquitetadas, é interessante pensar que a economia brasileira, atualmente em posição de destaque no ranking mundial, precisa garantir o desenvolvimento que deve ser almejado no horizonte cidadão. O dinheiro disponível mexe com os interesses políticos, a ganância envenena corações, a burocratização por incompetência, as morosidades inexplicáveis e a falta de sentido corporativo, que macula e esvazia a verdadeira cidadania.

Sabe-se, em tantos casos, da existência de verba para urgentíssimas obras de infraestrutura. No entanto, muitos parecem dormir sobre as urgências. Acostuma-se com o menos e, assim, não se busca a indispensável rapidez nas ações e não se exercita a inteligência.

Há muito no cotidiano de todos que precisa ser refletido. Nesse caminho, o importante é avaliar o que deve ser conservado e o que, urgentemente, em hábitos e práticas, deve ser substituído. Para citar um exemplo recente de mudança cultural em processo, o uso da violência, até pouco tempo, era aceito como recurso para fazer uma criança aprender o bem. Hoje, a própria legislação coíbe a educação baseada nas palmadas, enquadrando-a como violência familiar e, assim, estimula a revisão de hábitos culturais. Essa mudança é impulsionada por muitas forças, como o desenvolvimento científico. Pesquisa da neurociência mostra que cada idade tem o estímulo certo, indicando que até os oito anos cabem somente elogios, jamais pancadas. Apenas depois dos 12 anos é que vem a sensibilidade a críticas e aprendizagem com erros.

Ao refletir sobre o lugar da fé cristã católica enraizada em nosso substrato cultural somos alertados a cuidar desse grande bem. A fé cristã católica tem a força de definir o jeito de ser, englobando práticas religiosas, o lugar primeiro de Deus em tudo, as devoções, a marca da solidariedade e outros valores. A fé é nosso mais precioso tesouro.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nosso PENSAR, SENTIR e AGIR, buscando substituições, conservações e novas concreticidades em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS, de maneira a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:
a)     a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b)    o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de modo a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, igualmente ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos;
c)     a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem                      R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, a exigir também IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA e DESENVOLVIDA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

  

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA E A PLANÍCIE QUE OLHA O PLANALTO EM BUSCA DE REFORMAS

“A planície olha o planalto

Não sou daqueles que acham que o mundo piorou. Nem sou com o Plangloss, de Voltaire, que dizia que estamos no melhor dos mundos e tudo vai pelo melhor. Dona Clemência, que nasceu e viveu muito tempo na roça, ficou viúva cedo e sobreviveu graças as trabalho braçal, testemunha os avanços da humanidade que tornaram mais fácil o cotidiano das pessoas. Outro dia mesmo ela recebeu um marca-passo, que lhe devolveu disposição para continuar distribuindo alegria.

Não penso que muita informação signifique conhecimento. Assim, na medida do possível, vou filtrando o excesso de fatos, notícias e opiniões que os meios novos e antigos de comunicação nos oferecem. Aqui do meu canto discreto, cercado de livros, discos e pessoas que valem a pena, nessa passagem de janeiro para fevereiro, assim ao rodízio de chuvas pesadas e céu azul, medito sobre o nosso país e seu destino.

As oportunidades construídas em quase 20 anos com o esforço coletivo apontam para um horizonte mais rico, solidário e justo. Aproveitaremos isso ou, mais uma vez, a vitória nos escorrerá pelos dedos igual água? Sou otimista, mas faço algumas reflexões sobre o que pode nos esperar. Diante da complexidade dos obstáculos que precisamos superar, só a esperança não basta. Qualquer brasileiro de cultura média sabe que o maior entrave para o nosso sucesso é a educação. Os analfabetos e os semi são um peso que não dá para carregar. Incluídos no conhecimento, com sua força o país seria mais leve de levar. Além da educação, tem a saúde e o saneamento, essenciais para que o nosso lugar de morar caminhe. Estou falando o óbvio quando acrescento a moradia e a segurança. Os governos têm dinheiro e competência para realizar essas tarefas? Aqui da planície, olhando bem, respondo que dinheiro tem e competência muito pouca. Coitada da Dilma. O empresário Gerdau lhe dá conselhos para tornar o governo eficiente, mas ela não consegue reduzir os ministérios. Tenta reformar a gestão com executivos que estão abaixo, politicamente, dos ministros. Pode dar certo? Não sei. Tomara, pois o que está em jogo é a vida dos milhões de brasileiros.

Há um fato, além dos partidos e ideologias: o Estado é incapaz de fazer o que o povo necessita. Estradas, portos, toda a estrutura complexa e cara, hoje inexistente ou ineficiente, deveria ser regulada e fiscalizada pelo poder público, mas transferida à iniciativa privada. Sem roubo ou desvios, vigiada com olhos atentos e honestos de bons governantes. Aí o dinheiro público sobraria para que se fizesse o que deve ser feito.

Essa ideia circula no meio do povo. Um taxista, outro dia, lembrando-se de serviços públicos que emperravam a vida de todos e hoje, em mãos privadas, trouxeram grandes facilidades, sugeriu que se privatizasse o Estado. Não concordo, pois o espaço do poder público é importantíssimo. Mas anotei.”
(FERNANDO BRANT, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de fevereiro de 2012, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SACHA CALMON, Presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF), parecerista, ex-professor titular de direito tributário das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), e quem merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Reformas de base

Desde o governo de Jango fala-se em reformas de base. Naquela época, estiveram na moda a reforma agrária, a bancária, a tributária, a administrativa e a política. A deposição do presidente foi questão de tempo, fazendo brotar o regime autoritário da ditadura. Com a redemocratização do continente, ao tempo do presidente Carter, ruíram as ditaduras e a tese passou a ser a do consenso de Washington. Em meio a isto tudo, veio a lume a constituição cidadã de 1988, humanista, democrática, principiológica, defensora do Estado democrático de direito, garantidora dos direitos individuais e fundamentais. Foi o bastante para que se desencadeassem novamente as fúrias reformistas.

Os governos democráticos que se lhe seguira em vez de realizarem a Constituição, puseram-se a destruí-la. E as reformas que inventaram foram e são contra o povo. A reforma bancária, para reduzir os spreads escandalosos, dela nem se fala. A reforma agrária é conversa mole, pois o país urbanizou-se. Precisamos é planejar as metrópoles, como a China faz. Reforma administrativa não há, mas o gigantismo do Estado, incapaz de fazer o mínimo que dele se exige, em qualquer setor que se pense. A reforma tributária, em vez de racional e promotora do desenvolvimento, tornou-se arrocho fiscal ao nível de 37% do PIB, para gerar superávits fiscais, com que pagar a dívida às praças da agiotagem bancária nacional e internacional às expensas do Tesouro Nacional. Ano passado pagamos R$ 230 bilhões aos rentistas. Os investimentos em infraestrutura não chegaram a 10% da cifra acima. Que beleza!

A primeira reforma, a trabalhista, nem sequer foi posta em pauta. Contratar e dispensar no Brasil é um tormento. O pior é que o dinheiro que o trabalhador põe no bolso é pouco. O resultado é a falência da Previdência. Botaram o custo em cima da economia formal, dos funcionários e pensionistas, que tiveram suas pensões e aposentadorias reduzidas e ainda levaram o troco de uma tributação injusta e absurda. Aqui, tributaram os velhinhos e as velhinhas, sem dó nem piedade, e foi o governo do PT, o governo dos trabalhadores.

A reforma primeira que nós merecíamos seria a política, mas não pensem em nada sério, em renovado pacto federativo, em ética na política ou fidelidade partidária. No Brasil não existem partidos e sim facções. A reforma política começaria por tornar gratuita a vereança. Ser vereador é profissão. Em torno do vereador giram os cabos eleitorais, que empulham a população nos bairros e vilas das grandes e pequenas cidades. Os vereadores elegem os prefeitos e os prefeitos os deputados e governadores, e todos juntos elegem o presidente, com partidinhos de mentira e jogadas de mídia.

