quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A CORRUPÇÃO, A EDUCAÇÃO E A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS E ESCOLAS

“A corrupção tende a diminuir

Ao contrário do que diz o título, a impressão é que a corrupção só aumenta.a julgar pelo tenebroso escândalo no Ministério dos Transportes e por outros mais recentes. Nos últimos oito anos, elevou-se a percepção do fenômeno. No índice da Transparência Internacional (http://www.transparency.org/) o Brasil caiu da 45ª para a 69ª posição entre 2002 e 2010. Empatamos com Cuba e perdemos par Tunísia, Gana e Ruanda.

Uma explicação seria a maior capacidade de detectar a corrupção, que assim apareceria mais em vez de aumentar. Outra seria o maior loteamento de cargos. Indicações políticas podem levar bons quadros para o governo. Em excesso e sem cuidados, pescam gente sem valores e princípios sólidos, que pensa em se locupletar. A piora da corrupção, percebida ou real, não quer dizer que a degradação continue. A corrupção é inerente às organizações e às pessoas. O desafio é construir instituições e ter atitudes para reprimi-la.

A corrupção era endêmica no reinado de Ramsés II, o Grande, faraó egípcio (século XIII a.C.). Contribuiu para o declínio do Império Romano. Motivou a instituição do celibato pelo para Gregório VII (século XI). Ao se subordinarem aos reis, casarem e constituírem família, os padres se tornavam patrimonialistas e corruptos.

Na Europa dos séculos XVI a XVIII, vendiam-se funções públicas para que indivíduos influentes pudessem cobrar tributos para si mesmos. Monarcas corruptos concediam isenções tributárias e outros privilégios a nobres, comerciantes e juízes. Na França, segundo Francis Fukuyama, o governo “era privatizado em suas funções e as repartições se tornavam propriedade privada hereditária”. Processos semelhantes aconteciam na Espanha e na Inglaterra.

A corrupção infesta países em desenvolvimento sem boas instituições, mas também sobrevive nos desenvolvidos. No século XIX, era ampla nos Estados Unidos, como nas concessões de ferrovias. Nos anos 1970, o primeiro-ministro japonês Kakuei Tanaka e o vice-presidente americano Spiro Agnew renunciaram por aceitar propina. Entre 1994 e 1995, ministros belgas caíram com o escândalo Agusta-Dassault, da compra de helicópteros pelo Exército. Em julho passado, uma empresa do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi condenada por subornar um juiz na compra de um grupo editorial. Nas escutas ilegais do tablóide inglês New of the World, corromperam-se policiais da respeitada Scotland Yard.

Ao longo dos séculos, a corrupção diminuiu pela conjugação de avanços institucionais com intolerância da opinião pública. Cinco são os fatores básicos que explicam a mudança: (1) democracia, (2) Judiciário Independente, (3) serviço público profissionalizado, (4) imprensa livre e independente e (5) educação. Nos países em desenvolvimento, foram ainda importantes a privatização de empresas estatais e a eliminação do controle de preços e do licenciamento de importações. Mais recentemente, o arsenal inclui os avanços da tecnologia digital, que permite gravar cenas com câmeras e celulares, fazer escutas telefônicas legais e transmitir imagens pela internet.

Mesmo inconscientemente, o corrupto avalia custos e benefícios. O principal custo é mofar na cadeia; o benefício, enriquecer ilicitamente.Ele percebe os riscos quando há instituições e crenças na sociedade que permitem detectar e punir a corrupção. O Brasil está chegando a esse patamar. Já consolidamos a democracia e a imprensa livre. Cada vez mais detectamos a perversão, com a participação decisiva da imprensa. Os corruptos não ficam presos, mas já são expostos à opinião pública. Um novo avanço poderia ser a maior profissionalização do serviço público, incluindo a limitação substancial das indicações políticas. No governo federal, existem espantosos 25 000 cargos desse tipo.

Uma classe média crescente, mais educada e mais informada diminuirá muito a passividade dos brasileiros diante da corrupção, potencializando os respectivos inibidores institucionais e mentais. A melhoria não será súbita, pois tais mudanças são lentas e incrementais. Nem por isso esmoreçamos nem percamos a esperança. A corrupção tende a diminuir. Corruptos irão para a cadeia. É uma questão de tempo.”
(MAÍLSON DA NÓBREGA, é economista, em artigo publicado na Revista VEJA – edição 2229 – ano 44 – nº 32, de 10 de agosto de 2011, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, ano, número e data, páginas 116 e 117, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista,e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A tensa relação entre famílias e escolas

O sucesso é multivitelino e o fracasso é órfão. Na educação brasileira, não é diferente. Políticos, “o sistema”, o capitalismo, as elites, a herança escravocrata: cada pessoa tem o seu vilão. Mas os para os educadores brasileiros os culpados preferenciais são os pais dos alunos. Quando se perguntou, em pesquisa da Unesco, quais fatores influenciam a aprendizagem, o item campeão para os nossos professores foi “acompanhamento e apoio familiar”, mencionado por 78%. “Competência do professor” foi citado apenas por 32%; “gestão da escola”, por só 10%. Em livro de Tania Zagury, quando falam sobre a indisciplina do alunado, 44% dos mesmos apontam a “falta de limite” dos alunos como causa. Outros 19% são mais diretos e atribuem o problema à “falta de educação familiar”. A inabilidade do professor não é mencionada nem como hipótese. Em outro livro, A Escola Vista por Dentro, os pais também aparecem como culpados por seus filhos não fazerem o dever de casa, para mais da metade dos professores. No questionário dos professores da Prova Brasil, mais de 80% declaram o baixo aprendizado é “decorrente do meio em que o aluno vive”. Em estudo que deu origem ao livro Repensando a Escola, os pesquisadores escrevem o seguinte: “Chama atenção a frequência com que professores e diretores se referem à questão da família dos alunos: muito do que acontece de bom e ruim na escola é explicado pela origem familiar. Uma pergunta do tipo ‘como você avalia o nível de leitura dos alunos da 4ª série?’ é respondida da seguinte maneira: ‘eles são fracos, não sabem ler muito bem, não gostam de ler, porque em casa ninguém incentiva’”.

É compreensível que assim o seja. O establishment educacional brasileiro culpa os pais não apenas por serem pobres e não apoiarem suficientemente o aprendizado dos filhos – coisa que eles têm reais dificuldades para fazer, já que quase 60% têm ensino fundamental incompleto –, mas também por supostamente transferirem à escola tarefas que deveriam ser da família. A explicação é assim: nós, escola, não conseguimos alfabetizar porque precisamos devotar o tempo que seria do ensino para dar à criança tudo o que lhe falta em casa: afeto, lições de asseio, noções de respeito ao próximo e de ética, cidadania ou meio ambiente. Nossas escolas não conseguiriam realizar uma agenda “mínima” (transmitir conhecimentos e competências) porque estão assoberbadas com uma agenda máxima, que lhe seria imposta pela sociedade.

Essa leitura é duplamente esquizofrênica. Em primeiro lugar, porque os pais não defendem esse papel messiânico para as nossas escolas. Pelo contrário. Pesquisa CNT/Sensus perguntou explicitamente aos pais dos alunos da escola pública se eles preferiam uma escola que ensina a matéria e prepara profissionalmente o filho a uma escola que forma o cidadão. Venceu o grupo dos que querem o ensino das matérias e o foco no trabalho, com 56%. Em segundo, porque esses temas adicionais não são requisições da sociedade que os educadores precisam acatar. Pelo contrário. Os geradores das pressões para a expansão do universo escolar são os profissionais do setor. Porque muitos educadores e pedagogos são, na verdade, ativistas sociais em busca de uma causa. Seu objetivo é mudar o mundo, e os alunos são apenas um veículo. Na enquete da Unesco com os professores, “formar cidadãos conscientes” foi apontada como a finalidade mais importante da educação para 72%. “Proporcionar conhecimentos básicos” foi lembrada por apenas 9%. O resultado final da Conferência Nacional de Educação do ano passado, que filtrou as recomendações dos trabalhadores do setor, foi um documento com 677 (!) emendas aprovadas. (Este e outros documentos estão disponíveis em twitter.com/gioschpe.) É natural que o professor seja atraído à carreira pela possibilidade de conquistas que vão além do ensino. A diferença entre esses países e o Brasil é que lá a maioria dos professores entende que não há melhor maneira de “salvar” uma criança do que dando a ela ensino de qualidade. E, quando não existe essa compreensão, há governantes que arbitram compromissos entre os desejos da sociedade e dos professores em favor do bem social.

