quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A CORRUPÇÃO, A PRAGA BRASILEIRA E A ENDEMIA POLÍTICA

“Praga brasileira
A frase é de autor desconhecido e está aí desde o século 19: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Tantos anos depois, as saúvas, formigas cortadeiras, estão aí e, mesmo assim, o país avança, produz como nunca e assume seu papel de celeiro do mundo, um dos clichês ufanistas sobre o nosso potencial econômico. Assim como a saúva nos anos passados foi uma praga, a corrupção também é uma praga brasileira que, desde tempos imemoriais, vem atrapalhando nosso desenvolvimento. Corrupção em todas as suas formas, desde o superfaturamento de obras, até a produção de leis que criam privilégios que ora causam explosão de gastos, ora beneficiam setores em detrimento do desenvolvimento do país. Somos, dizem os mais indignados, aqueles que têm a corrupção no DNA.

Não é bem assim. Em qualquer parte do mundo as pessoas são tentadas a buscar vantagens pessoais e, se encontram campo para tal, avançam até o limite dos riscos pessoais. Entre nós não é diferente quanto a tentação de auferir vantagens ilícitas, de qualquer dimensão. O que nos diferencia dos tantos outros países, e nos iguala a muitos outros também, é amplitude de nossos limites. Não há freios, o que acaba estimulando até os menos ousados a cometerem as ilicitudes. É preciso colocar um freio e isso começa pela identificação do tipo de corrupção que é praticada. Se é roubo, suborno, nepotismo, favorecimento ou qualquer outra forma. Sua frequência e quem são os corruptos e os corruptores. Um trabalho de inteligência que, necessariamente, precisa terminar em punição. Sem a penalização é impossível colocar limites a esta prática. Esta parece ser a disposição da presidente Dilma. Já deu mostras disto ao demitir sumariamente mais de 20 servidores do Ministério dos Transportes. A rapidez com que agiu deixa claro que ela já conhecia o histórico de devassidão no órgão. Com as demissões, conquistou o apoio popular para levar adiante o que precisa ser feito: apurar e punir.

Razões para punir ela sabe que tem. Precisa agir. Erram os que pensam que a presidente não tem essa disposição. Os mais próximos garantem que ela é intolerante com as práticas de ilegalidades institucionalizadas no país. Sabe com razoável certeza onde os problemas são mais graves e vai agir. E quer fazer isso de forma discreta, mas rapidamente para passar a impressão de que anda a reboque das denúncias na imprensa. Dilma sabe porém que, em política, o tempo de agir é diferente. A base de apoio que sustenta seu governo foi construída não por critério ideológico, mas como resultado da soma de interesses pessoais. Não tem solidez. Nem no PMDB, parceiro de chapa, ela pode confiar. Recebeu a base pronta e, como quem troca um pneu com o carro em movimento, precisa reconstruí-la, ou reorganizá-la sem parar o governo. Agir, mesmo que a contragosto, como algodão entre cristais, contornando e controlando interesses antagônicos num mesmo espaço.

Dilma sabe que está num momento complicado de seu governo. Há sim uma herança maldita do governo Lula, fruto do excesso de gastos no final do ano passado que exige arrumação nas finanças públicas. Nos mesmos moldes que o governador Anastasia está sendo obrigado a realizar em Minas e outros governadores em seus estados. A contenção de gastos exige sacrifícios de todos e nem sempre há compreensão dos aliados de última hora e, claro, das oposições que se aproveitam do descontentamento para engrossar o tom dos discursos. Estes momentos de dificuldades precisam ser contornados com muita habilidade o que a presidente está aprendendo a ter. Vai adquirindo as horas de voo necessárias a quem tem a responsabilidade de pilotar um avião, como é um governo, em zona de turbulência. Não duvidem. A presidente está fazendo as correções de rota que precisam, e isso inclui retirar do governo quem não deveria nem ter entrado, seja por incompetência, seja por falta de condições morais. Podem apostar nisso.”
(PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA, jornalista, em artigo publicado na Revista VIVER BRASIL, edição de 12 de agosto de 2011 - ano III – Nº 64, página 30).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor do romance Minas do ouro, que a Editora Rocco faz chegar às livrarias esta semana, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Corrupção, endemia política

A política brasileira sempre se alimentou do dinheiro da corrupção. Não todos os políticos. Muitos são íntegros, têm vergonha na cara e lisura no bolso. Porém, as campanhas são caras, o candidato não dispõe de recursos ou evita reduzir sua poupança, e os interesses privados no investimento público são vorazes. Arma-se, assim, a maracutaia. O candidato promete, por baixo dos panos, facilitar negócios privados junto à administração pública. Como por encanto, aparecem os recursos de campanha. Eleito, aprova concorrências sem licitações, nomeia indicados pelo lobby da iniciativa privada, dá sinal verde a projetos superfaturados e embolsa o seu quinhão, ou melhor, o milhão.

Para uma empresa que se propõe a fazer uma obra no valor de R$ 30 milhões – e na qual, de fato, não gastará mais de R$ 20 milhões, sobretudo em tempos de terceirização – é excelente negócio embolsar R$ 10 milhões e ainda repassar R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões ao político que facilitou a negociata.

Conhecemos todos a qualidade dos serviços públicos. Basta recorrer ao SUS ou confiar os filhos à escola pública. (Todo político deveria ser obrigado, por lei, a tratar-se pelo SUS e matricular, como propõe o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), os filhos em escolas públicas.) Vejam ruas e estradas: o asfalto cede com chuva um pouco mais intensa, os buracos exibem enormes bocas, os reparos são frequentes. Obras intermináveis. Isso me lembra o conselho de um preso comum, durante o regime militar, a meu confrade Fernando de Brito, preso político. “Padre, ao sair da cadeia trate de ficar rico. Comece a construir uma igreja. Promova quemesses, bingos, sorteios. Arrecade muito dinheiro dos fiéis. Mas não seja bobo de terminar a obra. Não termine nunca. Assim o senhor poderá comprar fazendas e viver numa boa”.

Com o perdão da rima, a ideia que se tem é que o dinheiro público não é de ninguém. É de quem meter a mão primeiro. E como são raros os governantes que, como a presidente Dilma, vão atrás dos ladrões, a turma do Alí Babá se farta. Meu pai contava a história de um político mineiro que enriqueceu à base de propinas. Como tinha apenas dois filhos, confiou boa parcela de seus recursos (ou melhor, nossos) à conta de um genro, meio pobretão. Um dia, o beneficiário decidiu se separar da mulher. O ex-sogrofoi atrás: “Cadê meu dinheiro?”. O ex-genro fez aquela cara de indignado: “Que dinheiro? Prova que há dinheiro seu comigo”. Ladrão que rouba de ladrão. Hoje, o ex-genro mora com a nova mulher num condomínio de alto luxo.

Sou cético quanto à ética dos políticos ou de qualquer outro grupo social, incluídos frades e padres. Acredito, sim, na ética da política, e não na política. Ou seja, criar instituições e mecanismos que coíbam quem se sente tentado a corromper ou ser corrompido. A carne é fraca, diz o Evangelho. Mas as instituições devem ser suficientemente fortes, as investigações rigorosas e as punições severas. A impunidade faz o bandido. E, no caso de políticos, ela se soma à imunidade. Haja ladroeira!

Daí a urgência da reforma política – tema que anda esquecido – e de profunda reforma do nossos sistema judiciário. Adianta a Polícia Federal prender se, no dia seguinte, todos voltam à rua ansiosos por destruir provas? E ainda se gasta saliva quanto ao uso de algemas, olvidando os milhões surrupiados e jamais devolvidos aos cofres públicos. Ainda que o suspeito fique em liberdade, por que a Justiça não lhe congela os bens e o impede de movimentar contas bancárias? A parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Os corruptos sabem muito bem o quanto ele pode ser agraciado ou prejudicado.

As escolas deveriam levar casos de corrupção às salas de aula. Incutir nos alunos a suprema verdade de fazer uso privado dos bens coletivos. Já que o conceito de pecado deixou de pautar a moral social, urge cultivar a ética como normatizadora do comportamento. Desenvolver em crianças e jovens a autoestima de ser honesto e de preservar o patrimônio público.”

Eis, pois, mais páginas contendo GRAVES e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES, exigindo o melhor do nosso AMOR à PÁTRIA, na busca INCANSÁVEL das grandes TRANSFORMAÇÕES que, certamente, advirão com a busca da implantação DEFINITIVA da cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO e, sobretudo, da ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES, afim de conduzirmos o PAÍS ao cenário que lhe cabe no concerto das NAÇÕES já DESENVOLVIDAS, PRÓSPERAS, DEMOCRÁTICAS e CIVILIZADAS...

E, assim, à SEMELHANÇA da INFLAÇÃO, a IMPERIOSA e URGENTE necessidade, também, de PROBLEMATIZARMOS as QUESTÕES cabalmente CRUCIAIS, como:

a) a CORRUPÇÃO;
b) o DESPERDÍCIO;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

E sabemos, e bem, da ALAVANCA maior de todo o PROCESSO: a PONTIFICAÇÃO da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA do GOVERNO e SOCIEDADE, através da qual nos LIVRAMOS da IGNORÂNCIA, da PASSIVIDADE, da INDIFERENÇA, das abissais DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS, e nos tornamos CIDADÃOS e CIDADÃS e LIVRES e CRÍTICOS, e por essa via os verdadeiros PROTAGONISTA de nossa HISTÓRIA...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, ainda mais, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRARDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013, a COPA das CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ , IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...





segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A CIDADANIA, AS RAÍZES DA CORRUPÇÃO E A FALTA DE EDUCAÇÃO

“O loteamento é a raiz da corrupção

Na semana passada, caiu mais um ministro que integrava o governo de Dilma Rousseff – Wagner Rossi, da Agricultura, abatido em meio a uma colheita de malfeitorias revelada pela sucursal de VEJA em Brasília. Antes dele, foi a vez do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ser abalroado por denúncias desta revista. Há o caso, ainda, do ministro do Turismo, Pedro Novais, que pode ganhar um bilhete para a porta da rua, por causa de esquemas de corrupção em sua pasta. Neste número, VEJA também mostra como as coisas andam malparadas no Ministério das Cidades. Honestidade é um atributo individual que pode ou não ser cultivado, de acordo com a biografia de cada um, mas a bandalheira nas diferentes esferas governamentais no Brasil tem sua causa principal no sistema de loteamento político que guia as escolhas para cargos-chave da administração pública. Só no governo federal, são 21 635 funcionários que, em maior ou menor grau, foram escolhidos por critérios exclusivamente partidários. Destes, 1 226 pertencem ao primeiro escalão. São eles que, no final das contas, ficam encarregados de gerir o Orçamento da União, que em 2010, ultrapassou 1 trilhão de reais.