Houve um tempo em que os vereadores eram os homens bons das vilas e cidades do Brasil. Era uma função patriótica, o amor à polis, à moda grega. Polis é raiz de política e de polícia. Em latim temos civitas, a cidade, a civilidade, a civilização. O que se fez foi muito pouco, ou seja, diminuir o número de vereadores. Se a vereança fosse gratuita, começaríamos a destruir, a um só tempo, o populismo, o profissionalismo político, a influência do poder econômico e a mentira dos partidos políticos, que são muitos, mas são um só, a gravitar em torno do poder político maior, a Presidência da República. No Brasil, o presidente é o ápice da política, que começa nos bairros e nas vilas incivilizadas da nação. Os meus concidadãos que gratuitamente querem contribuir para o bem geral da nação não possuem as mínimas condições para se elegerem vereadores, deputados estaduais, federais ou senadores. Nós não temos péssimos políticos, nós somos péssimos eleitores.

A partir de Itamar até Dilma, fatores benfazejos da conjuntura internacional e do Plano Real levaram o país à frente. Poderia ser três vezes maior se as reformas tivessem ocorrido. Mas a nação crê na sua grandeza. Entre as 20 mais desenvolvidas – e somos a sexta – ficamos como a segunda mais desigual. Em termos de crescimento era sermos a quarta maior economia à frente da Alemanha. É sonho de verão. Vejam as previsões da ONU de crescimento na América Latina para 2012: Argentina: 7,2%; Peru: 5,2%; Colômbia: 4%; Bolívia: 3,8%; Equador: 3,6%; Uruguai: 3,4%; Chile: 3,4%; Paraguai: 3,4%; Brasil: 2,7%; México: 2,5%; Venezuela: 2%. A China cresceu 9,2% em 2011 e crescerá ao menos 8,5% em 2012. Nosso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o 72º entre as Nações.

Não temos planejamento estratégico, queira ou não o senhor Maílson da Nóbrega, mas de governo. Governo de elites, desde a financeira até a sindical. E sem oposição consistente. E la nave vá! ao sabor das boas marés que chegam às nossas costas. Ao menos isso. Aqui em se plantando dá! Como no BBB, a pândega tropical. No ápice, Dilma cercada faz o que pode. Se profissionalizar a gestão pública, merecerá ode e retrato de estadista.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, GRAVES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Isto posto, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS, ao lado de imprescindíveis reformas, como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a se manter em patamares CIVILIZADOS; II - a CORRUPÇÃO, um câncer se espalhando por TODAS as esferas da vida NACIONAL, e gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, da mesma maneira ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Assim, portanto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES...

Lado outro, a extrema necessidade de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a MOBILIDADE URBANA (trânsito, transportes, acessibilidade); a EDUCAÇÃO; a SAÚDE; o SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM pluvial, logística reversa); ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; SEGURANÇA PÚBLICA; FORÇAS ARMADAS; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; ENERGIA; MORADIA; CIÊNCIA e TECNOLOGIA; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; PLANEJAMENTO (estratégico, tático e operacional); LOGÍSTICA; COMUNICAÇÕES; INOVAÇÃO; QUALIDADE (economicidade, produtividade, competitividade); AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; CULTURA, ESPORTE e LAZER; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; MEIO AMBIENTE, entre outros...

São, e sabemos bem, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, OS VALORES SAGRADOS E O NOVO VALOR PARA O CAPITAL (32/28)

(Fevereiro = Mês 32; Faltam 28 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“É preciso reinventar um outro valor para o capital/dinheiro

Atualmente, grande parte da economia é regida pelo capital financeiro – aqueles papéis e derivativos que circulam no mercado de capitais e que são negociados nas bolsas. Trata-se de um capital virtual que não está no processo produtivo. Aí reina a especulação, dinheiro fazendo dinheiro, sem passar pela produção. Há um perverso descompasso entre o capital real e o financeiro. Calcula-se que o capital financeiro some cerca de US$ 600 trilhões, enquanto o capital produtivo alcança cerca de US$ 63 trilhões. Logicamente, chega o momento em que, invertendo a frase de Marx do “Manifesto”, “tudo o que não é sólido se desmancha no ar”.

Foi o que ocorreu em 2007/2008 com o estouro da bolha financeira nos Estados Unidos. Existia um volume tal de dívidas que nenhum capital real podia saldar. Havia o risco de quebra de todo o sistema econômico real. Se não tivesse havido o socorro aos bancos, feito pelos Estados, injetando capital real dos contribuintes, assistiríamos a uma derrocada generalizada.

Essa crise não será superada enquanto prevalecer o dogma econômico, crido religiosamente pela maioria dos economistas e pelo sistema como um todo, segundo o qual as crises econômicas se resolvem por mecanismos econômicos. A heresia dessa crença reside na visão reducionista de que a economia é tudo, pode tudo e que dela depende o bem-estar de um país e de um povo. Ocorre que os valores que sustentam uma vida humana com sentido não passam pela economia. Ela garante apenas sua infraestrutura. Os valores resultam de outras fontes e dimensões. Se assim não fosse, a felicidade e o amor estariam à venda nos bancos.

Este é o transfundo do livro “Reinventando o Capital/Dinheiro”, de Rose Marie Muraro. Rose é uma escritora com mais de 35 livros publicados e uma editora com 1.600 títulos lançados. Trabalhamos juntos, por mais de 20 anos, na Editora Vozes. Dois temas ocupam sempre sua agenda: a questão feminina e a cultura tecnológica. Foi ela quem inaugurou o discurso feminino no Brasil, com o livro “A Sexualidade da Mulher Brasileira”, e denunciou o poder destruidor da tecnociência em “Querendo ser Deus? Os Avanços Tecnológicos e o Futuro da Humanidade”.

No livro presente, ela faz um histórico do dinheiro desde a Antiguidade, seguindo o esquema ganha/ganha, ganha/perde e perde/perde. Na pré-história, predominava o ganha/ganha. Vigorava o escambo, a troca de produtos. Reinava grande solidariedade entre todos. No período agrário, entrou o dinheiro. Os donos de terras produziam mais e vendiam o excedente. O dinheiro ganho era emprestado a juros. Com os juros, entre o ganha/perde. No período industrial, o capital assumiu a hegemonia e estabeleceu os preços e nos níveis de juros compostos. Como o capital está em poucas mãos, cresceu o perde/ganha. Para que alguns ganhem, muitos devem perder. Com a globalização, o capital ocupou todos os espaços. No afã de acumular, está devastando a natureza. Vigora o perde/perde, pois tanto o dono do capital como a natureza são prejudicados. No período da informação, criou-se a chance de um ganha/ganha, pois a natureza da informação, especialmente da internet, é possibilitar que todos se relacionem com todos.

Mas, devido ao controle do capital, o ganha/ganha não consegue se impor. Mas sua força interna irá inaugurar uma nova era, quem sabe, até com uma moeda universal, cujo valor não incluirá apenas a economia, mas a educação, a igualdade social e de gênero e o respeito à natureza e outros. Rose aposta nessa lógica do ganha/ganha, a única que poderá salvar a natureza e nossa civilização.”
(LEONARDO BOFF, Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de janeiro de 2012, Caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de janeiro de 2012, Caderno CIÊNCIA, página 24, de autoria de PALOMA OLIVETO, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A MENTE MORAL

Pesquisadores americanos identificam processo cerebral ligado a valores fundamentais para as pessoas. Estudo pode orientar políticas públicas que buscam ordenar a vida em sociedade

“No questionário, você afirmou que não acreditava em Deus. Escolha um valor, entre US$ 1 e US$ 100, para dizer que acredita. Se não quiser mudar de opinião, passe para a próxima.” O cenário era uma sala onde só estavam o voluntário e um computador. Ninguém, além dos pesquisadores, ficaria sabendo da escolha. Ao fim da sessão, o participante poderia sair com até US$ 3,1 mil no bolso, só para voltar atrás em suas sentenças, diante de uma máquina. Nem todos se venderam.

