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segunda-feira, 28 de maio de 2012

A CIDADANIA, O PODIUM MORAL, O SILÊNCIO E A PALAVRA

“Podium moral ainda não conquistado

O Brasil vive momento de afirmação econômica mundial e analistas da área imputam importância fundamental nesse processo o fato de sediarmos grandes eventos esportivos nos próximos anos: Copa das Confederações, Copa do Mundo e as Olimpíadas. Isso se justifica porque o planejamento e execução de obras necessitam de grande aporte financeiro dos governos, atraem investimentos privados, bem como garantem empregos e oportunidades de negócios. Não obstante, acompanhamos com preocupação as constantes alterações dos custos previstos e do descumprimento com a pauta de legados.

No entanto, quero ir além, abandonar a esfera econômica e ampliar o debate no campo da educação e da formação humana. Na primeira, discutir os valores que permeiam o esporte de alto rendimento e a sociedade, e na segunda, refletir o esporte como possibilidade de educação para a cidadania e a formação humana.

Há 2 anos, a Seleção Brasileira Masculina de Voleibol sagrou-se tricampeã mundial na Itália. Durante uma das fases da competição, Brasil e Bulgária protagonizaram mais uma polêmica disputa esportiva ao entrarem em quadra descompromissados com a vitória. A Seleção Brasileira atingiu o propósito ao perder por 3 sets a 0, porém coube ao Brasil o ônus de explicar ao mundo tal atitude. Por aqui, nossa sociedade se viu estarrecida em uma inversão de prisma: se no primeiro momento enxergávamos, por meio da Seleção, nossas aspirações de excelência, integralidade e verticalidade, vimo-nos refletidos, nas ações e justificativas dos protagonistas decompostos em pequenez, imoralidade e desapego ao virtuosismo.

Portanto, urge examinarmos algumas questões: o que faz atletas e comissões técnicas se conduzirem por essas justificativas, uma vez que as reconhecem como erradas? Outra problemática que se apresenta de forma intrínseca nas recorrentes explicações dos envolvidos é que, se ganharem o torneio, ninguém dará importância ao ocorrido, mas, se perderem, serão crucificados, ou seja, suas percepções de que para a sociedade, no âmbito do esporte, o fim justifica os meios. Em ambas evidenciam-se a existência de conflitos éticos e, na segunda, uma implícita coerção moral.

Moral e ética são valores sociais, por conseguinte, apontam a necessidade de refletirmos nossas atitudes e comportamentos, como coletividade, diante de fatos esportivos semelhantes. Poderíamos começar indagando-nos por que reverenciamos campeões mundiais de automobilismo que obtiveram títulos sabidamente por meio de atitudes escusas, tais como jogar seus carros nos de seus adversários para tirá-los da competição? Ou, ainda, terá respaldo na sociedade um atleta de futebol que renuncie a um título por acusar seu toque na bola com a mão, não assinalado pelo árbitro.

Em síntese, atualmente as competições de alto rendimento encerram um sentido pragmático e redutor em detrimento de uma inspiração elevada e estética. Porém, tais motivações podem e devem ser resgatadas pela sociedade ao compreender a prática esportiva como projetos axiológicos de formação humana e apropriando-se das vivências sociais esportivas para promover o virtuoso ciclo dialético da reflexão dos valores que a permeiam. Assim, o esporte cumpriria seu papel educacional contribuindo para a formação de cidadãos capazes de agir com autonomia da consciência moral, baseados em princípios éticos universais, a fim de conquistarmos a transformação de ambos, sociedade e esporte, em prol de ascendermos ao podium da transcendência humana: Citius (mais rápido!), Altius (mais alto!), e Fortius (mais forte!).”
(AURO BARREIROS FREIRE, Mestre em motricidade humana, professor de voleibol da Faculdade Estácio de Sá/BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de maio de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Silêncio e palavra

O papa Bento XVI intitulou assim a sua mensagem para o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado pela Igreja Católica no mundo inteiro, no último domingo, festa da Ascensão do Senhor. Essa temática, silêncio e palavra, caminho de evangelização, é oportunidade para ricas reflexões sobre aspectos importantes do processo humano de comunicação.

De determinante importância, em todos os níveis e instâncias, a comunicação e seus processos merecem sempre maior atenção, particularmente em se tratando de sua qualificação. Gera o diálogo, que é força motriz para a novidade pretendida em termos de solidariedade, de organização social e política, na vivência familiar e comunitária. A comunicação qualificada depende, adverte o papa, da fecunda relação entre silêncio e palavra. São momentos que devem ser alternados e integrados para se conseguir um diálogo autêntico e uma profunda entre as pessoas. Sem a integração entre silencio e palavra corre-se sempre o risco de deteriorações, de confusão. O diálogo autêntico é indispensável para a paz.

É muito oportuno, como força educativa, ter presente que o silêncio é parte integrante da comunicação. O falar não precedido ou emoldurado pelo silêncio pode não produzir palavras que tenham o sentido de edificar, corrigir e devolver ao coração dos destinatários a esperança do viver. A sociedade contemporânea é muito barulhenta e desabituada ao silêncio que proporciona escuta mútua e conhecimento.

Muito importante é ter clareza acerca do que se quer dizer, como também ouvir o outro. O papa Bento XVI aponta que ao nos calarmos permitimos que a outra pessoa fale, exprima a si mesma, livrando-nos, por essa escuta, de ficarmos presos a nós mesmos, nas nossas palavras e ideias. Isso é um desastre considerando-se responsabilidades familiares, institucionais e cidadãs. Por falta do silêncio para escutar os outros, nascem os autoritarismos, fixação na própria compreensão, por vezes até medíocre e comprometedora no que se refere a conquistas e avanços indispensáveis.

Quem não se cala para escutar a Deus e os outros se enrijece na mediocridade. O relacionamento humano mais pleno e qualificado depende da capacidade de escuta. Quem não se cala para ouvir não é capaz de gerar relacionamento verdadeiro e não tem força de produzir sentido sustentador da vida. Na sua mensagem, o papa diz que “é no silêncio que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento”.

Considerando-se a abundância de informações e mensagens neste tempo, o silêncio torna-se essencial para que se possa discernir, entre tantas opções, solicitações e ofertas, o que é importante, necessário, prioritário, distinguindo o que é inútil e acessório. A falta de silêncio gera um exagero de palavreado. Perde-se a indispensável ponderação no compartilhamento de opiniões pertinentes. Por isso, há quem fale demais, de tudo, e até mesmo do que não é da custa conta.

O papa Bento XVI até diz que “é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de ecossistema, capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons. Quando se considera as redes sociais, a procura por respostas, conselhos, sugestões, informações, um verdadeiro bombardeio sobre as pessoas, o silêncio cria as condições necessárias para favorecer os discernimentos diante dos inúmeros estímulos para se chegar ao que é importante e decisivo para a própria vida”. A mensagem do papa Bento XVI assinala que, “no fundo, esse fluxo incessante de perguntas manifesta a inquietação do ser humano sempre à procura de verdades, pequenas e grandes, que deem sentido e esperança à existência. Quem sou eu? O que posso saber? O que devo fazer? Que posso esperar?”.

O silêncio proporciona a reflexão que pode permitir à pessoa uma descida ao fundo de si mesma e abrir-se ao caminho de resposta que Deus inscreveu no seu coração. O silêncio é possibilidade de escutar a Deus e falar com Ele Há uma lição que vale ser aprendida e praticada. Educar-se em comunicação, diz o papa Bento XVI, é aprender a escutar, a contemplar, para além de falar. É hora de qualificar a comunicação e o falar. É urgente, para isso, exercitar-se no silenciar para que a palavra dita seja capaz de gerar vida.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por todas as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÕES e REFINANCIAMENTO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, o que aumenta o ABISMO das desigualdades SOCIAIS e REGIONAIS e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos DESENVOLVIDOS...

Estes são, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, O HÁBITO DE LER, A ESPERANÇA, A JUSTIÇA E A PAZ

“A leitura muito além dos livros
É comum ouvir as pessoas se lamentarem de que os jovens encontram-se envolvidos apenas com o universo cibernético, mas não seduzidos por livros. Pergunta-se: qual é o papel familiar nesse processo? E a resposta está longe de ver a família como coadjuvante nessa história. Faz-se necessária a contribuição efetiva da família para que haja um incentivo, um lugar construído para a leitura, e assim não delegue essa responsabilidade para a escola.

Primeiramente, deve-se enfatizar que o processo da leitura não acontece somente no contato com um livro, revista ou jornal. A leitura precisa ser compreendida também como uma leitura de mundo. Sendo assim, o trabalho de interpretação, de construção de significados será mais rico e produtivo se exercitado em diversos momentos e esse processo é uma construção conjunta, que não se restringe à escola.

Ler não é apenas decodificar: é também decodificar. A polissemia desse verbo está presente em diversos campos do conhecimento, que vão desde a ciência e tecnologia até a filosofia, música, as artes, a literatura. O leitor participa de um jogo, muitas vezes sedutor, em que a resposta única não existe, existe a resposta possível em face de inúmeras leituras, a resposta aceitável diante de uma argumentação coerente. O leitor preenche as lacunas deixadas no texto, com suas referências múltiplas, evocadas por signos textuais e acionadas por um coautor, através de seus recursos cognitivos.