O lado mais cruel do nosso ciclo vicioso é que os pais, indiciados pelo fracasso de um sistema sobre o qual não têm responsabilidade, não apenas não se revoltam, como estão satisfeitos com a qualidade do ensino dos filhos. Em pesquisa do Inep, deram nota 8,6 à qualidade do ensino, ainda que o Ideb mostre que o ensino real não alcança a metade disso. Na CNT/Sensus, 63% deram conceito “positivo” à escola do filho e mais 31% “regular”. Se a escola é boa e o filho não aprende, então o culpado só pode ser o filho.

Completamos, assim, o circo dos horrores. As vítimas viram culpados, os aliados dos alunos viram seus algozes, aqueles que sobrecarregam o sistema são vistos como suas vítimas. Os profissionais da educação conseguiram criar o mito ideal para escapar às suas responsabilidades: não conseguem dar conta do mínimo porque a sociedade lhes exige o máximo, e não conseguem dar conta do máximo porque não há como atingi-lo quando “o meio” é tão hostil às virtudes do intelecto e da alma.

Se o país quiser prosperar, precisará de educação melhor. E, se quisermos educação melhor, precisaremos romper essas falácias e recomeçar o diálogo pais-família, baseado em premissas básicas. Primeira: num regime democrático, o povo é soberano, e cada pessoa sabe que tipo de serviço público deseja. Se a maioria da população quer uma escola que forme para o trabalho, essa é a educação que nossos governantes deveriam perseguir. A sociedade, e não os funcionários públicos, estabelece o norte. Segunda: a primeira função da escola é ensinar competências básicas, como ler e escrever. Mesmo que a sociedade venha a demandar uma educação para a formação do cidadão crítico e consciente, não é possível sê-lo enquanto analfabeto. Precisamos concordar em uma agenda mínima, a respeito da qual o insucesso, por parte da escola, é inaceitável. Terceira: algumas responsabilidades familiares são intransferíveis. Cabe aos pais dar aos filhos afeto, cuidar de sua saúde física e psicológica e transmitir-lhes noções elementares de ética e respeito ao próximo. Sim, eu sei, o mundo não é perfeito, e muitos pais – de todas as classes sociais – não cumprem com suas obrigações. Mas atenção: a falência dos pais não transfere ao professor essa responsabilidade. Seria tão absurdo transferir a professores a responsabilidade primeira por transmitir carinho e ética aos seus alunos quanto pedir aos pais que ajudem na alfabetização dos filhos. O estado tem médicos, assistentes sociais e policiais para lidar com os problemas mais graves causados pelos insucessos desses pais. Os menos graves, que afetam o foro íntimo de cada pessoa, não serão sanados por professores, mas talvez por psicólogos. Os professores não podem salvar o mundo. Primeiro porque ninguém lhes outorgou essa incumbência. E segundo porque, mesmo que quisessem, não conseguiriam. Precisamos convencer nossos professores de que transmitir os conhecimentos e capacidades intelectuais que darão ao jovem as condições de exercer plenamente o seu potencial não é um reducionismo, mas uma conquista superlativa. Como diz Felipe González, ex-premiê espanhol, “um outro mundo é possível. Mas este é manifestamente melhorável”.

P.S. – Um dos instrumentos que podem ajudar a mediar um diálogo mais produtivo entre pais e o sistema escolar é o projeto “Ideb na Escola”, defendido aqui nos dois últimos meses. Desde a última coluna, o sistema se espalhou em progresso geométrica, e já foi adotado pelo Rio de Janeiro e por Goiás. Leis tramitam em Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Manaus, Vitória, Búzios e Criciúma, entre outras. A equipe de Nizan Guanaes terminou o desenho das placas que devem adornar as entradas principais das escolas, material que está disponível no site http://www.idebnaescola.org.br/


A PLACA DA VERDADE Na montagem ao lado (página 117), a placa com as notas do Ideb na porta de uma escola: se a lei passar, isso se tornará realidade para todo o país, com ganhos enormes de transparência.”

Eis, pois, mais páginas contendo SÉRIAS, ADEQUADAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que, entre outras assertivas, ACENAM a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de inserirmos a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossa POLÍTICAS PÚBLICAS, ao lado da PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a  INFLAÇÃO;
b) a CORRUPÇÃO;
c) o  DESPERDÍCIO;
d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, cujos ENCARGOS e AMORTIZAÇÃO já beiram a casa dos R$ 200 BILHÕES...

São, sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS, que de forma alguma ABATE o nosso ÂNIMO e ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, e mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente DEMOCRÁTICA: JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS – há ainda BRUTAIS e inaceitáveis DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DA CIDADANIA, DA SONEGAÇÃO, DA CORRUPÇÃO E DAS SUSTENTABILIDADES

“QUADRILHA
Polícia Federal prende oito suspeitos de manter esquema de irregularidade e encontra R$ 12,9 milhões, maior valor em espécie já apreendido no país, nas casas dos acusados

Auditores da Receita
sonegam R$ 3 bilhões

Brasília – A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 12,9 milhões, entre notas de real e dólar, pertencentes a cinco auditores fiscais da Receita Federal, em Osasco, na Grande São Paulo. Os servidores foram presos acusados de corrupção e venda de informações privilegiadas, entre outros delitos. Segundo a PF, o volume de dinheiro arrecadado nas buscas realizadas pela Operação Paraíso Fiscal é o maior já apreendido pela corporação de uma só vez. Segundo a Receita Federal, os prejuízos causados aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 3 bilhões. A investigação começou com uma denúncia feita por ex-auditor à Corregedoria da Receita. Também foram presos o filho e a mulher de um dos fiscais, além de um doleiro. Em outra ação, no Rio de Janeiro, a PFprendeu seis funcionários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) suspeitos de fraudar benefícios previdenciários.

Os acusados de irregularidades no Fisco, segundo o Ministério Público Federal – que também participou da investigação –, deixavam de autuar comerciantes da região de Osasco em troca de propina, além de transmitir informações privilegiadas aos empresários. A quadrilha também dava consultoria para que as empresas com supostas irregularidades pudessem invalidar multas recebidas e alterar valores a serem pagos. A partir de denúncia, o Fisco constatou que os acusados tinham um patrimônio incompatível com os seus rendimentos.

Os investigadores, por meio de interceptação telefônica e telemática, além de monitoramento, descobriram que os auditores tinham residência de alto padrão, além de viajar com frequência para o exterior, onde também mantinham contas bancárias. Durante as buscas feitas nos locais de trabalho e nas casas dos fiscais, os policiais federais se surpreenderam com a quantidade de dinheiro encontrada. Na moradia de um deles, em Alphaville (SP), havia R$ 2,5 milhões e US$ 2,5 milhões escondidos no forro do telhado. Uma auditora mantinha em casa pelo menos R$ 3 milhões. Também foram localizados dinheiro e pedras preciosas a repartição. A soma total dos recursos apreendidos foi de R$ 7,8 milhões, US$ 2,8 milhões (cerca de R$ 4,4 milhões) e 310 mil euros (cerca de R$ 700 mil). Dezoito carros pertencentes aos servidores também foram capturados.

SUSPENSÃO Pelo menos 11 servidores e ex-servidores fazem parte da quadrilha. A PF não informou em qual período as irregularidades foram cometidas, mas, desde o início do ano, os fiscais estavam sendo investigados. Pelo volume de dinheiro arrecadado e quantidade de pessoas detidas, a Receita qualificou a operação como a maior ação conjunta de combate à corrupção em seu quadro. Além dos cinco servidores presos, cinco auditores foram suspensos cautelarmente por ordem judicial.