O que está por trás da moral, do sistema de valores sagrados para os indivíduos, que não ousam renegá-los nem durante uma brincadeira de laboratório? Foi o que queriam saber pesquisadores da Universidade de Emory, nos Estados Unidos. Eles descobriram que a integridade é tão importante que chega a ter uma área do cérebro na qual se manifesta. Não é só uma questão subjetiva, mas fisiológica. O resultado do estudo foi publicado na edição mais recente da revista especializada Philosophical Transactions of the Royal Society.

A equipe do neuroeconomista Gregory Berns, principal autor da pesquisa, recrutou 43 participantes de ambos os sexos e idade média de 29,2 anos. A maioria, 33,8% , tem diploma de bacharel, seguida por aqueles que cursaram alguns anos de faculdade (24,6%). O experimento foi dividido em quatro partes, sendo as três primeiras monitoradas por ressonância magnética funcional, exame de imagem que permite observar a atividade do cérebro diante de alguma situação.

Na primeira fase, os participantes eram apresentados a 124 sentenças positivas e negativas que tratam de valores, sem que eles precisassem fazer nada. “Simplesmente, apareciam na tela frases como ‘você toma Coca-Cola’, ‘você gosta de cachorros’ ou ‘você não quer matar uma pessoa inocente’”, descreve Berns. Depois, os voluntários tinham de escolher entre duas opções, como “você acredita em Deus” ou “você não acredita em Deus”. Em seguida, a tentação: “Há alguma quantia em dólar que o faça mudar de ideia para o resto da vida?”, questionava a máquina. Bastava escolher sim ou não e apontar um valor entre US$ 1 e US$ 100. Em até seus meses depois, os mesmos voluntários responderam questionários que perguntavam sobre sistemas de valores. Eles tinham de dizer sim ou não, e o objetivo foi comparar as respostas às oferecidas no primeiro teste.

A principal parte da pesquisa, porém, foi a terceira, na qual o cérebro dos participantes foi monitorado enquanto eles repetiam as atividades realizadas na primeira fase. Os pesquisadores puderam, então, avaliar as respostas cerebrais, enquanto checavam quais os valores realmente importantes para cada voluntário. “Se a pessoa concordava em mudar de ideia em uma fase que dizia ‘você gosta de tomar chá’, consideramos que o ato tomar ou não tomar chá não era uma coisa muito importante para ela. Quando, porém, deixava de ganhar porque se recusava, por exemplo, a negar que era favorável ao casamento gay, pudemos perceber que, para ela, esse é um valor moral, que não se vende”, explica Berns.

As imagens cerebrais confirmaram que, para alguns indivíduos, certos valores são sagrados. Os cientistas verificaram que, quando avaliavam a possibilidade de renegar uma determinada sentença importante para eles, os voluntários ativavam o córtex pré-frontal ventrolateral, um sistema de neurônios associado aos conceitos de certo e errado. Mesmo sabendo que poderiam ganhar dinheiro caso fingissem concordar ou discordar de algum valor sagrado, o sistema de recompensas do cerebro nem sequer se alterava.

NORMAS “Entender como os valores sagrados são representados e processados na mente humana tem muitas implicações para os construtores de políticas públicas”, defende Jeremy Ginges, pesquisador do Departamento de Psicologia da Nova Escola para Pesquisa Social, de Nova York, que contribuiu para o estudo. “Quando dizemos valores sagrados, estamos nos referindo tanto a crenças religiosas quanto a normas morais e construção de identidades. Esses valores motivam muitas decisões importantes ao longo da vida, tanto da perspectiva individual quanto social”, afirma.

Como exemplo, Ginges cita vender comida normal como se fosse alimento kosher, o único permitido para os judeus; investir em fundos de responsabilidade social; ou decidir com quem se casar. “Basicamente, tudo em nossa vida está relacionado a nossos valores”, acrescenta. “Desacordos a respeito de valores sagrados também podem contribuir para muitos conflitos políticos e militares, além de estarem por trás de atos políticos violentos.”

No artigo, os autores afirmam que a maior parte das políticas públicas é baseada em incentivos, como ganhar descontos nos impostos ao exigir nota fiscal, ou dissuassões, como pagar multa se ultrapassar o sinal vermelho. “Nossas descobertas indicam que não é razoável pensar que uma política baseada em análises de custos e benefícios poderá influenciar o comportamento pessoal quando se trata de valores sagrados”, afirmam. Eles se referem, por exemplo, a uma hipotética lei que recompensasse financeiramente os cidadãos que jogassem pedras em cachorros vira-latas para evitar que eles sujem as ruas. “Os valores pessoais sagrados são processados no cérebro de uma forma completamente diferente da relacionada ao sistema de incentivo”, destacam.

Outra dica dos pesquisadores a formuladores de políticas públicas é que grupos organizados costumam respeitar mais os valores, pois têm regras e normas sociais que ajudam a mantê-los. Dessa forma, podem ser um foco importante para negociações. “Os participantes da pesquisa que eram afiliados a organizações, como igrejas, times, times, grupos musicais e clubes, mostraram uma atividade cerebral mais forte nas regiões correlatas aos valores sagrados”, disseram os pesquisadores.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

RIMMA TEPER PESQUISADORA

O papel das emoções

“São as emoções que levam as pessoas a fazer a coisa certa ou errada. Medo, culpa e amor desempenham um papel central central no pensamento e no comportamento, incluindo o comportamento moral. Quando pedimos para um indivíduo imaginar como se comportaria diante de uma situação na qual teria de pessar por cima de seus valores, ele não dá conta da intensidade de emoções que sentiria, caso essa situação ocorresse de verdade. Fizemos um estudo, publicado no Psychological Science, que mostrava isso. Estudantes diziam que mentiriam por dinheiro, se isso fosse necessário. Mas, quando oferecíamos dinheiro para que mentissem, notamos, por meio de eletrodos que mediram a força de suas contrações e batimentos cardíacos e o nível de suor em suas mãos, que eles responderam fortemente do ponto de vista emocional ao dilema moral apresentado.”.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Destarte, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS tais como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos maiores inimigos: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de maneira a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, um câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos e, certamente, irreparáveis;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e insuportável desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e CONFIANÇA nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES E POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, AS DROGAS E A FAMÍLIA

“Tráfico e classe média

Engana-se quem pensa que tráfico de drogas é exclusividade dos morros e das favelas. Operações policiais, com frequência preocupante, prendem jovens de classe média vendendo ecstasy, LSD, cocaína e maconha. Segundo a polícia, eles fazem a ligação entre traficantes e os vendedores de drogas no ambiente universitário. Crise da família, aposta na impunidade, ganho fácil e consumo garantido explicam o novo mapa do tráfico de entorpecentes. O tráfico oferece a perspectiva do ganho fácil e do consumo assegurado. E a sensação de impunidade – rico não vai para a cadeia – completa o silogismo da juventude delinquente.

Não é de hoje que jovens da classe média e média alta têm freqüentado o noticiário policial. Crimes, vandalismo, espancamento de prostitutas, incineração de mendigos, consumo e tráfico de drogas despertam indignação e perplexidade. O novo mapa do crime transita nos bares badalados, vive nos condomínios fechados, estudo em colégios e universidade da moda e desfibra o caráter no pântano de um consumismo sem fim.

A delinquência bem-nascida mobiliza policiais, psicólogos, pais e inúmeros especialistas. O fenômeno, aparentemente surpreendente, é o reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da delinquência é o resultado acabado da crise da família e da educação permissiva.

