quarta-feira, 20 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E O INVERNO DO NOSSO DESALENTO

“O inverno do nosso desalento

Não há como não ver, escutar, comentar: a ponta do iceberg, a ponta do novelo da realidade que finalmente começa a se desvendar, a imprensa divulga, os brasileiros comuns, como eu, encaram assustados – pois ela comanda nosso presente e futuro, o bolso, a esperança. Nos bastidores da vida pública, um fervilhante mercado persa de cargos, dinheiros e favores do qual não temos ideia.

Pois nesse teatro ou circo todos correm a se proteger, a preservar as últimas ilusões da platéia, e a defender seus feudos não muito limpos. Havia muito eu andava perplexa: agora, começo a sentir aquele profundo desalento do qual falou um político honrado, antes de se recolher à vida particular, para pouco depois subitamente morrer. O coração não agüentou, imagino. Deve ser grande, dolorosa, a solidão dos honestos no meio público. Os honrados existem, mas hão de nadar penosamente com um correnteza poluída - objeto de preconceito dos seus pares, olhados como ameaça: o que eles pensam? Achando-se melhores que nós? E se forem dedurar?

E nós, do lado de fora, que pagamos a conta, que armamos o circo, carregamos a lona e as gambiarras, enfrentamos as feras, levamos nas costas até o elefante: e nós? Quem nos perguntou, quem nos pediu licença para organizar esse melancólico espetáculo, que transcorre em meio silêncio e meia-luz? Que circo, que teatro é esse, causando desorientação nossa, falta de idealismo nos jovens, e que devia ser escondido das crianças como pornografia?

Aqui onde vivo faz frio neste inverno. Geada cobre gramados e campos, queima as colheitas, diverte os turistas, nos faz recear a rua onde de manhã frequentemente temos sensação térmica negativa. Nestes dias, parece que esse sentimento gélido é reforçado pelo clima dentro de nós, que contemplamos e ouvimos os atores desse espetáculo que nós sustentamos, sem entender direito – por alienados e fúteis –, no circo dos nossos pesadelos, no teatro das nossas desilusões. Quem lhes dá força, quem os protege? Algum será devidamente punido – ou vai fingidamente se recolher para reaparecer em outro cargo igualmente poderoso, igualmente facilitador de ganhos escusos? Enquanto nós, crédulos ou omissos, acreditamos em ganhar a vida e sustentar a família com o suor do nosso rosto, o desgaste do nosso corpo, a perda da nossa vida, o esforço da nossa inteligência.

Sim, nestes dias eu sinto, mais que o frio do clima, o gelo do desalento. De não acreditar que vá ocorrer uma grande faxina, uma real limpeza, alguma solução ou verdadeira melhora, um grande avanço em direção à honestidade. Pois “transparência” se tornou uma palavra banalizada e vazia, sem valor, quando tudo é obscurecido para favorecer as ações na sombra. Talvez, para ser algo real, essencial e radical, fosse preciso mudar tudo. Quase tudo. A cena, os atores, as falas, até a plateia. As coxias, os bastidores, teriam de ser varridos e abertos ao público. O público teria de prestar atenção, reagir, aplaudir ou renegar. Nunca relevar. Demitir muita gente do quadro de seu respeito e confiança. E tamanha mudança causa medo e insegurança.

Uma grande transformação seria possível com informação, para começar, que vem de uma educação eficiente, e leva tempo. Assim se fazem mudanças com ordem, calma, Inteligência, vontade. Mas eu, neste frio que me assola, receio que o espetáculo apenas continue: trocados os atores e nomes ou máscaras, o tom e algumas falas, recolocadas as luzes, o indevido oculto atrás de papelão pintado, e toca em frente, o teatro, o circo. E nós, omissa ou submissa plateia, continuaremos aplaudindo mesmo sem entender direito, ofuscados pela luz que vem do alto, ainda levando em nossas doloridas costas os paus, as lonas, até o elefante.

A solução poderia ser um desalento criativo, produtivo, ativo, que agisse para limpar o que está sujo e nos humilha, expor o que é duvidoso e nos envergonha, mudando, sabe Deus como, o que nos rouba a dignidade enquanto explora a indecisão de quem não quer ver, para não ter de crer.”
(LYA LUFT, é escritora, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2226 – ano 44 – nº 29, de 20 de julho de 2011, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e Psicologia Escolar do Brasil, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“30 milhões de analfabetos funcionais

Na recente 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a educação permeou vários debates e propostas. Mas, apesar do esforço do governo e pesquisadores, dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram o Brasil como o oitavo pior país no ranking de analfabetismo no mundo. São 14 milhões de adultos brasileiros analfabetos. No mundo são 67 milhões. Ocupamos a 7ª posição entre as potências econômicas, mas segundo a Unesco, ocupamos o 88º lugar em educação. Temos cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais. Só um em cada quatro brasileiros de 15 a 64 anos pode ser considerado plenamente alfabetizado. A proporção de pessoas que não sabem ler ou escrever no Brasil é maior que a média na América Latina e no Caribe. Segundo o Ipea, 98% das crianças brasileiras de 7 a 14 anos hoje estão nas escolas. Isso é fantástico, mas conter a evasão e oferecer ensino de qualidade é o desafio.

O Brasil investe R$ 1.900 por ano em cada estudante do ensino básico e R$ 13 mil em cada estudante do ensino superior. Em sete anos, o número de matrículas na educação superior aumentou de 3,5 milhões para 5,9 milhões. Grande investimento, mas quais são os grandes impactos de pesquisas e grandes projetos socialmente importantes das universidades? Temos uma rede pública de ensino superior excepcional e é fundamental que ocorram grandes retornos sociais para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Apesar dos grandes investimentos, infelizmente no último censo Times Higher Education, nenhuma universidade brasileira foi incluída nas 100 melhores do mundo.

Com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), o governo promete R$ 1 bi e criar mais 200 escolas técnicas até 2014. Desse total, R$ 700 milhões vão para bolsas de estudo e R$ 300 milhões para financiamento estudantil. Com isso, o governo espera reduzir um problema crônico para o crescimento dos serviços e da indústria nacional: a falta de mão de obra qualificada. Projeto ambicioso que contribuirá para o emprego e inclusão de milhões de brasileiros, mas que precisa ter excelente gestão do gasto público.

Educadores do Brasil, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Argentina se reuniram recentemente em Brasília e debateram o papel da educação na promoção do desenvolvimento e no combate às desigualdades sociais. É de fundamental importância que a educação seja efetivamente vista como inclusão social e qualidade de vida do povo. Uma recente pesquisa da Associação dos Magistrados do Brasil, Justiça em números – novos ângulos, de Maria Tereza Sadek, revela a relação direta entre nível de escolaridade e busca dos direitos na Justiça. A autora comenta que a alfabetização implica maior conhecimento dos direitos e as pessoas procuram mais a Justiça. Nos estados mais pobres, com maior número de analfabetos, há menor procura pela Justiça. Segundo o presidente da ABM, as pessoas mais esclarecidas reivindicam mais os seus direitos e têm noção de cidadania. Um bom projeto nacional de educação necessariamente tem que incluir conhecimentos de direitos humanos e cidadania. Piero Massimo Forni, especialista em civilidade pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a falta de civilidade nos EUA custa 30 bilhões de dólares por ano. Quanto custa no Brasil a falta de civilidade e cidadania? E o que isso tem a ver com educação de qualidade? Além do desenvolvimento, crescimento econômico, melhora da vida dos cidadãos, uma educação de qualidade terá grande impacto também na redução de violências e na criação de atitudes cidadãs. O indivíduo bem alfabetizado é um cidadão sábio, crítico e se posiciona de forma positiva nas relações sociais aumentando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da nação – menos criminalidade e maior qualidade de vida. É essa importante cadeia qualitativa da educação, que diferencia uma grande nação. Educação de qualidade para todos em todos os níveis de escolarização é preciso!”

São estas, pois, mais SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que acenam para grandes, URGENTES e inadiáveis TRANSFORMAÇÕES de nossa SOCIEDADE, e do mesmo modo, apontam para a PRIORIDADE ABSOLUTA das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS, e de maneira POSITIVA e IMPOSITIVA: “EDUCAÇÃO de QUALIDADE para TODOS em TODOS os NÍVEIS de escolarização é PRECISO! (o grifo é meu).

São, e sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS que, de outro lado, não nos ABATEM e nem ARREFECEM nosso ÂNIMO e ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL!...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A CIDADANIA, A SAÚDE, A CIVILIDADE E A FELICIDADE

“Saúde do povo, descaso do Estado

O neoliberalismo deu um tiro de misericórdia no Estado de bem-estar social. Destruiu os vínculos societários nas relações de trabalho, deslegitimou a representação sindical, deslocou o público para o privado. O que era direito do cidadão, como a saúde, passou a depender das relações de mercado e da iniciativa pessoal do consumidor.

Quem não tem plano privado de saúde entra na planilha dos cemitérios. Hoje, 40 milhões de brasileiros desembolsam, todo mês, considerável quantia, convictos de que, doentes, serão atendidos com a mesma presteza e gentileza com que foram assediados pelos corretores das empresas de saúde privada.

Os clientes se multiplicam e os planos proliferam, sem que a rede hospitalar acompanhe essa progressão. O associado só descobre o caminho do purgatório na hora em que necessita de resposta do plano: laboratórios e hospitais repletos, filas demoradas, médicos escassos, atendentes extenuados.

Em geral, o pessoal de serviço, que contato imediato com os beneficiários, não demonstra a menor disposição para o melhor analgésico à primeira dor: gentileza, atenção, informação sem dissimulação ou meias palavras.

Ora, se faltam postos de saúde e hospitais; se consultórios têm salas de espera repletas como estação rodoviária em véspera de feriado; se na hora da precisão se descobre que o plano é bem mais curvo e acidentado do que se supunha... a quem recorrer? Entregar-se às mãos de Deus?

O Brasil é o país dos paradoxos. O que o governo faz com u’a mão, desfaz com a outra. O SUS banca 11 milhões de internações por ano. Muitas poderiam ser evitadas se o governo tivesse uma política de prevenção eficiente e, por exemplo, regulamentasse, como já faz com bebidas alcoólicas e cigarro, a publicidade de alimentos nocivos à saúde. A obesidade compromete a saúde de 48% da população.

Entre nossas crianças, 45% estão com sobrepeso, quando o índice de normalidade é não ultrapassar 2,3%. De cada cinco crianças obesas, quatro continuarão assim quando adultos. No entanto, as leis asseguram imunidade e impunidade a uma infinidade de guloseimas e bebidas, muitas anunciadas ao público infantil na TV e em outros veículos. Haja excesso de açúcares e gordura saturada.