A verdade é que ministros e funcionários escolhidos apenas por critérios políticos estão mais interessados em tirar uma lasca dos fundos públicos para beneficiar seu partido – ou desviar dinheiro público para os próprios bolsos – do que empregar os recursos para atender às demandas da população – que sustenta o governo por meio de impostos diretos ou indiretos. Não se trata, contudo, só de falta de honestidade. Falta também competência. Dos mais de 20 000 comissionados, pouquíssimos exibem o perfil técnico exigido para as funções que desempenham. O resultado desse quadro é a má gestão que continua a emperrar a máquina estatal brasileira. A solução para esse problema é simples, fossem os políticos brasileiros menos fisiológicos e mais racionais. O primeiro passo é diminuir dramaticamente o número de funcionários públicos indicados por políticos. Nos Estados Unidos, eles são 2 000. No Reino Unido, somente uma centena, aí incluídos os ministros. O segundo passo é recrutar, dentro dessa estrutura enxuta, gente com currículo impecável – tanto no que diz respeito à ética quanto à habilitação profissional. O terceiro passo é estabelecer critérios de meritocracia que premiem aqueles que cumprem as metas exigidas, tanto entre os comissionados como entre os concursados. Isso já é feito em estados como Minas Gerais e Pernambuco. É exterminando dessa forma a praga do loteamento que se reduzirá ao mínimo possível o flagelo da corrupção.”
(CARTA AO LEITOR, publicada pela Revista VEJA – edição 223 – ano 44 – nº 34, de 24 de agosto de 2011, página 12).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de agosto de 2011, Caderno PENSAR, página 2, de autoria de JOÃO PAULO, Editor de Cultura, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Que falta de educação

A greve do setor público estadual da educação carrega um punhado de sinais. O mais importante deles, além dos baixos salários e das más condições de trabalho dos professores, é a forma como a educação vem sendo tratada no Brasil. E não é de hoje. O fato de os movimentos de paralisação se concentrarem sobretudo na questão do ganho do professor (com o pouco sutil desvio do nome de salário para subsídio, de modo a turvar a discussão) é um sintoma a mais da doença do descaso com que o setor é considerado. Independentemente de qualquer argumento, a defesa de pagamento a professores do ensino médio em patamares próximos ao do salário mínimo é um atestado do que vale a profissão para o gestor público.

A conta da remuneração do professor – como de qualquer outro profissional que exerce funções relevantes – deveria ser passível de um cálculo simples, que se balizasse pela menor discrepância possível entre o maior e o menor salário praticado. Assim, é justo e lícito pensar que um mestre de primeiras letras ou se ensino fundamental e médio recebesse valores compatíveis com salário do governador, do conselheiro do Tribunal de Contas ou de um juiz, na razão de até três por um. A não ser que, deixado de lado o escopo meritório (o que é mais importante para a sociedade?), a escolha recaísse em atributos de distinção e poder.

Não se trata de sofisma ou utopia. Em alguns países essa regra é aceita como padrão de civilidade. No Brasil, a constituição do sistema de educação, seja na relação público e privado, seja nas diferentes atribuições dos três níveis de governo, seja no tratamento diferenciado dos estágios de formação, tudo isso concorre para a construção de um edifício injusto e gerador de mais injustiça. Em outras palavras, há primazia do setor privado, indefinição de competências e afunilamento de oportunidades para a formação em nível superior na universidade pública. Nosso sistema é um rito voltado à exclusão.

A greve na educação, além de um fato político fundamental, tem potencial pedagógico em uma sociedade que parece ter perdido o norte do movimento sindical em nome de um realismo pragmático. Se nas sociedades modernas as relações políticas se deram em torno de duas instâncias formais – os partidos e sindicatos –, o contexto contemporâneo parece ter dissolvido essa história. Os partidos pelo jogo indecente da coalizão tocada a negociatas e “participação no poder”; os sindicatos pela busca de resultados e corporativismo alienante. Resta a recuperação dos movimentos sociais, que surgiram como alternativa nos anos 1970 e hoje parecem conter boa parte da politização social, mesmo que demonizados pela imprensa.

Quando professores cruzam os braços em reivindicações legítimas estão dando lições de cidadania. A perda do potencial politizador e educativo do outro lado se instaura quando a negociação, em vez de se dar na arena pública do debate, se desloca para a imprensa em forma de comunicados que distorcem a realidade (como a já referida “sutileza” de renomear salários como outro nome). Fingir que não se faz política em nome de decisões técnicas é a forma mais estúpida de fazer má política. A boa condução de um momento de crise deixa lições dos dois lados: o que pode a política quando impulsionada por demandas justas e o que cabe ao poder estatal na tarefa sempre necessária das revisões de rota em nome no interesse público. Negociar pode ser uma tarefa rica ou uma ação sem mérito. As duas possibilidades estão sempre em jogo.

FALSAS PREMISSAS O combate à corrupção, que vem ganhando cada dia mais espaço na vida pública brasileira, é sempre referido sob um duplo vínculo. De um lado, trata-se de cortar tendência criminosa da nossa formação, que concentrou privilégios e hipertrofiou o interesse particular, usando o Estado como alimento. A corrupção seria um dos nossos males de origem, mas nem por isso nosso destino. De outro lado, o resultado da erradicação desse parasitismo social seria a garantia do fortalecimento das políticas públicas, principalmente educação e saúde. O dinheiro que falta na área social estaria sendo drenado pelas más práticas e pela má-fé.

A lógica pode ter suas facilidades. Assim, o teorema político tinha duas pernas e uma conclusão: se o roubo retira os recursos necessários ao interesse público, combatido o crime com eficiência, estaríamos preparados para implementar práticas excelentes no campo social. A candura do argumento está tanto nas premissas quanto na conclusão.

Em primeiro lugar a corrupção não é um desvio, mas uma triste regra norteadora dos interesses políticos. Não é por acaso que muita gente tem defendido o fim das ações do governo federal na área, dizendo que já é “hora de governar”, como se combater a corrupção não fosse um dos bons exemplos de governança.

O segundo momento do nosso silogismo parece universalizar as estratégias de acercamento do problema em torno de crimes e desvios legais. O mais grave não é tanto o delito, mas a consideração de que as ações públicas são consideradas universais e inquestionáveis por todos. Assim, tanto é corrupção o desvio puro e simples de recurso como, por exemplo, os planos de ajuda aos bancos, a escassez de recursos orçamentários para a área social e – para não fugir do assunto – o pagamento de salários irrisórios aos professores.

Por fim, a terceira parte da argumentação é a mais passível de debate: afinal, de que educação estamos falando quando deixamos jorrar da boca essas palavras como sendo o paraíso das nossas boas intenções? A história da educação no Brasil, construída em nome de uma perspectiva que garantiria oportunidades iguais de participação na riqueza social, se mostrou, nos últimos 50 anos, um campo de luta. Houve o momento em que foram questionadas as raízes ideológicas do processo, de caráter muito mais reprodutor (era a palavra da época) que formador. A educação discriminava as faixas populares, concentrava capital simbólico e alimentava os interesses do sistema econômico. Nada de liberdade, nada de igualdade. Fraternidade, então, nem pensar.

A primeira Lei de Diretrizes de Bases da Educação, de 1961, foi criada no contexto de uma sociedade siderada pelas promessas do desenvolvimentismo e, mais que mecanismo de ascensão, a educação se tornava estratégica para o progresso, traduzida na preparação para o mercado. Depois de várias iniciativas inspiradas pela consideração do processo educativo como agente de dinamização da sociedade, parece que retornamos ao mesmo imperativo da educação pensada como adestramento, o que pode explicar o atual desprestígio do saber em nome da competência técnica. Mais uma vez, parece que o Brasil, sem alcançar a modernidade (ensino universal, laico, gratuito e de qualidade), buscou um atalho sedutor da pós-modernidade (ensino pago, adestrador, elitista e ideológico).

LÍQUIDA E CERTA O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, criador do conceito de modernidade líquida, definiu nosso tempo como “inóspito à educação”. O novo modelo de educação, para ele, coloca em xeque a ideia de invariantes, uma outra maneira de definir os valores sólidos de uma sociedade. No mundo líquido, não há lugar para fidelidade ou compromissos a longo prazo. A educação, nesse horizonte, vai ao sabor dos ventos (é só ver como os jovens hoje são mais preocupados com o emprego do que com a carreira; com o resultado do que com a construção; com o salário do que com o trabalho), nas asas do mercado e da competição. A educação, hoje, de acordo com Bauman, se preocupa mais em descobrir saídas individuais para problemas coletivos que achar o rumo de respostas coletivas para problemas privados. Sai o educador e entra em cena o orientador de carreira; o conhecimento se torna menos importante que a personalidade.

A greve é um momento de repensar a carreira dos professores e a dignidade de seu ofício. Mas é, principalmente, a hora de decidir que mundo estamos construindo. A forma como os professores são tratados é um sinal de civilização para todos ou a afirmação da barbárie que interessa aos defensores dos privilégios de classe.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES, que acenam para a GRAVE, NECESSÁRIA e URGENTE adoção da EDUCAÇÃO – UNIVERSAL, GRATUITA e de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e SOCIEDADE, único acesso do PAÍS ao concerto das NAÇÕES modernas, DESENVOLVIDAS e CIVILIZADAS...

E, mais do que NUNCA, a REITERADA e INCANSÁVEL necessidade de PROBLEMATIZARMOS as questões CRUCIAIS como:

a) a INFLAÇÃO;
b) a CORRUPÇÃO;
c) o DESPERDÍCIO;
d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA (que já atinge a MONSTRUOSA cifra de R$ 2,2 TRILHÕES, com o montante de juros acumulados em 12 meses de R$ 225 BILHÕES, o mais elevado da série histórica que começou em 2001.

Sendo assim, a favor da OBJETIVIDADE, é INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS (e de QUALIDADE, na EDUCAÇÃO, SAÚDE, INFRAESTRUTURA etc.) diante de tanta SANGRIA!...

Mas, NADA, NADA mesmo, ABATE o nosso ÂNIMO e ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em 2012, a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE, da JUSTIÇA, da VERDADE e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A INOVAÇÃO, O JORNALISMO, A HUMILDADE E A QUALIDADE

“O diferencial da inovação
O brasileiro é reconhecidamente um povo empreendedor e criativo. Essas duas características têm contribuído para que as iniciativas empresariais se multipliquem em nosso país, especialmente a partir da criação de micro e pequenas empresas. Apesar de hoje em dia uma série de fatores contribuir para o fortalecimento e consolidação dos empreendimentos, como é o caso do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (o Simples nacional), que facilitou e barateou a formalização dos negócios, continua sendo um grande desafio manter as empresas de pequeno porte abertas e saudáveis.

Afinal, não basta ao empreendedor ter competência no seu negócio, boa capacidade administrativa e produtos e serviços com penetração no mercado. É preciso ir além do básico. Nesse sentido, investir em inovação – seja para os produtos e serviços, na gestão, nas abordagens dos negócios, nos processos ou no uso de tecnologia – é um grande diferencial, que pode transformar a existência de uma empresa.