Os pais da geração transgressora, em geral, têm grande parte da culpa. Choram os desvios que cresceram no terreno fertilizado pela omissão. É comum que as pessoas se sintam atônitas quando descobrem que um filho consome drogas. Que dirá então quando vende. O que não se diz, no entanto, é que muitos lares se transformaram em pensões anônimas e vazias. Há, talvez, encontros casuais, mas não há família. O delito não é apenas o reflexo da falência da autoridade familiar. É, frequentemente, um grito de revolta. Os adolescentes, disse alguém, necessitam de pais morais, e não de pais materiais.

Alguns pais não suportam ser incomodados pelas necessidades dos filhos. Educar dá trabalho. E nem todos estão dispostos a assumir as consequências da paternidade. Tentam, então, suprir o vazio afetivo com carros, mesadas e presentes. Erro mortal. A demissão do exercício da paternidade sempre acaba apresentando sua fatura. A omissão da família está se traduzindo no assustador aumento da delinquência infantojuvenil e no comprometimento, talvez irreversível, de parcelas significativas da nova geração.

Não é difícil imaginar em que ambiente afetivo terão crescido os integrantes do tráfico bem-nascido. Artigos, crônicas e debates tentam explicar o fenômeno. Fala-se de tudo. Menos do óbvio: a brutal crise que maltrata a família. É preciso ter a coragem de fazer o diagnóstico. Caso contrário, assistiremos a uma espiral de violência. É só uma questão de tempo.

Psiquiatras, inúmeros, tentam encontrar explicações para os desvios comportamentais nos meandros das patologias. Podem ter razão. Mas nem sempre. Independentemente de eventuais problemas psíquicos, a grande doença dos nossos dias tem um nome menos técnico, mas mais cruel: desumanização das relações familiares. A delinquência, último estágio da fratura social, é, frequentemente, o epílogo da falência da família.

Teorias politicamente corretas no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram a opção preferencial pela permissividade, também estão apresentando um perverso resultado. Uma legião de desajustados e de delinqüentes, crescida à sombra do dogma da tolerância, está mostrando suas garras. Gastou-se muito tempo no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. O saldo é toda uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de infratores e criminosos. A formação do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. É pena que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio: é preciso saber dizer não! A recuperação da família, a educação da vontade e o combate à impunidade compõem a melhor receita para uma democracia civilizada.”
(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A aventura de educar

Os desafios e as demandas estampados no horizonte de nossa sociedade, com tarefas de reconstrução e urgências de recomeçar, remetem-nos imediatamente à necessidade da educação. As lições que precisam ser aprendidas, a partir das catástrofes, das perdas e do consequente sofrimento revelam a prioridade do ensino.

As comparações a respeito dos processos educativos brasileiros em relação a outras nações, a partir da análise de estatísticas, práticas e procedimentos, nos convencem de que a educação entre nós ainda é um desafio crônico. É importante refletir mais e melhor sobre os processos. Também, abrir-se a inventividades que projetem crescimentos e conquistas, caminho para qualificar a educação e, consequentemente, alavancar o crescimento cultural e socioeconômico de toda sociedade.

Além de infraestrutura, investimentos e outros elementos necessários para qualificar o ensino, a questão que ainda permanece é o desafio de uma mudança profunda de posturas. É necessário avançar na compreensão e adequação tecnológica para que a educação se transforme na garantia do desenvolvimento integral. O conjunto de exigências para qualificar o aprendizado na sociedade faz dessa tarefa, conforme explica o para Bento XVI, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, uma aventura. O papa considera essa aventura difícil, mas fascinante.

Prensando nos jovens, Bento XVI fez uma reflexão sobre o ponto de partida fundamental na compreensão do que é educar. A etimologia latina educere significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo à plenitude que faz crescer uma pessoa. Não se trataria, portanto, apenas de uma apropriação de conteúdos e técnicas. É um processo que alavanca e sustenta uma cultura da vida, da justiça e da paz. Por isso mesmo, o processo educativo, acentua o papa, é o encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Da parte do discípulo é exigida uma abertura para deixar-se guiar no conhecimento da realidade. Da parte do educador, uma disposição para dar-se a si mesmo. Portanto, trata-se de um processo que ultrapassa uma simples oferta de informações e de regras. O educador há de ser uma testemunha autêntica, capaz de ver sempre mais longe, vivendo o caminho que propõe, garantindo um amor e uma dedicação que vão além de um simples cumprimento de dever profissional.

É claro que a escola não pode prescindir da referência à família, célula originária da sociedade, onde primeiro se aprende, e de maneira determinante, os valores humanos e cristãos, que permitem uma convivência pacífica e construtiva. Não se pode correr o risco de perder a convicção de que é na família que se aprende a solidariedade entre as gerações, o respeito às regras, o perdão e o acolhimento do outro, diz o papa Bento XVI, afirmando ainda que ela é a primeira escola onde se educa para a justiça e a paz.

A reconhecer a importância da educação, não se pode transferir toda a expectativa para a escola na sua configuração formal. Para qualificar o ensino, é preciso pensar a escola e a família. De modo especial, há de se considerar o contexto atual, caracterizado pelo desafio de assegurar aos filhos o bem precioso que é a presença dos pais. A convivência familiar é uma indispensável dinâmica educativa que permite o acervo de experiências, valores e certezas. Configura o tecido de cada pessoa, estabelecendo as bases para que o indivíduo faça a diferença na sociedade em que vive.

Assim, torna-se urgente criar iniciativas para que cada família tenha condição de assegurar um favorável ambiente educativo. As autoridades públicas têm o dever de investir na educação, considerando-a desde o lar, na relação entre pais e filhos. O papa Bento XVI, na sua mensagem sobre o Dia Mundial da Paz, também fez um apelo aos meios de comunicação, para que prestem sua contribuição educativa, focando sua força não apenas na missão de informar, mas também na tarefa de formar o espírito de seus destinatários. Educar é uma longa jornada, uma grande aventura, porque além da capacitação, alcança meta maior quando abre os caminhos para a verdade, a liberdade, a justiça e a paz. Que todos embarquem nessa grande aventura.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas POSTURAS e estruturas EDUCACIONAIS, FAMILIARES, SOCIAIS, POLÍTICAS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS, CIVILIZADAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Destart, URGE a efetiva necessidade também de PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, metrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, quais sejam: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de modo a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer se espalhando por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos, certamente irreparáveis;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ABISSAL e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Assim, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, A SABEDORIA E A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

“Deus e ecologia: dignidade de vida a ser cultivada

A onda ecológica veste-se facilmente de religiosidade. Toca-lhe fortemente a aura sagrada. Fala-se de mistério, de espírito, de totalidade, enfim, de termos que ressudam religião. Que há realmente de verdade nesse discurso? Encontra-se realmente a pessoa de Deus no cosmos ou projetam-se sobre ele aspirações sacralizantes tipicamente humanas. Não valeria aqui a acre crítica ateia de L. Feurbach de que Deus não passa de projeção do ser humano? A “morte de Deus” significaria então o encontro do ser humano com a sua verdade. Deus falseia-lhe a percepção e mascara-lhe a autoconsciência.

Vamos devagar. Existe uma sacralidade cósmica que beira o panteísmo. Tudo é Deus. Ele não passa de uma realidade humana na totalidade do criado. O conjunto do cosmo é divino, mas não Deus. Existe o adjetivo e o substantivo. O adjetivo reflete o sentimento que temos. O substantivo aponta para a realidade existente. Não afirmamos nada de Deus, mas sentimo-nos maravilhados em face do cosmos, atribuindo-lhe respeito e admiração que raia o divino.