As oito pessoas detidas são acusadas de crimes de violação de sigilo, corrupção, advocacia administrativa – quando o funcionário público usa informações privilegiadas para ajudar criminoso –, formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

SAIBA MAIS

OUTRA INVESTIGAÇÃO EM PERNAMBUCO

Em maio, a Polícia Federal deflagrou em Caruaru, a 123 quilômetros do Recife, uma operação para apurar suspeitas de corrupção ativa e lavagem de dinheiro cometidos por um funcionário de alto escalão da Receita Federal em Pernambuco. Estima-se que o patrimônio que o servidor conseguiu levantar com as fraudes, e ocultou em nome de terceiros, chegue a R$ 12 milhões. Entre os mais de 40 bens investigados estavam edifícios de luxo, lotes em condomínio, pousadas, casas de veraneio e vários carros de luxo. A Polícia Federal deu início às investigações há dois anos, confirmando corrupção passiva e lavagem de dinheiro por um auditor da Receita Federal em Caruaru e pessoas próximas a ele. A operação contou com a atuação de 60 policiais federais e buscava cumprir 18 mandados – um de prisão preventiva e os outros de busca e apreensão – nas cidades pernambucanas do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Gravatá, além do bloqueio de bens dos principais investigados.”
(EDSON LUIZ, em reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de agosto de 2011, Caderno NACIONAL, página 8).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Sustentabilidades

No quadro dos tratamentos adequados para a realidade contemporânea, à luz de responsabilidades sociais e políticas, tendo em vista seus inadiáveis e demandados avanços, situa-se o tema pertinente em torno das sustentabilidades.

É um imprescindível capítulo para todo e qualquer projeto e programa. Sua abordagem e efetivação são uma obviedade que se configura como exigência determinante no que se faz e para quem se faz. Não se pode fazer por fazer, simplesmente por querer ou sem razões plausíveis em vista de atendimentos de necessidades e prioridades, com uma competência traduzida na inteligência da sustentabilidade. Assim, sustentabilidade é questão de inteligência e, ao mesmo tempo, de exigência e de respeito à integridade da vida, da natureza e ao conjunto da sociedade nos seus funcionamentos balizados pelos serviços prestados a todos, particularmente aos mais pobres e excluídos.

A abordagem da sustentabilidade em todos os seus capítulos e diversificadas nuances é um luzeiro que permite diagnósticos importantes na vida social e política de sociedades e nações. Não é, portanto, uma questão que se restringe a uma única dimensão, tal como aquela da economia. Quando, pois, se percorrem os diversos cenários que configuram a sociedade contemporânea – como, por exemplo, a nossa, brasileira, tratando basicamente o que a mídia oferece a cada dia –, pode-se chegar à conclusão importante de que as sustentabilidades não são restritas ao que diz respeito à natureza no seu funcionamento, às necessidades humanas na sua sobrevivência ou à manutenção de projetos e programas com seus impactos e influências para a vida chamada moderna.

Vale aqui fazer um rápido percurso nesses cenários contemporâneos bem próximos de todos para detectar uma imprescindível sustentabilidade entre as sustentabilidades, pensadas na sua sofisticação própria de ciência e de estratégia quando se defronta com o mal endêmico da corrupção na sociedade. Referência, por exemplo, ao pedreiro “laranja” ou ao vendedor que se descobriram empresários e donos de fortuna, vítimas do uso criminoso de seus nomes em favor de beneficiários que assaltaram os cofres públicos, trazendo enormes prejuízos.

Na esteira desses absurdos estão aqueles que multiplicam seu patrimônio no exercício de mandatos governamentais. E os dribles dados na Receita Federal? As auditorias de órgãos competentes revelam sobejamente irregularidades de contratos que pesam desafortunadamente aos cofres públicos em detrimento do urgente atendimento de necessidades básicas da população carente, passando fome, subnutrida e enjaulada pela condição abominável de não ter moradia decente. Privada de uma participação digna na vida da sociedade, na qual está inserida também como cidadã.

Percorrendo os bastidores da vida política, de encontro ao seu sentido próprio e de grande importância como coluna sustentadora da sociedade, se conhece o fluxo de disputas felinas por cadeiras, poder, domínio de fontes de dinheiro, ainda quando na contramão de uma mínima coerência ideológico-partidária.

É um enorme desafio. Até inexplicável no âmbito da realidade da infraestrutura na sociedade brasileira, em se considerando as demandas existentes como transportes, moradia, saúde e trabalho, a lentidão dos fluxos nas respostas e incompetências contracenando com as possibilidades econômicas, sem deixar de fazer menção ao que já se conquistou. Do bojo desse âmbito determinado para a vida da sociedade surgem escândalos de corrupção, os atrasos advindos das burocracias que revelam má vontade e até preguiça, envenenando a nobreza do altruísmo e do sentido de cidadania, com o usufruto imoral do que pertence ao erário e com destinação própria.

Dessas questões grandes, hospedadas em cenários que compõem a sociedade contemporânea, se chega facilmente aos desvios de condutas que revelam cidadanias comprometidas – fruto de mesquinhez e de maldades, impedindo uma participação como maior dignidade e nobreza no que diz respeito à edificação da sociedade em maiores ou menores proporções. Desde o que está no seio de uma família, passando por projetos pequenos, mas importantes, até a honestidade esperada nos gestos e nas palavras de cada pessoa, nos âmbitos públicos e privados.

Essa ladainha de descalabros nas suas contas intermináveis produz um prejuízo material incalculável. Atrasos centenários, sacrifícios intoleráveis e um desgosto que desfigura o mais precioso da vida de cada um: o sentido de viver. Este mal não é sanado apenas pela inteligência e pela ciência de sustentabilidades outras, senão, ao tudo que tem a ver com a sustentabilidade que advém da moralidade.

A moralidade é um investimento urgente e permanente sob pena de comprometer, com desarranjos e preponderância da tendência natural de desorganização, a viabilização de outras pretendidas sustentabilidades.”

Eis, portanto, mais páginas contendo DENSAS, SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPOSTERGÁVEL inserção da EDUCAÇÃO – de QUALIDADE –, como PRIORIDADE ABSOLUTA do GOVERNO e da SOCIEDADE CIVIL, ao lado da URGENTE necessidade da PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS para o ACESSO do BRASIL ao SELETO grupo dos PAÍSES DESENVOLVIDOS e sempre em busca das SUSTENTABILIDADES, e que ainda SANGRAM nossa ECONOMIA, MINAM nossa CAPACIDADE DE INVESTIMENTO e POUPANÇA e AFETA a nossa CONFIANÇA:-

a) a INFLAÇÃO, e sua INTRÍNSECA relação com JUROS e CÂMBIO, em especial:

b) a CORRUPÇÃO, e sua PROMÍSCUA relação com EVASÃO DE DIVISAS, SONEGAÇÃO, FORMAÇÃO de QUADRILHA, LAVAGEM DE DINHEIRO etc;

c) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas formas:

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, atingindo cifras próximas a R$ 2 TRILHÕES... provocando DESEMBOLSO anual de cerca de R$ 200 BILHÕES...

São, pois, DESAFIOS GIGANTESCOS que longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER nosso ENTUSISMO e OTIMISMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS para eventos previstos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) de 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA do MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A CIDADANIA, O FENÔMENO LUMINOSO E COMO SER FELIZ

“Lucas
A vida não para. No mês de junho, me despedi de minha mãe com um misto de muita tristeza e um pouco de alívio. Não foi, não é mole não. O que já se passara com meu pai se repetiu agora: ela saiu do convívio concreto e se instalou dentro de mim. Estou fazendo não sei o quê, numa hora qualquer, e sinto sua presença. O que aprendi e aprendi segue comigo. Esse talvez seja o que consola nossa dor. Os dias passam, trabalho, leio, escuto, sigo o caminho. Agora, na noite fria de fim de junho, vejo uma outra mãe, pelo vidro da sala de parto. Tem um sorriso que afasta qualquer preocupação dos que a observam, principalmente do seu frágil e comovido pai, prestes a se tornar, pela segunda vez, avô. Quero urgente um final feliz. E é o que acontece, para alegria geral. Risos e abraços na maternidade.