A boa-fé nutricional insiste na importância de verduras e legumes. Mas a Anvisa (vigilância sanitária) não se empenha para livrar o Brasil do vergonhoso título de campeão mundial no uso de agrotóxicos. Substâncias químicas proibidas em outros países são encontradas em produtos vendidos no Brasil. Haja câncer, má-formação fetal, hidroencefalia etc!

Entre 2002 e 2008, os acidentes de moto se multiplicaram 7,5 vezes no Brasil. Na capital paulista, são 4 mortes por dia. No entanto, a fiscalização de veículos e condutores é precária e as vias públicas não são adaptadas ao tráfego de veículos de duas rodas.

Quem chega ao Brasil do exterior deve preencher e assinar um documento da Receita Federal declarando se traz ou não medicamentos. Em caso positivo, o produto e o passageiro são encaminhados à Anvisa. Ora, toneladas de veneno entram diariamente por nossos portos e aeroportos, e são vendidos em qualquer esquina: anabolizantes, energizantes, enquanto a TV veicula publicidade de refrigerantes com alto teor de cafeína e poder de corrosão óssea.

Embora todos saibam que saúde, alimentação e educação são prioritárias, o Ministério da Saúde dispõe de poucos recursos, apenas 3,6% do PIB, o que equivale, neste ano de 2011, a R$ 77 bilhões. Detalhe: em 1995 o governo FHC destinou, à saúde, R$ 91,6 bilhões. A Argentina, cuja população é cinco vezes inferior à do Brasil, destina anualmente duas vezes mais recursos que o nosso país.

Nossa saúde é prejudicada também pelo excesso de burocracia das agências reguladoras, a corrupção que grassa nos tentáculos do poder público (vide o prontuário da Funasa na sua relação com a saúde indígena), a falta de coordenação entre a União, os Estados e os municípios. Acrescem-se a mercantilização da medicina, a carência de médicos e sua má distribuição pelo país (o Rio tem 4 médicos por cada 1.000 habitantes: o Maranhão, 0,6).

Governo é que nem feijão, só funciona na panela de pressão. Se a sociedade civil não exigir melhorias na saúde, no atendimento do SUS, no controle dos planos privados e dos medicamentos (pelos quais se pagam preços abusivos), estaremos fadados a ser uma nação, não de cidadãos, e sim de pacientes – no duplo sentido do termo. E condenados à morte precoce por descaso do Estado.”
(FREI BETTO, é escritor, autor de Calendário do poder (Rocco), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de maio de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de julho de 2011, Caderno PENSAR, página 3, de autoria de INEZ LEMOS, que é psicanalista, e merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Civilidade e FELICIDADE

A obsessão do homem contemporâneo em consumir o torna escravo da tirania da felicidade. Isso impede o enfrentamento de questões como o fracasso e a necessidade de lidar com as frustrações

O dever de felicidade marca a nossa era e pauta o sentido de viver. Freud, em O mal-estar na civilização, nos lembra de que a felicidade é sempre uma aspiração, um desejo negociado entre os limites impostos pela cultura. Significa que, para viver bem, devemos aprender a renunciar às pulsões – domar os impulsos que insistem em nos comandar. Talvez aqui resida uma das questões-chave para atingir, senão a felicidade, pelo menos uma vida sintonizada com sonhos e convicções. Contudo, o que presenciamos, muitas vezes, é a desarmonia, desencontro entre o que gostaríamos de viver e o que vivemos. Lembramos que o compromisso do projeto civilizatório é com o progresso, não com a felicidade dos homens. Não faz parte do plano se ocupar com os aspectos subjetivos da humanidade.

Com a passagem do capitalismo de produção centrado no trabalho para o sistema de produção focado no consumo, é estratégico vender o ideal de felicidade como dever e obrigação. Logo, os mentores desse modelo de civilização perceberam que o caminho para o Éden deveria se tornar livre. Permitir e não coibir, eis a receita da promoção do gozo eterno. Assim, caso fraquejemos em nosso propósito de felicidade, toda a responsabilidade recai sobre nós. O furo está justamente na crença de que o caminho a percorrer é o estabelecido e propagado. Não é de bom tom expor infortúnios, assumir os fracassos. Demonstrar alegria se tornou sinônimo de polidez. A herança de Maio de 1968 culmina com a liberação para viver o desejo sem restrições. Na esteira do “é proibido proibir”, acabamos sob a tutela dos exploradores da libido – trocamos qualquer possibilidade de sofrimento pela tirania da felicidade. Esquecemos que o sofrimento salva a existência, como disse Simone Weil.

Aos insatisfeitos em relação à determinação maldita de felicidade, à sobrevida vegetativa a que estamos condenados, cabe desafiar a crença de que só há felicidade possível se seguirmos a humanidade consumista e moribunda. Como sair do que Henry Miller, num rompante agressivo contra a América, chamou de “o pesadelo refrigerado”? Ao nos submetermos à razão mercantil e corrosiva que destrói o sentido da vida, quando as coisas importantes não mais nos interessam e o que nos atrai são as coisas desimportantes, nos tornamos servos embriagados de falsa sedução. Escravos de mestres que nos querem assujeitados e fragilizados. Como testemunhou Raoul Vaneigem, um dos críticos de 1968: “Não queremos saber de um mundo em que a garantia de não morrer de fome deve ser trocada pela certeza de morrer de tédio”.

E agora, moçada, como resistir ao triunfo do consumismo se sabemos que ostentar objetos não é sinônimo de civilidade? Dirigimos carros importados e jogamos lixo na rua. Estacionamos em fila dupla – convictos de que esse é um direito, lançamos o olhar cínico da arrogância. Estimulamos a esperteza, adoramos nos sentir privilegiados e tratados com deferência. Detestemos a igualdade. Como conciliar grana com elegância, ética com poder?

O antropólogo Roberto DaMatta, em Fé em Deus e pé na tábua, ao analisar o comportamento competitivo do cidadão brasileiro, relaciona-o com as estruturas hierárquicas e concepções imobilistas – viés racista e aristocrático. “O cão do senador tem mais direitos que o do cidadão anônimo. Saber de quem é Rolex faz com que os policiais trabalhem com mais afinco e eventualmente o devolvam ao dono”, escreve ele. Não gostamos de obedecer às leis – a obediência nos coloca na posição de igualdade, enquanto a transgressão traz o gosto da superioridade, lugar diferenciado. Obediência à lei exprime subordinação social e revela confusão entre obedecer às pessoas e à lei. Geralmente, o cidadão de classe social elevada se sente humilhado quando coagido a se portar igual aos demais. Muitos se revoltam e agem com brutalidade. O uso da violência é visto como direito de muitos bacanões que dirigem alcoolizados e armados. O exercício da brutalidade nos remete ao passado escravista, que associava às posições de poder com o direito à agressão ao inferior. Para quem dirige um Porsche, pedestre não passa de Zé-ninguém.

Arrogância cínica é necessidade de se sentir superior e deflagra a superficial igualdade republicana – forte matriz aristocrática e hierárquica. “O carro é uma prova de que as pessoas existem concretamente no mundo como proprietários de personalidades, que, além de terem emoções e sentimentos abstratos, se afirmam material e indiscutivelmente nos objetos e por meio das coisas que possuem”, registra DaMatta. A democratização do consumo tem despertado ira entre as classes historicamente abastadas. Muitos se indignam com a ascensão social da classe C, que hoje circula motorizada, frequenta aeroportos, bons supermercados e universidades. Invade espaços anteriormente reservados aos bem nascidos. Se desigualdade social é incompatível com desenvolvimento, não deveríamos aplaudir tal acontecimento? Uma família com maior poder aquisitivo em mais chance de educar melhor os filhos. Desde que esta seja a prioridade: inserir a criança na civilização e nos bens culturais.

O Brasil nunca foi um país de leitores, o mercado editorial jamais esteve entre os mais rentáveis. Atualmente, seu crescimento realiza-se principalmente no gênero autoajuda. Cada vez mais, os letrados escasseiam. Lamentamos o crescimento econômico desvinculado do avanço cultural e educacional. Bombamos no bolso, mas não na cabeça. Contudo, o afã pelo consumo se tornou característica nacional e mundial. Os jornais noticiam: seja em Nova York ou em Paris, consumidores, debaixo da chuva, fazem fila para comprar o iPad 2, a nova versão do tablet.

Será que, quanto mais nos sofisticamos por fora, mais regredimos por dentro? É claro que essa equação não é direta e determinante. Mas, ao se tratar de cultura de massa, quando jovem (de periferia ou de Zona Sul) direciona a maior parte do salário para o consumo de bens supérfluos – gastos com telefonia celular, roupas, produtos de beleza –, ele registra nas escolhas sua posição. Muitos julgam absurdo gastar com livros e cursos, mas não se indignam em torrar dinheiro com grifes.

As vincularmos violência, empobrecimento intelectual e aumento de consumo, atribuímos à educação valor existencial e transcendental. Educar é estimular o interesse por maior densidade interior. A convivência excessiva com a matéria atravanca o mergulho nas entranhas – viagem pelos caminhos da interioridade. Outrora, a aquisição de um objeto era orientada pela necessidade. Os objetos apresentavam valor de uso. Hoje, são símbolos de poder e ostentação – ir às compras se tornou sinônimo de inteligência e entretenimento.

Sonhar com um objeto de consumo era tarefa árdua – que estratégia se deveria usar no convencimento dos pais? Mas se tornou comum os pais se renderem diante da primeira manifestação de desejo do filho por quinquilharias. Ao realizar o sonho rapidamente, a criança encerra o desejo e interrompe a viagem articulada à fantasia. O raciocínio perde o fio condutor, o elo entre desejo, pensamento e emoção. Quanto mais facilitarmos a vida das crianças, fazendo por elas e as impedindo do contato com o experimentar, menos elas entram em contato com a emoção, a inteligência e a criatividade. A erotização no saber se realiza quando o conhecimento nos chega vinculado a passagens subjetivas. Quando diz do sujeito e sua relação com o mundo. Sem Eros não teremos grandes pensadores.

Em Escritores criativos e devaneio, Freud aprofunda a discussão sobre a sublimação. Que destino daremos à renúncia pulsional? Como manter a posição desejante, uma vez que a civilização nos obriga a abrir mão de algumas satisfações? A arte é uma boa escolha na sustentação da pulsão, o que nos mantém vivos e estimulados. Contudo, podemos dar outros destinos à pulsão, traçar outros vínculos para os filhos, uma vez que a fonte do impulso criativo reside em alguma fantasia inconsciente. Buscamos, ao longo da vida, formas simbólicas que representem o objeto perdido – as experiências de satisfação que nos marcaram. Para que a criança entre em contato com a fantasia, ela requer um ambiente que propicie visitar alamedas subterrâneas.