A visão cristã caminha em outra direção. Na origem está o ato criador. Ressoam-nos as primeiras palavras da Escritura: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1). Esse princípio tem dois sentidos bem diferentes. A criação inicia o tempo. Nesse princípio, que antecede o tempo, está Deus a criá-lo juntamente com o mundo. Princípio significa ainda algo mais profundo. Denota origem, fonte primeira, sustentáculo fundamental. Não termina nunca. Não conota continuidade. Permanece continuamente princípio de existência.

Assim Deus faz saltar para dentro do tempo a energia fundamental que se cria simultaneamente com ele. Essa explode no big-bang das galáxias até hoje em expansão. Deus não abandona, porém, essa criação. Mantém-na sob a sua força criativa de modo que se a subtraísse, um instante sequer, tudo voltaria ao nada abissal.

A fé bíblica continua e a teologia reflete. Esse mundo criado e sustentado por Deus está entregue à liberdade, à autonomia, à razão humana. Também ela se sustenta em Deus que não lhe deixa de ser o primeiro e último princípio a iluminá-la de modo misterioso, embora real. E nessa conjugação de razão e fé, o ser humano caminha defrontando-se com o cosmos. A ecologia significa, então, esforço de pôr a razão a serviço da harmonia do ser humano com tudo o que o cerca e nisso realiza o projeto primeiro de Deus.

A razão se rege pela ética responsável pela sustentabilidade do criado. A fé acolhe a autocomunicação de Deus que se revela como a última fonte da beleza de toda a criação a impelir-nos a respeitá-la, amá-la e torná-la companheira de caminhada até a plenitude da vida eterna. Esse Deus pessoal, dialogante e interpelante, paradoxalmente dessacraliza e sacraliza o cosmos. Dessacraliza-o, ao colocá-lo sob nossa responsabilidade ética. Sacraliza-o, ao arrancá-lo da simples condição de mero objeto de nossa exploração, para dar-lhe dignidade de vida a ser cultivada.”
(J. B. LIBÂNIO, Teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de novembro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SACHA CALMON, Advogado, coordenador de especialização em direito tributário das faculdades Milton Campos, presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF) no Rio de Janeiro, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Sobre a sabedoria

Para Mahatma Gandhi, a quem Churchill chamava de homúnculo e ave pernalta e disforme, pois não era belo fisicamente – o que importa pouco –, ante a elevação do seu espírito o ser humano desce quando faz política sem princípios, busca o prazer sem compromisso, a riqueza sem trabalho, a sapiência sem caráter, os negócios sem moral, a ciência sem humanidade e a oração sem caridade. É de se meditar. O mesmo Churchill, tão valoroso na defesa da Inglaterra contra a sanha nazista – inobstante Hitler contar com o apoio de 70% da população alemã, austríaca e dos sudetos (parte alemã da Tchecoslováquia) –, fez o mesmo que seu antagonista odioso, ao destruir sem fins estratégicos duas belas cidades alemãs: Colônia e Dresden, vitimando civis covardemente sob toneladas de bombas.

Por falar de guerra e paz, tema de grandes escritores, Gandhi arrancou, depois da Segunda Guerra Mundial, a liberdade da Índia, submetida à arrogância e ganância do império britânico, com a doutrina da resistência pacífica, plena de atos sustentados pela força do espírito. A recente crise que assola o mundo nasceu da inobservância de dois preceitos de Gandhi: a política sem princípios e os negócios sem moral. Os governos Bush, na esteira da doutrina Reagan-Thatcher, levou até o limite do suportável políticas internas e externas hipócritas e à total desregulamentação dos mercados financeiros, para gáudio de Wall Street. Dois filmes e vários documentários de roteiristas anglófonos estão a denunciar a imoralidade, a desumanidade e a desonestidade que levaram ao colapso de Wall Street e, na sequência, ao emparedamento do mundo inteiro, especialmente das economias dos EUA e da Europa Ocidental.

Os filmes Tudo pelo poder e O dia antes do fim estão ligados a essas temáticas. O último narra a safadeza dos poderosos executivos de Wall Street a venderem deliberadamente tranches de créditos apodrecidos ou se se quiser tóxicos, com absoluta desfaçatez, embora o filme seja de um cinismo irritante. No fim, tudo fica explicado pela teoria dos ciclos e da vantagem de safar-se em primeiro lugar (autojustificação). Urge que o direito penal internacional tipifique doravante as condutas irresponsáveis dos banqueiros de Wall Street e da City londrina, pelos malfeitos às pessoas e empresas levadas à bancarrota mundo afora, de modo que não se repitam, em que pese a resistência da City e de Wall Street a qualquer forma de regulamentação de suas atividades.

Crimes que tais são graves como os advindos do terrorismo, da intolerância religiosa ou étnica e de governantes ditatoriais. O mundo hoje olha para todos os seus cantos e inquieta-se. A matança na Síria, para exemplificar, nos inquieta. Queremos intervir. No direito internacional duas tendências se digladiam: o princípio da autodeterminação dos povos, segundo o qual cada povo decide o seu destino sem intervenção de terceiros (princípios da não intervenção). Outro princípio se opõe a este, o da dignidade da pessoa humana, urbi et orbi.

Precisamos de um meio-termo, a resistência ao governo ilegítimo impõe que ele tenha desdenhado ou aviltado o voto popular. Há lugar para a intervenção da ONU, nunca de outro Estado. Lado outro, onde houver fome, como na Somália, a ONU deve intervir. A igualdade e o humano se sobrepõem ao econômico, prescreve a ética da globalização.

Ela não é tão somente negócios. Permitiu ao mundo inteiro a emergência da pessoa e de sua dignidade. O que acontece no mundo árabe e na Rússia vai se intensificar. A escritora e ativista libanesa senhora Haddad dá-nos uma mostra. “Para se aquilatar o teor de uma democracia, veja-se primeiro a quantas anda a igualdade entre os gêneros. Uma sociedade que submete e inferioriza as mulheres não tem ideia do que seja democracia e dignidade do ser humano.”

Decerto se perguntam uns tantos por que não mencionei a China milenar. Por três razões. Em primeiro lugar, os anos de comunismo no país criaram uma mentalidade igualitária. Em segundo lugar, pela razão simples de o partido comunista chinês incentivar (e não reprimir) a mulher, coisa que religiões reveladas gostam de fazer, pela origem patriarcal comum nos desertos semitas. Em terceiro lugar, porque o desenvolvimento econômico e laicismo arraigado levarão inevitavelmente à igualdade e à liberdade. Cada dia com sua agonia. Certo, não podemos ocultar que um ror de pessoas quer riqueza sem trabalho, fazendo do ter o princípio do ser (grifes, gastronomia, nome noticiado, viagens etc.). Os homens serão sempre assim. Haverá egoico e os tenteios do ser, nas zonas de alta pressão, seja da riqueza, seja da miséria. Quem diria que no país do sonho americano surgiria o “nós somos 99%, ocupem Wall Street”? O que nos reserva esta primeira metade do milênio? Façam suas apostas. Fantasias fúteis ou a relevância crescente dos seres humanos?”.

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS de forma a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS tais como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de modo a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de
R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, igualmente a exigir IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNCIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, A MOBILIZAÇÃO NACIONAL, A EDUCAÇÃO E UMA LIÇÃO DA CHINA

“Projeto nacional

Voltou-se a falar em “projeto nacional”. O governo apontaria rumos para o país, fixaria metas e indicaria o que espera do setor privado. É surpreendente, mas a visão de que o estado deve liderar o desenvolvimento ainda permeia as discussões sobre a economia particularmente em segmentos do empresariado e da esquerda.

A ideia é típica de regimes autoritários. Nasceu na ex-União Soviética com o Primeiro Plano Quinquenal , lançado em 1928 por Josef Stalin (1879-1953). A expansão posterior da economia soviética parecia provar que existia uma alternativa ao capitalismo. O planejamento central permitiria vencer o subdesenvolvimento. A ilusão se foi com o colapso soviético em 1991.