Clara, a ilustre, no meu colo assiste a tudo, calma, interessada. Alguém respira no mundo externo ao ventre materno. Lucas, o luminoso, de acordo com a lição de Antenor Nascentes. Então, que venha a luz, que a vida se manifeste, que meu pensamento possa voar na crença de que a humanidade e a existência valem a pena. Nesse momento, o que há de perverso em pessoas, cidade, país e mundo não importa. O que importa é aquela criança que entra para o nosso convívio e encontra a certeza de carinho, afeto e beijos. O desejo de acompanhar sua caminhada me fortalece, me enche de poesia e música. Me induz a, mais uma vez, fazer promessas que tenho a melhor das intenções de cumprir.

Uma criança que nasce renova todas as esperanças, desperta todos os bons sentimentos, abre possibilidades infinitas. É assim que me sinto nesse momento. Pronto para enfrentar os desafios diários aos nossos direitos de cidadãos. Disposto a encarar o poder econômico e político que nos asfixia. Dar a mina contribuição modesta e irada contra a injustiça e a mentira.

O meu mundo tem de ser melhor para que o mundo dos pequenos também seja. Muitos dirão que é poesia, ingenuidade, falta de foco no mundo real que é assim mesmo, explorador, que sempre foi assim e continuará sendo. As ideias me movem e nelas eu acredito. A sabedoria construída pelos homens através dos séculos está em nossas mãos como antídoto aos canalhas. Desses, que são muitos mas minoria, não quero mais falar.

Prostro-me diante do milagre a que assisti, luminoso fenômeno, na noite de 26 de julho. A mãe revelando ao pai a sua cria, mais um testemunho de que a vida continua e que um vazio que se faz é um espaço a ser preenchido. Eu, que me sentia pesado, me vi leve. Dormi profundamente naquela madrugada.

E acordei sorrindo.”
(FERNANDO BRANT, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de agosto de 2011, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo e edição, Caderno CIÊNCIA, página 18, de autoria de PALOMA OLIVETO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Como ser feliz

Pesquisa em 123 países identifica os ingredientes mais importantes da felicidade. Em primeiro lugar, vem a satisfação de necessidades básicas, como alimentação e moradia. Convívio social e segurança são outros fatores fundamentais para o bem-estar

Brasília – Dorothy e Totó, Amélie Poulain, dr. House e todo o resto da humanidade, incluindo personagens fictícios e gente de carne e osso, têm em comum a busca obstinada pela felicidade.Seja atrás do arco-íris, nas ruas de Paris ou no hábito reprovável de infernizar a vida alheia, estão sempre procurando os ingredientes de um produto subjetivo e impossível de se achar nas prateleiras. Os psicólogos também se interessam pela fórmula e há décadas investigam a combinação certa dos elementos. Nos anos 1940, o cientista americano Abraham Maslow propôs uma pirâmide de necessidades que, pela ordem hierárquica, significariam o bem-estar da população em geral. Agora, a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, resolveu checar se ele estava certo. E saiu pelo mundo atrás da receita.

Em parceria com o instituto de pesquisas Gallup, os psicólogos elaboraram perguntas sobre o preenchimento das necessidades básicas humanas, os fatores que desencadeiam sentimentos positivos, como o riso, e aqueles cuja falta levam a sentimentos negativos, como o desrespeito. Quase 61 mil pessoas de 123 países, incluindo o Brasil, responderam às questões. De acordo com os pesquisadores, a amostra representa 95% da população do planeta, pois investigou indivíduos de todos os continentes, moradores de áreas urbanas e rurais. Com poucas variações culturais, os psicólogos descobriram que é possível identificar os ingredientes universais da felicidade.

Além da pirâmide de Maslow, Louis Tay e Ed Diener basearam-se em teorias de outros cientistas sociais e construíram uma metodologia própria. Eles pesquisaram a importância do preenchimento de necessidades básicas, como alimentação e moradia, e de fatores subjetivos do bem-estar, como estima e respeito, sob três pontos de vista. Primeiro, pediram que os participantes do estudo escolhessem, pela ordem hierárquica, quais elementos mais pesavam na hora de avaliar suas vidas. Depois, perguntaram a importância de cada um deles na geração de sentimentos positivos ou negativos.

“Procuramos examinar a associação de seus elementos sob cada uma dessas três perspectivas, com o objetivo de responder a várias questões”, diz Louis Tay (leia entrevista). Os cientistas queriam saber, entre outras coisas, se o bem-estar geral estava associado ao preenchimento de todas as necessidades básicas e quais os fatores considerados importantes pela população.

Quando questionados sobre os principais ingredientes da felicidade na avaliação geral de suas vidas, os participantes do estudo elegeram a seguinte ordem: necessidades básicas, relacionamentos sociais, domínio (fazer alguma coisa melhor do que outros), autonomia, respeito e segurança. Mesmo em penúltimo lugar, o respeito é um fator importante. Perguntados sobre quais desses elementos haviam despertado sentimentos positivos, como riso, ou negativos, como tristeza, nos últimos dias, os respondentes apontaram o respeito – ou a falta dele – nos dois casos.

ALEGRIA BRASILEIRA Segundo Tay, entre 123 países, o Brasil ficou no 32º lugar no ranking, considerando a importância atribuída aos seis elementos avaliados. A nação se saiu bem quanto à satisfação dos sentimentos positivos: 14º. Já a falta de estima, segurança, respeito, relacionamentos e domínio não parece afetar tanto os brasileiros, pois o país alcançou a 89ª posição quando os participantes tiveram de apontar o quanto essas questões interferiam em suas vidas de forma negativa. Para 70% da população nacional, as necessidades básicas são preenchidas, o que deixou o país em 59º lugar nesse quesito. Mas os brasileiros estão se sentindo inseguros. “Trinta e cinco por cento disseram que estão satisfeitos quanto à segurança, colocando o Brasil em 109º posição”, com o psicólogo de Illinois.

De acordo com o cientista social Ed Diener, que também participou do estudo, na avaliação universal, quanto maior a satisfação dos elementos da base da pirâmide, considerados os mais importantes, mais o indivíduo é feliz.Além disso, o preenchimento do maior número possível de variáveis associadas às necessidades básicas – dinheiro, comida e moradia por exemplo – está relacionado a um nível maior de sentimentos positivos. Mas ele alerta que ter algo em demasia não significa ser feliz.

Mesmo que alguém tenha um salário milionário ou seja bastante respeitado, se os outros ingredientes estiverem fora da receita o bolo vai desmoronar. “Como vitaminas, cada um dos elementos é necessário de forma independente. Ter uma quantidade excessiva de determinada vitamina não tira a necessidade de o organismo ser suprido por outras. Todos os elementos devem contribuir para o bem-estar. Só porque alguém tem acesso a muita comida e segurança, isso não supre a importância do convívio social”, esclarece, lembrando que Maslow já fazia essa comparação entre as vitaminas e os fatores importantes para a felicidade.

AUTONOMIA Os psicólogos Ronald Fischer e Diana Boer, da Universidade de Wellington, na Nova Zelândia, acreditam que a autonomia é um dos ingrediente mais expressivos na receita de uma sociedade feliz. Em uma análise dos dados de 420.599 pessoas provenientes de 63 países, eles investigaram se o dinheiro era mais importante que a liberdade individual para o bem-estar geral. A resposta é não.

“O dinheiro pode levar à autonomia, mas não acrescenta bem-estar ou felicidade a ninguém. Nos concentramos em três estudos, com números de quatro bancos de dados, e descobrimos que os valores sociais é que predizem o bem-estar”, diz Boer. “Fornecer mais liberdade às pessoas parece ser uma importante questão na redução de sintomas psicológicos como ansiedade e depressão, e isso está intimamente ligado ao conceito de felicidade”, acredita a cientista.

ENTREVISTA LOUIS TAY

PSICÓLOGO DA UNIVERSIDADE DE ILLINOIS, EUA

A pirâmide de Abraham Maslow, afinal, estava correta?

Descobrimos que o preenchimento de necessidades é universalmente relacionado ao bem-estar da população. Isso, de forma geral, está em conformidade com a hierarquia proposta por Maslow. Porém, uma diferença importante é que necessidades distintas correspondem a diferentes formas de bem-estar.

O senhor poderia dar um exemplo?