“A relação entre a fantasia e o tempo é, em geral, muito importante (...) O trabalho mental se vincula a uma impressão atual, a alguma ocasião motivadora no presente capaz de despertar um dos desejos principais do sujeito”. Aqui, Freud nos ensina: na fantasia, o sonhador tenta reconquistar o que possuiu em sua infância feliz. A sublimação ajuda a suportar a dor e o vazio existencial. No devaneio, abandonamos a vida cáustica e ganhamos gratificação da incompletude. Tratar o caos interno com coisas belas é enlaçar, de forma erótica, o objeto de desejo – conferir alegria no fazer e no saber.”

Eis, portanto, mais páginas contendo RICAS, ORIENTADORAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que nos acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que se nos colocam frente à TRAVESSIA para o mundo DESENVOLVIDO ... para a PRIORIDADE ABSOLUTA: A EDUCAÇÃO, que não pode ser outra senão de QUALIDADE e para TODOS...

Porém, NADA, absolutamente NADA, ABATE e ARREFECE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL,visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAZ e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO, A QUALIDADE E A LITERATURA

“Brasil literário

Participei, entre dias 6 e 10, da nona edição da Festa Literária de Paraty (Flip). No Brasil, há cerca de 80 eventos literários por ano. Eis uma boa notícia.

Quem lê aprende a pensar, discernir, optar e escrever. A TV mostrou, há dias, jovens diplomados na universidade, versados em inglês, porém reprovados em exames de seleção profissional por não saberem dominar o idioma português. Numa simples carta, erros gritantes de ortografia e concordância!

A Flip ainda é cara nos preços dos ingressos, da hospedagem e da alimentação em Paraty. Ainda bem que, em torno dela, se multiplicam os eventos alternativos, todos gratuitos. Isso permite o contato mais direto entre leitores e autores.

Na conferência de abertura, uma dupla de peso: Antonio Candido e José Miguel Wisnik. Falaram da vida e obra de Oswald de Andrade.

Antonio Candido, como único intelectual vivo que conheceu o autor de Serafim Ponte Grande, descreveu-o mineiramente, amenizou a virulência com que Oswald de Andrade atacava autores em suas críticas literárias, sem poupar ênfase na cor da pele e até na deficiência física de alguns escritores. Mas sublinhou que o homenageado jamais guardava mágoa e foi capaz de tomar a iniciativa de se reconciliar com o próprio Antonio Candido, após esculhambá-lo num texto crítico.

Wisnik, intelectual de múltiplos talentos que trafega com autoridade entre literatura e música, fez uma descrição mais erudita das ideias de Oswald de Andrade.

Meu primeiro contato com a obra de Oswald de Andrade foi em 1966, quando José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina, me convidou para assistente de direção da montagem de O rei da vela. A peça me parece melhor que o texto. Marcou o ápice do movimento tropicalista, uma forma irreverente de reação à ditadura militar.

Tentei gostar dos demais livros de Oswald de Andrade. Não consegui. Considero-os anárquicos demais para para o meu gosto. Penso que o autor causou mais furor que os próprios livros. Talvez seja essa a razão por que Candido e Wisnik realçaram o homem e suas ideias e deixaram de lado a obra dele.

Aplaudi entusiasmado a dupla Bartolomeu Campos de Queirós e Ana Maria Machado, na mesa do Movimento Brasil Literário. Bartô frisou que a escola não educa, adestra. Cobrativa, impede que os alunos de usufruírem da liberdade que a literatura requer. Não há leitura proveitosa se o objetivo do professor é conferir o quanto e como se leu. Não por acaso, lembrou ele, alunos castigados são, às vezes, remetidos à biblioteca.

A biblioteca deve ser o espaço de diálogo e não apenas de consulta, sugeriu Bartô. O livro não é apenas um texto que se lê, é também um texto que o leitor, dialoga como ele, muda sua ótica da vida, interpela e faz sonhar. “Não há problemas novos na vida humana. Há, sim, novas maneiras de encarar os mesmos problemas”, acrescentou o autor de Vermelho amargo.

O papel da literatura é ampliar o nosso campo de visão, aprofundar nossa consciência crítica e dilatar nosso potencial onírico. Viver sem sonhar é mero sonanbulismo.

Atraiu interesse, na Flip, o debate entre o neurocientista Miguel Nicolelis e o filósofo da religião. O primeiro, otimista; o segundo, cético. Nicolelis investiga a capacidade de o cérebro comandar aparelhos, de modo a mover membros mecânicos de um tetraplégico.

Tomara que, Brasil afora, se multipliquem festas e feiras literárias. São espaços de debate de ideias e opiniões.”
(FREI BETTO, é escritor, autor, em parceria com Domenico de Masi, de Diálogos criativos (Sextante), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de julho de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2225 – ano 44 – nº 28, de 13 de julho de 2011, páginas 108 a 112, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Precisamos de educação diferente de acordo com a classe social

No fim do artigo do mês passado, lancei aos nossos congressistas uma sugestão: que façam uma lei determinando que toda escola pública coloque uma placa de boa visibilidade na entrada principal com o seu Ideb. A lógica é simples. Em primeiro lugar, todo cidadão tem o direito de saber a qualidade da escola que seu filho frequenta. Hoje esse dado está “escondido” em um site do Ministério da Educação. É irrazoável achar que um pai que nem sabe o que é Ideb vá encontrar esse site. Já que o dado existe e é de grande relevância para a vida do aluno e de sua família, não vejo nenhuma razão pela qual ele não seja divulgado para valer. Em segundo lugar, acredito que essa divulgação pode colaborar para quebrar a inércia da sociedade brasileira em relação às nossas escolas. Essa inércia está ancorada em uma mentira: a de que elas são boas. Os pais de nossos alunos, tanto das instituições públicas quanto das particulares, acham (em sua maioria) que a escola de seus filhos é muito melhor do que ela realmente é (em outra oportunidade falarei sobre as escolas particulares). Não é possível esperar uma mobilização da sociedade em prol da educação enquanto houver esse engano. Ninguém se indigna nem se mobiliza para combater algo que lhe parece estar bem. E não acho que seja possível a aprovação de qualquer reforma importante enquanto a sociedade não respaldar projetos de mudança, que hoje são sempre enterrados pelas pressões corporativistas.

A sugestão desencadeou dois movimentos rápidos, enérgicos e antagônicos. Por um lado, houve grande acolhimento da ideia entre os reformistas. Ela deu origem a dois projetos de lei no Congresso, dos deputados Edmar Arruda e Ronaldo Caiado, que já chegaram à Comissão de Educação da Câmara, na qual será relatados por Lelo Coimbra. Já foi aprovada como lei municipal em Teresina, em projeto de Ronney Lustosa, e tramita como lei estadual no Piauí e em Mato Grosso. Está em discussão em outras cidades, entre elas São Paulo, onde o vereador Floriano Pesaro e o secretário de Educação, Alexandre Schneider, desenvolvem o projeto de lei. Depois que lancei a idéia nas páginas de VEJA, vários veículos de mídia já a apoiaram: a Folha de S. Paulo, o Grupo RBS, o Grupo ORM e o jornal O Globo. Nizan Guanaes cedeu o talento do seu Grupo ABC para trabalhar na formatação gráfica e na normatização da placa.

Ao mesmo tempo, a proposta vem sofrendo resistências. As críticas são interessantes: escancaram uma visão amplamente difundida sobre os nossos problemas educacionais que não podemos mais ignorar ou tentar contornar. Precisam ser endereçadas. São compartilhadas por gente em governos, na academia, por jornalistas e ongueiros. É uma mistificação inclusiva, que acolhe pessoas de todas as idades, geografias, níveis de renda e intelectual.

Disporia essa visão em três grupos, que postulam o seguinte: 1. para o aluno pobrem o objetivo principal é estar na escola; se aprender, é um bônus; 2. a finalidade da escola deve ser o bem-estar do professor; 3. é impossível esperar que o aluno pobre, que mora na periferia e vem de família desestruturada, aprenda o mesmo que o de classe média ou alta. Claro, ninguém diz isso abertamente, mas é o corolário do seu pensamento. Vejamos os exemplos.

Grupo 1: o secretário da Educação do Rio Grande do Sul, José Clovis de Azevedo, declarou, em evento oficial em que falou como palestrante, a respeito de uma escola que tem o mais baixo Ideb da Grande Porto Alegre, que “o importante desse escola não é o Ideb, mas o fato de ser uma escola inclusiva”, pois recebe alunos de áreas de baixa renda etc. Essa é apenas uma manifestação mais tosca e descarada de um sentimento que você já deve ter encontrado em uma roda de conversa quando, por exemplo, alguém defende a escola quando, por exemplo, alguém defende a escola de tempo integral porque tira a criança da rua ou do contato com seus amigos e familiares. É como se os pobres fossem bárbaros e a função da escola fosse civilizar a bugrada. O próprio MEC utiliza o conceito de “qualidade social” da educação, em contraposição a “qualidade total”, esta última representada pelo aprendizado dos alunos. Não conheço nenhuma definição acurada e objetiva do que seria essa “qualidade social”, então utilizo a de um site da UFBA: “A Qualidade Social da Educação Escolar, para o contexto capitalista global em que se encontram nossas escolas, diz respeito ao seu desempenho enquanto colaboradora na construção de uma sociedade mais inclusiva, solidária e justa”. A minha visão de educação é de que a inclusão social se dará justamente por meio do aprendizado dos conteúdos e das competências de que esse jovem precisará para ter uma vida produtiva em sociedade: todas as pesquisas indicam que gente mais (e bem) instruída recebe maiores salários, e é através desse ganho de renda que as populações marginalizadas se integrarão aos setores não marginalizados da sociedade e romperão o ciclo secular de pobreza e exclusão. Acho criminoso contrapor essa “qualidade social” ao aprendizado ou usá-la como substituição deste, porque sob nenhuma condição o ignorante e despreparado poderá triunfar no mundo real. Muitos educadores acham que seu papel é suprir as carências – de afeto, higiene, valores de vida etc. – manifestadas pelos alunos. Podem não conseguir alfabetizá-los ou ensinar-lhes a tabuada, mas a “educação é muito mais que isso”, e há uma grande vantagem: o “muito mais que isso” não é mensurável e ninguém pode dizer se a escola está fracassando ou tendo êxito nessa autocriada missão.