Nos anos 1930, a necessidade de enfrentar o desastre da Grande Depressão criou o ambiente para forte intervenção do estado na economia. O intervencionismo foi impulsionado pelas ideias de John Maynard Keynes (1883-1946), que advogava a expansão do gasto público – preferencialmente em enfraestrutura – para compensar a retração que então se observava na demanda de consumo e investimento.

A intervenção estatal se disseminou com o New Deal de Franklin Roosevelt (1882-1945) e as experiências autoritárias da Espanha e de Portugal. Getúlio Vargas (1882-1954) a introduziu no Brasil em seu primeiro governo. Depois da II Guerra, o planejamento virou ministério nos países em desenvolvimento. O nosso e de 1962. Seu primeiro titular foi Celso Furtado (1920-2004).

O regime militar entronizou os grandes planos. O “projeto nacional” viria para valer com o Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND) para o período de 1972-1974, no governo de Emílio Médici (1905-1985). O auge foi o II PND (1975-1979), no governo Ernesto Geisel (1907-1996). Era uma resposta à crise do petróleo de 1973-1974 e previa um salto na substituição de importações. Essa estratégia, que caracterizara por trinta anos a ação do governo, miraria agora bens de capital e insumos básicos.

No fim dos anos 1970, começaram a aparecer os efeitos negativos da excessiva intervenção estatal em todo o mundo. No Brasil, surgiram as ideias de privatização e abertura da economia, e a crítica à substituição de importações. O III PND (1980-1985), o último dos planos, veio sem linhas grandiosas. Ficou quase incógnito.

Com a democratização, o aumento de gastos sociais, a descentralização fiscal da Constituição de 1988 e a modernização institucional das finanças públicas, a União perdeu grande parte dos instrumentos com que comandava a economia. O grosso do aparato intervencionista foi extinto: controle de preços e de capitais, orçamento monetário, monopólio estatal do açúcar e trigo e a pletora de incentivos fiscais. A economia se abriu. A maioria das empresas estatais foi privatizada. A política econômica passou a depender de mecanismos indiretos. Restaram intervenções justificadas por falhas de mercado, como a do crédito do BNDES. Assim, restabelecer o “projeto nacional” seria não apenas um retrocesso. Implicaria ressuscitar mecanismos do período autoritário, o que é flagrantemente inconveniente, além de inviável.

O planejamento nos moldes brasileiros não existiu em países ricos, embora muitos tenham experimentado certos níveis de ativismo estatal, a maioria desmontada nos anos 1980 e 1990. O maior polo americano de inovações, o Vale do Silício, não brotou de um “projeto nacional”. Empresas como a Apple, Intel, HP, Oracle, Google e Facebook nasceram da combinação virtuosa de distintos fatores: a demanda de tecnologia das Forças Armadas, a formação de pessoal qualificado nas universidades de Stanford e Berkeley e um ambiente de negócios favorável ao empreendedorismo.

Há que enterrar a velha ideia do “projeto nacional”. Caberia pensar em outro “projeto”, o de mobilizar a sociedade para vencer, no máximo em uma geração, o desafio da melhoria da qualidade da educação. Vencer o atraso implicará treinar professores e remunerá-los pelo critério de desempenho, adotar a prática do horário integral nas escolas, ampliar a pré-escola e assim por diante. Todos ganharíamos, e não apenas os beneficiados pelos favores da intervenção estatal.”
(MAÍLSON DA NÓBREGA, que é economista, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2253 – ano 45 – nº 4, de 25 de janeiro de 2012, página 22).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2250 – ano 45 – nº 1, de 4 de janeiro de 2012, páginas 78 a 80, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O que podemos copiar da educação chinesa?

Há duas semanas, publiquei em VEJA um relato da minha viagem à China, feita com o objetivo principal de conhecer o sistema educacional da província de Xangai, que conquistou o primeiro lugar no mundo no último Pisa, o teste de qualidade educacional mais relevante da atualidade.

Imediatamente surgiu a pergunta: podemos copiar o modelo chinês? A resposta é não. A educação de um país é reflexo de sua cultura, sua história e suas aspirações. Não é “exportável”, ainda mais para um país com diferenças culturais tão grandes como o Brasil. Mas, se não é possível copiar o modelo todo, há, sim, muitas políticas públicas que poderiam ser implementadas aqui, depois de um período de teste em algumas cidades ou estados.

Um fator geral a nortear a educação chinesa é o pragmatismo, o que se revela sobretudo no pensamento sobre o papel do professor. A China se deu conta de que precisava de bons professores, e em grande quantidade, para dar o seu salto. Mas então viu suas carências: não tinha muitos bons professores nem mestres capazes de formá-los. Como resolver? Em primeiro lugar, aumentando o número de alunos em sala de aula, para mais de quarenta nas áreas desenvolvidas e para mais de cinquenta no oeste rural. Em décadas passadas, esses números eram ainda maiores. Hoje, a pesquisa acadêmica em educação mostra que a quantidade de alunos em sala de aula não está relacionada com a qualidade do ensino, mas, quando a China montou suas escolas, essa literatura ainda não existia. Os chineses entenderam que é melhor ter quarenta alunos em contato com um bom professor do que vinte, em duas salas, uma com um professor bom e a outra com um ruim.

Em segundo lugar, diminuindo radicalmente o número de funcionários administrativos, que não dão aula. Na província de Xangai, há 0,28 funcionário para cada professor. No Brasil, existe 1,5. Ou seja, cinco vezes mais. Se o fundamental é o professor, aquilo que é menos importante precisa ser sacrificado.

Em terceiro, estruturando a carreira e a remuneração do professor. A maioria dos sistemas educacionais do planeta paga a mesma coisa a todos os professores com o mesmo nível de experiência e formação. Coube a um país nominalmente comunista tratar os diferentes de forma diferente, porque pagando a todos a mesma coisa se pagaria uma miséria. A China dá uma remuneração básica aos professores que é pouco atrativa. Para aumentá-la, há duas maneiras. A primeira é obtendo sucesso na sua prática de ensino, julgada pelo desempenho dos alunos e por avaliações de colegas e diretores da escola, recebendo, assim, bonificações salariais. A segunda é, voluntariamente, candidatando-se a passar ao nível superior da carreira. Mas, além de precisar demonstrar sua qualidade, para ter remuneração mais alta o professor deve se comprometer com um aumento substancial no aumento do número de horas de treinamento. Os aumentos salariais não são uma gratificação: são uma contrapartida.

A remuneração dos professores é apenas mais um exemplo de outra macropolítica fundamental, a meritocracia. Todos na educação chinesa são cobrados e valorizados por seus resultados. Os alunos precisam ir bem no jun kao para ingressar em uma boa high school, depois precisam ir bem no gao kao para entrar em uma boa universidade. Precisam de boas notas e bom comportamento para ocupar as posições de liderança em sua turma. Os professores precisam esforçar-se, dar boas aulas e obter bom rendimento dos alunos para receber bonificações e aumentos. Os melhores professores viram diretores. Os bons diretores das escolas medianas são transferidos para escolas melhores, em seguida para as escolas-chave. Depois para a administração municipal, então para a da província, até chegarem ao ministério. Cada pessoa é valorizada de acordo com o que agrega ao sistema.

Outra característica chinesa importante é a abertura ao exterior. Como a maioria dos países desenvolvidos que deram saltos, a China não se constrange em copiar aquilo que deu certo alhures. Os governos fazem um esforço constante para expor seus funcionários e intelectuais a tudo o que acontece no mundo, para que eles possam selecionar o melhor e trazê-lo à China.

O gradualismo é outra marca do sistema chinês. O país se vale do fato de ter 32 províncias, 2858 condados e mais de 40 000 cidades para fazer experimentações. O que dá certo é compartilhado com outras províncias, até se tornar política nacional. Mas só depois de ser testado e aprovado em pequena escala. É um sistema que impede a existência de falhas como o Enem, por exemplo.