As necessidades básicas estão fortemente associadas à avaliação que a pessoa faz da vida em geral, enquanto as necessidades sociais estão mais associadas às emoções positivas. Outra coisa interessante é que o preenchimento de cada necessidade contribui, independentemente, para o bem-estar. Também descobrimos que quando as necessidades da sociedade como um todo são preenchidas isso contribui para a felicidade individual acima de qualquer fator básico, especialmente quando consideramos a avaliação que a pessoa faz da própria vida. Uma ilustração disso seria uma pessoa rica que pode ter suas necessidades básicas atendidas, mas que fica ainda mais feliz quando sabe que a maioria dos indivíduos da sociedade onde se encontra estão na mesma situação. Outra questão chave em nosso estudo é que o nível de qualidade de um país contribui significativamente quando seus indivíduos sentem que todos têm suas necessidades básicas e de segurança preenchidas. Isso indica que quando um país faz algo para o bem de todos os cidadãos por exemplo investindo em infraestrutura e eliminando a pobreza, isso aumenta o bem-estar de todas as pessoas.

Como governo e sociedade poderiam aproveitar os resultados do estudo?

A segurança e as necessidades básicas, como abrigo e alimentação, dependem muito de fatores nacionais. Então, os governos precisam implementar políticas que atendam essas necessidades dos cidadãos. Em particular, mesmo quando um país atinge um alto PIB (produto interno bruto) per capita, a distribuição de renda costuma ser muito desigual. A corrupção também pode criar problemas para cidadãos comuns terem acesso a comida, água e moradia. Isso tudo vale para a avaliação geral que as pessoas fazem de suas vidas. Quanto à experiência baseada em emoções positivas e negativas, a maioria depende de circunstâncias pessoais, e não de ações nacionais. Por isso, acredito que as pessoas precisam perseguir suas necessidades individuais para ser mais bem-humoradas e menos carregadas de sentimentos negativos.”

Eis, portanto, mais FECUNDAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam ESSENCIALMENTE em duas direções: a) para a contribuição nacional para a FELICIDADE das pessoas precisa ter a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE – como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e SOCIEDADE, num ambiente de CONSAGRADA DEMOCRACIA, JUSTIÇA e LIBERDADE; b) e INVESTIMENTOS NACIONAIS em INFRAESTRUTURA, aí temos a questão das RODOVIAS, das FERROVIAS, das HIDROVIAS, da MOBILIDADE URBANA, do SANEAMENTO BÁSICO (água tratada, e igualmente TRATADOS, os ESGOTOS e o LIXO), da MACRODRENAGEM URBANA, dos AEROPORTOS, dos PORTOS, do ABASTECIMENTO, da ENERGIA, das COMUNICAÇÕES, da SEGURANÇA PÚBLICA, do MEIO AMBIENTE, enfim, do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL...

São GIGANTESCOS DESAFIOS que, longe de ABATER nosso ÂNIMO e ARREFECER nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, quer permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES EM 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A NECESSIDADE DE SABEDORIA E O ORÇAMENTO IMPOSITIVO

“A sabedoria de Salomão
RIO – No meio da confusão geral e do distúrbio das mentes, que caracterizam os nossos dias de sombra, apreensivos e cheios de enigmas alucinadores, pensei que seria de bom alvedrio reler os provérbios de Salomão. Fonte de tanta sabedoria, espírito de justiça, apontando os caminhos da retidão e os preceitos de honra. Tão esquecidos de tantos, precisamente daqueles que mais necessitam desse alimento espiritual. O alimento que está nos livros, condensação dos milênios, escritos na pedra e no bronze, no pergaminho e no papel, tão mais preciosos quanto mais antigos. Pontos de luz na escuridão da noite, como as estrelas do céu.

Leiam e meditem, porque de ler sem meditar, nenhum proveito tira o homem prudente. Nos Provérbios-12, assim está exarado: “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece à repreensão é estúpido”. Pois bem, se alguma coisa menos se ama agora é a disciplina, e mais se aborrece é a repreensão, pela falta da primeira se perdem os homens, e se não aceitam a advertência dos mestres experientes, o que os aguarda é o abismo da servidão. São estes os riscos a que se expõem os ambiciosos, que não afastam os olhos de si mesmos e nunca se preparam para combater o com combate. O combate que conduz ao entendimento e se justifica para restaurar a harmonia perdida. Sendo o temor dessa perda o início da sapiência.

“As palavras dos perversos são emboscadas para derramar sangue, mas a boca dos retos livra os homens”. Nestes dias ominosos, mas se ouve a palavra dos perversos, do que as que saem da boca dos justos para apascentar o rebanho e libertá-lo da iniquidade dos lobos, famintos de poder e vanglória. “O melhor é o que se estima e pouco e faz o seu trabalho, do que o vanglorioso que tem falta de pão”. Falta de pão ao que não trabalha e não lavra a sua terra, preferindo correr atrás de coisas vãs e por isso perverte-se e falha o seu senso. “O filho sábio é o que ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão. Do fruto da boca o homem comerá o bem, mas o desejo dos pérfidos é a violência. O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína”. Assim disse Salomão e a luz do seu ensinamento vara pelos milênios como a dos astros, parelha com a eternidade.”
(AUSTREGESILO DE ATHAYDE, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de setembro de 1993, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA – edição 2227 – ano 44 – nº 30, de 27 de julho de 2011, página 96, de autoria de MAÍLSON DA NÓBREGA, que é economista, e igualmente merece INTEGRAL transcrição:

“Orçamento atrasado

Duas crises recentes envolveram emendas parlamentares ao Orçamento da União. Na primeira, aliados do governo obtiveram o desbloqueio dos recursos sob a ameaça de votar a favor de projetos que arrebentam as finanças públicas. Na segunda, emendas fizeram parte do escândalo no Ministério dos Transportes.

Na raiz desses eventos está o atraso institucional do Orçamento, incluindo a ideia de que ele é “autorizativo”. Por aí, o governo poderia gastar apenas com o que fosse obrigatório: pessoal, previdência, transferências constitucionais a estados e municípios, educação e saúde. O resto ficaria a seu critério. Não há base para essa interpretação.

Pela Constituição (artigo 165, parágrafo 8º), “a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa” (grifos meus). Os dois substantivos diferenciam os atos de arrecadar (estimativo) e gastar (obrigatório). O orçamento é uma lei e como tal deveria ser cumprido.

O processo orçamentário contemporâneo nasceu de longa evolução, que limitou o poder dos reis absolutistas da Europa de tributar a seu talante e de gastar como lhes aprouvesse, sobretudo para fazer guerras. Os oito séculos de feudalismo criaram bolsões de forte resistência ao autoritarismo da monarquia.

Os barões feudais ingleses impuseram ao rei João sem Terra a Carta Magna (1215). A aprovação de tributos passou a depender da aprovação de uma assembléia de nobres e bispos. Caía um dos maiores poderes discricionários do monarca. Para muitos autores, o feudalismo, ao confrontar o absolutismo, lançou os alicerces da democracia moderna.

O aparecimento das cidades e a expansão do comércio internacional criaram novas forças políticas e interesses a defender. No século XVII, ideias de pensadores como Hobbes e Locke vincularam a legitimidade dos monarcas ao consentimento dos governados, e não à inspiração divina. Na Inglaterra, a solidariedade entre grupos sociais relevantes permitia defender seus direitos, mais do que em outros países.

A Revolução Gloriosa inglesa (1688) adveio dessas transformações. A supremacia do poder passou para o Parlamento, ao qual se subordinavam os dois lados do orçamento, a receita (tributos e dívida) e a despesa. O Judiciário se tornou independente. O estado se fortaleceu. A Inglaterra se tornou a maior potência europeia no século seguinte.

Portugal não experimentou o feudalismo, pelo menos nos moldes existentes em outros países europeus. O absolutismo lusitano, livre de contestações semelhantes, sobreviveu até o começo do século XX. Sob o patrimonialismo português, as posses do rei se confundiam com o orçamento. Herdeiros dessa tradições, atribuímos pouca importância ao orçamento, que vira peça de ficção. As emendas parlamentares constituem instrumento de barganha entre o Executivo e o Legislativo.

O Brasil avançou em muitas das instituições fundamentais para construir uma democracia funcional e uma economia orientada pelo mercado, associada a programas sociais em favor de segmentos menos favorecidos. Pode dar mais um passo essencial, o de assegurar a natureza impositiva do orçamento.