Outra secretária, Rose Neide, de Mato Grosso, é boa representante do grupo 2. Ao comentar a proposta de lei em palestra recente, Rosa afirmou ser contrária a ela, pois sua aprovação traria grande dificuldade à secretaria, que se veria atolada de pedidos de alunos de escolas ruins querendo ir para escolas boas, e também causaria grande estigma aos professores das escolas ruins. É uma visão ecoada por muita gente boa que, sempre que ouve alguma medida da área educacional, se pergunta como isso impactaria seus profissionais. Parte das pessoas que pensam assim o faz por cálculo político: quer ficar “bem na foto” com os “coitados” professores, ou pelo menos não tomar as bordoadas destinadas àqueles que não se submetem à sua cartilha. Parte o faz por reflexo espontâneo: a discussão sobre o tema no Brasil foi de tal maneira dominada, nas últimas décadas, pela corporações de seus profissionais que eles se tornaram nossa preocupação número 1. Ouvimos a todo instante sobre a necessidade de “valorizar o magistério” e “recuperar a dignidade do professor”, que é um adulto, que escolheu a profissão que quis trilhar e é pago para exercê-la. Apesar de o aluno ser uma criança e de ser obrigado por lei a cursar a escola, nunca vi ninguém falando na valorização do alunado ou na recuperação de sua dignidade. Por isso, faz-se necessário dizer o óbvio: a educação existe para o aluno. O bom professor (assim como o diretor e os demais funcionários) é uma ferramenta – importantíssima – para o aprendizado. Mas ele é um meio, não um fim em si. Se o professor estiver satisfeito e motivado e aluno ainda assim não aprender, a escola fracassou. O lócus das nossas preocupações deve ser, em primeiro lugar, o aluno. Em segundo, o aluno. E em terceiro, aí sim... o aluno.

Mas sem dúvida a oposição mais comum vem dos membros do grupo 3, que usam a seguinte palavra mágica: contextualizar. Escreve Pilar Lacerda, secretária da Educação Básica do MEC: “Divulgar o Ideb é necessário. Mas o contexto onde está a escola faz muita diferença nos resultados. Por isso é perigoso (sic) uma comparação ‘fria’ dos resultados”. Quer dizer: não é possível avaliar a escola de alunos pobres e ricos da mesma maneira. Não se pode esperar que pobres aprendam o mesmo que ricos, por causa da influência do meio sobre o aprendizado. De forma que colocar uma placa com o aprendizado em uma escola sem atentar para o contexto social em que ela está inserida seria dar uma falsa impressão da verdadeira qualidade daquela escola e do esforço de seus profissionais. Essa visão é caudatária de um mal que acomete grande parte dos nossos compatriotas: o de achar que o esforço importa mais que o resultado. Ela pode dar algum conforto para os tropeços que alguém sofre em sua vida pessoal, mas na vida pública de um país, especialmente quando lidamos com gente com dificuldades, acho que devemos ser radicais: o esforço é absolutamente irrelevante, só o que importa é o resultado. Nesse caso, o aprendizado dos alunos. Tanto para o aluno quanto para o país. Porque aquele aluno, quando sair da escola e for buscar um emprego, não vai poder dizer: “Eu não sei a tabuada, não falo inglês nem sei o que é pretérito imperfeito, mas o senhor deveria me contratar, porque eu nasci numa favela, meu pai me abandonou quando eu tinha 2 anos”. Da mesma forma, se exportamos um produto mais caro e de menor qualidade que seus concorrentes, não poderemos esperar que o consumidor final decida comprar o nosso produto por ele conter uma etiqueta que diga: “Atenção, produto fabricado em país que só aboliu a escravidão em 1888 e foi vitimado por secular colonialismo predatório”. O que importa é aquilo que o aluno aprende. É mais difícil fazer com que esse aluno, nesse contexto, aprenda o mesmo que outro de boa família? Sem dúvida! Mas o que precisamos fazer é encarar o problema e encontrar maneiras de resolvê-lo. O problema dessas escolas não é como os seus resultados ruins são divulgados, se serão servidos frios, quentes ou mornos: o problema são os resultados! E, quando começamos a querer escamotear a realidade, a aceitar desculpas, quem sofre é o aluno. Dados do questionário do professor da penúltima Prova Brasil tabulados pelo economista Ernesto Faria para a Revista Educação mostram que mais de 80% dos mestres dizem que o baixo aprendizado “é decorrente do meio em que o aluno vive”. Mais de 85% dos professores também apontam “o desinteresse e a falta de esforço do aluno” como razões para o insucesso da escola. A China mostra que a ideia de que não pode haver educação de alto nível em cenário de pobreza é balela: no último Pisa, o teste de educação mais conceituado do mundo, sua província de Xangai, que tem nível de renda per capita muito parecido com o brasileiro (11 118 dólares versus 10 816 dólares no Brasil), apareceu em primeiro lugar em todas as disciplinas estudadas, enquanto o Brasil não ficou nem entre os cinquenta melhores. Relatório recente da OCDE (disponível em twitter.com/gioschpe) mostra que nosso país também fica na rabeira na recuperação de seus alunos pobres: é que nosso sistema educacional não sabe como ensiná-los, e está mais preocupado em encontrar meios de continuar não enxergando essa deficiência do que em solucioná-la. Por isso eu digo: precisamos, sim, de ensino e padrões diferentes para ricos e pobres. Mas é o contrário do preconizado pela maioria: precisamos que a escola dos pobres ensino mais do que a dos ricos. É difícil? Muito. Mas deve ser a nossa meta. Porque, se não for, não estaremos dando igualdade de oportunidades a pessoas que já nascem com tantos déficits em sua vida. E, se o Brasil como um todo não melhorar seu nível educacional, jamais chegará ao Primeiro Mundo. Esse é o non sequitur desse pensamento dos “contextualizadores”: seria necessário nos tornarmos um país de gente rica para que pudéssemos dar educação de qualidade a todos. Mas a verdade é que o salto da educação precisa vir antes: sem educação de qualidade, não teremos desenvolvimento sustentado. Podemos nos enganar com um crescimento econômico puxado pela alta de valor das commodities, mas em algum momento teremos de encarar a realidade: um país não pode ser melhor, mais rico e mais bem preparado do que as pessoas que o compõem.”

Eis, portanto, mais páginas contendo SÉRIAS, GRAVES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES, que acenam para a PRIORIDADE ABOSULA das POLÍTICAS PÚBLICAS: a EDUCAÇÃO, e não há outro jeito, de QUALIDADE e para TODOS... e este é apenas mais um dos GIGANTESCOS DESAFIOS que estão a nos ESPREITAR, na caminhada rumo ao PRIMEIRO MUNDO... Não se pode CONTORNAR a VERDADE, se o que se QUER é CONHECER... e EDUCAR...

Porém, NADA, NADA mesmo, nos ABATE e ARREFECE nosso ÂNIMO, nosso ENTUSIASMO e nosso OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS, previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁRIAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO em 2104, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIV ERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E OS DEVERES DE CASA E DE ENSINAR

“Dever de casa
Os alunos brasileiros, com raras exceções, passam pouco tempo na escola. Este é um dos principais motivos da péssima posição do país nas avaliações do Programa Internacional de Avaliação Comparada (Pisa). Na China, na Coreia do Sul, no Japão e na Finlândia, países que se destacam nessas provas seguidamente, os estudantes ficam nos colégios o dia todo. Seu desempenho, portanto, é proporcional ao tempo que dedicam aos estudos. Por isso, é necessário que nossos alunos compensem esse pouco tempo passado na escola estudando em cada. Uma das maneiras de fazer isso com eficiência é realizar bem o dever de casa.

É muito importante que os professores passem todos os dias deveres de casa. Eles constituem um importante recurso para orientar o aluno a estudar sozinho, a desenvolver o senso de organização em relação a horário e tempo de estudo e a se autodisciplinar. Ao compreender a relevância de realizar bem seus deveres de casa, o aluno desenvolve o hábito de estudo diário. É necessário também que o professor oriente o aluno a se organizar em relação aos deveres de casa, já que sua realização se dará fora da escola. Assim, precisa garantir que sejam anotados na agenda, que sejam dosados adequadamente, que evidenciem coerência em relação aos conteúdos estudados em sala de aula e reflitam aplicabilidade nas avaliações. Cabe ao professor desenvolver mecanismos de verificação desses deveres e garantir sua correção.

Pesquisas comprovam que os alunos com melhores resultados dedicam um bom tempo em casa, fazendo todos os deveres. Ao fazer as tarefas de casa, o estudante fixa o conteúdo, identifica dúvidas para solucionar na aula seguinte e, principalmente, aprende a planejar seus estudos. Quanto mais dever de casa o aluno faz, mais ele estuda, mais aprende e, consequentemente, melhores resultados alcança. Como o dever é feito em casa, cabe aos pais colaborarem, a fim de que os filhos contem com as condições necessárias para realizá-lo. Desse modo, precisam garantir um espaço adequado à concentração, devem verificar se o tempo dedicado às tarefas é adequado à sua plena realização, além de avaliar o real compromisso dos filhos com o dever de casa. Pesquisas comprovam que os pais têm um papel importante na formação do hábito de estudo diário dos estudantes. Famílias que dedicam tempo exclusivo para acompanhar o estudo dos filhos em casa expressam suas expectativas em relação aos resultados que deles esperam colaboram diretamente para o sucesso escolar. De acordo com Cláudio Moura e Castro, “aprender só é leve e divertido depois que se toma gosto de lidar com os assuntos entendidos. Antes, é suor. O papel dos pais é colaborar nesse processo, por mais árduo que seja”.

É importante que a escola e os pais trabalhem juntos, em harmonia. Os pais precisam deixar claro para os filhos que entendem a função do dever de casa, que não é punitivo, mas que é uma forma que a escola tem de ajudá-los a aprender mais e, consequentemente, alcançar melhores resultados. Os filhos precisam perceber claramente que o dever de casa é uma obrigação deles enquanto estudantes e que a família entende e valoriza essa estratégia da escola. Portanto, é necessário um esforço conjunto entre escola e família. Se cada uma das partes cumprir bem sua função, o grande vencedor será o aluno, pois contará com uma formação que lhe possibilitará vencer os inevitáveis desafios que terá pela frente e realizar-se como profissional competente e pessoa proativa na sociedade em que vier a atuar.”
(CLÁUDIA NAVES INNECCO, Assessora pedagógica do Colégio Magnum, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de junho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Master em Jornalismo, professor de ética e doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O dever de ensinar

Recentemente, a imprensa noticiou que, para evitar discriminações, o Ministério da Educação (MEC) quer renunciar ao dever de ensinar. Por exemplo, entende que pode promover o preconceito a explicação em sala de aula de que a concordância entre artigo e substantivo é uma norma da língua portuguesa. Dessa forma, o MEC aconselha relativizar. Segundo o ministério, a expressão “os carro” também seria correta. A sociedade, quando se deu conta do que o MEC estava propondo, foi unânime na sua indignação. Afinal, a oportunidade de aprender bem a sua língua deve ser um direito de todos.