Por suas próprias características, as ideias, iniciativas, produtos e serviços inovadores tendem a ser valorizados pelo sua capacidade de oferecer novidade, diferenciação, originalidade, exclusividade, praticidade ou agilidade aos processos. A inovação abre portas e mercados, ajuda a ampliar o potencial das empresas e é reconhecida como um indicativo de modernidade e atualidade para as empresas.

Muitas vezes podemos imaginar que inovar custa caro. Isso pode até ser verdade em alguns casos, mas aplicar uma ideia inovadora pode, às vezes, não custar nada. Nesse sentido, inovar é saber usar a criatividade de modo a melhorar processos, sistemas e abordagens que tem potencial de valorizar o trabalho, ampliar resultados, simplificar procedimento ou, até, transformar produtos ou serviços oferecidos em bens únicos, que certamente serão cobiçados pelo público-alvo do empreendimento.

Para ser inovador não basta, também, ser criativo. A pessoa precisa investir em adquirir conhecimentos, se preparar, estudar e manter-se antenado em tudo o que acontece à sua volta. Quem se mantém atento e está preparado para perceber detalhes em tudo amplia seu potencial de desenvolver inovações. Além disso, o uso e domínio das novas tecnologias contribui enormemente para a criação de soluções inovadoras. Muitas vezes a inovação surge no modo como um gestor e sua empresa abordam o mercado. Enxergar nichos de atuação que ainda não sejam explorados é uma forma muito eficiente de inovar. Propor formas diferentes para o uso de produtos ou serviços já conhecidos é outra forma de colocar a inovação em prática. É por isso que manter a atenção em tudo o que nos envolve é característica essencial do inovador.

Ao final, ao contrário do que muitos podem pensar, o termo inovação não carrega em si o peso da complexidade. Coisas e ideias muito simples têm grande potencial inovador. Os gestores e empreendedores que conseguirem utilizar de forma eficiente a inovação em seus negócios terão em mãos um diferencial de alto valor, que tende a contribuir para a sustentabilidade das micro e pequenas empresas.”
(EDUARDO POCETTI, Sócio da Consultoria KPMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Professor de ética, doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), que merece igual INTEGRAL transcrição:

“Jornalismo, humildade e qualidade

O jornalista Rosental Calmon Alves é um fenômeno de renovação permanente. Começou sua carreira de jornalista em 1968. Entre outros veículos, passou por algumas rádios do Rio de Janeiro e por duas revistas de circulação nacional. Foi correspondente em Madri, Buenos Aires, Washington e Cidade do México por um jornal carioca. Em 1995, foi o responsável pelo lançamento da primeira versão para a internet de um jornal brasileiro. Um ano depois, trocou as redações pela carreira acadêmica, tornando-se professor na Universidade do Texas, em Austin. Em 2002, criou o Centro Knight para Jornalismo nas Américas.

Rosental, um carioca simpático e acolhedor (tenho saudade de nosso encontro em Austin), surpreende por sua capacidade de adaptação às novas tecnologias. Sua visão de futuro foi reconhecida e homenageada durante o 6º Congresso de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. Considerado um dos grandes teóricos do jornalismo on-line, Calmon Alves chamou a atenção para os desafios a serem enfrentados pelos jornais neste momento de revolução digital. Segundo ele, o surgimento das redes sociais, como o Twitter e o Facebook, não mudou somente o jornalismo, e sim o mundo. “Nunca antes avanços tecnológicos nos afetaram tanto e, consequentemente, mexeram na forma de fazer jornalismo. Há mais de uma década que eu venho alertando para isto: não dá mais para continuar fazendo jornais do mesmo jeito”, disse. Para ele, essa é uma nova realidade que as grandes empresas de média precisam aceitar. “Hoje, a comunicação não é mais vertical, unidirecional; com a internet, ela passou a não ter limites. Outra diferença é que a audiência não é mais passiva, não se trata se trata mais de um monólogo, é preciso haver uma constante troca de informações entre os leitores e o jornal”, sublinhou.

Calmon Alves foi ao ponto. Precisamos, todos, fazer uma urgente autocrítica. E a primeira reflexão nos leva a depor as armas da arrogância e assumir a batalha da humildade. A comunicação, na família, nas relações sociais e no jornalismo, não é mais vertical. O diálogo é uma realidade cultural. Ainda bem. Os oráculos morreram. É preciso ouvir o leitor. Com respeito. Com interesse real, não como simples jogada de marketing. O leitor não pode ser tratado como um intruso. Os jornalistas precisam escrever para os leitores, e não para os colegas.Alguns cadernos culturais parecem produzidos numa bolha. Falam para si mesmos e para um universo cada vez mais reduzido, pernóstico e rarefeito.

Falta humildade, sem dúvida. Mas falta, sobretudo, qualidade. O nosso problema, ao menos no Brasil, não é falta de mercado, mas de incapacidade de conquistar uma multidão de novos leitores. Ninguém resiste à matéria inteligente e criativa. Em minhas experiências de consultoria, aqui e lá fora, tenho visto uma nova safra de novos leitores em terreno aparentemente árido e pedregoso. O problema não está na concorrência dos outros meios, embora ela exista e não pode ser subestimada, mas na nossa incapacidade de surpreender e emocionar o leitor. Os jornais, prisioneiros das regras ditadas pelo marketing, estão parecidos, previsíveis e, consequentemente, chatos.

A juventude foge dos jornais. Falso. Evitam, sim, os produtos que pouco falam ao seu mundo real. Milhões de jovens, em todo o mundo, vibram com as aventuras de O senhor dos anéis e com a saga de Harry Potter. São milhares de páginas impressas. Mas têm pegada. Escancaram janelas para a imaginação, para o sonho, para a fantasia. Transmitem, ademais, valores. Ao contrário do que se pensa, os jovens reais, não os de proveta, manifestam profunda carência de âncoras morais. Os jornais que souberem captar a demanda conseguirão, sem dúvida, renovar sua clientela. O leitor quer transparência. É importante que os repórteres e os responsáveis pelas redações tomem consciência desta verdade redonda: a imparcialidade (que não é neutralidade). Não devemos sucumbir à tentação do protagonismo. Não somos construtores de verdades. Nosso ofício, humilde e grandioso, é o de iluminar a história. Chegou a hora da revolução nos conteúdos, da qualidade e do diálogo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo RICAS, SÉRIAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que nos acenam para os grandes e múltiplos compromissos: primeiro, transformar a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE –, na PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS; segundo, a busca INCESSANTE da INOVAÇÃO e de ACURADO poder de VISÃO; e mais, DESENVOLVER a compreensão das ÂNCORAS pelas quais ANSEIAM a HUMANIDADE: valores, princípios, ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES, HUMILDADE, DIÁLOGO, BONDADE, HONESTIDADE, HUMOR e HOMBRIDADE...

São, sabemos e bem, GIGANTESCOS DESAFIOS que, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDADE NO RIO DE JANEIRO em 2013, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!.,.

O BRASIL TEM JEITO!...



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A INFLAÇÃO, A CORRUPÇÃO E A QUESTÃO DA CONFIANÇA

“Radiografia da corrupção

Muitos leitores, aturdidos com a extensão do lodaçal que se vislumbra na onda de corrupção reiteradamente denunciada pela imprensa, manifestam profundo desalento. “Não vai acontecer nada. Os bandidos não estão na cadeia, mas no comando do Brasil”. O comentário me foi enviado por um jovem universitário. É tremendo, pois reflete o sentimento de muita gente. O governo de Dilma Rousseff, sustentando por uma coligação pragmática e aética que foi concebida por seu antecessor, é, rigorosamente, refém do crime organizado. O mensalão do PT, que dificilmente será julgado em tempo hábil pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi o primeiro lance. Representou o pulo do gato, o caminho das pedras de um projeto de poder autoritário, corrupto e corruptor.

A presidente da República, fustigada com escândalos no seu governo que brotam como cogumelos, tem sido rápida na tomada de providências. Ao contrário de seu antecessor, Dilma não é, aparentemente, leniente com a corrupção. O Ministério dos Transportes, por exemplo, foi palco de uma enxurrada de demissões. Mas uma coisa é o feudo do PR. Outra, bem diferente, são as capitanias hereditárias do PMDB. Aí, sem dúvida, o discurso de Dilma é diferente. Ao invés de apoiar ação saneadora da Polícia Federal, Dilma classificou de “acinte” a conduta da PF em operação por suspeita de desvios no Ministério do Turismo. A presidente ficou furiosa ao ver a foto de detidos chegando algemados a Brasília. Irritou-se também por, supostamente, não ter sido informada previamente da operação policial.

Independentemente de excessos pontuais de alguns agentes da PF, que devem ser punidos, o que os brasileiros esperavam de sua presidente era o apoio ao essencial e não o escândalo como o acidente. Mas não foi o que aconteceu, sempre em nome da governabilidade. E é exatamente isso que é preciso romper. A política é a arte da negociação, mas não pode ser a ferramenta da bandidagem. O que você, amigo leitor, pode fazer para contribuir com a urgente e necessária ruptura do sistema de privatização do dinheiro público que se enraizou nas entranhas da República?

Em primeiro lugar, pressionar as autoridades. O Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, deve sentir o clamor da sociedade. Julgar o mensalão não é uma questão de prazos processuais. É um dever indeclinável. O STF pode dar o primeiro passo para a grande virada. Se os réus do mensalão, responsáveis “pela instalação de uma rede criminosa no coração do Estado brasileiro”, pagarem por seus crimes, sem privilégios e imunidades, o Brasil mudará de patamar. A ausência de punição é a mola da criminalidade. Mas não atiremos a esmo. Não publiquemos no domingo para, na segunda, mudar de pauta. Vamos concentrar. Focar no mensalão. E você, caro leitor, escreva aos ministros do STF, presssione, proteste, saia às ruas numa magnífica balada da cidadania.

Em segundo lugar, exija de nós, jornalistas, perseverança de buldogues. É preciso morder e não soltar. Os meios de comunicação existem para incomodar. Resgato, hoje, neste espaço opinativo, uma sugestão editorial que venho defendendo há anos. Vamos inaugurar o Placar da Corrupção. Mensalmente, por exemplo, a imprensa exporia um quadro claro e didático, talvez um bom infográfico, dos principais escândalos. O que aconteceu com os protagonistas da delinquência? Como vivem os réus do mensalão? Que lugares frequentam ? Que patrimônio ostentam? É fundamental um mapeamento constante. Caso contrário, estoura o escândalo, o ministro cai, perde poder político, mas vai para casa com uma dinheirama. Depois, de mansinho, volta ao partido e retorna às benesses do poder, apoiado pela força da grana e do marketing. É preciso acabar com isso. A imprensa precisa ficar no calcanhar dos criminosos.