A mudança seria precedida de medidas para evitar que o Congresso Nacional superestime a receita e assim abrigue gastos excessivos e desastrosos. Países como a Alemanha e os Estados Unidos dispõem de mecanismos institucionais pelos quais a estimativa da receita é feita por indivíduos ou organizações independentes. Aqui, isso poderia ser feito por uma comissão mista de técnicos do Executivo e do Congresso, da qual participariam especialistas de reputação e saber reconhecidos.

Para a hipótese de a receita ficar abaixo das estimativas, seriam instituídas regras para o ajuste das despesas, mas sob a aprovação do Legislativo e rito sumário. O Executivo não mais poderia fazer cortes orçamentários, como estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. No curso da atual crise europeia, os ajustes na Grécia, na Irlanda, em Portugal e em outros países foram previamente aprovados pelos respectivos parlamentos.

O orçamento impositivo melhoraria a execução orçamentária, reduziria o potencial de corrupção do processo atual e contribuiria para melhorar a qualidade do sistema político.”

Eis, pois, mais RICAS páginas contendo SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que ACENAM para a URGENTE e INADIÁVEL inclusão da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA do GOVERNO e da SOCIEDADE CIVIL; a uma, para o APRIMORAMENTO das nossas PRÁTICAS republicanas e, a duas, para o ACESSO ao SELETO mundo dos PAÍSES já DESENVOLVIDOS e TRANSPARÊNCIA, QUALIFICAÇÃO e PRODUTIVIDADE dos RECURSOS PÚBLICOS...

Tudo isso ao lado, também, da IMPERIOSA e IMPOSTERGÁVEL necessidade da PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como, por exemplo:

a) a INFLAÇÃO;


b) a CORRUPÇÃO;


c) o DESPERDÍCIO;

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA...

São, sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS que mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A CIDADANIA, A CAUSA DO POVO E A GESTÃO EDUCACIONAL (26/34)

(Agosto = Mês 26; Faltam 34 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“Onde é a casa do povo?

A resposta a essa pergunta inclui muitas referências importantes, por tratar-se do povo. Numa sociedade, nada mais é importante do que o povo, sua cultura, seus valores, suas demandas e necessidades. Tem importância fundamental a sua casa. É referência ao respeito que o povo merece e o compromisso com a própria vida. Revela o seu equilíbrio e o horizonte que a aspira na Justiça, no respeito ao direito e no apreço irrestrito à dignidade humana, com o compromisso de organização e de funcionamentos que permitam e garantam a conquista da paz verdadeira.

Onde é a casa do povo? No rol de referências incontestáveis estão o Parlamento da nação, as assembléias legislativas, bem como as câmaras municipais. São também casa do povo os lugares todos onde serviços relevantes e imprescindíveis como educação, saúde, lazer são prestados, visando a garantias no âmbito dos direitos e necessidades – compromisso com uma vida qualificada, cidadã, entrelaçando homens e mulheres na luta pelas condições adequadas para a vida da família, dos grupos, associações e segmentos todos de uma sociedade.

A casa do povo não é lugar de discriminação e preconceito, e está na contramão de todo tipo de marginalização ou despersonalização provocadora de prejuízos irreversíveis. O povo precisa de casa e deve sentir-se em casa – um elemento agregador na própria identidade e no fortalecimento da participação cidadã. A Igreja, com suas comunidades, é importante casa do povo. Incontestável e necessária, revela na sua configuração, traços advindos dos valores sustentadores do equilíbrio indispensável para a vida das pessoas e sua inserção numa sociedade de valores. A Igreja com sua rede de comunidades, pelo serviço da espiritualidade essencial para a vida de todos, com o serviço social, a educação e outros programas e projetos, pauta seu funcionamento na dinâmica da comunhão e da participação. As diferenças, em razão de funções, responsabilidades e outras ações, não suplantam nunca a radical igualdade entre todos, pela condição batismal, a filiação divina. Todos são iguais, filhos e filhas de Deus, discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

A dinâmica própria da vivência dessa fé e o próprio dessa convivência remetem a todos e a cada um a sua real condição de necessitado de mudança e conversão, não cabendo a boçalidade de se pensar, mesmo por feitos e conquistas, mais importantes do que o outro, do que qualquer outro. Quando assim acontece, e se acontecer, este ou esses se põem em rota de colisão com a verdade mais genuína do amor que define a condição cristã. Isso porque o ideal de santidade, horizonte máximo cultivado como programa e compromisso, se quer ser autêntico nessa cada do povo, situa a todos como iguais nas diferenças, diante do único Deus – único porque é santo e ama sem reservas ou condições. Aí está uma dinâmica com força redentora que a política, por exemplo, não tem. Essa espiritualidade alavanca uma visão em que a responsabilidade moral é exercício primordial nessa casa do povo.

É incontestável que uma igreja, na sua comunidade de fé, longe do horizonte que compreende um templo como lugar de culto para angariar adeptos que endinheiram projetos e até pessoas, longe também daquela compreensão milagreira que atrai e até convence muitas vezes, é uma importante casa do povo. Indispensável para garantir e sustentar processos educativos de espiritualidade, arte, cultura e cuidado social, exercitando consciências para comprometimentos lúcidos e corajosos com a vida de todos, particularmente dos pobres, em vistas a superação de déficits que são atentados permanentes contra a vida de muitos.

Na Igreja com sua rede de comunidades, uma catedral é a casa do povo. Esse é o projeto para a Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, numa linha de fidelidade ao sentido mais genuíno de catedral na história do ocidente. A catedral é a igreja-mãe na rede de comunidades. Casa do povo não num sentido meramente laico, mas reivindicativo. É o lugar onde o povo gosta de se reunir, encontra sentido, se fortalece. Um locutório, lugar do cultivo da intimidade com Deus, sem medo, fecundando alianças e sentido de pertença na fraternidade geradora de solidariedades.

Casa do povo, a catedral é um lugar ao seu alcance. Lugar dos eruditos e dos simples, de ensinamentos morais e religiosos, do cultivo da esperança, do desabrochar da cidadania. Recinto da beleza, da oração, das variadas formas de arte, da música como o canto gregoriano, na contramão das vulgaridades. A Catedral Cristo Rei, inteligente monumento à fé, com a participação de todos, contando com a colaboração de cada um, pretende ser para todos a casa do povo.”
(DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 28 de julho de 2011, página, 7, de autoria de ELDO PENA COUTO, Diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, que merece igualmente INTEGRAL transcrição;

“Gestão educacional

Atualmente, a maioria das empresas trabalha com metas, independentemente do seu setor de atuação. Elas são adequadas às necessidades e atividades de cada um dos setores, como financeiro, marketing, produção, recursos humanos e outros. Contudo, antes de definir tais atribuições e começar a prever objetivos a serem atingidos, é de extrema importância que a organização desenvolva o chamado planejamento estratégico.

Como lidamos com um mundo corporativo cada mais competitivo e globalizado, até mesmo as instituições de ensino, e, diga-se de passagem, não somente as privadas, mas também as públicas, devem trabalhar com ações que contribuam para a perenidade da sua escola. Dessa maneira, ela poderá se firmar no mercado educacional como referência, seja qual for o foco do seu produto – educação infantil, ensino a distância, ensino técnico, vestibular – que cabe a cada uma escolher. Peter Drucker, o pai da administração moderna, escreveu uma frase que se aplica bem aos que ainda não estão atentos a essa nova realidade: “A melhor maneira de predizer o futuro é criá-lo”.

Para muitos colégios, cultivar uma cultura de resultados é algo novo. Isso porque boa parte da educação acontece na iniciativa pública e nas escolas privadas por meio de subsídios e outros incentivos fiscais. Por esse motivo, uma fatia significativa das instituições atuantes no mercado ainda não têm esse olhar. Mas agora é preciso que elas desenvolvam a consciência e se empenhem em um planejamento estratégico que minimize prejuízos, esforços desnecessários, reduza riscos e aloque pessoas, recursos humanos, financeiros e tecnológicos, aspectos que realmente fazem a diferença na trajetória da instituição.