Nessa perspectiva, a leitura instiga a pensar de forma articulada e caminha para um exercício de interpretação, que está além do código linguístico . É um processo interativo em que é imprescindível o conhecimento prévio, no sentido linguístico, textual, mas também a leitura de mundo. A bagagem trazida no ato da leitura faz com que o exercício passe da superficialidade e torne-se enriquecedor.

Na obra O ato da leitura, Wolfang Iser trabalha o processo da leitura como a interação dinâmica entre texto e leitor e ressalta que o não dito estimula os códigos, os atos de constituição de sentido, incentivando o leitor a ocupar os vazios do texto com suas projeções.

A leitura passa pelo envolvimento, pela decodificação de símbolos, pelo prazer e nesse universo caberia falar de emoção, de fruição, de expressões ambíguas como prazer do texto e texto de prazer: “Haveria uma mística do texto – Todo o esforço consiste, ao contrário, em materializar o prazer do texto, em fazer do texto um objeto de prazer como os outros.”

O prazer, cujo significado associa-se a contentamento, alegria, boa vontade, agrado, distração e divertimento, requer algo que transcende a simples teoria, e que seja efetivamente vivido. Sabe-se: melhor que a teoria é o aprendizado pelo exemplo, que produz um efeito ainda mais real. Nesse sentido, a escola não pode estar solitária: há o papel solidário e imprescindível da família, que abrirá espaços para que os momentos de leitura se façam presentes no dia a dia. As experiências compartilhadas, as leituras feitas em diversos níveis, que não se restringem apenas aos livros, mas se estendem a filmes, propagandas e músicas podem ser instrumentos para que o mundo seja percebido sob uma perspectiva enriquecedora de relacionar a ficção à realidade.

O diálogo estabelecido entre texto e leitor suscita a ideia de que o texto é um elemento vivo, uma materialidade de significantes que o autor articulou. Contudo, só toma corpo com o olhar do outro. O leitor, sob a ótica de suas experiências, conduz a leitura de forma mais prazerosa, ou não. Assim, a leitura passa por caminhos descontínuos, onde quem lê aciona seus links intertextuais. Mudar o perfil de uma sociedade letrada, mas que não vê a leitura como prazer, como diversão, é mudar um universo culturalmente construído em que ler é sinônimo de imposição, de obrigação e de necessidade.

A leitura deve deixar seu lugar estratégico de busca de conhecimento para se transformar em deleite. Descobrir que algo, até então visto como objeto de punição, pode ser prazeroso, instigante e desafiador é se ver diante de um tipo de texto que se casa com seus pensamentos ou que, mesmo indo de encontro aos seus pensamentos, é reflexivo e promove o crescimento.

Tornar-se leitor autônomo, questionador e, portanto, coautor de um texto, é o primeiro passo para entender que a leitura está além dos livros e que um texto só ganha vida quando alguém imprimem suas inferências, contribuindo para que as palavras deixem de ser apenas um signo linguístico. Quando alguém relaciona a realidade ficcional com a realidade em que se vive.”
(ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES, Professora de língua portuguesa, literatura e redação, formada pela UFMG e pós-graduada em estudos lingüísticos pela UNI-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Uma nova esperança

O papa Bento XVI, com a tradicional mensagem para o Dia Mundial da Paz, aposta em um convite que é quase uma advertência, ao referir-se ao empenho na educação dos jovens para a justiça e a paz. Essa mensagem alarga o horizonte que a Igreja Católica abraça, convocando os segmentos todos da sociedade para um efetivo empenho na preparação para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, no Rio de Janeiro.

Trata-se de verdadeiro resgate e aprofundamento da convicção de que os jovens, com seu entusiasmo e idealismo, podem oferecer uma nova esperança ao mundo. O papa se dirige especialmente aos jovens quando diz: “Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, o nosso criador, que assegura a nossa liberdade, garante o que é deveras bom e verdadeiro; é o voltar-se sem reservas para Deus, a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor?

A nova esperança para fecundar o caminho de nosso mundo depende essencialmente do amor como força que formata mentes e corações, além de fortalecer na convicção de que é preciso tornar-se capaz de comprometimentos radicais e duradouros pela verdade, pela justiça e pela paz. Só o amor rejubila-se com a verdade, educa a inteligência e o coração humanos para a justiça e para a paz.

O papa Bento XVI convoca famílias, instituições educativas e todas as que atuam nos meios de comunicação, na vida social, política, econômica, cultural e religiosa a prestar atenção ao mundo juvenil. Chama atenção sobre a necessidade da capacitação permanente para o saber escutar e valorizar os jovens na construção de um futuro de paz e de justiça. Sublinha que essa não é apenas uma oportunidade, mas um dever primário da sociedade. O tom da mensagem, ao final, quando fala aos jovens, baliza o que deve emoldurar o coração dos educadores todos e indica a superação de preconceitos, distâncias e modos inadequados de entendimento.

O papa diz: “Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade, humildade e dedicação”. Esse apelo-convite aos jovens se torna indicador pedagógico para pais, educadores todos e responsáveis por âmbitos diferentes.

É um apelo aos jovens que deve ser transformado em meta para os educadores. Nessa perspectiva, os jovens se tornam exemplo e estímulo para os adultos. O papa continua dizendo: “vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente essa fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo”. Compreende-se que a educação da juventude para a justiça e a paz, como nova esperança ao mundo, é uma labuta em que a vitória se torna um ganho duplo. Ganham os jovens ao se esforçarem na luta pela superação das injustiças e da corrupção, com incisiva colaboração na construção de um futuro melhor. Ganham os educadores, que ensinam e, ao mesmo tempo, são aprendizes em razão da grandiosidade da causa da paz, incluindo exercícios fundamentais de diálogo, solidariedade, generosidade e partilha, garantia de modulação verdadeira do próprio coração e da vida.

A educação dos jovens para a justiça e a paz é um projeto adequado para o enfrentamento, diz o papa Bento XVI, de uma escuridão que desce sobre a sociedade, impedindo-a de ver a clareza do dia, quando frustrações, por causa da crise econômica não é uma simples questão de acerto de números e do funcionamento dos mercados. Olhar os jovens e o percurso educativo – um direito básico deles – ajuda a compreender que a crise que aflige a sociedade tem raízes culturais e antropológicas.

Por isto mesmo é prioritário tratar a questão dos valores e alavancar apreço à moralidade, sobretudo, junto aos jovens. Transmitir a eles o valor positivo da vida e neles suscitar o desejo de se comprometerem no serviço do bem, uma missão de todos.

Tarefa que merece agora uma redobrada atenção, empenhos e investimentos, pensando especialmente nos mais pobres, cuidando de sua formação de maneira profunda, contribuindo para fazer do jovem uma nova esperança ao mundo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS, de forma a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como;

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, no propósito de se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente a ocasionar INVESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos FALTA de RECURSOS diante de monstruosa SANGRIA, que MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

É preciso, pois, implantarmos DEFINITIVAMENTE em nosso PAÍS a cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do AMOR à PÁTRIA, do respeito mútuo e, sobretudo, do apreço aos valores e princípios e da ÉTICA em todas as nossas relações...

São GIGANTESCOS DESAFIOS, e sabemos bem, mas que de forma alguma ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS que contemplam EVENTOS previstos como: a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, AS DROGAS E A FAMÍLIA

“Tráfico e classe média

Engana-se quem pensa que tráfico de drogas é exclusividade dos morros e das favelas. Operações policiais, com frequência preocupante, prendem jovens de classe média vendendo ecstasy, LSD, cocaína e maconha. Segundo a polícia, eles fazem a ligação entre traficantes e os vendedores de drogas no ambiente universitário. Crise da família, aposta na impunidade, ganho fácil e consumo garantido explicam o novo mapa do tráfico de entorpecentes. O tráfico oferece a perspectiva do ganho fácil e do consumo assegurado. E a sensação de impunidade – rico não vai para a cadeia – completa o silogismo da juventude delinquente.

Não é de hoje que jovens da classe média e média alta têm freqüentado o noticiário policial. Crimes, vandalismo, espancamento de prostitutas, incineração de mendigos, consumo e tráfico de drogas despertam indignação e perplexidade. O novo mapa do crime transita nos bares badalados, vive nos condomínios fechados, estudo em colégios e universidade da moda e desfibra o caráter no pântano de um consumismo sem fim.

A delinquência bem-nascida mobiliza policiais, psicólogos, pais e inúmeros especialistas. O fenômeno, aparentemente surpreendente, é o reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da delinquência é o resultado acabado da crise da família e da educação permissiva.

Os pais da geração transgressora, em geral, têm grande parte da culpa. Choram os desvios que cresceram no terreno fertilizado pela omissão. É comum que as pessoas se sintam atônitas quando descobrem que um filho consome drogas. Que dirá então quando vende. O que não se diz, no entanto, é que muitos lares se transformaram em pensões anônimas e vazias. Há, talvez, encontros casuais, mas não há família. O delito não é apenas o reflexo da falência da autoridade familiar. É, frequentemente, um grito de revolta. Os adolescentes, disse alguém, necessitam de pais morais, e não de pais materiais.