Chegou a hora de a sociedade civil mostrar sua cara e sua força. É preciso, finalmente, cobrar a reforma política. Todos sabem disso, há décadas. O atual modelo é a principal causa da corrupção. Quando falta transparência, sobram sombras. O Brasil pode sair desse pântano para um patamar civilizado. Mas para que isso aconteça com a urgência que se impõe, é preciso que os culpados sejam punidos.”
(CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do master em jornalismo, professor de ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9)

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de julho de 2011, Caderno PENSARBRASIL, páginas 6 a 8, de autoria de PEDRO LOBATO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“DOSSIÊINFLAÇÃO

QUESTÃO DE CONFIANÇA

PROCESSO INFLACIONÁRIO BRASILEIRO DEIXOU LIÇÕES QUE PRECISAM SER CONSIDERADAS. INFORMAÇÃO E ADESÃO POPULAR SÃO INSTRUMENTOS DECISIVOS PARA A VIRADA DO JOGO

De todas as conquistas recentes da sociedade brasileira, duas são absolutamente fundamentais. Pena que são frágeis, muito frágeis. Fundamentais porque tiraram o país de um atraso que já se tornara insuportável, abrindo janelas imensas para a construção de um novo país, definitivamente mais perto das nações desenvolvidas, civilizadas e realmente donas de seu destino. Frágeis porque são constantemente fustigadas, agredidas por velhos e por novos perigos dos quais se aproveita gente interessada nas vantagens que as práticas antigas proporcionaram por décadas a coronéis da política e aos espertalhões dos negócios. Esses são ajudados por prolongados equívocos acadêmicos, às vezes bem-intencionados; aqueles que contaram e ainda contam com o suporte de militantes inocentes, mas também de pequenos larápios de olho grande no butim do bem público.

Duramente conquistadas, não sem antes deixar vítimas pelo caminho, a democracia e a estabilidade econômica são patrimônio das pessoas comuns. Mas ainda requerem muito trabalho e vigilância permanente. É verdade que já avançamos muito, basta lembrar os dias negros da ditadura e do Estado de exceção, bem como a voracidade com que a inflação devorava o salário dos trabalhadores, enquanto mandrakes da econômica faziam experimentos com nosso bolso.

Mas ninguém deve se iludir. Tanto a democracia quanto a inflação controlada ainda vivem perigosamente no Brasil. A luta pela moralização dos quadros políticos ainda não foi vencida, pois, sorrateiramente, armam-se golpes contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa, para citar só exemplo. Mais complexa e, por isso mesmo, menos compreensível em detalhes pelas pessoas mais simples – exatamente suas maiores vítimas –, a inflação é ameaça traiçoeira e inicialmente indolor, mas que pode ser devastadora se não for debelada.

Um dos problemas, nesse campo, é a dificuldade de disseminar informações corretas, especialmente as desagradáveis e que exigem alguma atenção, em oposição à facilidade com que se propagam ilusões. É o caso da sedução do consumo somada ao canto da sereia do crediário fácil e que parece caber dentro da renda mensal. A sensação de bem-estar proporcionada pelo emprego formal e pelo poder de compra do salário (ampliado pelo crédito) é enorme. Afloram velhos e novos desejos de possuir algo que proporciona conforto ou que simplesmente alimenta a vaidade de se sentir vencedor. O consumo faz girar a roda da economia, demandando mais produção e, portanto, mais emprego. Isso resulta em mais gente com salário para consumir.

Mas tão fácil como se acostumar com o bom de hoje é esquecer as lições de ontem e perder o medo do amanhã. É quando o caldo de galinha se sobrepõe à cautela. O consumo que cresce mais do que a capacidade de produzir e de transportar gera mais do que recordes de arrecadação de impostos – clássico ambiente para animar a festa dos gastos públicos. Funciona também como despertador do dragão da inflação e torna-se ração alimentar que fará esse bicho crescer e engordar, tornando-o difícil de ser abatido. De passagem já se percebe que o jogo inevitável da oferta e da procura costuma andar no fio da navalha, bem perto do desequilíbrio. Não sendo ciência exata, a economia não faz mais do que medir resultados e identificar tendências. Não há como garantir o equilíbrio permanente, mas certamente há como evitar ou mesmo corrigir os pontos fora da curva. Há também como fazer escolhas conscientes e é aí que mora a democracia. A experiência parece ter ensinado à sociedade brasileira a escolher não apenas a estabilidade monetária, mas também a transparência na maneira como ela será buscada, sem sustos e sem mistério.

PREJUÍZO COLETIVO Foi assim que a maioria dos brasileiros aderiu ao fim da era dos mágicos, verdadeiros alquimistas da economia que, com fórmulas criativas que só eles conheciam, aplicavam choques, ora na moeda, ora no câmbio, ora nos mercados (congelamento de preços) e quase sempre no bolso das pessoas. Foi nessa época que se institucionalizou no Brasil a praga da indexação generalizada da economia, mais conhecida como correção monetária automática de preços e salários. Vestida de enganosa aparência, essa indexação parecia ser uma compensação justa da corrosão inflacionária. Com o tempo, revelou-se uma droga que oferecia conforto passageiro pelo qual cobrava preço alto.

A correção monetária automática pela inflação passada atropela a compreensão de que a elevação dos preços relativos e a consequente perda de poder de compra da moeda é um prejuízo coletivo, pois boa parte do custo da correção vai bater no Estado. Será, de alguma maneira, cobrado de todos. O problema é que uns acabam pagando mais do que outros, pois a velocidade da correção dos preços e dos ativos é sempre maior que a dos salários. Por isso uns poucos fizeram fortuna com a inflação, enquanto a maioria da população perdeu feio.

Embora perverso esse não foi o pior efeito da indexação. A prática da correção monetária produziu efeito realimentador que fazia da inflação do ano virar piso para a do ano seguinte. Ou seja, a alta da inflação já estava contratada, antes mesmo de uma eventual pressão de custos ou de demanda. Foi em boa parte graças a essa mágica inventada para praticar justiça que a inflação chegou a inacreditáveis índices de 80% ao mês no fim dos anos 1980, provocando perda do valor dos salários e ajudando a aumentar a concentração de renda no país. A remuneração do trabalho perdia, a do capital ganhava. Assim se faz a estagnação, não o desenvolvimento.

Não havia como sair dessa situação sem a adesão da sociedade. Afinal, tratava-se de cortar um vício, coisa que demanda vontade e determinação. Escaldado pelos inúmeros planos econômicos que só lhe deram prejuízo, o povo só tinha motivos para a descrença. Se na economia toda crise é, no fundo, a perda da confiança, o grande desafio era, então, ganhar credibilidade, pré-condição para a adesão da maioria. Só com o advento do Plano Real, em 1994, e com a adoção, em 1999, do sistema de metas de inflação, combinados com a política de metas de superávits fiscais primários e com a troca do câmbio centralizado e arbitrado pelo BC pelo sistema de variações cambiais é que o país atendeu ao desejo geral de estabilização e de previsibilidade da economia.

Contando com a vasta experiência dos brasileiros adquirida no convívio com a inflação, além da facilidade com que nossos mais simples vendedores de picolés compreendem e manejam o jogo das moedas – e, por isso mesmo, apoiam ou derrubam iniciativas mirabolantes –, cumpriram-se duas tarefas que, naquela altura, pareciam impossíveis. A primeira foi a de enterrar o passado, a moeda velha e doente. Ela seria trocada por uma muito mais valiosa e que, portanto, teríamos que gastar muitas de nossas moedas antigas para “comprar” uma nova.

MOEDA DE TRANSIÇÃO Para garantir transparência nessa transição, sem os antiquados e ineficientes congelamento de preços, foi criada uma moeda de transição, o cruzeiro real, e uma moeda virtual, escritural, a Unidade Real de Valor (URV). A inflação só seria anotada na virtual. Ambas vigoraram apenas quatro meses, a partir de 1º de março de 1994. Para ter uma ideia da força da inflação da época, apenas nesse curto período, o valor da URV pulou de Cr$ 647 para Cr$ 2750, incríveis 325%. Canceladas quase todas as indexações automáticas, a nova moeda, o real, foi adotada na equivalência de R$ 1 para Cr$ 2750, que era também a equivalência cambial. Ou seja, o real passou a valer o mesmo que o dólar. Essa âncora cambial foi útil, mas não poderia durar muito tempo, já que, na prática, era uma irrealidade tão perigosa quanto as maxidesvalorizações que enriqueciam os donos de estoques da noite para o dia e empurravam a inflação ainda mais para cima. Hoje, saudosistas de plantão bem que gostariam de voltar a ganhar com essa prática. A democracia lhes dá o direito de pedir, mas inibe as autoridades de conceder.

O passo seguinte foi o de convencer as pessoas a passar a mirar não mais o passado, mas a inflação do futuro. Ou seja, novos sacrifícios viriam em forma de aumento do custo do dinheiro (juros) e de contenção de gastos (superávits primários fiscais). O governo passou a assumir com a sociedade o compromisso de buscar uma meta de inflação definida com antecedência de dois anos, de modo que todos os agentes econômicos – empregadores, financiadores e mesmo consumidores – possam tomar suas decisões de produção, investimentos e gastos. É uma divisão civilizada de esforços e de benefícios, bem ao desagrado de quem poderia ganhar muito mais na confusão e na surpresa, ou ainda, na posse da informação privilegiada às vésperas de mais um famigerado pacote.

Essa é, portanto, a fase mais difícil. A memória inflacionária ainda pesa e é muito mais fácil convencer as pessoas que elas estão protegidas pela correção monetária do que por um enorme esforço de aumento de produtividade e de contenção de custos. Não é menos difícil explicar que o vai e vem da inflação deve ser considerado em períodos que não se limitam a um ano. É tarefa que exige diálogo cansativo e negociação trabalhosa. Não foi por outra razão que o governo Lula, para se livrar da pressão anual do aumento do salário, preferiu definir uma regra duradoura. O problema é que, ao fazê-lo, acabou instituindo uma nova indexação. A soma da inflação de 2011 com a taxa de expansão do PIB de 2010 vai resultar num aumento de pelo menos 13% do salário mínimo no ano que vem. Nada impede que esse descolamento entre o custo da mão-de-obra e o ritmo da economia não possa ser absorvido. Mas esse é um risco que o governo não deveria correr, sob pena de produzir exatamente o que deseja evitar: o desemprego. Está aí um bom motivo para que o combate à inflação como prioridade não fique só no discurso. O sistema de metas já provou que, no caso brasileiro, funciona melhor do que qualquer outro já tentado. Mas, antes de tudo, ele depende da confiança das pessoas.”