Ao contrário de outros segmentos, as escolas lidam diretamente com o ser humano em formação. Portanto, antes de se apegarem a termos como receita, lucro líquido, satisfação do cliente e outros índices de avaliação de desempenho, todos os envolvidos nelas devem estar cientes e familiarizados com a missão, os princípios, os valores e a visão. O que a princípio pode parecer pouco importante é crucial para que haja rumo estratégico coerente. Afinal, se nem ao menos aqueles que dependem do negócio estão alinhados com ele, torna-se inviável elaborar e verificar a eficiência das ações planejadas.

A fim de desenvolver uma gestão eficiente, é necessário que quem esteja à frente da escola dedique tempo considerável a tarefas como a capacitação dos professores responsáveis por coordenar cada uma das áreas e instrução dos gestores para que aquele planejamento, surgido por meio da visão estratégica, seja seguido à risca e acompanhado de perto atentamente. Drucker diria que “as únicas coisas que evoluem por vontade própria em uma organização são a desordem, o atrito e o mau atendimento”.

Nas instituições de ensino, de maneira geral, o plano de ação deve seguir como resposta para a seguinte pergunta: “Aonde queremos chegar?”. Todas as ações definidas representam atitudes a serem tomadas. Implantar tarefas viáveis, com chances reais de serem bem-sucedidas e contribuírem para o crescimento da escola, deve ser considerado uma das mais árduas etapas do planejamento, mas, ao mesmo tempo, fundamental, já que a qualidade das ações que surgem são responsáveis por determinar o sucesso do seu plano ou ocasionar mudanças em seu escopo.

Para o acompanhamento do planejamento estratégico, existe um leque de técnicas e metodologias a serem aplicadas. A própria tecnologia já se encarregou de desenvolver softwares que permitem esse acompanhamento. Entretanto, a peça-chave para o sucesso desse planejamento é manter o alinhamento de todos os envolvidos – o que pode acarretar uma reavaliação da estrutura da organização – e a persistência dos líderes. Como bem acrescenta Drucker, “gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento e força por cooperação”.

Portanto, para que uma instituição de ensino ocupe um papel de destaque no atual cenário educacional, em qualquer um dos segmentos que compõem, é preciso que haja uma união de todos estes elementos: alinhamento de todos os envolvidos com a escola com a missão, princípios e valores; gestores capacitados responsáveis por monitorar e orientar de perto funcionários de todas as áreas e, sem dúvida, o desenvolvimento de uma planejamento estratégico, do qual fazem parte ações com objetivos específicos, que definem de forma clara os rumos pretendidos para aquela determinada organização.”

Eis, portanto, mais páginas contendo ADEQUADAS e SÉRIAS abordagens e REFLEXÕES acerca da muito ESPECIAL e exigente CAUSA DO POVO e IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, ABRAÇARMOS a ABSOLUTA PRIORIDADE de ação e de POLÍTICAS PÚBLICAS: a EDUCAÇÃO, e de QUALIDADE, em toda sua ABRANGÊNCIA, como condição “sine qua non” para o ACESSO ao concerto das NAÇÕES DESENVOLVIDAS, CIVILIZADAS e SUSTENTÁVEIS do primeiro mundo...

Ao lado da superação de outros GIGANTESCOS DESAFIOS, encontramos o vigoroso ÂNIMO e ENTUSIASMO que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

A CIDADANIA, OS REFÚGIOS DESLEAIS E O TERRORISTA DE OLHOS AZUIS

“Refúgios desleais

Enquanto a maioria dos brasileiros, gente de negócios ou não, carrega uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo e mesmo assim continua participando de alguma maneira da construção do país, há os que se acovardam, pouco se lixando para o papel que seu capital poderia desempenhar em sua própria terra. Preferem a pretensa esperteza de aplicar o máximo que puderem onde não pensam em correr o menor risco, nem mesmo o de ser importunados pelo fisco. Saem em busca dos chamados paraísos fiscais, países que, por incapacidade de serem produtivos, se prestam ao serviço de caixa escondido e nem sempre confessável de capitais que, por algum motivo, preferem o esconderijo à luz, a proteção da penumbra à transparência dos negócios declarados e assumidos. Em troca de receber os depósitos desse tipo de investidor, esses países adotam regime tributário especial que, de tão atraente, pode ser considerado desleal com as nações que optam pelo caminho do trabalho, da produção, do enfrentamento corajoso do risco e da responsabilidade social do tributo.

A intensa procura por esses paraísos reflete o aumento da covardia e da pretensa esperteza nos momentos mais difíceis da economia de um país ou do mundo. Reportagem do Estado de Minas, mostra hoje que, em 2009, quando a crise financeira mundial ainda provocava solavancos, cerca de US$ 60 bilhões fugiram do Brasil rumo a paraísos fiscais. Segundo dados do Banco Central (BC), esse valor representa 28% de todos os investimentos diretos (aplicações de capital em atividade produtiva) no exterior, que, naquele ano, somaram US$ 214 bilhões. Esse dinheirão todo refugiou-se em 66 paraísos fiscais relacionados pela Receita Federal. Vários deles fazem de famosa lista negra preparada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), incluídos por não cooperarem com outros governos no combate à evasão de divisas. Entre os destinos preferidos pelos fujões brasileiros estão Ilhas Cayman, que recebeu US$ 18,3 bilhões; Ilhas Virgens Britânicas, US$ 13,3 bilhões; e Bahamas, US$ 10,2 bilhões. Nesses montantes não estão incluídos os envios para Uruguai, Suíça e Luxemburgo, que, embora constem da lista negra da OCDE, são tidos pela Receita Federal do Brasil apenas como países de “tributação favorecida”.

Não é de hoje que nações desenvolvidas e dispostas a produzir riqueza pela via do trabalho digno e da produtividade honesta tentam combater a concorrência desleal dos paraísos fiscais, especialmente os que, além das isenções atraentes, também oferecem segredo para ocultar a origem criminosa do dinheiro depositado. É nessa linha de rejeição a obscuros métodos de enriquecimento que deve ser apoiada a campanha que está sendo lançada no Brasil pelo Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), representante de uma rede internacional de 50 ONGs. Elas estão empenhadas em convencer os governantes dos membros do G20 a aprovar uma ação em favor do fim dos paraísos fiscais. A campanha pretende forçar a colocação do assunto em pauta na próxima reunião do grupo, em novembro, na França. Claramente prejudicado pelos atrativos oferecidos pelos paraísos fiscais, como demonstram os números do BC, e mais ainda pela questão ética envolvida, o Brasil não tem como negar ostensivo apoio à causa.”
(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de novembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição e caderno, página 7, de autoria de FREI BETTO, Jornalista, escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de Conversa sobre a fé e a ciência, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Terrorista de olhos azuis

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito. A mídia “usamericana” incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o islã é originariamente violento e, em sua primeira visita ao EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.

Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza, será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo – alerta o preconceito infundido. Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.

O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Horoshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 civis, sem contar as mortes posteriores por efeito de contaminação. Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas, que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.

Tão logo a notícia correu mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental. A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega os Estados Unidos. Ele “é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes. Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela Otan sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli? Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de um príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar? O que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética? O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.

O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, oito exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km/h com o carro de uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido? Enquanto a diferença gerar divergência, permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.”

Eis, pois, mais SÉRIAS e CONTUNDENTES abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de grandes TRANSFORMAÇÕES em nossa SOCIEDADE, o que vale buscar também a LIÇÃO de PAULO FREIRE: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

Que, portanto, a EDUCAÇÃO, e só pode ser de QUALIDADE, se transforme em PRIORIDADE ABSOLUTA dos GOVERNOS e da SOCIEDADE, âncora para o nosso PENSAR, DIZER e AGIR em meio a GIGANTESCOS DESAFIOS...

Mas, NADA, NADA mesmo ABATE o nosso ÂNIMO ou ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, a era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A CIDADANIA, A FARRA DAS OBRAS, OS SENTIDOS DA PALAVRA VERGONHA E A VEZ DA INDIGNAÇÃO

“A farra das obras

Quando o governo militar tomou a patriótica decisão de acabar com a Contadoria Geral da União – deixando o Executivo sem saber o quanto arrecada e o quanto paga – instalou no país mais uma imensa desordem financeira e uma generosa confusão econômica. Abriu portas para todas as falcatruas, todas as caixinhas e caixonas, incentivou e estimulou a corrupção, uma vez que, sem contabilidade, não há registro de compromissos. Pois foi o fim da Contadoria Geral da União que permitiu o aparecimento da inacreditável indústria de obras inacabadas, uma arapuca pacientemente montada pelos escalões intermediários do governo para que ninguém soubesse o volume do desperdício e, se soubesse, não conseguisse tomar providências.