Alguns pais não suportam ser incomodados pelas necessidades dos filhos. Educar dá trabalho. E nem todos estão dispostos a assumir as consequências da paternidade. Tentam, então, suprir o vazio afetivo com carros, mesadas e presentes. Erro mortal. A demissão do exercício da paternidade sempre acaba apresentando sua fatura. A omissão da família está se traduzindo no assustador aumento da delinquência infantojuvenil e no comprometimento, talvez irreversível, de parcelas significativas da nova geração.

Não é difícil imaginar em que ambiente afetivo terão crescido os integrantes do tráfico bem-nascido. Artigos, crônicas e debates tentam explicar o fenômeno. Fala-se de tudo. Menos do óbvio: a brutal crise que maltrata a família. É preciso ter a coragem de fazer o diagnóstico. Caso contrário, assistiremos a uma espiral de violência. É só uma questão de tempo.

Psiquiatras, inúmeros, tentam encontrar explicações para os desvios comportamentais nos meandros das patologias. Podem ter razão. Mas nem sempre. Independentemente de eventuais problemas psíquicos, a grande doença dos nossos dias tem um nome menos técnico, mas mais cruel: desumanização das relações familiares. A delinquência, último estágio da fratura social, é, frequentemente, o epílogo da falência da família.

Teorias politicamente corretas no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram a opção preferencial pela permissividade, também estão apresentando um perverso resultado. Uma legião de desajustados e de delinqüentes, crescida à sombra do dogma da tolerância, está mostrando suas garras. Gastou-se muito tempo no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. O saldo é toda uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de infratores e criminosos. A formação do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. É pena que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio: é preciso saber dizer não! A recuperação da família, a educação da vontade e o combate à impunidade compõem a melhor receita para uma democracia civilizada.”
(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de janeiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A aventura de educar

Os desafios e as demandas estampados no horizonte de nossa sociedade, com tarefas de reconstrução e urgências de recomeçar, remetem-nos imediatamente à necessidade da educação. As lições que precisam ser aprendidas, a partir das catástrofes, das perdas e do consequente sofrimento revelam a prioridade do ensino.

As comparações a respeito dos processos educativos brasileiros em relação a outras nações, a partir da análise de estatísticas, práticas e procedimentos, nos convencem de que a educação entre nós ainda é um desafio crônico. É importante refletir mais e melhor sobre os processos. Também, abrir-se a inventividades que projetem crescimentos e conquistas, caminho para qualificar a educação e, consequentemente, alavancar o crescimento cultural e socioeconômico de toda sociedade.

Além de infraestrutura, investimentos e outros elementos necessários para qualificar o ensino, a questão que ainda permanece é o desafio de uma mudança profunda de posturas. É necessário avançar na compreensão e adequação tecnológica para que a educação se transforme na garantia do desenvolvimento integral. O conjunto de exigências para qualificar o aprendizado na sociedade faz dessa tarefa, conforme explica o para Bento XVI, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, uma aventura. O papa considera essa aventura difícil, mas fascinante.

Prensando nos jovens, Bento XVI fez uma reflexão sobre o ponto de partida fundamental na compreensão do que é educar. A etimologia latina educere significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo à plenitude que faz crescer uma pessoa. Não se trataria, portanto, apenas de uma apropriação de conteúdos e técnicas. É um processo que alavanca e sustenta uma cultura da vida, da justiça e da paz. Por isso mesmo, o processo educativo, acentua o papa, é o encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Da parte do discípulo é exigida uma abertura para deixar-se guiar no conhecimento da realidade. Da parte do educador, uma disposição para dar-se a si mesmo. Portanto, trata-se de um processo que ultrapassa uma simples oferta de informações e de regras. O educador há de ser uma testemunha autêntica, capaz de ver sempre mais longe, vivendo o caminho que propõe, garantindo um amor e uma dedicação que vão além de um simples cumprimento de dever profissional.

É claro que a escola não pode prescindir da referência à família, célula originária da sociedade, onde primeiro se aprende, e de maneira determinante, os valores humanos e cristãos, que permitem uma convivência pacífica e construtiva. Não se pode correr o risco de perder a convicção de que é na família que se aprende a solidariedade entre as gerações, o respeito às regras, o perdão e o acolhimento do outro, diz o papa Bento XVI, afirmando ainda que ela é a primeira escola onde se educa para a justiça e a paz.

A reconhecer a importância da educação, não se pode transferir toda a expectativa para a escola na sua configuração formal. Para qualificar o ensino, é preciso pensar a escola e a família. De modo especial, há de se considerar o contexto atual, caracterizado pelo desafio de assegurar aos filhos o bem precioso que é a presença dos pais. A convivência familiar é uma indispensável dinâmica educativa que permite o acervo de experiências, valores e certezas. Configura o tecido de cada pessoa, estabelecendo as bases para que o indivíduo faça a diferença na sociedade em que vive.

Assim, torna-se urgente criar iniciativas para que cada família tenha condição de assegurar um favorável ambiente educativo. As autoridades públicas têm o dever de investir na educação, considerando-a desde o lar, na relação entre pais e filhos. O papa Bento XVI, na sua mensagem sobre o Dia Mundial da Paz, também fez um apelo aos meios de comunicação, para que prestem sua contribuição educativa, focando sua força não apenas na missão de informar, mas também na tarefa de formar o espírito de seus destinatários. Educar é uma longa jornada, uma grande aventura, porque além da capacitação, alcança meta maior quando abre os caminhos para a verdade, a liberdade, a justiça e a paz. Que todos embarquem nessa grande aventura.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas POSTURAS e estruturas EDUCACIONAIS, FAMILIARES, SOCIAIS, POLÍTICAS, CULTURAIS, ECONÔMICAS e AMBIENTAIS de modo a promovermos a inserção do PAÍS no rol das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS, CIVILIZADAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Destart, URGE a efetiva necessidade também de PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, metrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos, quais sejam: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de modo a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, câncer se espalhando por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos, certamente irreparáveis;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ABISSAL e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Assim, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que MINA nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, afeta a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, ao lado de extremas NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A GOVERNANÇA GLOBAL E A FORÇA DA ESPERANÇA

“Como governar 7 bilhões de pessoas? E 10 bilhões em 2070

A escalada da população humana é crescente: em 1802, éramos um bilhão; em 1927, 2 bilhões; em 1961, 3 bilhões; em 1974, 4 bilhões; em 1987, 5 bilhões; em 1999, 6 bilhões; e, por fim, em 2011, 7 bilhões. Em 2015, se o aquecimento não ocorrer, seremos 8 bilhões; em 2050, 9 bilhões; e em 2070, 10 bilhões.

Biólogos como Lynn Margulis e Enzo Tiezzi veem nessa aceleração um sinal do fim da espécie, à semelhança das bactérias quando colocadas num recipiente fechado (cápsula Petri). Pressentindo o fim dos nutrientes, se multiplicam exponencialmente e subitamente todas morrem.

Independentemente dessa ameaçadora questão, temos o desafio: como governar 7 bilhões de pessoas? Com uma governança global, um centro multipolar com a função de coordenar democraticamente a coexistência dos seres humanos na mesma casa comum. Essa configuração é uma exigência da globalização, pois implica o entrelaçamento de todos com todos dentro de um mesmo e único espaço vital.

Uma governança global é uma urgência impostergável para enfrentar os problemas globais e garantir a sustentabilidade da Terra. A ideia não é nova. Estava presente em Erasmo e em Kant, mas ganhou seus primeiros contornos reais com a Liga das Nações e definitivamente com a ONU. O FMI, o Banco Mundial, a OMC, a OMS, a OMT e a Unesco expressam a presença de certa governança global no mundo.

Atualmente, problemas sistêmicos, como o aquecimento global, a escassez de água potável, a má distribuição dos alimentos, a crise econômico-financeira e as guerras, estão demandando uma governança global.

A Comissão sobre Governança Global da ONU a define como “a soma das várias maneiras de indivíduos e instituições, públicas e privadas, administrarem seus assuntos comuns e acomodarem conflitos e interesses diversos de forma cooperativa”.

Essa globalização se dá também em nível cibernético, feita por redes globais, uma espécie de governança sem governo. O terrorismo provocou a governança securitária nos países ameaçados. E há uma governança global perversa, que podemos chamar de governança do poder corporativo mundial, feita pelos conglomerados econômico-financeiros, que se articulam de forma concêntrica até chegar a um pequeno grupo, que controla 80% do processo econômico. Isso foi demonstrado pelo Instituto Federal Suíço de Pesquisa Tecnológica (ETH), que rivaliza em qualidade com o MIT e que, entre nós, é representado pelo economista Ladislau Dowbor.

Essa governança não se dá muito a conhecer e, a partir da economia, influencia fortemente a política mundial.

Estes são os conteúdos básicos de uma governança global sadia: a paz e a segurança, evitando, evitando o uso da violência resolutiva; o combate à fome e à pobreza; a educação acessível a todos; a saúde como direito humano fundamental; moradia minimamente decente; direitos humanos pessoais, sociais, culturais e de gênero; direitos da Mãe Terra e da natureza.