Eis, portanto, RICAS, GRAVES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que nos levam a insistir na PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a INFLAÇÃO, com as DENSAS razões acima expostas;
b) a CORRUPÇÃO, também acima com FORTES CORES, e que vem há SÉCULOS sangrando a nossa CAPACIDADE de INVESTIMENTO e POUPANÇA;
c) o DESPERDÍCIO, que constitui PRAGA LETAL, já expraiada por todos os CANTOS e QUADRANTES;
d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, ora CONSUMINDO em torno de PRECIOSOS R$ 200 bilhões anuais, que TANTA falta à nossa INFRAESTRUTURA (portos, aeroportos, RODOVIAS, FERROVIAS, HIDROVIAS etc.), EDUCAÇÃO, SAÚDE, ENERGIA, COMUNICAÇÕES, MEIO AMBIENTE, SANEAMENTO BÁSICO (água TRATADA, esgoto TRATADO, lixo TRATADO e adequada MACRODRENAGEM URBANA), MOBILIDADEURBANA, SEGURANÇA PÚBLICA, ABASTECIMENTO, a título de exemplo...

São, pois, GIGANTESCOS DESAFIOS, que ainda mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA, CIVILIZADA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, o ENCONTRO MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO, também em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, da TRANSPARÊNCIA, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...





segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O FOCO NO SOCIAL, A LEITURA E A DEMOCRACIA

“Leitura e democracia
Muitos brasileiros identificam-se com o político que alcançou o mais destacado cargo da República sem ter passado por uma universidade e acabam por concluir que os livros são estorvos. Um político não precisa de diploma para ser líder. Entretanto, sem estudo formal, que implica leituras, é impossível construir conhecimento relevante, combustível de um mundo que caminha para os 7 bilhões de habitantes. Sem conhecimento é impossível é impossível discutir; sem discussão, a democracia é insustentável. Ao contrário do que muitos pensam, a internet exige mais leitura, ou seja, exame, seleção.

Ministros, secretários de Educação, empresários e demais lideranças, numa democracia, deveriam visitar as bibliotecas municipais e escolares emitindo para os jovens sinais da importância dos livros para a criação do conhecimento e para o exame dos fatores históricos que produzem e reproduzem a pobreza hereditária. Se os prefeitos considerassem as bibliotecas investimento na educação e no imaginário das pessoas, os jovens teriam capital cultural suficientemente robusto para avaliar o comportamento do Executivo, do Judiciário, do Legislativo e da imprensa e a qualidade do ensino oferecido pelas redes pública e privada, não se deixando enganar por falsos projetos pedagógicos ou confundindo publicidade com informação e conhecimento.

O fraco desempenho em leitura dos brasileiros em parte explicaria a complacência dos cidadãos com medidas de controle da imprensa. Controlar a imprensa é censurar palavras; o que significa cercear o pensamento porque só se pensa com palavras. Palavras podem ser deformadas, proibidas, esquecidas, estimuladas ou banalizadas. O cerceamento dos vocábulos é o controle do pensamento. Por isso, estudar, aprender e ler são atos políticos. Ditaduras deturpam a memória, reescrevem documentos, atacam bibliotecas, amordaçam a imprensa, caçam jornalistas e juízes, proíbem livros e, paradoxalmente, impõem leituras.

Sem leitura, os jovens não conquistarão vocabulário e terão uma vida subjetiva empobrecida e todo o dinheiro investido na educação será em vão. As universidades seriam outras se contassem com estudantes mais ocupados com livros e leituras do que com clientes angustiados com mensalidade ou cópias de surradas apostilas. Precisamos inserir a biblioteca no centro das atenções da escola e ouvir as perguntas que surgirão assim que nossos alunos começarem a ler, assenhorando-se da informação qualificada acumulada ao longo da história. Medidas de controle da imprensa somadas ao analfabetismo funcional de enorme parcela da população, fruto de décadas de mediocridade pedagógica, intensificam a impunidade, favorecem a corrupção e ameaçam a democracia.”
(DARWIN SANTIAGO AMARAL, Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 29 de julho de 2011, Caderno CIÊNCIA, página 18, de autoria de MAX MILLIANO MELO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“FOCO NO SOCIAL

Administrador da Usaid, agência americana para desenvolvimento internacional, defende prioridade e mais investimentos em estudos que ajudem a solucionar os principais problemas da humanidade: saúde, educação e segurança

Brasília – A ciência pode ajudar mais. É o que defende no editorial de sua mais recente edição, a prestigiada revista científica Science. A publicação argumenta que, com mais investimentos em pesquisas, antigos e recentes problemas que assolam a população mundial, como epidemias e mudanças climáticas, podem ser resolvidos. No Brasil, embora existam iniciativas de sucesso, áreas como educação e saúde ainda precisam se conectar mais com o que é produzido por pesquisadores, afirmam os especialistas.

O editorial – assinado por Rajiv Shah, administrador da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), órgão norte-americano responsável pela assistência econômica e social para países em desenvolvimento – afirma que a ciência deve ganhar mais importância na elaboração de políticas publicas.

“Ciência e tecnologia têm o potencial de conduzir soluções para os problemas mais difíceis do mundo em desenvolvimento”, afirma ao Estado de Minas Shah, para quem as alianças globais devem ser construídas a fim de tentar resolver os desafios mais graves e urgentes.

Na opinião de Shah, os problemas de saúde deveriam ser um dos focos dos investimentos em ciência. “Na saúde global, há uma necessidade real de inovação em tecnologia que protejam a vida das mães grávidas e dos recém-nascidos durante o parto”, aponta o diretor da Usaid, que cita como exemplos de iniciativas bem-sucedidas a erradicação da varíola, que teve o último registro em 1977, e as vacinações em massa contra a poliomielite, que restringiram os cerca de 400 mil casos anuais no início do século passado a apenas mil notificações atualmente.

Para o norte-americano, velhos e novos problemas precisam ser mais bem estudados pela ciência, e é dever dos governos estimular pesquisas nessas áreas. “Na educação, temos de desenvolver plataformas que podem ensinar as crianças a ler, mesmo aquelas que nunca tiveram chance de entrar em uma sala de aula”, acrescenta Shah, “Em energia, nós precisamos encontrar fontes limpas para ajudar a levar eletricidade, especialmente para regiões pobres rurais”, completa.

RETORNO À SOCIEDADE Segundo o pesquisador membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC) Issac Roitman, para que a produção científica tenha um papel mais importante no Brasil, é preciso maior interação Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com outros órgãos públicos. “A falta de integração compromete a eficiência da ciência como ferramenta para beneficiar a sociedade brasileira”, afirma. “É preciso valorizar a produção científica – livros, publicações de artigos científicos e patentes. No entanto, os benefícios para a sociedade são igualmente importantes”, opina.

Roitman aponta algumas iniciativas em que a ciência já se mostra uma importante arma na solução de desafios brasileiros. “Uma delas é o papel da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no aumento da produtividade agrícola no país. Na área tecnológica, outros dois exemplos que podem ser citados são a indústria aeronáutica e a avançada tecnologia da Petrobras”, enumera o pesquisador. “No entanto, certos desafios, como na área de educação e saúde, podem ter cenários mais positivos com a utilização da ciência em sua plenitude”, defende.

(segue NOTA do autor)

PRÓXIMOS PASSOS

Embora ainda esteja engatinhando no Brasil, a ampliação de soluções científicas na resolução dos problemas já é realidade em outras regiões. No Reino Unido, todos os ministérios têm um conselho científico responsável por estudar formas de aplicar os recentes avanços da ciência nas áreas de competência de cada pasta. Além disso, o primeiro-ministro britânico reúne-se regularmente, a cada seis ou sete semanas, com esses conelhos, para garantir que a produção nos laboratórios seja aplicada nas políticas públicas nacionais.”

Eis, portanto, mais páginas contendo FECUNDAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, de forma INCISIVA e DETERMINANTE, para a IMPERIOSA necessidade de se PONTIFICAR a EDUCAÇÃO, e suas ESPECIAIS afilhadas, aCIÊNCIA e a TECNOLOGIA – e de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA das POLÍTICAS PÚBLICAS, caminho ÚNICO para o acesso ao CONCERTO das nações DESENVOLVIDAS e DEMOCRÁTICAS e SOBERANAS...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIMENTO e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO+20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A CIDADANIA, AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS E O GRITO MUDO

“Universidades brasileiras e inclusão social

Dados de 2011 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revelam que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é a única instituição brasileira de ensino superior a fazer parte da Rede Ibero-Americana de Compromisso Social e Voluntariado Universitário (Redivu), que tem o objetivo de estimular a universidade a ser fator de desenvolvimento e inclusão social das regiões de seu entorno. A Redivu foi criada em 2009 por uma iniciativa do PNUD, reunindo instituições de 16 países. Segundo Grazia Fiore, da Redivu, o Brasil já tem importante papel na inclusão social. Cita as nossas campanhas de alfabetização voluntária inspiradas por Paulo Freire e os primeiros passos do Projeto Rondon, que, entre 1967 e 1989, promoveu o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país. A Redivu é composta por 58 universidades e estimula o voluntariado ampliar sua presença no Brasil.

Estimulando a competência e a produção intelectual, o Brasil tem investido muito nos intercâmbios com outras universidades do mundo todo. Hoje extrapolando as concentrações de verbas no eixo RJ/SP, todas as universidades brasileiras recebem recursos razoáveis, formando cientistas em todas elas. Os inúmeros campus avançados criados recentemente em todos os recantos do país incluindo o Norte e o Nordeste, representam um marco no ensino superior. O Instituto Internacional de Neurociências de Natal é uma realidade fantástica do ensino superior brasileiro fora do tradicional eixo científico.

O censo 2010/2011, mostra universidades dos diversos pontos do Brasil no topo: Universidade de São Paulo; Universidade Estadual Paulista; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade de Brasília; Universidade de Santa Catarina; Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal do Paraná. Nas últimas provas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), universidades do Nordeste se destacaram pela excelência. A Universidade Federal do Ceará – Instituto UFC Virtual, com projeto pioneiro, começa treinar em 2011 oficiais de chancelaria de 120 consulados brasileiros em 197 países, por ensino a distância, inclusive em Washington.

São as universidades brasileiras produzindo e disseminando conhecimento pelo país e mundo afora. O recente Centro de Imagem Molecular da UFMG apresenta a tecnologia mais moderna da América Latina no tratamento de câncer e doenças neurológicas: mal de Alzheimer, transtorno bipolar e esquizofrenia. Buscando inclusão social, o objetivo é incentivar o uso dessa tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS).

A responsabilidade social da universidade brasileira na qualidade de vida do povo brasileiro é inquestionável. Os intelectuais têm enorme responsabilidade nas transformações sociais, principalmente os que tiveram acesso aos conhecimentos de qualidade numa universidade pública. Os retornos sociais para a população precisam ser reais. Além da produção do conhecimento, a extensão universitária reafirma o compromisso social da universidade promovendo ações de inserção por meio de programas e projetos nas comunidades.

A popularização da ciência e do conhecimento científicos constitui outra forma real de compromisso social das universidades. Conhecimentos incorporados pelos cidadãos proporcionando-lhes conscientização dos fatos e melhor qualidade de vida. É importante que a universidade vá ao encontro do povo em feiras científicas, e cientistas em projetos nas escolas mostrando seu trabalho e seu compromisso com as demandas sociais. A universidade para além dos seus campus e muros. Dos 5,8% do PIB destinados à educação hoje, o maior percentual fica com o ensino superior. A democratização na distribuição de verbas e boas políticas públicas têm revolucionado o ensino superior no Brasil.