Nesse caso, no entanto, penso que está em jogo mais do que a norma culta da língua portuguesa. Implicitamente, o MEC nos diz: na busca por um “mundo mais justo” (sem preconceitos) pode ser aconselhável dizer algumas mentiras. Na lógica do ministério, o conhecimento é munição para a discriminação.

Vislumbra-se aí uma visão de mundo, na qual o critério político prevaleceria sobre a realidade das coisas, sobre a verdade. E aqui reside o ponto central, cuja discussão é incômoda para uma sociedade que não deseja utilizar o conceito “verdade”. Este seria apropriado apenas para uma agenda conservadora; os contemporâneos já não deveriam utilizá-lo mais.

Mas, por que será que a “verdade” é tão incômoda? Porque ainda estamos imersos no sofisma moderno que confunde “ter um conhecimento certo sobre algo” com “ser dono da verdade”. O engano está em equiparar “conhecimento limitado” – que é onde sempre estaremos – com “todo conhecimento é inválido”.

Outro influente motivo para evitar o uso do conceito “verdade” é a aspiração por liberdade. As “verdades” tolheriam a nossa autonomia, imporiam uns limites indesejáveis, no mínimo acabariam diminuindo a nossa liberdade de pensamento. O MEC – de fato – entende assim: numa sociedade plural, não se poderia ter apenas uma única norma culta para a língua portuguesa. Deixemos os nossos alunos “livres” para escolher as versões.

Não será que ocorre exatamente o contrário? Quem conhece bem a língua

portuguesa tem a liberdade de escolher qual forma – num texto literário, por exemplo – expressa melhor a sua ideia; e pode inclusive abrir mão da norma culta, num determinado momento. Só terá a segurança dessa escolha quem conheça a norma culta; caso contrário, serão tiros no escuro.

Entre liberdade e verdade não vige uma relação dialética. Elas andam juntas. O que pode provocar um antagonismo com a liberdade é uma versão absolutista de verdade, encarnada pelo sujeito que entende ser o “dono da verdade”. Já não será hora de superarmos a disjuntiva moderna e estabelecer uma relação amigável com a “verdade”? Não significa fazer um pacto “espiritual” com o universo ou assinar uma espécie de declaração de alienação, abdicando do uso da inteligência e da crítica. A proposta que aqui se faz nada mais é do que buscar uma relação de honestidade intelectual com a realidade e com os outros.

Penso que essa relação de honestidade intelectual está na origem da cultura ocidental, ainda lá com os gregos. É um processo de aprendizagem, que a leva a reconhecer os próprios erros, a revisar as condutas, e, ainda que não retilíneo, trouxe indubitáveis bens (ainda não plenamente alcançados, mas que indicam a meta): o reconhecimento da dignidade da pessoa humana, o respeito e a valorização da mulher, a rejeição da escravidão, a democracia como expressão dessa dignidade, a tolerância, a compreensão etc.

Aquilo do qual mais nos orgulhamos não foi alcançado brigando com a “verdade”, dizendo que tudo era relativo, que dava na mesma A ou B. Nessa lógica aparentemente ampla – mas que no fundo é estreita (porque não está aberta à realidade e aos outros: impera o subjetivo) –, quem ganha é o mais forte. Já não existe um referencial adequado para o diálogo. Ficam as versões. Ficam os discursos. E ficamos à mercê dos Sarneys e, agora, dos Paloccis.

Ministério da Educação: os alunos saberão fazer bom uso das regras de português. Não lhes impeça o acesso ao conhecimento e, principalmente, não lhes negue um dos principais motores para o crescimento pessoal: a confiança.”

Eis, pois, mais páginas contendo SÉRIAS e EDIFICANTES abordagens e REFLEXÕES acerca daquela que, e como CLAMAMOS, a que DEVE ser a PRIORIDADE ABSOLUTA das POLÍTICAS PÚBLICAS: a EDUCAÇÃO, de QUALIDADE, patamar privilegiado do mundo CIVILIZADO e DESENVOLVIDO...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO, o nosso ENTUSIASMO, o nosso OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS, previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTIAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

A CIDADANIA, O CATIVEIRO DA CORRUPÇÃO E A VERDADEIRA LIBERDADE

“A via da corrupção

O PROBLEMA DA moralidade administrativa, ais uma vez escancarado pelo Ministério dos Transportes, é bastante simples: os presidentes vão continuar substituindo ministros e altas figuras até que haja processo e punição para corruptor graúdo. Ao menos como prenúncio.

A imoralidade administrativa não é a mais importante; é apenas subproduto de outra. A maior e decisiva imoralidade é a inexistência de aplicação dos processos e leis penas aos casos que alimentam e fazem fortuna e poder criando corrupção, uma forma de furtar dinheiro público.

Esses protegidos pelo sistema brasileiro gozam de uma espécie de salvo-conduto, pelo fato só de fazerem da corrupção o seu negócio: são o braço que penetra nos cofres públicos para furtar o dinheiro, do qual o corrompido levará a parte de compensação.

Os participantes dos maiores escândalos de corrupção, por exemplo, em licitações e obras públicas no setor de transportes, sempre puderam participar das transações subsequentes para outras obras, quando não das mesmas, como se portadores de credenciais ilibadas. E com freqüência ficaram com as obras, nas quais os aumentos por motivos forjados são da regra geral.

A cada um desses casos de corrupção mal velada segue-se um inquérito administrativo, às vezes um inquérito policial e, aí de raro em raro, um processo judicial. O primeiro faz uns deslocamentos ou demissões no serviço governamental. O segundo e o terceiro igualam-se: deles provêm a integridade do sistema e a tranqüilidade dos nele beneficiados. Nesses casos, o Ministério Público dá um dedinho ali ou no melhor sentido, que é o incapaz de consequência. O resultado final é conhecido.

A imoralidade administrativa no setor governamental de transporte nada tem a ver com a degradação dos costumes políticos e governamentais. Já no seu tempo de Império, então sob o nome de Departamento e depois de Ministério da Viação, este canal entre os cofres públicos e os controladores das obras foi fonte de sussurros na corte. Sem as consequências que alguns considerariam devidas. Assim entrou pelo século passado. Ao se tornar dos Transportes, com isso o ministério deu sua colaboração para biombo chamado de modernização administrativa do país, entre uma continência e uma marcha unida, mas ninguém ousaria mudar-lhe a natureza. Nem, portanto, o seu papel histórico de elo entre o Tesouro e a corrupção.

O que não acontecia antes, acontece hoje. O que acontece, continuará a acontecer. Porque esse é o propósito dos diferentes modos e graus de poder, nas instituições e fora dela, que sustêm e operam a imoralidade maior, impeditiva da aplicação dos processos e leis penais aos que extraem da corrupção fortuna e poder. Da qual a corrupção administrativa é subproduto. Não o único.”
(JANIO DE FREITAS, em artigo publicado no jornal FOLHA DE SÃO PAULO, edição de 7 de julho de 2011, Caderno PODER, página A9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de novembro de 2007, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Verdadeira liberdade

A maestria educativa do grande apóstolo Paulo, dirigindo-se aos Gálatas, 5, 1.13, focaliza a razão mais profunda do dom da vida de cada pessoa. Ele diz: “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Sim, irmãos, fostes chamados para a liberdade”. O entendimento da vivência da liberdade é determinante nos rumos da sociedade, na configuração das relações institucionais e entre as pessoas. Não menos determinante o é na configuração da dinâmica de uma cultura. Muitos entendimentos a respeito da liberdade podem levar culturas a produzirem hábitos pouco saudáveis para o andamento da vida de um povo. Não é raro ouvir dizer, por exemplo, até de maneira jocosa, insinuando vantagens, que uma determinada cultura cultiva no coração do seu povo o hábito de não mentir, porém, de nunca dizer a verdade toda. É um entendimento, entre tantos outros, que proporciona a vivência da liberdade como vivência da liberdade como possibilidade de enganar aos outros, comprometendo a inteireza da verdade, em função de interesses próprios, não raramente mesquinhos.

Ora, a liberdade é um dom da vida recebida. Paulo apóstolo, conhecedor dos acontecimentos e das reações existentes nas suas comunidades, sublinha que o entendimento da verdadeira liberdade e sua vivência tem sua centralidade em Cristo. Na verdade, é um risco entender a liberdade apenas segundo os parâmetros dos próprios interesses e razões. O entendimento da liberdade fica ainda mais empobrecido e manipulável a sua vivência, quando esta é entendida simplesmente como mecanismo político para se alcançar interesses comprometidos. É a centralidade de Cristo, na vivência da liberdade que estabelece como imperativo categórico o amor ao próximo. A liberdade como dom a cada pessoa, entende o mestre Paulo, não pode desvincular-se da referência ao outro. Por isso, Paulo, em meias palavras, refere-se ao que ocorre no seio da comunidade, como consequência do modo de se viver o dom da liberdade, quando se abandona o princípio determinante da vida cristã, “amarás o teu próximo como a ti mesmo”: “Se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não serdes consumidos uns pelos outros”. Se vos mordeis é uma expressão forte e remete aos ódios caninos que sem referência alguma à integridade do outro tudo destrói!

Na verdade, usam a destruição do outro como mecanismo ilusório para a afirmação de interesses, para perpetuação de apegos e para a conservação de um entendimento falso a respeito de si e dos processos históricos e sociais. Se vos mordeis não é uma referência a possíveis briguinhas no interno das comunidades. É uma referência a uma verdadeira guerra travada entre grupos e pessoas. Uma guerra alimentada pela mágoa que se desabrocha em ódio. Essa guerra compõe o cenário terrível e desolador de muitas outras guerras que estão sendo travadas no coração da sociedade, dizimando gente, negando vida e emperrando o progresso das comunidades. Há um cenário desolador de guerra nas aparências de uma paz comprometida na vida da sociedade contemporânea. Os números dos mortos nas estradas, exemplo preocupante, são números de guerra. Só numa guerra as vidas são ceifadas tão facilmente e em número tão grande.

É assustador o número dos que morrem na guerra. Só numa guerra as vidas são ceifadas tão facilmente e em número tão grande.

É assustador o número dos que morrem na guerra estabelecida pelo tráfico de drogas, o crime organizado, bem como pela violência das ruas, abatendo vidas. Tudo somado deveria produzir um alarme constante na sociedade, providências mais urgentes e contundentes dos responsáveis primeiros pelas soluções. Assim, nas contas desse rosário de guerras, há também uma guerra fria, horrorosa e asquerosa, que se produz nessa dinâmica que o apóstolo Paulo insinua na recomendação que faz ao dizer “se vos mordeis e vos devorais uns aos outros”. Essa terrível dinâmica destrói famílias, amizades, grupos e projetos. Uma destruição que atinge também muitas instituições, mesmo religiosas e aquelas que têm propósitos e ações altruístas. As raízes provocadoras desse tipo de destruição são facilmente detectáveis, embora suas consequências sejam nefastas. As raízes dessa guerra estão na perda e completa ignorância do princípio fundamental do amor ao próximo.