Para garantir esses mínimos comuns a todos os humanos e também à comunidade de vida, precisamos relativizar a figura dos Estados nacionais, que irão desaparecer em nome da unificação da espécie humana sobre o planeta. Como há uma só Terra, uma só humanidade, um só destino comum, deve surgir também uma só governança, una e complexa, que dê conta dessa nova realidade planetizada e permita a continuidade da civilização.”
(LEONARDO BOFF, Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de dezembro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O papa e a força da esperança

Recentemente, reli a encíclica Spe salvi (Salvos pela esperança), a segunda do pontificado de Bento XVI. Um primor. O papa é um grande intelectual e um comunicador de primeira. Aborda temas difíceis com uma simplicidade admirável. Num mundo algemado pelos grilhões do ceticismo e pelo impacto corrosivo do cinismo, sobretudo no mundo político, Spe salvi é uma forte estocada e uma provocação. De Santo Agostinho a Lutero, Kant, Bacon e Engels, homens da Igreja, santos e filósofos, ortodoxos e heterodoxos, desfilam na encíclica como protagonistas da nostalgia do ser humano com a esperança.

Bento XVI desnuda a inconsistência das esperanças materialistas e faz uma crítica serena, mas profunda, à utopia marxista. Segundo o papa, Marx mostrou com exatidão como realizar a derrubada das estruturas. “Mas, não nos disse como as coisas deveriam proceder depois. Ele supunha simplesmente que, com a expropriação da classe dominante, a queda do poder político e a socialização dos meios de produção ter-se-ia realizado a Nova Jerusalém.” Marx “esqueceu que o homem permanece homem e sua liberdade. Esqueceu que a liberdade permanece sempre liberdade, inclusive para o mal. O seu verdadeiro erro é o materialismo: de fato, o homem não é só o produto de condições econômicas nem se pode curá-lo apenas do exterior. Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor”.

O cerne da encíclica, um vibrante apelo à genuína esperança cristã, é a antítese do surrado discurso dos teólogos da libertação, que, com teimosa monotonia, apostam no advento da utópica Jerusalém terrena. As injustiças, frequentemente escandalosas e brutais, devem ser enfrentadas e superadas, mas não há o paraíso neste mundo. E o papel da Igreja, não obstante seu compromisso preferencial com os pobres e desvalidos, é essencialmente espiritual. Bento XVI não contorna os temas difíceis ou politicamente corretos. Na contramão de certo ativismo eclesiástico, aponta a oração como “primeiro e essencial lugar” da esperança. “Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve.” Sugestivamente, o papa evoca o falecido cardeal vietnamita Nguyen van Thuan, que, depois de 13 anos da prisão comunista, nove dos quais numa solitária, escreveu Orações na esperança. “Numa situação de desespero aparentemente total, a escuta de Deus, poder falar-Lhe, tornou-se para ele uma força crescente de esperança, que, depois da sua libertação, lhe permitiu ser para os homens em todo o mundo uma testemunha daquela grande esperança que não declina, mesmo nas noites de solidão.”

A mensagem de Bento XVI, direta e sem concessões, tem repercutido com força surpreendente. As jornadas mundiais da juventude têm sido um bom exemplo do descompasso entre as profecias de certos vaticanólogos e a verdade factual. Crescentes multidões multicoloridas, usando tênis e mochilas, transformam esse avô da cristandade num indiscutível fenômeno de massas. Como explicar o fascínio exercido pelo papa? A incrível sintonia entre os papas e a juventude oculta inúmeros recados. Num mundo dominado pela cultura do ter, pelo expurgo do sofrimento e pela fuga da dor, Bento XVI caminha aparentemente no contrafluxo. “Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amuderecer, de encontrar o seu sentido por meio da união com Cristo, que sofreu com infinito amor”, sublinha o papa na Spe salvi.

“A grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isso vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido é uma sociedade cruel e desumana”, conclui Bento XVI. Os jovens, rebeldes, mas idealistas, decodificam com mais facilidade o recado de esperança do papa.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, ORIENTADORAS e OPORTUNAS abordagens e RELEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nosso PENSAR e AGIR, de sorte a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e DESENVOLVIDAS, em plena harmonia com a Mãe TERRA e com a NATUREZA, de modo também a assegurar a SUSTENTABILIDADE do PLANETA...

Desse modo, URGE a impostergável PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância e extremo ESFORÇO para sua estabilização em patamares CIVILIZADOS;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, causando INESTIMÁVEIS prejuízos e COMPROMETIMENTOS quer materiais, políticos, sociais, culturais, comportamentais;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com previsão de gastos da ordem ASTRONÔMICA e BRUTAL de R$ 1 TRILHÃO em 2012, a título de JUROS, ENCARGOS, REFINANCIAMENTO e AMORTIZAÇÃO (PLOA 2012), e, da mesma forma, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE e QUALIFICADA AUDITORIA...

Segundo dados da consultoria britânica Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), a projeção do PIB brasileiro para 2011 – US$ 2,5 TRILHÕES – coloca o PAÍS na 6ª posição entre as maiores do MUNDO; quando se agrega a função SOCIAL – com PIB per CAPITA de US$ 10,700 – o BRASIL passa a ocupar a 84ª...

São, pois, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A CIDADANIA, OS REFÚGIOS DESLEAIS E O TERRORISTA DE OLHOS AZUIS

“Refúgios desleais

Enquanto a maioria dos brasileiros, gente de negócios ou não, carrega uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo e mesmo assim continua participando de alguma maneira da construção do país, há os que se acovardam, pouco se lixando para o papel que seu capital poderia desempenhar em sua própria terra. Preferem a pretensa esperteza de aplicar o máximo que puderem onde não pensam em correr o menor risco, nem mesmo o de ser importunados pelo fisco. Saem em busca dos chamados paraísos fiscais, países que, por incapacidade de serem produtivos, se prestam ao serviço de caixa escondido e nem sempre confessável de capitais que, por algum motivo, preferem o esconderijo à luz, a proteção da penumbra à transparência dos negócios declarados e assumidos. Em troca de receber os depósitos desse tipo de investidor, esses países adotam regime tributário especial que, de tão atraente, pode ser considerado desleal com as nações que optam pelo caminho do trabalho, da produção, do enfrentamento corajoso do risco e da responsabilidade social do tributo.

A intensa procura por esses paraísos reflete o aumento da covardia e da pretensa esperteza nos momentos mais difíceis da economia de um país ou do mundo. Reportagem do Estado de Minas, mostra hoje que, em 2009, quando a crise financeira mundial ainda provocava solavancos, cerca de US$ 60 bilhões fugiram do Brasil rumo a paraísos fiscais. Segundo dados do Banco Central (BC), esse valor representa 28% de todos os investimentos diretos (aplicações de capital em atividade produtiva) no exterior, que, naquele ano, somaram US$ 214 bilhões. Esse dinheirão todo refugiou-se em 66 paraísos fiscais relacionados pela Receita Federal. Vários deles fazem de famosa lista negra preparada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), incluídos por não cooperarem com outros governos no combate à evasão de divisas. Entre os destinos preferidos pelos fujões brasileiros estão Ilhas Cayman, que recebeu US$ 18,3 bilhões; Ilhas Virgens Britânicas, US$ 13,3 bilhões; e Bahamas, US$ 10,2 bilhões. Nesses montantes não estão incluídos os envios para Uruguai, Suíça e Luxemburgo, que, embora constem da lista negra da OCDE, são tidos pela Receita Federal do Brasil apenas como países de “tributação favorecida”.

Não é de hoje que nações desenvolvidas e dispostas a produzir riqueza pela via do trabalho digno e da produtividade honesta tentam combater a concorrência desleal dos paraísos fiscais, especialmente os que, além das isenções atraentes, também oferecem segredo para ocultar a origem criminosa do dinheiro depositado. É nessa linha de rejeição a obscuros métodos de enriquecimento que deve ser apoiada a campanha que está sendo lançada no Brasil pelo Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), representante de uma rede internacional de 50 ONGs. Elas estão empenhadas em convencer os governantes dos membros do G20 a aprovar uma ação em favor do fim dos paraísos fiscais. A campanha pretende forçar a colocação do assunto em pauta na próxima reunião do grupo, em novembro, na França. Claramente prejudicado pelos atrativos oferecidos pelos paraísos fiscais, como demonstram os números do BC, e mais ainda pela questão ética envolvida, o Brasil não tem como negar ostensivo apoio à causa.”
(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de novembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição e caderno, página 7, de autoria de FREI BETTO, Jornalista, escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de Conversa sobre a fé e a ciência, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Terrorista de olhos azuis

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito. A mídia “usamericana” incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o islã é originariamente violento e, em sua primeira visita ao EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.

Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza, será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo – alerta o preconceito infundido. Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.

O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Horoshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 civis, sem contar as mortes posteriores por efeito de contaminação. Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas, que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.

Tão logo a notícia correu mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental. A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega os Estados Unidos. Ele “é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes. Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela Otan sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli? Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de um príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar? O que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética? O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.

O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, oito exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km/h com o carro de uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido? Enquanto a diferença gerar divergência, permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.”