Importante que as universidades valorizem os cursos de pedagogia e licenciaturas. A educação fundamental é a base para a promoção de talentos. As atuais Olimpíadas de Matemática e outras, que cooptam jovens talentos pelo Brasil afora, são importantíssimas. Desde 2006, muitos adolescentes talentosos são bolsistas de iniciação científica júnior no CNPq e têm currículo lattes – isso é fantástico! Contribuindo na educação básica, produzindo e disseminando conhecimentos e práticas visando à melhoria de vida do povo brasileiro, as universidades cumprem o seu papel e compromisso e inclusão social.”
(VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 17 de agosto de 2011, página 11, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade (Agir), entre outros livros, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Um grito mudo

A foto do jornal de causou horror. A criança somali lembrava um ET desnutrido. O corpo, ossinhos estufados sob a pele escura. A cabeça, enorme, desproporcional ao tronco minguado, se assemelhava ao globo terrestre. A boca – ah, a boca – escancarada de fome emitia um grito mudo, amargura de quem não mereceu a vida como dom. Mereceu-a como dor. Ao lado da foto, manchetes sobre a crise financeira do cassino global. Em 10 dias, as bolsas de valores perderam US$ 4 trilhões. Estarrecedor! E nem um centavo para aplacar a fome da criança somali? Nem uma mísera gota de alívio para tamanho sofrimento?

Tive vergonha. Vergonha da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que reza que todos nascemos iguais, sem propor que vivamos com menos desigualdades. Vergonha de não haver uma Declaração Universal dos Deveres Humanos. Vergonha das solenes palavras de nossas constituições e discursos políticos e humanitários. Vergonha de tantas mentiras que permeiam nossas democracias governadas pela ditadura do dinheiro. US$ 4 trilhões derretidos na roleta da especulação! O PIB atual do Brasil ultrapassa US$ 2,1 trilhões. Dois Brasis sugados pelos desacertos dos devotos do lucro e indiferentes à criança somali.

Neste mundo injusto, uma elite privilegiada dispõe de tanto dinheiro que se dá ao luxo de aplicar o supérfluo na gangorra financeira à espera de que o movimento seja sempre ascendente. Sonha em ver sua fortuna multiplicada numa proporção que nem Jesus foi capaz de fazê-lo com os pães e peixes. Basta dizer que o PIB mundial é, hoje, de US$ 62 trilhões. E no cassino global se negociam papéis que somam US$ 600 trilhões! Ora, a realidade fala mais alto que os sonhos e a necessidade que o supérfluo. Toda a fortuna investida na especulação explica a dor da criança somali. Arrancaram-lhe o pão da boca na esperança de que a alquimia da ciranda financeira o transformasse em ouro.

À criança faltou o mais básico de todos os direitos: o pão nosso de cada dia. Aos donos do dinheiro, que viram suas ações despencarem na bolsa, nenhum prejuízo. Apenas certo desapontamento. Nenhum deles se vê obrigado a abrir mão de seus luxos. Sabemos todos que a conta da recessão, de novo, será paga pelos pobres. São eles os condenados a sofrer com a falta de postos de trabalho, de crédito, de serviços públicos de qualidade. Eles padecerão o desemprego, os cortes nos investimentos do governo, as medidas cirúrgicas propostas pelo FMI, o recuo das ajudas humanitárias.

A miséria nutre a inércia dos miseráveis. Antevejo, porém, o inconformismo da classe média, que, nos EUA e na União Europeia, acalentava o sonho de enriquecer. A periferia de Londres entra em ebulição, as praças da Espanha e da Itália são ocupadas por protestos. Tantas poupanças a se volatizarem como fumaça nas chaminés do cassino global! Temo que a onda de protestos dê sinal verde ao neofacismo. Em nome da recuperação do sistema financeiro (dirão: “retomada do crescimento”), nossas democracias apelarão às forças políticas que prometem mais ouro aos ricos e sonhos, meros sonhos, aos pobres.

Nos EUA, a derrota de Obama na eleição de 2012, revigorará o preconceito aos negros e o fundamentalismo do Tea Party incrementará o belicismo, a guerra como fator de recuperação econômica. A direita racista e xenófoba assumirá os governos da União Europeia, disposta a conter a insatisfação e os protestos. Enquanto isso, a criança somali terá sua dor sanada pela morte precoce. E a Somália se multiplicará pelas periferias das grandes metrópoles e dos países periféricos afetados em suas frágeis economias.

Ora, deixemos o pessimismo para dias melhores! É hora de reacender e organizar a esperança, construir outros mundos possíveis, substituir a globocolonização pela globalização da solidariedade. Sobretudo, transformar a indignação em ação efetiva por um mundo ecologicamente sustentável, politicamente democrático e economicamente justo.”

Eis, portanto, mais RICAS, CONTUNDENTES e PEDAGÓGICAS abordagens e REFLEXÕES, que, entre outras INDICAÇÕES, PONTIFICA a IMPERIOSA necessidade de se colocar a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA do GOVERNO e da SOCIEDADE, de forma a ASSEGURAR o acesso do PAÍS ao ROL das NAÇÕES que sejam DESENVOLVIDAS e DEMOCRÁTICAS e SUSTENTÁVEIS e JUSTAS... e que ABRACEM a “criança somali”, propiciando-lhe o “pão nosso de cada dia”, regado com QUALIDADE DE VIDA, DIGNIDADE e COMPAIXÃO...

É também RELEVANTE acenarmos para OUTRA e IMPERIOSA necessidade de PROBLEMATIZARMOS as questões que tanto nos AFLIGEM quanto nos INFELICITAM:

a) a INFLAÇÃO;
b) a CORRUPÇÃO;
c) o DESPERDÍCIO;
d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

Porque, sabemos e bem, que é um CENÁRIO que SANGRA nossa ECONOMIA, MINA nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA, além de AFETAR nossa CONFIANÇA e APOIO no MUTIRÃO para e pela AFIRMAÇÃO e GRANDEZA de nossa PÁTRIA...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTIAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mudo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A SURDEZ E A FORÇA DA FALA

“Professor e aluno surdos

A presença de professores surdos na trajetória escolar de crianças igualmente surdas é extremamente importante, uma vez que esses professores serão a grande referência para o aluno e seus familiares. É sabido que a maioria dos surdos nasce em famílias de pessoas ouvintes, que desconhecem as necessidades e potencialidades da comunidade surda e a abordam como limitações e impossibilidades. Ao se depararem com os professores surdos, os pais de crianças surdas começam a compreender melhor o universo da surdez, passam a entender o significado da língua de sinais no desenvolvimento da pessoa surda e visualizar novas percpectivas para seu filho surdo.

A criança surda, ao passar a viver em um ambiente linguístico rico e ter contato com adultos surdos, tem possibilidade de formar um sentimento positivo em relação a sua identidade surda, se reconhecendo como diferente e não como deficiente ou ouvinte imperfeito. Um professor é uma referência para a criança. É um exemplo de que o surdo pode ter uma profissão, ser uma pessoa capaz e não um coitadinho. Eu sou surdo e não sou deficiente. Tenho os mesmos direitos e deveres de outros cidadãos. Quando utilizo o transporte coletivo urbano, pago a passagem. Quem não deve pagar passagem é quem não tem condições financeiras para fazê-lo e não porque é surdo.

Acredito que os professores surdos e ouvintes têm um papel fundamental no desenvolvimento educacional e social de seus alunos. Ao analisar meus 11 anos de trabalho como docente numa escola para crianças surdas, não tenho dúvidas quanto à importância do papel do professor surdo para cada um dos alunos. A começar pelo aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) a ser entendida e percebida como língua natural e de direito do surdo por importantes organismos internacionais, como a ONU.

Não posso deixar de destacar o trabalho e apoio de pessoas e de instituições como a Fundação de Rotarianos de São Paulo, cujo presidente sempre esteve atento às necessidades da minoria surda e nunca mediu esforços para nos apoiar. Ele se propôs a conhecer quem é o surdo e o que significa a Libras para o surdo. Leu muito, inclusive o livro Vendo vozes, de Oliver Sacks. A partir dessa e outros leituras, abriu-se para ouvir nossas vozes pelas mãos. A instituição mantém a Escola para Crianças Surdas Rio Branco, que há 33 anos começou seu trabalho com uma única sala de aula, foi crescendo e, recentemente, inaugurou o Ambiente de Estimulação do Desenvolvimento, destinado ao trabalho com bebês surdos e suas famílias. Se outros gestores de instituições educacionais do nosso país seguirem esse exemplo, o Brasil poderá dar um passo significativo na inclusão social dos surdos.”
(ALEXANDRE JURADO MELENDES, Professor da Escola para Crianças Surdas Rio Branco, mantida pela Fundação de Rotarianos de São Paulo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 15 de agosto de 2011, Caderno CIÊNCIA, de autoria de SILVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A força da fala

Em estudo apresentado na USP, lingüista defende a importância da narrativa oral no desenvolvimento cognitivo das crianças e sugere a inclusão do tema no currículo da educação infantil

A leitura e a escrita sempre foram vistas como o ápice do desenvolvimento infantil. Não é à toa que muitos pais se vangloriam quando o filho começa a ler e a escrever cedo. Orgulho justificável, já que essas duas expressões sempre foram ligadas à inteligência e devem ser valorizadas. Algo tão importante quanto a leitura e a escrita, porém, costuma se manifestar ainda mais cedo: a fala. Por trás dessa expressão tão primordial, está a construção de um pensamento baseados em fatos vividos e assimilados pelo indivíduo. Ao analisar como esse processo ocorre no cérebro, uma pesquisa apresentada na Universidade de São Paulo (USP) revela que, com a narração de uma história, é possível perceber aspectos linguísticos e cognitivos que não ficam tão visíveis na escrita e leitura. Devido a isso, o estudo sugere que a narrativa oral seja inserida na grade curricular do ensino infantil.

De acordo com a coordenadora do estudo, a linguista Priscila Fiorindo, ao analisar a capacidade de produção narrativa da criança é possível avaliar a sua produção linguística, favorecendo o desenvolvimento cognitivo. “Percebemos que, durante a narração, todas as memórias são acionadas ao mesmo tempo, mas não podem ser todas verbalizadas. A partir daí, se inicia a estruturação do pensamento, com a definição daquilo que se quer expressar e de como se quer expressar.”

As pesquisas da equipe de Priscila começaram em 2006, a partir de um projeto de cooperação internacional que envolveu psicolinguistas brasileiros e franceses num estudo comparativo de produções narrativas de crianças no Brasil e na França. A experiência possibilitou que a lingüista utilizasse a mesma metodologia, mas analisando os resultados das narrativas elaboradas em relação à atuação do cérebro. “Foi quando pensei na possibilidade de verificar como as crianças absorvem as informações das imagens, para que elas possam elaborar uma história”, conta.