Outra marca registrada é o coletivismo. O sistema está organizado em círculos concêntricos, que se “abraçam” e se polinizam constantemente. Os professores têm seus grupos de estudo, as escolas têm seus distritos, os distritos são ajudados pelas províncias, que interagem com o governo nacional. Todos competem, mas todos se ajudam. E o fazem porque o cuidado com o aluno é constante, e extrapola a sala de aula. Professores costumam ligar para os pais quando o desempenho de um aluno começa a declinar. E todo ano todas as escolas chinesas recebem a visita de um médico e uma enfermeira que farão exame básico de saúde (incluindo de audição e visão) em seus alunos. Quando se realizou o mesmo exame na cidade de São Paulo, constatou-se que mais da metade dos alunos (!) tinha problemas de visão, audição, fala, sobrepeso e desnutrição que atrapalhavam seu desempenho educacional. Imagine quantos milhões de crianças no país todo não têm seu desempenho acadêmico dificultado por conviver com problemas simples de resolver, como de visão e audição.

Importante também é a formação constante que a educação chinesa dá a todos os seus profissionais. Além do sistema de grupos de estudo de professores, em Xangai há também treinamento compulsório, todo ano, ministrado pelo governo local: uma semana em tempo integral nas férias de verão e dois dias nas férias de inverno. Em relação a diretores é a mesma coisa: ainda que o sujeito seja um grande um grande professor, para ser efetivado precisa fazer um curso de administração escolar. Até os burocratas são constantemente estimulados a passar temporadas em universidades chinesas e do exterior. O sistema confia no talento e esforço de seus profissionais, mas não permite que o sistema dependa apenas da vontade individual. O trabalho é institucionalizado.

Outra característica importante abrange o planejamento de longo prazo e a capacidade de cumprir as metas estabelecidas. O governo chinês vem criando, desde a década de 80, planos de horizonte de tempo longo (dez anos ou mais) para o seu sistema educacional. Os mais antigos versavam sobre a universalização do acesso à escola e erradicação do analfabetismo. Os mais recentes falam da criação de 100 universidades de nível internacional. A grande maioria é cumprida, e sua elaboração é feita de forma cuidadosa justamente para que seja cumprida. Foi curioso conversar com um dos diretores do ministério, porque ele se referia aos números dos planos – cada um é identificado por três ou quatro algarismos, como os projetos de lei brasileiros – da mesma forma que um pastor evangélico cita capítulos e versículos da Bíblia: como se aquilo fosse um axioma, e conhecido por todos.

Um elemento também importante é o material didático. Inicialmente, ele era o mesmo para todo o país, mas atualmente cada província escolhe ou desenvolve o seu. Em Xangai, onde toda sala de aula tem um data show, as autoridades locais usam a internet para abastecer os professores de materiais para os arquivos de PowerPoint e dicas de como ensiná-los, aula a aula. O professor decide como quer montar o material e pode compartilhar sua apresentação com outros colegas pela rede. Claro, isso só é possível porque as províncias chinesas têm um currículo padronizado, que especifica o que deve ser ensinado a cada aula, com objetivos claros de habilidades e conhecimentos que o aluno deve dominar a cada semestre. Na maior parte do mundo é assim; o Brasil é um dos poucos lugares em que prevalece a ideia de que é democrático que cada professor e escola decidam o que ensinar e como, atendo-se apenas a parâmetros curriculares genéricos.

Termino com uma inovação que, por sua origem e execução, me parece uma síntese acabada das virtudes do sistema educacional de Xangai. Quando todos os esforços acima fracassam e uma escola continua não indo bem, ela passa por um processo em que o governo faz uma licitação pública, pedindo às escolas de alto desempenho que elaborem um plano para melhorar o desempenho da escola ruim. O melhor plano é selecionado. A escola top então assina um contrato com a escola ruim, no qual basicamente assume a responsabilidade por sua administração por um período de dois anos. Durante esse tempo, um alto funcionário da escola boa – normalmente o vice-diretor – se desloca para a escola ruim, na companhia de sete ou oito de seus melhores professores, e eles ficam lá pelo menos dois dias por semana, em tempo integral. O governo distrital dá recursos adicionais à escola boa para que ela possa contratar profissionais que supram a carência causada por aqueles que saíram. Se a escola ruim melhorar depois desses dois anos, a escola boa recebe um prêmio em dinheiro, que pode ser gasto em melhorias na escola.

O autor da ideia foi Zhang Minxuan, um dos grandes pensadores da educação chinesa. Ele me contou sobre o surgimento da ideia, que veio dos Estados Unidos. Na década de 80, os governos de lá começaram a criar programas para que empresas administrassem escolas ruins. Mas o programa não funcionou, porque as empresas só queriam saber do lucro, iam embora depois que recebiam o dinheiro. O doutor Zhang pôs a ideia em prática em sua escola, com a alteração crucial de que escolas, e não empresas, cuidassem de outras escolas. O piloto deu tão certo que foi adotado como política pública. Atualmente há cinquenta escolas em Xangai operando sob esse contrato. Aí estão o pragmatismo, a meritocracia, o coletivismo, o gradualismo e a abertura ao exterior em ação. Aí está o melhor sistema educacional do mundo.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICOS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Dessa maneira, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANIL até a PÓS-GRADUAÇÃO, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos do PAÍS, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, um câncer a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, ocasionando também INESTIMÁVEIS perdas e danos;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Assim, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de modo algum, ABATEM nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, A COESÃO SOCIAL E O RECONSTRUIR E RECOMEÇAR

“Riqueza estagnada

O desejo legítimo das novas classes médias em ascensão nos países emergentes por maior partilha dos frutos do progresso é um desafio majestoso, que não deve ser subestimado pelos governos, segundo um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “A coesão social num mundo em transformação”. Como responder às novas expectativas?

O estudo não tem resposta pronta, até porque particulares a cada país. Mas sugere que os movimentos de massa que estão a eclodir no mundo, da Primavera Árabe aos “indignados” de Madri e aos “99% contra o 1%”, do Ocupe Wall Street, são peças da mesma engrenagem.

As populações estão se tornando mais exigentes e zelosas de seus direitos, formando o turbilhão de demandas que transcendem a crise nas grandes economias, com implicações globais. “O Estado que não considerar as questões de coesão social corre o risco de enfrentar protestos sociais e aplicar políticas ineficazes”, diz o estudo.

A mensagem é oportuna, já que outra vez o crescimento engasga em várias partes do mundo e os governos dão sinais de que vão usar a mesma metodologia anticíclica empregada contra a recessão de 2009, revelando maior preocupação com a preservação do crescimento em si que com a mudança de paradigmas. É o caso da China, que prepara um programa de gastos e incentivos de US$ 1,7 trilhão, como revelou o vice-premiê Wang Qishan, no sábado, com claro imediatismo.

O aumento do investimento público e do crédito é a mesma receita bem sucedida do governo chinês aplicada em 2008 e 2009. Guardadas as proporções, foi o que também se fez à época no Brasil e começa a ser repetido. Aqui, prioriza-se o consumo e, em menor conta os investimentos. Lá, o investimento e o incentivo à exportação. Nos dois casos, provavelmente a receita certa com o sinal trocado.

A China, como reconhece o próprio plano qüinqüenal anunciado este ano, segue um modelo econômico insustentável, conforme a ênfase do documento, pois movido por investimentos canalizados para setores exportadores. Funcionou nos últimos 30 anos, mas tende a se tornar disfuncional, num mundo com capacidade ociosa de produção, além de dificultar a ascensão social num país em que o consumo corresponde a apenas 36% do PIB, contra 61% no Brasil e a 70% nos EUA.