Eis, pois, mais SÉRIAS e CONTUNDENTES abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de grandes TRANSFORMAÇÕES em nossa SOCIEDADE, o que vale buscar também a LIÇÃO de PAULO FREIRE: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

Que, portanto, a EDUCAÇÃO, e só pode ser de QUALIDADE, se transforme em PRIORIDADE ABSOLUTA dos GOVERNOS e da SOCIEDADE, âncora para o nosso PENSAR, DIZER e AGIR em meio a GIGANTESCOS DESAFIOS...

Mas, NADA, NADA mesmo ABATE o nosso ÂNIMO ou ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, a era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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quarta-feira, 8 de junho de 2011

A CIDADANIA, A INTERNET E O AREÓPAGO DIGITAL

“Internet mais fácil

É cada vez maior o número de internautas no mundo. Apesar de apresentarem perfis diversificados, todos querem navegar com segurança e agilidade. Os usuários, cada vez mais exigentes, buscam interfaces criativas, ágeis e simples. Há uma variedade de sites e sistemas oferecidos, mas nem todos conseguem atender a essas necessidades. Interfaces complicadas, com grande quantidade de informações e mensagens incompreensíveis, causam dificuldades e atrapalham no desenvolvimento de tarefas rotineiras. Para os internautas o importante é que eles se sintam confortáveis e protegidos ao utilizar um sistema. Tem que ser fácil de aprender, eficiente na utilização, fácil de recordar, que gere poucos erros e seguro. Os usuários devem alcançar seus objetivos com o mínimo de esforço, porém obtendo o máximo de resultados.

Debatido mundialmente no meio digital, o conceito de usabilidade está ligado às facilidades oferecidas na utilização de um sistema, tornando a navegação mais ágil e prazerosa. O internauta, quando se depara com muitas barreiras, acaba por desistir no meio da pesquisa ou tarefa. Por isso, a grande importância em compreender as necessidades desses usuários e, a partir daí, desenvolver mecanismos que possibilitem uma interação com os programas. O usuário costuma ter certa repulsa ao que entende. É preciso que haja um diálogo entre ele e o seus sistema, para que as tarefas sejam executadas de forma precisa e segura, sem grandes dificuldades. Entender essa relação pode possibilitar resultados significativos tanto para empresas, com redução de custos e aumento de produtividade, quanto na utilização doméstica, gerando usuários mais satisfeitos e aumento do desejo de consumo. É importante que o sistema seja adaptado para o usuário, e não o inverso.

Sendo assim, alguns cuidados simples como respeitar os limites, referências e habilidades dos usuários, além de fornecer instruções que auxiliem a navegação, podem fazer toda a diferença. Outro aspecto importante é manter um canal de fácil acesso para receber dúvidas, sugestões e críticas, mantendo uma relação de interação com esses usuários. É pelas insatisfações apresentadas que conseguimos desenvolver soluções mais eficazes. Palavras como otimização e agilidade também devem estar presentes, pois a comunicação nos dias atuais acontece de forma instantânea e em vários ambientes ao mesmo tempo. Desenvolver sistemas inteligentes, porém mais usuais, é um dos grandes desafios dos profissionais de tecnologia, que devem estar atentos às novas tendências e necessidades apresentadas pelos usuários.”

(DANIEL DINIZ, Diretor da Nitrato e vice-presidente de Comunicação e Marketing da Assespro-MG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Areópago digital

Paulo de Tarso, apóstolo admirável por sua erudição, religiosidade e caráter cosmopolita, por isso merecedor da consideração que, depois de Jesus Cristo, seu Senhor, e único, esteve no famoso areópago de Atenas, no percurso de sua ação missionária. O evangelista Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 17, narra que o areópago era o lugar onde os atenienses e estrangeiros residentes na cidade passavam o tempo a contar e ouvir novidades. Lá os frequentadores queriam saber o que significavam as coisas. Convidado por filósofos epicureus e estóicos, carregando uma inquietação, e até revolta, por ver a cidade entregue à idolatria, Paulo foi ao local e, de pé, discursou movido pelo sonho e compromisso com a verdade, consciente de que seu encontro é garantia da direção certa para a vida. É também, possibilidade de correções de rumos e entendimentos que podem aprimorar a cidadania na sua integridade.

O papa Bento XVI, na sua mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em 5 de junho – domingo da ascensão do Senhor –, trata sobre o areópago digital que emoldura a vida contemporânea. Essa festa litúrgica, importante no calendário da Igreja Católica, celebra o acontecimento da elevação de Jesus ressuscitado aos céus, enquanto abençoava os discípulos e por eles era adorado, deixando-lhes a tarefa missionária de continuar sua obra. Voltando a Jerusalém, depois de revestidos do Espírito Santo, espalharam-se pelo mundo inteiro e entre desafios e exigências, próprios da época – como os temos, também, no dias atuais –, cumpriram a tarefa do anúncio da verdade e o compromisso com a autencidade de vida, como é preciso na internet, que configura e mantém, hoje, o areópago digital. O papa refere-se à revolução industrial, produtora de profundas mudanças na sociedade com novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, assim como à grande transformação operada no campo das comunicações, que guia o fluxo de amplas mudanças culturais e sociais. De fato, é impressionante o volume de informações e possibilidades de intercâmbio, partilhas e interação que a internet oferece.

Essa consideração aponta um fenômeno maravilhoso, acesso a tudo para todos, em processo de socialização, gerando responsabilidades e exigindo reflexões para que não se percam os parâmetros das obrigações, sem comprometimentos com a cidadania. Como também, entre outros aspectos, a exigência, em qualquer âmbito: no trabalho profissional ou no exercício missionário das confissões religiosas, a importância insubstituível e inadiável do uso das ofertas e possibilidades próprias da tecnologia da informação. Conhecimentos e informações são difundidos, produzindo nova maneira de pensar e aprender, como uso adequado, como oportunidades inéditas de estabelecer relações e construir comunhão, salienta o papa. No entanto, há o desafio de refletir sobre o sentido da comunicação na era digital. As possibilidades oferecidas pelos novos meios são maravilhosas, não dispensam reflexões, encaminhamentos e ordenamentos quanto às extraordinárias potencialidades da internet e a complexidade de suas aplicações. O papa lembra que esse fruto do engenho humano tem que estar a serviço do bem integral, tanto da pessoa quanto da humanidade. Ele recomenda que, usada com sabedoria, pode contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade, que permanece como aspiração mais profunda do ser humano.

Compreende-se que essa conquista do engenho humano não é apenas um facilitador de trabalhos ou algo moderno que, por exemplo, substituiu a velha máquina de datilografia. Ou trouxe possibilidades de saber coisas com mais agilidade, não dispensando ninguém, nem as instituições, em particular as educacionais, de abraçar, mesmo com muitos investimentos a prática nesse areópago digital. A força de uma rede social aponta a importância do conhecimento compartilhado e a interação. É verdade que desafia o entendimento da comunicação como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas, sublinha Bento XVI; e a colisão com a parcialidade da interação, até o risco de cair no narcisismo. O mundo mudou, está mudando e vai mudar ainda mais, com exigências e desafios no anúncio da verdade. Na vivência da fé, no exercício comprometido da cidadania, possibilitando e exigindo participação na vida da cidade e na defesa dos direitos. É inevitável, para não correr o risco de estar fora do mundo e não realizar a própria missão, dominar o alcance do social network do contemporâneo areópago digital.”

Eis, portanto, mais RICAS e ADEQUADAS ponderações e REFLEXÕES acerca dos AVANÇOS e igual NECESSIDADE de aprofundamentos na PROBLEMATIZAÇÃO das questões CRUCIAIS que estão colocadas, como entre PRINCIPAIS, o alçar a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE, o IMPLACÁVEL e permanente COMBATE à INFLAÇÃO, à CORRUPÇÃO, ao DESPERDÍCIO, seja de que NATUREZA for, e trazer para PATAMAR suportável a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA – diante de PERDAS MONSTRUOSAS dos nossos já PARCOS recursos –, para tanto, e com CABAL ABRANGÊNCIA, o uso de instrumentos como a INTERNET e o AREÓPAGO DIGITAL...

NADA, absolutamente NADA, ARREFECE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO, e ainda mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIERAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTIAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as dinâmicas e exigências do SECULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOV AS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A CIDADANIA, A ARTE DA CELEBRAÇÃO E A PAZ; ESTA, UM DOM DE DEUS

“A arte da celebração

A passagem de ano não deveria pedir projetos (e posteriores remorsos), mais projetos (e mais futuros arrependimentos), e sim abrir a portinhola de algum alívio , alguma alegria. Mas talvez a gente goste de sofrer. Lembrei-me agora da deliciosa historinha do monge muito velho, quase centenário, que num remoto mosteiro pede a um monge bem moço que o ajude ainda uma vez a ir à biblioteca que guarda preciosos alfarrábios . Pela última vez, ele quer folhear uma enciclopédia ou encíclica papal, algo assim – a princípio, o moço não entende direito. O jovem monge instala, então, o velhíssimo velhinho junto a uma mesa imensa, tudo lá é muito grande e muito antigo. Mesa de carvalho, claro. É um aposento secreto no fundo da biblioteca, onde só os monges iniciados entram. O rapaz consegue o livrão, coloca-o na mesa diante do velhíssimo velhinho e sai, dizendo: “Qualquer coisa, toque essa sineta que eu venho acudi-lo”.