No estudo intitulado O papel da memória construtiva na produção de narrativa oral infantil a partir da leitura da imagem em sequência, Priscila analisou crianças de 5, 8 e 10 anos e identificou como elas utilizam os mecanismos de funcionamento do cérebro que envolvem as lembranças de curto e longo prazo. A memória de curto prazo é, evidentemente, a que se refere às informações recentes. A de longo prazo é dividida entre a semântica – que reflete o conhecimento de mundo acumulado – e a episódica – que envolve as situações ou fatos já ocorridos. “É na memória episódica que se encontra os ‘scripts’. Quando, por exemplo, encontramos uma pessoa que não vemos há muito tempo e que de alguma forma nos marcou, acionamos, paralelamente, as memórias de curto e longo prazo. Assim, todas as lembranças são recuperadas e reelaboradas, por meio do ‘script’, na memória construtiva para que as crianças narrem uma história, descreve a pesquisadora da USP. (E segue a seguinte NOTA)

CONTADORA DE HISTÓRIAS

Um vídeo postado na internet mostra uma francesinha contando uma história com desenvoltura. Sucesso na rede, ele levantou comentários de que a menina seria “superdotada”. O que pode ser visto é realmente uma imaginação aguçada, um vocabulário grande para a idade e organização temporal (início, meio e fim) impressionante, mas o estudo sugere que cenas como a do vídeo podem ser repetidas mais frequentemente caso a narrativa oral seja valorizada. Veja:

www.yotube.com/watch?v=PYrb3Ajjsww

Isso reforça a importância de estimular o indivíduo desde pequeno a reconhecer objetos. Dessa forma, ao mostrar e nomear as coisas, a criança assimila a informação na memória e mais tarde pode utilizá-la para construir um pensamento. “A gente acha que não, mas a pessoa começa a enriquecer o vocabulário ainda antes de falar”, afirma Márcia Fernandes, diretora pedagógica do Colégio Arvense. “Por isso é tão importante articular corretamente as palavras e sua entonação, pois aquilo ficará na memória”, completa.

MUITAS OPÇÕES Para isso, não faltam recursos. Livros coloridos e ilustrados e o simples ato de contar uma história já prendem a atenção dos pequenos e ajudam a evocar lembranças que estimulam a estrutura do pensamento. “É preciso utilizar todos os sentidos no desenvolvimento infantil. É importante que a criança manuseie o livro, escute a história que ele traz; que seja criado um clima para o conto de forma lúdica, para que os pequenos assimilem tudo aquilo com prazer. A partir daí, a leitura e a escrita também se tornam um prazer, pois foi assim que elas foram vividas”, diz a pedagoga.

Ao propor a narrativa oral como disciplina no ensino infantil, Priscila Fiorindo afirma que a escola valorizaria a linguagem oral. “Ao narrar uma história, a criança demonstra seu vocabulário e sua capacidade de estruturar o próprio pensamento, inclusive no tempo – início, meio e fim –, muito mais que na escrita”, argumenta. Outro aspecto levantado pela pesquisadora é a interação que a oralidade permite. “Ao escrever, não há uma interação das expressões, é apenas uma (escrita). Na narrativa oral, a criança utiliza expressões físicas, a entonação da voz e das palavras, de acordo com o que ela quer passar. Ela é a dona da história”, aponta a linguista.

Ainda segundo Priscila, além dos aspectos linguísticos, a oralidade permite que sejam observadas questões psicológicas, como o emocional da criança. Muitas vezes, o indivíduo se identifica com a história e, ao contá-la oralmente, é possível notar se há retração, tristeza ou ansiedade. “Isso é possível porque ela vivencia o jogo simbólico, no qual a ficção se mistura à realidade”, explica Gicelene Rodrigues, diretor pedagógica do Colégio Inei. “Criança que tem ou esteja, passando por algum problema emocional normalmente não faz contato com os olhos e tem dificuldade de colocar a voz”, completa.

A pedagoga define a narrativa oral como um modelo para a aprendizagem da leitura e da escrita, além de uma ajuda no desenvolvimento da formação pessoal. “Ao contar uma história, a criança assimila valores, deveres e direitos que estão contidos nela.”

O educador e idealizador do projeto Mala de Leitura, Maurício Leite, vai mais longe que a proposta da pesquisadora da USP. Ele concorda que a oralidade deve fazer parte da educação infantil, mas acha que, assim como a leitura, ela deve ser inserida na disciplina arte. “A literatura é arte, seja ela lida ou falada”, afirma. Para o educador, quando essas expressões são colocadas como forma de conteúdo didático e cobradas em forma de notas, deixam de ser um prazer para o indivíduo e tornam-se obrigações”. “Por isso temos tão poucos leitores no país”, constata. “Se quisermos mudar essa realidade, é interessante que se comece pela escola”, avalia.”

Eis, portanto, mais RICAS e PEDAGÓGICAS abordagens e REFLEXÕES que, entre tantos indicadores, PONTIFICA-SE a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de se colocar a EDUCAÇÃO – e que seja de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS, ao lado de outras igualmente IMPORTANTES manifestações CULTURAIS e ARTÍSTICAS... e não há outra PONTE para o CONCERTO das POTÊNCIAS MUNDIAIS...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A LÓGICA DO GANHA QUEM PERDE E A LUTA POR UM BRASIL MAIOR

“Por um Brasil maior
O lançamento do Programa Brasil Maior do governo federal permite algumas leituras sobre o que somos e o que desejamos. O que somos: um país urbanizado, uma das maiores economias do mundo e, relativamente, uma das mais industrializadas. Agora, outra visão: somos um país de marginalizados, sem oferta decente de serviços básicos (saneamento, saúde, educação, transporte); somos desiguais e eficientes em produtos intensivos em recursos naturais ou mão de obra desqualificada. Como o país é o mesmo, percebe-se rapidamente que sua principal característica é o dualismo econômico.

O que desejamos: construir uma infraestrutura que suporte o país; reduzir a desigualdade e avançar na produção de bens manufaturados com maior conteúdo tecnológico. Como fazer isso em uma democracia? Primeiro, convencendo os eleitores, durante a campanha, que tem a melhor solução. Segundo: uma vez no poder, realizar as promessas de campanha, o que, evidentemente, não ocorrerá na devida velocidade porque o Congresso terá que apreciar cada uma das medidas. Conversar com lideranças empresariais e sindicais, que terão má vontade com o gestor público, dado que os dois estão certos, ainda que os interesses sejam conflitantes. Terceiro: na falta de diálogo, recorrer ao lançamento de algum plano providencial para amenizar as críticas dos formadores de opinião e atender parcialmente as pressões da sociedade.

PAC, Bolsa-Família, Minha Casa, Minha Vida são programas que, aos olhos do governo, levarão o Brasil ao que desejamos. Para a oposição, só mais uma demonstração de que existe mais mais de uma forma ineficiente para se gastar os mesmos recursos públicos. Mas nada melhor do que uma política industrial para deixar bem clara a posição dos jogadores que dividem o poder. Os que defendem a política industrial alegam que o país pode reduzir a dependência comercial, tecnológica, e se transformar em um player global. Os que atacam dizem que não há recursos suficientes porque o governo despoupa; que a mão-de-obra qualificada é escassa, o que só acirraria a desigualdade; que a abertura econômica é a forma mais barata para se obter mercadorias melhores e que a eficiência está ligada às vantagens comparativas do país. Como o Estado não é um bom alocador de recursos, o país correria o risco de piorar.

Em 2003, o governo Lula lançou sua política industrial, privilegiando os setores de fármacos, eletrônicos, bens de capital e semicondutores. O objetivo era a famosa redução da dependência e maior crescimento econômico. De lá para cá, o país manteve a estabilidade, exportou mais e reduzir a dívida externa e o risco-país. Como? Exportando produtos com baixo valor agregado. Seria essa então a comprovação da proposta liberal? Aquela política deu errado e o que vemos agora é uma medida oportunista do governo Dilma?

Japão, China e Coreia do Sul são exemplos de países que, em algum momento, adotaram uma política industrial com os mesmos objetivos. Nos três casos, os países avançaram, aumentaram a produção e a parcela do comércio mundial. E aqui? Por que o programa do Lula não avançou? Porque ele dependeria de um prazo maior para maturação, seria a primeira resposta. Porém, a falta de articulação e coordenação dos ministros e presidente está mais próxima da verdade; porque faltou convergência d política industrial e macroeconômica. Com juros elevados, tributos pesados e câmbio fortemente valorizado, dificilmente o plano poderia ser bem-sucedido. Essas variáveis não só reduziriam os impactos daquela política industrial mas também teriam provocado a desindustrialização do país e a concentração em commodities.

Como devemos avaliar o programa Por um Brasil Maior? Bem, mais setores estão sendo contemplados e com benefícios mais duradouros do que a primeira política. O que falta: os juros serão menores? Os impostos vão cair? A taxa de câmbio deixará de ser valorizada? O governo vai se comprometer ou será apenas mais uma medida para dizer que não está parado?”
(FLÁVIO CONSTANTINO, Professor de Economia da PUC, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 12 de agosto de 2011, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Ganha quem perde

Os princípios que regem a vida de cada um e de todos determinam as direções, definem as prioridades e desenham o horizonte para o caminho existencial, configurando as dinâmicas que presidem o jeito de ser sociedade.

O preceito diz “para ganhar tem que perder” dá um verdadeiro nó na racionalidade que preside as relações da sociedade contemporânea. Neste momento está em pauta a discussão sobre a crise econômica que se abate sobre vários países. A linguagem do economês, com a complexidade de números e princípios, detecta a crise por razões como as quedas nas bolsas de valores, entre outras, revelando fragilidades e anunciando desafios. Em jogo está, sem dúvida, a questão desafiadora, matemática e eticamente, do lucro, que é um princípio determinante para garantir hegemonias de blocos econômicos, o poder de instituições e o poderio de nações sobre outras. Mesmo quando entre essas outras estão as pátrias de famintos e miseráveis.

É curioso como esse tipo de crise revela o princípio do lucro e da hegemonia. Tenha-se presente a classificação pelo critério de potência econômica – configurando lugares e autocompreensão, enquanto povo, nação e sociedade, escancarando a dificuldade de viver padrões diferentes e alavancar o próprio sentido de equilíbrio em princípios outros. Mal comparando, é constatar uma crise econômica na vida de quem ganha muito, que não apenas tem o necessário para viver, mas se dá ao luxo inaceitável e pecaminoso de esbanjar quando é preciso pensar a vida com menos.