O obscurecimento desse princípio ocorre em razão de apegos ao poder, invejas e ciúmes, incapacidade de trabalhar a própria estima, a insaciabilidade no que diz respeito às posses, a ilusória e desastrosa egolatria de muitos. São família, grupos, instituições em verdadeiro pé de guerra. Um tipo de guerra que, no dizer de Paulo, “se vos mordeis e vos devorais”, é referência à perda da verdadeira dignidade da pessoa. Há um convite para que cada um, no horizonte de sua dignidade, recupere sua nobreza própria, faça valer o princípio insubstituível do amor ao próximo como a si mesmo, abandonando a maledicência, escolhendo a misericórdia. Essa guerra tem solução. Sua solução está no coração de cada pessoa, como coração da paz. Uma dignidade que vale.”

Eis, portanto, mais RICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para as grandes TRANSFORMAÇÕES que são exigidas e NECESSÁRIAS para que alcancemos um NOVO estágio civilizatório... renovando PESSOAS, INSTITUIÇÕES e RELACIONAMENTOS...

E, assim, SALUTAR se torna PROBLEMATIZARMOS todos os setores da SOCIEDADE, além de dar PRIORIDADE ABSOLUTA à EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE –, em especial:

a) a INFLAÇÃO;


b) a CORRUPÇÃO;


c) o DESPERDÍCIO;


d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

E tudo ISSO visando, entre outras conquistas, à EXTINÇÃO de RALOS de DINHEIRO PÚBLICO... que MINAM nossa ECONOMIA, SANGRAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e AFETA enormemente o APOIO e a CONFIANÇA da população...

Mas, NADA, NADA MESMO, ARREFECE e ABATE nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO em 2014, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

A CIDADANIA, A ÉTICA, A EFICIÊNCIA E A SUSTENTABILIDADE

“Voracidade consumista
Para o filósofo Edgar Morin, a ciência, ao buscar autonomia fora da tutela da religião e da filosofia, extrapolou os próprios limites éticos, como a produção de armas para destruição em massa. Os cientistas não dispõem de recursos para controlara a própria obra. Há um divórcio entre a cultura científica e a humanista. Exemplo paradigmático desse divórcio é a atual crise econômica. Quem é o culpado? O mercado? Concordar que sim é o mesmo que atribuir ao computador a responsabilidade por um romance de péssima qualidade literária.

Um dos sintomas nefastos dos tempos em que vivemos é a tentativa de reduzir a ética à esfera privada. Fora dela, tudo é permitido, em especial quando se trata de reforçar o poder e aumentar a riqueza. Obama admitiu torturar os prisioneiros que deram a pista de Bin Laden, e não houve protestos com suficiente veemência para fazê-lo corar de vergonha.

Não há mais propostas libertárias que fomentem utopias e semeiem otimismo. Ao olhar pela janela, o que se vê reforça o pessimismo: o aquecimento global, a ciranda especulativa, a ausência de ética no jogo político, a lei do mais forte nas relações internacionais, a insustentabilidade do planeta.

Se não há futuro a se construir, vale a regra do prisioneiro confinado à sua cela: aproveitar ao máximo o aqui e agora. Já não interessam os princípios, importam os resultados.O sexo se dissocia do amor como os negócios da atividade produtiva.

A cultura do consumismo desencadeia duas reações contraditórias: a pulsão pela aquisição do novo e a frustração de não ter tido tempo suficiente para usufruir do “velho” adquirido ontem... A competitividade rege as relações entre as pessoas e instituições. Nada preenche o coração. E o que poderia fazê-lo já não faz parte de nosso universo teleológico: o sentido da vida como fenômeno, não apenas biológico, mas sobretudo biográfico, histórico.

Agora a voracidade consumista proclama a fé que identifica o infinito nos bens finitos. O princípio do limite é encarado como anacrônico. Azar nosso, porque todo sistema tem seu limite. Mas, em se tratando de finanças, não se acreditava nisso. A riqueza dos donos do mundo parecia brotar de um poço sem fundo.

Duas dimensões da modernidade foram perdidas nesse processo: a dignidade do cidadão e o contrato social. Marx sabia que a burguesia, nos seus primórdios, era uma classe revolucionária. O que ignorava é que ela de tal modo revolucionaria o mundo, a ponto de exterminar a própria cultura burguesa. Os valores da modernidade evaporaram por força do mercantilização de tudo: sentimentos, ideias, produtos e sonhos.

Para o neoliberalismo, a sociedade não existe, existem os indivíduos. E eles, cada vez mais, trocam a liberdade pela segurança. O que abastece este exemplo singular de mercantilização pós-moderna: a acirrada disputa pelo controle do mercado das almas. Agora, no bazar das crendices, a religião não promete o céu, e sim a prosperidade; não promete salvação, e sim segurança; não promete o amor de Deus, e sim o fim da dor; não suscita compromisso, e sim consolo.

Assim, o amor e o idealismo ficam relegados ao reino das palavras inócuas. Lucro e proveito pessoal são o que importa.”
(FREI BETTO, é escritor, autor de Cartas da prisão (Agir), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 07 de julho de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de OLAVO MACHADO, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Sistema Fiemg), que igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“Brasil eficiente

A indústria brasileira tem repetido exaustivamente, quase como um mantra, que o grande desafio que o país tem diante de si neste momento é a conquista da competitividade, pré-requisito fundamental em uma economia globalizada e de concorrência cada vez mais intensa. A crise de 2008, ainda não totalmente superada, como nos mostra o exemplo da Grécia e de outros países da comunidade do euro, só potencializa esse cenário. É nesse contexto que está nascendo o Movimento Brasil Eficiente (MBE), que, com muito entusiasmo, lançamos na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), há menos de uma semana. De abrangência nacional, o movimento é uma iniciativa do setor produtivo brasileiro, com o objetivo de estimular e cobrar eficiência da gestão pública, a simplificação do sistema tributário e a racionalização da carga de impostos a que estão submetidas as empresas e a sociedade brasileira em geral.

Embora recente, o movimento já mobiliza mais de 100 entidades representativas da indústria, comércio, serviços e está aberto à ampla participação da sociedade em torno de uma proposta de reformulação fiscal que assegure ao país um crescimento econômico consistente. É, portanto, uma iniciativa oportuna e estratégica, ao abordar de forma efetiva questões cruciais para a definição do país que queremos construir – forte em sua economia e socialmente justo na distribuição dos frutos do crescimento econômico. A grande meta é fazer do Brasil um país eficiente e competitivo, que assuma integralmente espaço que lhe cabe no contexto da economia mundial. Eficiência e competitividade são, de fato, palavras-chave para viabilizar o desenvolvimento que almejamos: somente alcançando padrões de eficiência em nível de excelência o Brasil conquistará o grau de competitividade que lhe permita – e permita ao setor produtivo – concorrer em condições isonômicas com outras nações desenvolvidas e mesmo as emergentes, como nós. É importante deixar claro que o MBE não é um movimento de empresários em busca de benefícios para suas empresas. Trata-se de uma iniciativa sem qualquer tipo de vínculo político-partidário, que cumpre missão de traçar para a sociedade um roteiro de ação capaz de induzir o crescimento do país a uma taxa média de 6% ao ano, durante 10 anos, dobrando a renda média per capita até 2020. Para isso, é necessário que a carga tributária, hoje em torno de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), seja reduzida para 30%.

Como se pode perceber os objetivos do MBE são também os objetivos do setor produtivo, da empresa nacional e da sociedade brasileira. Precisamos, sim, nos unirmos em torno de uma proposta de reformulação fiscal e tributária que garanta ao país um crescimento econômico sustentável e acelerado. Para isso, é necessária a sensibilização, a mobilização e o engajamento da população, da classe política e, principalmente, dos governantes eleitos, na missão de diminuir o peso da carga tributária sobre o setor produtivo – para simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária, melhorando a gestão dos recursos públicos.

Que não se tome o Movimento Brasil Eficiente como uma iniciativa promovida por empresários com o fim exclusivo de induzir a redução de impostos. Na verdade, ao propor a redução da carga tributária nacional, o MBE mira em alvos fundamentais para o Brasil e para a sociedade brasileira: a redução dos gastos públicos, o aumento da taxa de investimentos no país, uma profunda reflexão sobre a questão previdenciária e, fundamental, chamar a atenção para o sistema educacional brasileiro, de forma a assegurar avanços comparáveis aos registrados em outros países e que os tornam mais eficientes e competitivos.

É, em essência, um movimento democrático, aberto a todos aqueles que acreditam e possam dividir o sonho e contribuir para a construção de um Brasil eficiente. Para isso, o MBE trabalha para mobilizar o maior número possível de brasileiros, de forma a legitimá-lo, torná-lo respeitado como uma iniciativa de toda a sociedade brasileira. Aglutinar o maior número possível de brasileiros em torno da causa de um Brasil eficiente equivale à conquista do poder de influenciar nas decisões políticas nacionais. As entidades empresariais estão fazendo a sua parte, mas é fundamental a presença da sociedade por todos os seus segmentos representativos. Para participar, visite o site www.brasileficiente.org.br, no qual estão disponíveis as informações sobre o Movimento Brasil Eficiente. Juntos, vamos, com certeza, construir um Brasil melhor e competitivo.”

Eis, portanto, mais OPORTUNAS, RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que se PONTIFICAM e INDICAM o caminho INDESVIÁVEL do acesso ao mundo DESENVOLVIDO, exigindo, acima de TUDO, a ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES e, do lado das POLÍTICAS PÚBLICAS, o INTEGRAL comprometimento com a PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS: a EDUCAÇÃO, e é CLARO, de QUALIDADE...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E OS GARGALOS QUE TRAVAM O BRASIL

“ESCOLA SEM COMPUTADOR
Agora que o governo conseguiu um acordo envolvendo as empresas de telecomunicação no Programa Nacional de Banda Larga (PBBL), é hora de começar a recuperar o tempo perdido no processo de inclusão digital das escolas brasileiras. Essa é, aliás, mais uma falha que o país insiste em varrer para debaixo do tapete da precariedade da educação. Em troca do afrouxamento de outros exigências, as empresas vão oferecer acesso à internet em banda larga de pelo menos um megbit por segundo, cobrando não mais que R$ 35 por mês do consumidor. Com isso, o mínimo que se espera é que haja uma rápida expansão geográfica da oferta de acesso à rede mundial de computadores, abrindo caminho para programas de inclusão digital de camadas de menor renda da população. Acoplando essa novidade a programas de compra de computadores a preços acessíveis (por desoneração fiscal e crédito especial), será possível em prazo razoavelmente curto atacar uma das principais causas, segundo especialistas, da baixa inclusão digital da educação no Brasil.