Passa-se o tempo, o jovem monge se distrai com seus afazeres, até que se lembra: e o ancião, como estará? Preocupa-se com o longo silêncio – será que ele morreu? Corre até o fundo da biblioteca, até a sala secreta, e encontra o velho monge batendo repetidamente a cabeça no tampo da mesa.
– Mestre, o que houve? O senhor vai se machucar!

O monge centenário chora e repete certas palavras que o moço custa a entender:

– Imagine, imagine! A palavra de ordem, a recomendação, a essência, não era celebate, mas celebrate!

Logicamente, em inglês, a coisa tem mais graça, mas mesmo quem lê aqui há de entender: desperdiçamos tempo, vida e energia sofrendo por bobagens, arruinando as alegrias, ignorando afetos, trabalhando mais do que seria necessário para a nossa dignidade, curtindo mais o negativo do que o positivo, quando afinal a ordem divina metafórica é que não precisamos fazer o sacrifício do celibato, mas celebrar a vida. Pessoalmente, sempre acreditei que a melhor homenagem que se faz a uma divindade, se nela acreditamos, é celebrar – respeitando, amando, curtindo, cuidando – a vida, a natureza, a arte, o enigma de tudo.

Mas nós, humanos, nem sempre espertos (embora a gente se ache, e muito), em vez de celebrar a passagem do ano, passamos boa parte dela nos enrolando. As providências excessivas, as compras, as comidas, as dívidas em dezenas de prestações... Os planos. Mas para que planos, quando o melhor é ter um só? Ser mais feliz, mais alegre, mais amoroso, mais honrado, mais pacífico. Mas a gente coloca aspectos prosaicos da vida acima de tudo: perder 10 quilos, tratar melhor a sogra, ser menos puxa-saco da sogra, da cunhada, da nora, do patrão. Ganhar mais dinheiro, o que nem sempre representa a conquista da felicidade ou algo que o valha, e por aí vai.

Para um lado ou outro, para o sim ou para o não, nessa hora nos enchemos de preocupações, acumulamos propósitos, e nos amarguramos porque aqueles objetivos elencados na passagem do ano passado não foram cumpridos (e ainda por cima a gente sabia que ia ser assim).

E daí? E daí que poderíamos aproveitar o momento para pensar no que realmente vale a pena. E o que vale a pena, não importam a biografia ou a latitude, é celebrar. Para tanto, basta que sejamos, em casa, no trabalho e na escola, um pouquinho mais agradáveis e menos tensos. E que, pelo menos, isso se manifeste na forma de um abraço vindo do fundo mais fundo do mais cansado – mas ainda amoroso e celebrante – coração.”
(LYA LUFT, em artigo publicado na Revista VEJA – edição 2198 – ano 44 – nº 1, de 5 de janeiro de 2011, página 26).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Paz, um dom de Deus

Diz o papa Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, celebrado pela 25ª vez no dia 1º: “A paz é um dom de Deus e ao mesmo tempo um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido”. A conquista da paz inclui os percursos dos diálogos todos, em diferentes níveis, as providências estratégicas de gestões inteligentes e eficazes, com entendimentos políticos adequados, e a indispensável consciência cidadã sustentada pelos valores morais que asseguram a configuração de um tecido social justo e solidário. Ao afirmar que a paz é um dom de Deus, o papa indica que uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz. Essa reconciliação afronta, entre outros desafios, o da indiferença religiosa, suscitando por um lado afirmações, condutas e linguagens que prescindem de Deus. Mas também indica, por outro lado, o enorme desafio da intolerância religiosa, que tem comprometido o valor da liberdade, gerando cenários sangrentos e violentos em muitos lugares, particularmente na Ásia e na África.

O papa sublinha que a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa, de cada povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Esse percurso e a forma para alcançar essa meta supõem mais do que a inteligência humana, que pode perder também o seu rumo e desvirtuar-se, na contramão da lucidez própria na geração do bem. A paz não é simples fruto de acordos políticos sazonais, nem de interesses nas esferas econômicas, estratégicas e tecnológicas. Ela é um valor moral. Sua sustentabilidade enraíza-se na experiência religiosa, na fé professada e testemunhada por indivíduos e também por povos, de diferentes culturas, com resultados inquestionáveis na sua configuração. Trata-se da experiência religiosa na vivência confessional da fé. As armas morais, por isso mesmo, são as mais preciosas para que haja paz. Nesse âmbito, sabe-se o quanto o mundo tem necessidade de valores éticos e espirituais. É um mundo que precisa muito de Deus.

A religião, também, lembra Bento XXI, pode oferecer contribuição preciosa na busca e na construção de uma ordem social justa e pacífica. Nesse horizonte, sua mensagem trata o tema da liberdade religiosa como caminho para a paz. Toda pessoa, na sua experiência de fé, tem o direito intocável do respeito à liberdade religiosa. Nessa experiência é que a pessoa orienta a própria vida, pessoal e social, para Deus, assegura o papa. E tem, pela luz da presença divina, a capacidade de compreender plenamente sua identidade, sua liberdade e seu destino. Afirma, ainda, que negar ou limitar arbitrariamente a liberdade religiosa significa cultivar uma visão redutiva da pessoa, e esse obscurecimento da função pública da religião gera uma sociedade injusta, em razão de ser desproporcional à verdadeira natureza da pessoa. A reflexão feita pelo papa parte, pois, da compreensão e do reconhecimento da dupla dimensão na unidade da pessoa: a religiosa e a social. Considerar apenas a essencialidade da dimensão social é mutilar o sentido da indivisível unidade e integridade da pessoa. A desconsideração, portanto, da dimensão religiosa é abertura para o risco de admitir ser possível encontrar no relativismo moral a chave para uma convivência pacífica. Concretamente, aí nascem a divisão e os riscos graves de negação da dignidade dos seres humanos.

Bento XVI afirma, então, que a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere total dignidade a cada um dos seres humanos e é garantia do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Portanto, não se pode buscar a paz prescindindo da dignidade transcendente da pessoa enquanto valor essencial. O entendimento pauta-se no quanto é importante e indispensável ter capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade. Essa faculdade é indispensável na construção de uma sociedade orientada para a realização e a plenitude da pessoa. O caminho para a paz, pois, situa a religião na sua dimensão pública. Esse seu lugar – de grandeza compartilhada – confronta-se com importantes aspectos no conjunto da vida da sociedade, ultrapassando o estritamente individual. Há um importante confronto com o sentido da laicidade positiva do Estado, desafiando a superação dos riscos dos laicismos. Desafia também os fundamentalismos originados no próprio campo das religiões e outras escolhas. São muitos, ainda, os desafios no caminho para a paz.”

São, pois, mais ADEQUADAS e PERTINENTES, como também PRECIOSAS, as REFLEXÕES e PONDERAÇÕES acerca de DESAFIOS que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A CIDADANIA EXIGE SEMPRE NOVA POSTURA DEPOIS DAS ELEIÇÕES

“III – PROGRESSO CIENTÍFICO E PROGRESSO MORAL

[...] ‘A busca pela verdade impõe o princípio da fraternidade entre os homens e rejeita as ideologias dos sistemas totalitários que fomentam os ódios raciais (...). Caso prevalecesse, para nossa desgraça, o movimento obscurantista que aponta o dedo acusador sobre a ciência como causa primeira dos nossos males, esses estudos, hoje em pleno desenvolvimento, seriam desestimulados, ou até mesmo suprimidos, em favor de um irracionalismo que vê em poderes ocultos extraterrestres o primum movens das ações humanas’.

Se a humanidade não progride na mesma medida em todas as partes do mundo – leia-se ainda –, a responsabilidade não é da ciência, mas da ignorância dos benefícios que dela podemos extrair, e das más escolhas políticas. Razão pela qual: ‘Há motivo para sermos otimistas sobre a possibilidade de que o Terceiro Mundo se liberte da indigência na próxima década. Os países em desenvolvimento são em boa medida donos do seu devir. Se permanecerão pobres e subdesenvolvidos ou se ingressarão nas fileiras dos países de recente industrialização, depende essencialmente das escolhas que saberão adotar.

Reagindo à conhecida acusação lançada pelo presidente Havel contra a civilização tecnológica global e planetária, que atingiu os limites do seu potencial além do qual tem início o abismo, há quem, embora admitindo que as verdades reveladas pela revolução científica nos últimos quatrocentos anos tornaram o mundo melhor, mas também mais perigoso, afirme resolutamente que, se das descobertas científicas não se extraem as vantagens que elas poderiam dar para tornar a humanidade “melhor”, a responsabilidade não é da ciência, mas da falta de vontade política.”
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos; organizado por Michelangelo Bovero; tradução Daniela Beccaccia Versiani. – Rio de Janeiro: Campus, 2000, páginas 664 e 665).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Depois das eleições

Passadas as eleições, a consciência cidadã é desafiada a considerar que está terminada a etapa da campanha eleitoral, anunciados os vitoriosos, e iniciada a fase que marca o quadriênio 2011/2014. Esta etapa é tão ou mais importante quanto a que culminou com a ida às urnas. Os eleitores têm o direito e o dever de acompanhar o desempenho dos seus representantes, no Executivo e no Legislativo. Este acompanhamento é uma imprescindível participação cidadã. Os eleitos estão, nem é necessário dizer, a serviço da sociedade civil. Configurada no seu tecido pelos cidadãos eleitores, a sociedade tem um valor considerável, de modo que a comunidade política, constituída pelo voto, está a serviço dela. A sociedade civil, enquanto universal, é a guardiã e destinatária do bem comum com a obrigação e o dever de exigir respeito na medida do direito de cada cidadão.