É mínimo na China, excessivo nos EUA e razoável no Brasil. O que importa é o viés dessas relações. Por ora, nada muda. “Progresso desequilibrado é melhor do que declínio equilibrado”, argumentou o chinês Qishan. Já não vale para a China. É questionável no Brasil.

Não pode desperdiçar

A discussão a considerar no Brasil está nas entrelinhas do estudo da OCDE, como se lê: “A nova geografia do crescimento rápido, enquanto ao mesmo tempo descobrem-se desafios que exigem compromisso e ação de longo prazo dos governantes, sublinhando uma oportunidade que é boa demais para ser desperdiçada”. Qual seria ela para o Brasil? Não cabe à OCDE responder em estudos abrangentes. Mas nós podemos especular recorrendo a outras fontes, como a análise comparada do Produto Interno Bruto (PIB) de 190 países, feita pelo Departamento da Agricultura dos EUA. Os dados foram deflacionados pelo dólar de 2005 e atualizados em outubro. As conclusões são surpreendentes.

Outros emergiram mais

A fatia do PIB do Brasil em relação ao PIB global está crescendo desde 2006, chegando a 2,42% em 2010, mas ainda continua abaixo da participação máxima, de 2,56%, alcançada em 1980. O fundo do poço ocorreu em 2003, quando a relação chegou a 2,15%, equivalente à de 1974, com a diferença de que então estava a caminho do recorde. Numa olhada superficial, duas conclusões saltam à vista, uma boa, outra ruim. A boa é a resiliência da economia brasileira, apesar das quase duas décadas perdidas, entre 1988 e 2003. A ruim é que a economia não acompanhou o ritmo dos emergentes, cuja fatia sobre o PIB global passou de 10,84% em 1969 para 22,56% em 2010, um avanço de 108% nesses 40 anos – um massacre sobre os 56% do Brasil.

Regressão brasileira

A China foi o grande destaque. Em 1969, a fatia do PIB chinês em relação ao PIB global era de pífio 0,68%, contra 1,55% do Brasil. Em 2010, a economia chinesa representava 7,47%, 11 vezes mais. Tais dados estão conectados com a preocupação do estudo da OCDE. A China criou capacidade industrial. E o Brasil regrediu aos bens primários, embora tenha conservado a base produtiva instalada até o início dos anos 1980, hoje ameaçada pelas importações, sobretudo da China, e pelo comodismo trazido pela riqueza das commodities.”
(ANTÔNIO MACHADO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de novembro de 2011, Caderno ECONOMIA, coluna BRASIL S/A, página 14).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Reconstruir e recomeçar

As catástrofes causadas pelas chuvas geram sofrimentos que cortam o coração. Compartilhar a dor de sonhos desfeitos, a desolação da perda do que se conquistou com suor e sacrifícios, o sentimento de abandono e impotência desafia o coração, a vida, a cidadania. Não é um compartilhamento fácil.

A primeira reação aparece nos gestos de solidariedade que minimizam esses sofrimentos e a penúria da falta de alimentos, roupas, moradias. Consola o coração quando avaliamos, entre outras iniciativas cidadãs e de fé, o empenho do Vicariato Episcopal para Ação Social e Política, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Um trabalho que mobiliza muitas pessoas e conta com a capilaridade de sua rede de comunidades nas paróquias para fazer chegarem os primeiros socorros – um verdadeiro testemunho e fé e solidariedade.

A situação cria oportunidade para um olhar clarividente e gestos solidários de todos que podem e devem ajudar os que estão em situação de extrema precisão. É um momento em que é permitido ficar de longe, de braços cruzados, desfrutando do conforto e da felicidade de não ter sido atingido pelos males causados pelas chuvas. Essa solidariedade tem que conectar a cidadania à compreensão de que a intervenção do poder público, particularmente em âmbito federal, não pode ser considerada uma ajuda circunstancial e numericamente insignificante diante das necessidades e urgências. Trata-se de uma obrigação e um dever que, na verdade, devem ser cumpridos com ações de prevenção e rapidez em investimentos de infraestrutura, para evitar as surpresas que chegam desmoronando tudo por conta das indicadas e listadas fragilidades.

Essa compreensão situa a cidadania num lugar diferente daquele de tratar o povo como ajudados em emergência para se alcançar e efetivar um entendimento que urge um tratamento diferente. Isso é, um tratamento que define diferentemente as prioridades, premia a capacidade inventiva de quem trabalha, governa e serve. De modo especial, que produza e sustente uma cidadania que não fique atrelada e dependente de favores, refém de negociações cartoriais. Que vá além e ultrapasse o limite próprio e evidente que está na ideologia do partido, que por si é apenas, embora necessária, uma parte.

Esse horizonte, com mais de 180 municípios em estado de emergência e mais de 60 mil pessoas desalojadas, tendo bem em mente o sacrifício de famílias inteiras e de cada pessoa, nos leva a pensar no longo caminho a ser percorrido, com a reconstrução de casas, pontes, estradas e outras muitas demandas. Ainda que o tempo tenha melhorado, o comprimento dessa estrada não fica encurtado. É preciso lembrar que as necessidades demandam urgência em procedimentos e execuções.

Um desafio enorme para uma sociedade que sabe criar burocracias e tem grande dificuldade de estabelecer rapidez, com eficiência, no atendimento de necessidades e mesmo nos avanços em vista de progressos e do desenvolvimento integral. Esse caminho longo, por si só exigente, é um grito para que as providências sejam tomadas com velocidade para que a vida de tantos volte ao normal e seja como deve ser. Há de se incluir, nessa labuta que as chuvas colocaram como desafio, a compreensão de que é hora e oportunidade para recomeçar. Reiniciar, em primeiro lugar, sob o signo da solidariedade, do respeito e do amor, proporcionando a toda família e, à sociedade diálogos e discussão dos problemas pensando uma compreensão e vivência cidadãs diferentes e qualificadas.

Esse é o ponto de partida insubstituível: a configuração permanente de um humanismo que deve contar com a força da cultura e de seus próprios valores. Imprescindível, pois é preciso aprender com as lições dos sofrimentos. Aproveitar para adotar novos estilos de vida e mudar mentalidades. Mudanças para se buscar o verdadeiro, o belo, o bom e a comunhão cidadã para bem determinar as opções de consumo, de poupança e de investimentos.

Assim, o caminho da reconstrução, inevitável e inadiável, se torna uma exigência e um imperativo para que se compreenda a cidadania como serviço à pessoa, à cultura, à economia e à política. Determinante seja a política e a atuação do políticos, em interface indispensável e compreendida como o segredo do êxito, com os outros segmentos da sociedade, alavancados pelo privilégio da rica cultura que subsidia essa história e esse povo tão importantes no cenário nacional.

A reconstrução é uma oportunidade de recomeçar para ocupar, social e politicamente, o lugar devido que Minas e seu povo merecem.”

Eis, portanto, mais páginas contendo SÉRIAS, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, SOCIAIS, POLÍTICAS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS com vista a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS E SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Destarte, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNVERSAL e de QUALIDADE, contemplando desde a EDUCAÇÃO INFANTIL até a PÓS-GRADUAÇÃO, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de modo a se manter em padrões CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, um câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, ocasionando também INESTIMÁVEIS perdas e danos;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Torna-se, pois, absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas necessidades de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO em setores como: a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); EDUCAÇÃO, SAÚDE, SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana); MEIO AMBIENTE; ENERGIA, MOBILIDADE URBANA; TURISMO; LOGÍSTICA; ASSISTÊNCIA SOCIAL; PREVIDÊNCIA SOCIAL; TRABALHO, EMPREGO e RENDA; HABITAÇÃO; CULTURA, ESPORTE e LAZER; SEGURANÇA PÚBLICA, FORÇAS ARMADAS, SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; COMUNICAÇÃO; CIÊNCIA e TECNOLOGIA; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; INOVAÇÃO; QUALIDADE (planejamento, eficiência, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e sabemos bem, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...