A segunda tem a ver com a infraestrutura das escolas. Recente pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que as escolas brasileiras ocupam o constrangedor último lugar, entre 38 países pesquisados quanto ao número de computadores por aluno. São 6,25 estudantes por computador, o que equivale a 0,16 aparelho por aluno. O estudo da OCDE revela que as escolas brasileiras estão muito abaixo  da média dos 34 países membros da entidade (o Brasil, e mais três pesquisados não são filiados), que é de 1,69 aluno por computador. A Austrália apresentou a melhor média, com 1,03 aluno por computador, ou seja, quase todo estudante australiano  tem acesso ao mundo digital da própria escola. A média da China, 1,75 aluno por computador, demonstra que esse país emergente tem avançado muito na inclusão digital de suas escolas, uma das características da moderna preparação para a competitividade internacional. Na América Latina, a Colômbia, segundo o estudo da OCDE, tomou a dianteira nesse processo de inclusão e já conseguiu baixar sua média para 2,85 alunos por computador.

Ter acesso ao computador e à internet em casa, segundo especialistas, é um estímulo poderoso ao interesse dos estudantes por essa disponibilidade na escola, além de permitir a continuidade do estudo e a ampliação do conhecimento. A pesquisa da OCDE constatou que 53,3% dos estudantes brasileiros não tem computador em casa. Portanto, quase metade desse universo está fora do mundo digital, a não ser por visitas esporádicas a lan houses. Para ter uma ideia da situação brasileira, essa média registrada nos países da OCDE é de apenas 5,7%. Mas é também necessário cuidar do atraso do país em relação a computadores e à internet nas escolas. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) revelam que 9,5 milhões de alunos, um quarto do total, estudam em escolas sem laboratório de informática. Além disso, segundo dados da OCDE, em 62,5% das escolas brasileiras faltam computadores ou os disponíveis são inadequados. Essa relação não passa de 8%  na Coreia do Sul, país que colhe os frutos da revolução na educação que vem fazendo há quatro décadas. Os coreanos compreenderam há anos que a educação é, cada vez mais, questão de sobrevivência no mundo competitivo.”

(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de julho de 2011, publicado no Caderno OPINIÃO, página 10).

Mais uma IMPORTANTE, ORIENTADORA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 27 de junho de 2011, Caderno ECONOMIA, página 12, de autoria de ANA D’ÂNGELO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“DESENVOLVIMENTO

Problemas como infraestrutura precária, falta de mão de obra qualificada e custo do capital ameaçam ciclo de alta

Gargalos que ainda “travam” o Brasil

Brasília – Os problemas não são novos, mas ficaram escancarados. O crescimento da economia, a redução das desigualdades e a melhora do padrão de vida da população trombaram com um Brasil cheio de gargalos. O país que deu um salto positivo em diversos indicadores econômicos e sociais contrasta com um outro que tem estradas, portos, ferrovias e aeroportos precários, falta de mão de obra qualificada, custo alto do capital, carga tributária complexa e baixos investimentos públicos. É esse Brasil do atraso que vai travar a continuidade do desenvolvimento econômico a percentuais acima de 4% ao ano.

“O país está estrangulado. Isso é termômetro da falta de uma agenda clara do governo, que está demonstrando falta de capacidade de formular e implementar políticas públicas para resolver esses gargalos”, critica o economista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani. Para ele, a decisão anunciada recentemente de privatizar parcialmente os aeroportos é um sintoma de falta de projeto de desenvolvimento consistente, pois a então candidata Dilma Rousseff  havia garantido antes que isso não aconteceria. Mas a deficiência do setor combinada com a escassez de recursos públicos, obrigaram a mudança de planos pelo governo.

O governo pretende também entregar à iniciativa privada a construção e operação de futuras instalações nos portos, que não têm espaço físico suficiente para carregar e descarregar contêineres. “Há também a falta de silos para armazenagem das mercadorias. Perde-se muito tempo no carregamento e na descarga por falta desses investimentos”, assinala o presidente da seção de Transporte de Cargas da Confederação Nacional de Transporte (CNT), Flávio Benatti.

“O estado de graça acabou no final do ano passado. Os problemas que estão aparecendo deverão persistir”, avisa o economista Fábio Giambiagi. Segundo ele, houve algum avanço com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas nada expressivo que alterasse o diagnóstico da infraestrutura deficiente. “Esses avanços não têm sido suficientes para desimpedir a expansão futura”, avalia.

QUALIFICAÇÃO Giambiagi destaca um outro gargalo que começa a piscar intermitentemente nesse momento de crescimento econômico: o apagão da mão de obra, a falta de profissionais mais habilitados e capazes de executar  as funções exigidas pelas empresas pressionadas por maior produtividade. Na avaliação do economista, esse problema vai aparecer com mais nitidez provavelmente a partir de 2013, com a consolidação da situação de pleno emprego, configurada por uma taxa de desemprego considerada baixa, próxima de 5% (hoje está em torno de 6,5%). Nesse momento, a ausência de mão de obra será sentida pelo setor produtivo.

A previsão do mercado em geral é de que o país cresça a taxas de 4% em 2011 e 2012. “Para crescermos mais a partir de 2013, teríamos que dar um salto na produtividade. Como não vai haver mão de obra capacitada disponível, a alternativa seria as pessoas empregadas serem mais produtivas”, prevê Giambiagi.

O apagão da mão de obra deve causar, de imediato, um efeito cruel. A grande mobilidade social dos últimos anos, que alçou os mais pobres às classes C e D, terá dificuldade de alcançar quem continua na base da pirâmide social. Os grupos mais pobres e de baixa escolaridade terão cada vez menos chances de encontrar colocação no mercado formal por causa da maior sofisticação do processo produtivo e de maiores demandas educacionais por parte dos empregadores, avalia o demógrafo Haroldo Torres, da Consultoria Plano CDE. “Não se recupera a ausência de anos de escola da noite para o dia”, afirma a antropóloga Luciana Aguiar.

“A elevada desigualdade incorporou ao mercado de trabalho e ao mercado de trabalho as famílias que ganhavam menos. Mas, de agora em diante, ficará mais difícil atingir as pessoas do final da linha”, analisa Giambiagi. Segundo ele, a melhora de vida dessa parcela da população foi possível graças às políticas sociais de distribuição de renda, como o programa Bolsa-Família, mas cujo efeito já se esgotou. Continuar chegando a essas pessoas será um desafio cada Vaz maior para as políticas públicas”, diz o economista.

BAIXO INVESTIMENTO A partir de recursos que o Brasil destina à construção de estradas e outras obras de infraestrutura e a compras de maquinários é uma das mais baixas do mundo. A taxa de investimentos está 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos a 2010. A maior parte é aplicada pelo setor privado. O poder público – União, estados  e municípios – contribui somente com 5,1%.

Como comparação, a China investe no total 45,6%, o Vietnã 34,5%, a Índia 30,8% e a Rússia 21,4%. Na América Latina, o Brasil aplica menos que Equador (24,1%),  México (21,8%), Chile (21,4%) e Argentina (20,9%). “O produto brasileiro, de forma geral, acaba perdendo competitividade em função da infraestrutura deficiente, principalmente o de menor valor agregado”, afirma Flávio Benatti, da CNT. Mais de 60% das mercadorias passam pelas rodovias, das quais em torno de 70% precisam de reparos. Apenas 20% das cargas circulam pelas ferrovias e 13% pelos rios. “O fato é que o governo deveria controlar os gastos correntes para sobrar dinheiro e aumentar o investimento público. Em vez de comprar clips, o governo deveria construir estradas”, resume Padovani.

PRINCIPAIS ENTRAVES

Desigualdade alta
- A desigualdade no país é uma das mais altas do mundo. O Índice Gini, usado para medir a desigualdade de distribuição de renda, varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade, com melhor distribuição de renda. O Brasil tem índice de 0,5304, um dos piores do mundo.

Rodovias
- Dos 89,5 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, 69% apresentavam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via, conforme pesquisa da CNT, de 2009.

Ferrovias
- Praticamente apenas 10% da malha do país é utilizada, respondendo por 21% da matriz de transporte de carga, concentrado principalmente no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. É preciso maior aproveitamento da malha.

Portos
- Enfrentam problemas de acesso por causa das vias terrestres de má qualidade e da ociosidade da malha ferroviária, além da pressão urbanística, impossibilitando o aumento da área para recebimento ou carregamento de cargas. Há insuficiência de silos para armazenagem. As tarifas excessivas encarecem a movimentação de contêineres.

Aeroportos
- O setor enfrenta sucessivas crises relacionadas ao controle e à infraestrutura operacional, o que tem gerado atrasos de viagens, queda no nível do serviço prestado pelas empresas aéreas e falta de credibilidade.

Falta de mão de obra
- O país enfrenta falta de mão de obra qualificada, com capacitação técnica para a função que precisa desempenhar. Há necessidade de ensino médio profissionalizante.

Investimentos baixos
- A taxa de investimento no Brasil é uma das mais baixas do mundo, apenas 18,4 do PIB em 2010. Desse percentual, o poder público contribui somente com 5,1%. A China investe 45,6% do PIB.

Pesada carga tributária
- Além de ter uma das mais altas cargas tributárias do mundo, de 35% do PIB, o Brasil tem um sistema complexo, que demanda investimento e tempo das empresas para administrá-lo.

Juros elevados
- A taxa básica de juros, de 12,5% ao ano, se reflete em encargos elevadíssimos na ponta do crédito para as empresas e o consumidor, cuja média é de 46% ao ano. Eles diminuem a competitividade dos produtos brasileiros frente a outros países e reduzem o mercado consumidor.
Fonte: Confederação Nacional dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres, Ministério da Fazenda e analistas de mercado.”    

Eis, pois, mais ADEQUADAS e CONTUNDENTES abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que a modernidade e a natural ASCENSÃO do PAÍS nos impõem... e também estão a EXIGIR a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA para os nossos mais CAROS planos de ADENTRARMOS ao SELETO clube dos DESENVOLVIDOS...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO com esta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOV AS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...




segunda-feira, 4 de julho de 2011

A CIDADANIA, O CUSTO DO DINHEIRO E UM VERÃO NADA ENSOLARADO

 “CUSTO DO DINHEIRO

Desembolsos do governo superaram a arrecadação e rombo nas contas públicas alcança R$ 35,9 bi no acumulado do ano

Mais de R$ 100 bi para pagar juros

Brasília – O governo nunca pagou tanto em juros da dívida pública como neste ano. Em apenas cinco meses foram R$ 100,7 bilhões, o equivalente a pouco mais de R$ 1 bilhão por dia útil – volume recorde para o período. Tamanha fortuna é a conta da farra fiscal promovida até o ano passado para eleger a presidente Dilma Rousseff, quando se fez necessário desembolsar mais do que se tinha em caixa. Soma-se ainda a essa fatura o corte de gastos realizado em 2011 pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.

O superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) tão celebrado por Mantega por chegado em maio a 4,03% do Produto Interno Bruto (PIB) nada mais é, na visão de especialistas, do que gordura extra – uma economia que só foi possível graças a uma superarrecadação. Ainda que o país tenha guardado R$ 64,8 bilhões até agora, esse valor ainda é insuficiente para fazer frente aos juros devidos, cujos desembolsos até maio já representam duas vezes mais o volume de despesas que vai passar pela navalha da Fazenda, de R$ 50 bilhões.

Como o governo não estanca a sangria de recursos para custeio da máquina administrativa – entre janeiro e maio, as despesas apenas com os servidores avançaram 11,2% -, os desembolsos para cobrir os juros mais uma vez superaram a arrecadação, e o rombo nas contas públicas alcançou, no acumulado do ano, R$ 35,9 bilhões.

Para Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), não é relevante a qualidade da economia feita pelo governo, apenas o montante que está deixando de ingressar na economia. “O que importa é o efeito sobre a demanda”, amenizou. Fernando Motero, economista-chefe da Convenção Corretora, concorda que haverá algum impacto sobre o consumo, entretanto, classifica a economia realizada pelo governo como “péssima”. Está-se fazendo o ajuste que é possível. Ele é de qualidade ruim e de efeito transitório”, argumentou. “Como o governo não se preparou para isso e até o ano passado estava empenhado em gastar tudo o que podia, infelizmente não há outro tipo de superávit a ser feito”, criticou.

Toda essa gastança do governo tem elevado cada vez mais a dívida pública e, consequentemente, exigido mais desembolsos com juros. Essa conta também é engordada pelos encargos pagos pelo Tesouro sobre os títulos emitidos para capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujo montante totalizou R$ 250 bilhões nos últimos dois anos. “A dívida pública como um todo não para de aumentar e, como o governo teve de subir a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação, os desembolsos com juros subiram muito”, justificou José Góes, analista da WinTrade Home Broker.

META DE INFLAÇÃO MANTIDA O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem fixar a meta de inflação de 2013 em 4,5% com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O CMN confirmou a meta do ano que vem em 4,5%, com o mesmo intervalo de variação. O governo já tinha dado sinais de que manteria pelo nono ano consecutivo o alvo de 4,5% para o BC perseguir.”
(VICTOR MARTINS, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de julho de 2011, no Caderno ECONOMIA, página 17).

Mais uma IMPORTANTE E OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de matéria publicada na Revista CartaCapital, edição de 29 de junho de 2011, ANO XVI Nº 652, coluna Nosso Mundo, páginas 48 e 49, sob licença, e em tradução do The Economist, cujo artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com, que merece INTEGRAL transcrição:

“Um verão nada ensolarado

O VERÃO CHEGOU aos grandes centros financeiros do mundo, mas o clima não está nada ensolarado. Os preços das ações caem há semanas em reação a notícias econômicas sombrias. A produção industrial desacelerou em todo o mundo. Os consumidores tornaram-se mais cautelosos. Nos Estado Unidos, virtualmente todas as estatísticas caíram, dos preços das residências ao crescimento dos empregos. Houve certo alívio no início desta semana, mas só porque alguns números sobre as vendas americanas no varejo e a produção industrial chinesa não foram tão terríveis quanto se previa.

Globalmente, o crescimento está em seu ponto mais fraco desde o início da recuperação, há quase dois anos. A moleza de hoje é apenas um trecho enlameado, ou a recuperação global está começando a derreter?

Os motivos dessa fase sugerem que deve ser temporária. Primeiro, o tsunami no Japão fez seu despencar e interrompeu as cadeias de fornecimento e, portanto, a produção industrial em todo o mundo, especialmente em abril. Mas, assim como esse declínio aparece nas estatísticas econômicas, evidências mais voltadas para o futuro indicam uma recuperação. As agendas de produção de verão das automobilísticas americanas, por exemplo, indicam que o ritmo do crescimento anual do PIB lá vai acelerar em ao menos 1 ponto percentual.

Segundo, a demanda foi prejudicada por um súbito aumento dos preços do petróleo no início deste ano. Mais renda tem sido transferida de consumidores sem dinheiro nos países importadores de petróleo para produtores que tendem a se sentar sobre seus tesouros. O combustível mais caro abalou a confiança do consumidor, especialmente nos Estados Unidos, sedentos por gasolina. E ainda existe a possibilidade desconfortável de que novas instabilidades no mundo árabe façam o preço disparar novamente. Ao menos por agora, a pressão tem se atenuado. O preço médio do combustível nos Estados Unidos, embora ainda 21% mais alto que no início do ano, começou a cair. Isso deverá reforçar o moral dos consumidores (e seus gastos).

Terceiro, muitas economias emergentes endureceram a política monetária em reação à inflação alta. A inflação dos preços ao consumidor na China acelerou para 5,5% no ano até maio. Os preços no atacado na Índia saltaram 9,1%. O crescimento mais lento é em parte um sinal bem-vindo de que seus bancos centrais tomaram medidas e que essas começam a funcionar. Não há evidências de que eles tenham ido longe demais, mesmo na China, onde as preocupações sobre derrubar a economia com um soco são mais fortes. O maior risco é que o nervosismo sobre o enfraquecimento da economia mundial leve a uma pausa prematura no arrocho. Com condições monetárias ainda extraordinariamente frouxas, essa perda de decisão tornaria mais provável um aumento da inflação e uma eventual quebra.

Um período de crescimento pode ser exatamente o que a maioria dos mercados emergentes precisa, mas é a última coisa que qualquer economia avançada quer no momento. A recuperação no mundo rico é fraca e vulnerável, como tendem a ser as recuperações depois de recessões de equilíbrio de balanço. Esse período é especialmente perigoso, porque coincide ao mesmo tempo com um afastamento do estímulo fiscal e monetário e com um surto de arriscadas manobras políticas dos dois lados do Atlântico.

A mudança na situação de estímulo está bem avançada. Diante de uma lentidão semelhante em 2010, o Federal Reserve dos Estados Unidos prometeu estimular a economia com uma segunda rodada de facilicitação quantitativa: imprimir dinheiro para comprar títulos do governo. Mas o último período de facilitação chega ao fim neste mês e o Fed deixou claro que não pretende ampliá-lo. O Banco Central Europeu (BCE), enquanto isso, prepara-se para elevar sua taxa de juros novamente em julho. O arrocho orçamentário em toda a Europa intensifica-se, e até nos Estados Unidos o estímulo fiscal poderá lugar à austeridade.

Algumas dessas decisões políticas estão certas. Com a taxa de inflação subjacente nos Estados Unidos não mais desconfortavelmente baixa e declinando, faz sentido para o Fed abster-se, por enquanto, de outra rodada de afrouxamento. E, no lado fiscal, o país pode, provavelmente, continuar sem novos estímulos. Outras decisões não estão certas. Na Zona do Euro, onde há poucas evidências de inflação salarial e extrema fraqueza nas economias periféricas, o BCE não deve aumentar os juros. Nos Estados Unidos, o maior perigo é que a disputa entre os partidos políticos sobre o déficit nacional a médio prazo leve a um corte de gastos a curto prazo, que é exatamente do que o país precisa neste momento.

A atual batalha sobre aumentar o teto da dívida do governo federal é impelida não por uma cuidadosa avaliação da economia, mas por ideologias e manobras arriscadas. Os democratas se recusam a considerar reformas de gastos sérias. Os republicanos rejeitam impostos mais altos. Muitas figuras do Tea Party preferiam ver o governo americano entrar em moratória a comprometer os gastos. O resultado é um impasse arriscado, e um perigo crescente de que a América tenha de se aplicar cortes de gastos drásticos no curto prazo, ou até mesmo seja forçada a uma moratória técnica.

Uma dinâmica paralela desenrola-se na Zona do Euro, onde o debate sobre como lidar com a crise da dívida grega caiu em um impasse de altas consequências, entre a Alemanha, que quer que as maturidades dos títulos gregos sejam ampliadas, e o BCE, que resiste a qualquer reestruturação da dívida. A esperança ainda é que os líderes europeus encontrem um compromisso para salvar a face na cúpula dos dias 23 e 24 de junho. Mas, quanto mais continuar o confronto, maior o risco de acidente: uma moratória grega caótica e a saída do euro.

Essas perigosas manobras políticas também poderiam ter um efeito danoso ao gerar incerteza. As empresas estão atualmente sentadas sobre pilhas de dinheiro, porque se perguntam qual será a força do crescimento econômico. Os políticos dão-lhes mais razão para sentar-se sem fazer nada, em vez de investir e contratar imediatamente, fornecendo um reforço de que a economia mundial tanto precisa.

Existe um risco real de que a estupidez dos políticos possa levar ao desastre. As probabilidades de uma catástrofe, um duro arrocho financeiro nos Estados Unidos ou uma quebra na Zona do Euro talvez não sejam altas, mas tampouco são desprezíveis. Embora a lógica econômica sugira que a economia mundial apenas passe por um momento difícil, os políticos em discórdia poderão facilmente transformá-lo em uma fusão total”.
(2010 The Economist Newspaper Limited. Todos os direitos reservados).

Eis, pois, mais SÉRIAS e CONDUNTENTES abordagens e REFLEXÕES acerca dos rumos que a ECONOMIA mundial toma, exigindo COMPETENTES e PRONTAS intervenções quer GOVERNAMENTAIS, quer da SOCIEDADE...

Assim, mais uma vez, estamos diante da URGENTE e IMPOSTERGÁVEL necessidade de PROBLEMATIZARMOS, de modo muito ESPECIAL, questões CRUCIAIS que se ENTRELAÇAM:

a) a INFLAÇÃO;

b) a CORRUPÇÃO;

c) o DESPERDÍCIO;

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

São, de modo muito claro, RALOS do sagrado DINHEIRO PÚBLICO que SANGRAM a nossa ECONOMIA, MINAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e, entre outros TRANSTORNOS, afetam a PAZ SOCIAL e a CONFIANÇA, a SEGURANÇA e a ESPERANÇA de dias melhores e permanente BEM-ESTAR...

Mas NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...