A comunidade civil não pode, portanto, ser considerada como um apêndice ou uma variável da comunidade política. A civil tem preeminência sobre a política. Sua justificação é o serviço prestado aos cidadãos, todos, na construção de uma sociedade justa, solidária e depositária de valores. A referência é aos valores relacionais, morais, éticos e de abertura à transcendência. Aqui se localiza o lugar educativo e de imprescindível contribuição que a Igreja Católica tem direito e obrigação de oferecer. A comunidade política não é a fonte única e inesgotável na definição de valores que se constituem como parâmetro e critério para a sua orientação.

Quando se pensa a respeito de ideologias políticas individualistas, totalitárias ou relativistas, no que concerne aos valores morais, a comunidade política precisa de instâncias de confronto que lhe podem dar novos rumos. Não se trata da constituição de bancada no Parlamento ou nas assembléias legislativas, com qualificação confessional, muitas vezes, para atender a interesses de tipo cartorial. Trata-se de um indispensável confronto e presença propositiva à consciência de representantes eleitos, no Executivo e no Legislativo, para que esses não se sustentem apenas do ideário ideológico de seus partidos, nem apenas de modo individualista do tecido de sua própria consciência, que precisa, é claro, ser bem e permanentemente formada na direção do respeito à vida e na gestão do que é do bem comum.

Oportuna é a palavra do papa Bento XVI, em discurso dirigido ao Conselho Episcopal Regional Nordeste 5, finalizando a Visita ad Limina, aquela que os bispos do mundo inteiro fazem ao papa. O pontífice conclamou os bispos, na sua tarefa de ensinar, a formar a consciência moral do povo e esclarecer com veemência a doutrina moral iluminando escolhas e discernimentos no âmbito da política, para garantir rumos adequados e inequívocos quanto ao respeito à vida – desde a fecundação até a morte, com o declínio natural; assim como na priorização de infraestrutura e erradicação da miséria. Compreende-se, pois, que a orientação dada pede vigência vigilante quanto aos rumos que agora serão dados nas governanças estaduais e federais, bem como redobrar a atenção do mapa configurado nas assembleias legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Não se pode considerar que este período pós-eleitoral signifique um silêncio ou um acompanhamento de desfechos. A fé professada com sinceridade, ancorada em referências éticas, alimenta-se de uma fonte indispensável ao exercício desse serviço prestado pela comunidade política.

Por isso, como outros segmentos da sociedade, e em parceria com eles, a Igreja Católica, para além de interesses particularizados, tem uma tarefa importante na comunidade política, seja partindo da fé professada por seus membros ou pela obrigação de, orgânica e sistematicamente, oferecer confrontos e propostas que propiciem entendimentos visando ao bem, à verdade, à dignidade humana, ao respeito à vida e à justiça. É equivocado o entendimento , mesmo por parte de analistas de variados campos do saber, quando pretendem exilar a religião e mais diretamente a fé professada da sua incidência, pela força ética e moral, os andamentos da comunidade política. Sendo o povo o sujeito da autoridade política, esse tem o direito de exigir, por ser detentor de soberania, respeito aos seus valores no atendimento de suas necessidades pelos serviços prestados. Esperam-se audácias. O momento está exigindo e é propício para que se alcancem, com mais rapidez, conquistas na infraestrutura, erradicação da miséria, avanços na ciência , tecnologia, economia e educação. Além disso, respeito à liberdade religiosa, promoção de valores humanos, morais e políticos. A fé cristã tem, pois, importante tarefa, também, agora depois das eleições.”

Eis, portanto, mais páginas e REFLEXÕES acerca da IMPERIOSA e NECESSÁRIA participação de CADA UM na condução dos nossos DESTINOS, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, PARTICIPATIVA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A CIDADANIA E A GRAMÁTICA DAS URNAS

“Valorização do Estado

[...] O governo brasileiro encaminhou ao Congresso Nacional a Política Nacional de Inteligência (PNI), que identificou 11 ameaças potencialmente prejudiciais à sociedade e aos interesses estratégicos nacionais, entre os quais, neste caso, a corrupção, internalizada como “um fenômeno mundial capaz de produzir a erosão das instituições e o descrédito do Estado como agente a serviço do interesse nacional”.

À luz da PNI, “cabe à inteligência cooperar com os órgãos de controle e com os governantes na prevenção, identificação e combate à corrupção em suas diversas manifestações, inclusive quando advindas do campo externo, que colocam em risco o interesse público”. A Operação Satiagraha, lamentavelmente, demonstrou que a cooperação com os órgãos de controle (prevista em lei) ainda é um processo a ser construído, com cautela e com grande profissionalismo de homens e mulheres de inteligência e segurança pública, caso contrário, corre-se o risco de termos raposa tomando conta de galinheiro. O profissionalismo dos operadores de inteligência não pode ser visto tão somente pelo acúmulo de cursos institucionais, pois sabemos que grandes currículos não representam habilidades, muito menos competência. O bom servidor não é aquele que cumpre horário, mas quem se dedica com entusiasmo à atividade que abraçou.

Organizações serão profissionais à medida que se fortalecem os mecanismos de controle sob a responsabilidade do Executivo (fiscalização), ação do Legislativo sobre o Executivo e a prestação de contas pelos tribunais destinados a este fim. Um novo governo se aproxima e esperamos que ele fortaleça as instituições do Estado democrático de direito, para cumprir os interesses da sociedade soberana e não da vontade patrimonialista de seus governantes, ainda que eleitos pela vontade do povo.”
(HÉRCULES RODRIGUES DE OLIVEIRA, Mestre em administração, professor do UNI-BH, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de outubro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e local, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“A gramática das urnas

As urnas, neste primeiro das eleições, desenharam uma gramática cuja sintaxe traz o desafio de ser destrinchada e compreendida. Uma complexa tarefa que inclui diferentes intérpretes, desde os analistas políticos, partidos, especialistas de variados campos do saber, entrelaçando a opinião pública, até os marqueteiros com suas incursões nos propósitos de exitosos resultados. Contudo, a interpretação argumentada mais importante é aquela do eleitor que voltará às urnas no segundo turno. Não só. Está posta a exigente tarefa de configurar o mapa atual do Congresso Nacional e também das assembléias legislativas. Não é bom relegar o acompanhamento dos Executivos estaduais com suas tarefas e obrigações de intervenção mais rápida e determinante nos problemas de infraestrutura e necessidades básicas da população. A tarefa de acompanhar, promover o diálogo e participar das discussões que definem as políticas públicas e o lado exigente da condição cidadã de ser eleitor. Nessa direção há que se avançar de modo político mais amadurecido enquanto se compreende que o eleito, no exercício de sua função, está a serviço da sociedade e de suas necessidades, sempre ancorado na justiça social e no direito.

Sem esse monitoramento e permanente discussão em fóruns, comitês e grupos de acompanhamento, cria-se a situação propícia de deixar que o serviço político perca sua finalidade, sendo regido por interesses cartoriais. Se a sociedade se omite e não se envolve nas necessárias discussões discussões e vigilâncias, tratando de modo substantivo as questões e carências, abre portas para cenários deprimentes e abomináveis na política, permitindo que esta não dê conta de sua tarefa central, a de garantir a justa ordem da sociedade e do Estado. Adverte o papa Bento XVI, na sua carta encíclica Deus Caritas est, n. 28, que assim sendo o Estado não seria regido pela justa ordem e “redurzir-se-ia a uma grande banda de ladrões, como disse Santo Agostinho uma vez”. E ainda: “A justiça é o objetivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda política. A política é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”.

A natureza ética da justiça, em se considerando o mapa das urnas no primeiro turno, e o que vai ocorrer no segundo turno, de importância determinante para o futuro da sociedade brasileira, comprova um equívoco quando opiniões desclassificam ou desconsideram o papel da religião, dos grupos religiosos confessionais ao redesenhar o quadro político. Ouve-se por aí a opinião de que seitas e a Igreja Católica se envolveram indevidamente no processo eleitoral. É exato considerar essa participação indevida quando há mistura de caráter partidário com a inabilidade ao tratar candidatos de modo a influenciar preconceituosamente. Este é um risco que inclui uma compreensão que pode levar a uma idealização dos candidatos, com a conclusão de que nenhum é perfeito, portanto, merecedor de seu voto. Não se encontra candidato perfeito. Basta pensar que são candidatos de um partido com suas coligações. É claro que não vai se desconsiderar um dos inumeráveis aspectos que a gramática das urnas indicou: trata-se do anseio por pessoas com integridade que garantam um exercício adequado e indispensável da autoridade moral. Um anseio que aparece aqui e ali contracenando, de modo oposto, com escolhas que revelam protesto, sinal de descrédito.