Uma vida diária mais simples gera crises em proporções não tão reais pelos números a menos, mas configuradas pelas considerações que os princípios adotados determinam. Os que vivem o dia a dia sobriamente, com dignidade e dinheiro, sofrem de modo diferente a sua crise econômica em comparação aos que têm muito, para além da conta, em se pensando o princípio de uma sociedade mais igualitária. Na verdade, a crise econômica está nos funcionamentos próprios da complexidade da economia, mas também uma crise em razão dos princípios que determinam compreensões, sentimentos e a própria racionalidade da definição de prioridades e importâncias.

Aqui se está no meio do tsunami terrível do desejo onipotente e irrefreável de possuir como forma de poder e segurança, que tem no dinheiro a referência máxima de princípio, enjaulando a vivência e a compreensão existencial, com conseqüentes comprometimentos de outros princípios intocáveis e insubstituíveis, fundamentais para o equilíbrio e a direção certa na vida.

Não é outro motivo que o apóstolo Paulo, numa de suas cartas, afirma categoricamente que o dinheiro é a fonte de todos os males. No cenário em que se comenta sobre crise econômica, aqui e acolá, se hospedam também as notícias de escândalos de corrupção, com envolvimento de pessoas e instâncias das quais se pressuporia conduta ilibada, traídas pela ganância e pelo inexorável desejo do dinheiro.

O dinheiro – que é um sistema desafiado a funcionar para promover igualdades, suscitar o sentido de solidariedade sem paternalismos e dependências, apoiar projetos e programas que ultrapassam fronteiras partidárias e estreitas – garante conquistas no âmbito plural de bens e põe a sociedade aberta a valores que, verdadeiramente, asseguram uma sociedade sustentável.

No emaranhado desta complexa questão ecoa, então, o princípio formulado por Jesus, na sua incomparável maestria, por meio de uma lógica paradoxal desconcertante. A pedagogia de Jesus, no princípio ganha quem perde, a aponta a contramão da lógica que preside a compreensão e as escolhas que regem o andamento da sociedade, além dos sentimentos do coração de cada pessoa.

A aprendizagem desse princípio, ensinado pelo Mestre aos seus discípulos, é a adoção do remédio para sanar a lógica perversa que facilmente se instala nos mecanismos de funcionamento das relações econômicas e comerciais, no interno da sociedade, perpetuando situações abomináveis de miséria e de corrupção, com manipulações vergonhosas e mesquinhez comprometedora de generosidades que corrigiriam descompassos e permitiriam alcançar metas e projetos importantes para a sociedade.

Quem perde ganha é uma importante lição ministrada por Jesus aos discípulos ao introduzi-los na dinâmica do mundo. Esse princípio tem força de resgate ao desafiar as arrumações de certas lógicas da razão humana. Não é uma simples oposição à necessária organização econômica e definição de suas normas e metas. Essa lógica paradoxal desmonta apegos, qualifica critérios, devolve a paz, conduz a vida entendida como serviço e oferta – o sentido mais autêntico de ganha quem perde.”

Eis, pois, mais RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para as COMPLEXIDADES e DINÂMICAS do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELe sua decorrente necessidade de QUALIFICAÇÃO da SOCIEDADE, protagonista e BENEFICIÁRIA final das COMPETÊNCIAS das PESSOAS e dos DIRIGENTES neste TERCEIRO MILÊNIO...

Sabemos, também, dos GIGANTESCOS DESAFIOS que se colocam para o acesso do PAÍS ao rol dos DESENVOLVIDOS e de DEMOCRACIAS já CONSOLIDADAS, e, contudo, NADA, NADA mesmo, ABATE e ARREFECE o nosso ÂNIMO, ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as EXIGÊNCIAS do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O e-GOVERNO E A AGENDA POSITIVA DO JORNALISMO

“DEMOCRACIA ELETRÔNICA

Importada da Europa, Estados Unidos e Japão, nova forma de administrar um município tem o computador com ferramenta para que a população aponte problemas e soluções para a cidade

Chegou a vez do e-governo

Usar a internet para aproximar governo e cidadão, favorecendo o controle social e a participação da população nas decisões do Poder Executivo. Essa nova maneira de governar, batizada de democracia eletrônica ou e-governo, ainda é tímida no Brasil, mas vem se alastrando pela Europa, Estados Unidos e Japão. Aliás, foi do Japão que veio a ideia de um projeto-piloto de gestão participativa em rede, que começa a ser implantado no Sul de Minas Gerais e também no interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Em Minas, na sexta-feira, a Prefeitura de Machado, 40 mil habitantes, fez sua primeira reunião em rede de todo o secretariado com lideranças de bairro em tempo real. É também a primeira experiência desta natureza no estado.

A reunião foi na sede da Prefeitura com conexão em quatro Unidades Administrativas Intersetoriais (UAIs), criadas em bairros do município como parte do projeto. Foram discutidas as demandas da população levantadas ao longo do mês pelas equipes que já atuam em programas da Prefeitura, mas que fazem o trabalho de cadastramento das reclamações e solicitações da população e entrevistas para avaliar o governo. Toda essa coleta de informações é feita por meio de um palm top (computador de mão) usado pelos técnicos do programa, similar ao que foi usado pelos recenseadores do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2010. As equipes visitam pelo menos uma vez por mês todas as residências da cidade.

Segundo o sociólogo Rudá Ricci, um dos idealizadores do projeto, a ideia de um e-governo municipal foi inspirada em uma experiência japonesa na área de segurança pública. Lá, técnicos do governo visitam as residências para coletar informações sobre a situação da segurança pública para ajudar a polícia a planejar melhor sua atuação. “Fizemos uma adaptação para as prefeituras.” Na versão brasileira, os técnicos apelidados de “uaizeiros”, registram as conversas nesse computador de mão e também em um caderno de anotações. Eles levantam informações específicas sobre a família e quarteirões, indicando obstáculos, lacunas na gestão e problemas. “As informações são descarregadas em um banco de dados que gera gráficos, identificando por casa, quarteirão, bairro e regional os principais problemas e também os acertos”, comenta Rudá.

Segundo ele, com a implantação desse programa a prefeitura já conseguiu resolver uma das principais reclamações dos moradores sobre o atendimento nos postos de saúde. “Todos elogiavam os programas da área de saúde, mas reclamavam do atendimento. Com os dados levantados pelos uaizeiros foi possível identificar a causa do problema: a falta de preparo dos funcionários da saúde para lidar com a população.” Por causa das informações a prefeitura também descobriu o desvio de sacos de cimento de uma obra feita com recursos públicos.

CONTROLE SOCIAL O coordenador do programa do município, Carlos Eduardo Braga, disse que a resposta da população tem sido excelente e que o controle social em cima das ações da prefeitura cresceu muito. “Agora vamos fazer a primeira reunião via internet com todas as comunidades onde já existe UAI, inclusive na zona rural do município. Em cada unidade foi instalado um telecentro com computador, acesso à internet banda larga, uma webcam, datashow e telão.” Além das reuniões mensais, Carlos Eduardo conta que na visita de retorno dos uaizeiros todos os moradores que já foram ouvidos recebem um boletim com informações sobre suas demandas.

Para Rudá Ricci, essa é “uma experiência muito mais avançada do que o orçamento participativo, pois neste caso a população pode opinar sobre tudo que acontece na cidade”. Uma das técnicas do programa, Aline Campos Dias, 30 anos, disse que a população já tem parado os funcionários do programa na rua para cobrar visitas de retorno e também respostas para as demandas. “Em uma de nossas primeiras visitas havia uma rua em um dos bairros muito abandonada. Todos reclamaram muito. No retorno a esse local ficamos surpresos, pois ela estava toda limpa. Achei muito bom isso”, conta.”
(ALESSANDRA MELLO, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de agosto de 2011, Caderno POLÍTICA, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Master em Jornalismo, professor de ética e doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

Jornalismo, agenda positiva

Impressiona o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões recorrentes, como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência, por óbvio, não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. O excesso de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados sob o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. Assistem-se aos arrastões nas avenidas, praças e marginais como parte do cotidiano das cidades sem segurança. Não pode ser assim. O problema não está no noticiário da violência, mas na falta de uma agenda positiva. É preciso mostrar as sombras, mas é necessário iluminar as boas iniciativas. Podemos todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.

Precisamos valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam construir avenidas ou vielas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem fim não pode ocultar o esforço de entidades, universidades e pessoas isoladas que, diariamente, se empenham na recuperação de valores fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing colaboram, e muito, na construção da cidadania.

A preocupação social, felizmente, começa a mobilizar muita gente. Multiplicam-se iniciativas sérias de promoção humana. Conheço de perto uma obra notável. Sob a inspiração da prelazia do Opus Dei, foi fundado em 1985 o Centro Educacional e Assistencial de Pedreira (http://www.pedreiracentro.org.br/) . Nasceu de um ideal de diversos profissionais e estudantes, preocupados em organizar um trabalho social sério na Zona Sul de São Paulo. Depois de estudo da situação e das suas necessidades, verificou-se que, no Bairro de Pedreira, a 30 quilômetros do centro da capital paulista, jovens de 10 a 18 anos se encontravam numa situação de grave risco social, expostos a drogas, marginalidade e criminalidade. Implementou-se, então, uma escola técnica para jovens carentes que dispusesse de tudo o que uma escola de “primeira linha” pode oferecer.

A Pedreira – como é carinhosamente conhecida – tem atualmente capacidade para 500 alunos e conta com aproximadamente 5 mil metros quadrados (m2) de área construída, distribuídos em um terreno de 23 mil m2. Oferece cursos básicos de eletricidade residencial e industrial, auxiliar de informática e informática aplicada, e cursos técnicos de administração, curso técnico de redes de computador e telecomunicações, com duração de um a dois anos.

Muitos dos alunos são, em suas famílias, a principal fonte de renda, o que constitui um impacto social relevante. Além disso, deixam a escola com a clara consciência da necessidade de estudar com afinco e dedicação. Com essa mentalidade, é comum que muitos dos alunos da Pedreira cheguem ao nível univiversitário, uma meta quase impensável no início de seus estudos, em virtude de suas difíceis condições de vida. Mudar é possível.

Por isso, os esforços da Pedreira e de tantas pessoas engajadas no mutirão da inclusão merecem registro jornalístico. Não resgatarão, por óbvio, nossa imensa fatura social, mas sinalizam uma atitude importante: olhar a pobreza não com distanciamento de uma pesquisa acadêmica, mas com a fisgada de quem se sabe parte do problema e, Deus queira, parte da solução. Iluminar boas iniciativas e construir uma agenda positiva é um modo de construir a paz.”

Eis, portanto, mais RICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que ACENAM, com muita LUZ, o acesso do PAÍS ao mundo CIVILIZADO e DESENVOLVIDO: com a DETERMINADA e EXPRESSSIVA REDUÇÃO das MONSTRUOSAS e inaceitáveis DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS, através de POLÍTICAS PÚBLICAS que coloquem a EDUCAÇÃO – e só pode ser de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e SOCIADADE CIVIL...

Este e outros GIGANTESCOS DESAFIOS de forma alguma ABATEM o nosso ÂNIMO e nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...