Mas apareceram também as surpresas reveladoras do desejo de inovação. Voltando à participação eleitoral a partir dos valores nos quais a confissão religiosa se pauta, não de pode deixar de considerar a força advinda daí influenciando nos resultados. Não será, para não ser inadequada, uma influência partidária, nem aquela da constituição de bancada, não apreciada, decisivamente, pela Igreja Católica. Mas a influência da impostação ética, oferecendo critérios que respeitem o exercício soberano de escolha do eleitor, na sua liberdade e na sua capacidade de refletir e decidir. Não se pode estacionar na idealização de um candidato. As condições do candidato, iluminadas pela ética, que é e deve ser o coração da confissão religiosa, funcionarão como uma lâmpada iluminando o caminho – com seus altos e baixos, luzes e sombras – na gramática de sintaxe complexa que as urnas configuraram e estão exigindo novos entendimentos para definições adequadas na sociedade. É indispensável multiplicar diálogos em todos os níveis, debates e intercâmbios com analistas de campos diferentes e distintos pontos de vista na tarefa cidadã de compreender, decifrar e posicionar-se diante da gramática das urnas.”

São, pois, mais páginas eivadas de PEDAGOGIA e ESPÍRITO CÍVICO que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDADA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INOVAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A QUALIDADE DO VOTO

“Sobre os direitos sociais (1996)

Nos últimos anos, o tema dos direitos sociais foi muito negligenciado, seja pela direita que, como é natural, exalta de modo particular os direitos da liberdade, e com particular força as liberdades econômicas, seja por uma boa parte da esquerda que, depois da derrocada dos Estados comunistas, nos quais eram exaltados os direitos sociais com prejuízo dos direitos da liberdade, parece com freqüência seguir a direita em seu próprio terreno.

Em oposição aos direitos individuais, por “direitos sociais” entende-se o conjunto das pretensões ou exigências das quais derivam expectativas legítimas que os cidadãos têm, não como indivíduos isolados, uns independentes dos outros, mas como indivíduos sociais que vivem, e não podem deixar de viver, em sociedade com outros indivíduos.

O fundamento da forma de governo democrática em oposição às várias formas de governo autocráticas, que dominaram grande parte da história do mundo, é o reconhecimento da “pessoa”. Ora, o homem é ao mesmo tempo “pessoa moral”, em si mesmo considerado, e “pessoal social” (recordemos o celebérrimo “animal político” de Aristóteles), já que vive, desde o nascimento até a morte, em vários círculos, que vão da família à nação, da nação à sociedade universal, através dos quais a sua personalidade se desenvolve, se enriquece e assume aspectos diversos, de acordo com os diferentes círculos nos quais vive.

À pessoa moral referem-se especificamente os direitos de liberdade, à pessoa social, os direitos sociais, que recentemente foram também chamados por Gustavo Zagrebelsky de “direitos de justiça”. É dispensável acrescentar que em meio aos primeiros e aos segundos estão os direitos políticos, vale dizer, aqueles que estão no fundamento de participação direta ou indireta do indivíduo ou dos grupos na tomada de decisões coletivas, na qual consiste a democracia. Pode-se dizer sinteticamente que a democracia tem por fundamento o reconhecimento dos direitos de liberdade e como natural complemento o reconhecimento dos direitos sociais ou de justiça. Devido a essa dupla característica do reconhecimento, e correlata garantia e proteção, de direitos individuais e direitos sociais, as democracias contemporâneas, renascidas depois da catástrofe da Segunda Guerra Mundial, foram denominadas ao mesmo tempo liberais e sociais. Uma vez que os princípios de liberdade eram dados como pressupostos, desenvolvendo-se no Estado democrático a partir do reconhecimento dos direitos de liberdade para chegar ao reconhecimento dos direitos sociais, falou-se de uma passagem da democracia liberal para a democracia social.

Uma das últimas constituições democráticas, a espanhola, de 1978, proclama no art. 1: “A Espanha constitui um Estado social e democrático que propugna, como valores superiores da sua ordem jurídica, a liberdade, a justiça, a igualdade e o pluralismo político.

De resto, também o art. 1 da Constituição italiana, com a conhecida fórmula, embora menos feliz, segundo a qual a República é “fundada sobre o trabalho”, alude a esse mesmo processo de transformação do Estado liberal em Estado social, no qual a dignidade do homem se funda não sobre aquilo que se tem (a propriedade), mas sobre aquilo que se faz (exatamente o trabalho), tanto que já no art. 4 se lê: “A República reconhece a todos os cidadãos o direito ao trabalho e promove as condições que tornem efetivo esse direito”. [...]”.
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria geral da política: a filosofia e as lições dos clássicos; organizado por Michelangelo Bovero; tradução Daniela Beccaccia Versiani. – Rio de Janeiro: Campus, 2000, páginas 501 e 502).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

Quem merece seu voto?

Esta pergunta é, sem dúvida, um grande desafio posto a cada cidadão às vésperas das eleições deste ano. Isso, porque esta resposta não deve ser construída, simplesmente, com a força e o discurso do mais sofisticado marketing pautado na propaganda eleitoral que incorporou aquele tom antigo – associando à imagem do candidato suas promessas ou referências ao que ele fez. No ar, de certo modo, está a dívida quanto à discussão de propostas mais consistentes e abrangentes como as exigências de reformas do Estado, tributária, política. É uma aberração apresentar-se ao eleitor e trabalhar o convencimento para que ele dê o seu voto por conta de promessas e mesmo das realizações passadas. Este discurso, na verdade, revela a lacuna na educação de um povo que pode se deixar convencer por argumentos emocionais e pelo tratamento de suas necessidades básicas como se fosse um atendimento benevolente gerando devedores e tendo no voto o pagamento ou retribuição. É lúcido pensar e defender que não basta adotar esquemas de proteção e de oferta de tudo aquilo que é direito do cidadão. É preocupante, no cenário da sociedade brasileira, o quanto o emocional vai presidindo o embate político, influenciando nas escolhas pela ausência da clareza que advinda da consciência dos que são destinatários e portadores de um qualificado processo educativo. A consciência sociopolítica está intrinsecamente ligada ao modo de educação recebida e cultivada. Por isso mesmo, estas eleições revelarão o nível da cultura política existente no tecido da sociedade brasileira.

Ainda falta um longo caminho a percorrer, como fruto de processo educativo mais amplo e qualificado, para se compreender que a política, além da arte de transigir, é particularmente a arte de cuidar e garantir a justa ordem da sociedade e do Estado, seu dever central. Este entendimento acende um facho de luz na pergunta acerca de quem merece seu voto. É importante lembrar o papa Bento XVI na sua carta encíclica Deus caritas est, 2005, quando diz que “a política é mais do que simples técnica para a definição de ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética”. Ora, se a justiça é a origem e o objetivo da política e sua implementação é de natureza ética, conclui-se que ter ficha limpa é critério primeiro e fundamental para definir alguém como merecedor do seu voto.

A sociedade brasileira compreendeu e aderiu ao projeto de lei Ficha Limpa aprovado, um entendimento que não tem o menor sentido de ser adiado porquanto a moralização da política é uma das mais urgentes exigências e anseio da sociedade brasileira. Essa garantia de qualificação na candidatura se entrelaça com uma série de critérios importantes para que alguém seja merecedor de voto. Inquestionavelmente, torna-se merecedor do seu voto quem passa pelo crivo dos valores que possam permitir que o eleito respeite e lute pela democracia, priorize direitos sociais para configurar um novo cenário, particularmente, para os mais pobres, sem jamais perpetuar programas e benesses que os mantenha reféns de comodidades geradas e de preguiças que atrasam o passo na conquista da própria autonomia. O merecimento do seu voto, em qualquer cargo, Executivo ou Legislativo, não pode ser uma decisão determinada pelo marketing político que amordaça consciências e não permite a configuração de critérios que assegure ao cidadão seu direito de escolher, não por obrigação a ser paga, mas na liberdade e autonomia que compõem a vivência autêntica da cidadania.

Na lista dos valores para configurar critérios que possam ser alavancas de juízos adequados na escolha, incluem-se o respeito à vida em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural, o compromisso com a democracia, o respeito à liberdade de imprensa, o olhar e compreensão do pobre como sujeito e não como simples destinatário – incluindo a discussão sobre religião e a laicidade do Estado. Nessa direção os católicos precisam se posicionar mais clara e diretamente nas suas escolhas para usufruir do seu direito, por diálogo e intercâmbio, de contar com governantes e parlamentares capazes de pautar suas ações pelos valores do evangelho e na fidelidade a princípios e valores, não simplesmente a interesses que possam abrir caminhos a negociações espúrias. Os católicos, no exercício de sua cidadania, como outros, todos, têm o desafio de fazer a diferença pela força de escolher quem merece seu voto. Este desafio e embate devem ser enfrentados com fé e coragem.”

Estamos, assim, diante de REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA PELA CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, CAPAZ DE ESCOLHAS QUALIFICADAS, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...