Há dois anos uma comissão do Senado conseguiu inspecionar 2.214 obras inacabadas em todo o País – da inacreditável Ferrovia Norte-Sul à Transamazônica, mais conhecida pelos raros caminhoneiros que por lá passam como “estrada das onças”. As obras foram relacionadas e os documentos esquecidos em alguma gaveta. O presidente da comissão, senador Carlos Wilson (PSDB/PE), está convencido de que um novo levantamento seria de arrepiar os cabelos, sendo muito maior que o buraco constatado há dois anos, de presumíveis R$ 15 bilhões. O senador não tem explicações para esse desvario, mas desconfia que tudo foi estimulado pela fragilidade do controle, incapaz de impedir o superfaturamento, o enriquecimento ilícito e os desatinos financeiros.

O Tribunal de Contas da União foi chamado a inspecionar as obras e, nos 81 canteiros que visitou – povoados por obras consideradas à época “prioritárias”, o que encontrou foi a mais descarada falta de compromisso da União e dos Estados, uma demonstração de negligência e de rapinagem. É coisa tão insultuosa que faria qualquer delegado de polícia mais severo lamber os beiços diante da possibilidade de um processo por crime de peculato, para dizer o mínimo.

Convencidos de que tais obras são realmente prioritárias e não um arranjo para salvar empreiteiras da falência, os senadores querem novos recursos para continuar os trabalhos. Pediram R$ 2 bilhões para dar andamento às prioridades mas o TCU achou caro. Está disposto a arranjar R$ 935 milhões. Nem o Executivo, nem o Senado e muito menos o TCU sabe informar se alguma obra foi concluída. O espantoso é que a ninguém ocorreu ser necessário acabar com o descaso referente à indústria de obras inacabadas. Enquanto esperam pelos recursos para realimentar as empreiteiras – que continuam fazendo pressão para o dinheiro sair – o governo contabiliza 1.172 obras inacabadas de sua responsabilidade e os Estados e Municípios insistem em terminar – ou pelo menos receber o dinheiro – para, digamos, concluir 1.042 obras prioritárias e de grande alcance social. É ou não uma festa para poucos e um fardo para muitos?”
(MAURÍCIO PESSOA, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de agosto de 1997, Caderno ECONOMIA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de novembro de 1999, Caderno ESPETÁCULO/OPINIÃO, página 4, de autoria de MÁRIO RIBEIRO, que merece INTEGRAL transcrição:

“Os sentidos da palavra vergonha

SERÁ QUE alguma pessoa séria neste País vai tomar uma atitude diante de tantos descalabros?

Quando meu pai recebia uma visita ilustre no pequeno sítio em que morávamos, em São Vicente do Baldim, era comum que ele abusasse dos exageros. Depois de mostrar com orgulho a pequena turbina que ele imaginou e construiu para fornecer energia elétrica em corrente contínua para a propriedade – algo inteiramente inovador naqueles tempos de luz a lamparina de querosene e que surpreendia a todos pela sua imaginação um pouco da água do rego que movia o velho moinho de fubá – Joãozito passava a falar sobre a sua chácara de pés de laranja que ocupava um bom pedaço das terras em frente à casa.

O exagero principal que Joãozito cometia era em relação ao número de pés de laranja. Deviam ser no máximo 500, mas, nestas horas, ele não fazia economia: dizia que se tratavam de três mil pés de laranja, principalmente de laranja-bahia, aquela que tem um grande umbigo, bom para cortar um respeitável cone entre os gomos para, assim, melhor a gente se deleitar com o caldo forte obtido ao se espremer a fruta.

À referência de que a chácara contava com três mil pés de laranja, nossa mãe Maria se enrubescia de vergonha, virava-se para nós e resmungava raivosa:

- Joãozito não tem jeito. Toda vez tem que inventar que a chácara tem três mil pés de laranja. Eu morro de vergonha!

O que Joãozito falava não era para ser levado a sério. Não dizia aquilo para supervalorizar o sítio, mesmo porque não tinha intensão de vendê-lo, já que dali tirava o sustento da família. Era apenas uma de suas potocas, iguais às brincadeiras que aprontava com todo mundo. Maria é que era séria, séria demais para admitir uma simples distorção da realidade.

E assim ela criou os filhos, exigindo que fossem verdadeiros nas mínimas coisas, que fossem honestos e sinceros em cada palavra que dissessem, o que muitas vezes tem provocado sérios problemas para nós, porque nem sempre as pesssoas querem ouvir verdades ou sinceridades.

Há até uma brincadeira entre os irmãos e as irmãs de que Maria talvez tenha nos educado errado, já que nascemos e vivemos num País que prestigia a falcatrua, a corrupção e a falsidade, e onde a palavra vergonha não faz muito sentido.

Parece, porém, que a coisa chegou a um ponto que vergonha passou a ter sentido diante de tanta notícia estarrecedora que nos chega a cada instante. Tanta gente envolvida em negócio escuso, em rede de narcotráfico, em favorecimento a quadrilhas de traficantes, de roubo de cargas, de tráfego de influência, como se o Brasil fosse composto apenas por marginais e bandidos. Dá uma vergonha saber de tanto trambique que, como nos velhos tempos, ficamos também com o rosto vermelho. Policiais em conluio com os bandidos.

Juízes recebendo por fora para dar sentenças favoráveis a estelionatários. Advogados atolados na lama da safadeza. Fiscais corruptos. Envolvidos em tráfico de drogas eleitos deputados e recebendo imunidade parlamentar e polpudos salários da Nação para agir com mais eficiência, a ponto até de esquartejar inimigos com moto-serra (requinte de crueldade!). Enfim, quem deveria manter a lei e a ordem promovendo o crime e a desordem. E nós trabalhando como mouros, mantendo as instituições com o nosso suor e sendo tratados com os rigores da lei, enquanto uma súcia de vagabundos dominam postos-chaves e ditam as cartas, chegando até o maior traficante do País a ter um sobrenome sonoro, poético, de sensível apelo visual: beira-mar. Quando será que cada pessoa nesse País que tem vergonha na cara vai tomar uma atitude diante de tantos descalabros? Poderemos sonhar que nossos tetranetos, quanto estiverem velhos, poderão respirar um ar mais puro do que este nosso totalmente empestado? Quando seremos sérios a ponto de ficarmos com os rostos vermelhos de vergonha a uma simples mentira, como acontecia com Maria?

Se isto acontecer um dia, lá do céu, ela agradecerá comovida.”

E, pela necessidade de INTEIREZA da concepção deste nosso trabalho, e ainda diante de FARTA e DETALHADA matéria, buscamos, FINALMENTE, a contribuição da Revista VEJA – edição 2227 – ano 44 – nº 30, de 27 de julho de 2011, por meio da CARTA AO LEITOR, página 13, cuja transcrição, claro, sem a foto cuja legenda diz: “Ele, sim, não sabia O pedreiro Roberto Cunha é um inocente usado como ‘laranja’ de um espertalhão que se apossou de 8 milhões de reais do dinheiro público”, com a TRANSCRIÇÃO seguinte:

“Cadê a indignação?

Uma reportagem desta edição de VEJA traz o relatório da maior investigação já realizada pelo Tribunal de Contas da União sobre o sistema de compras do governo federal. A auditoria esquadrinhou 142 000 contratos do governo Lula, envolvendo gastos totais superiores a 100 bilhões de reais. Os auditores encontraram mais de 80 000 indícios de irregularidades que foram catalogadas em sete modalidades principais de fraude. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público e ao Congresso, para que sejam tomadas as providências legais. Mas isso não basta. Na escalada de cifras bilionárias que aparecem a cada semana em notícias sobre desvios de dinheiro público, algo se perdeu entre os cidadãos que trabalham, estudam e pagam impostos escorchantes – a indignação. A falta dela é sintomática da impunidade que, se não é nova na história brasileira, se ampliou espantosamente durante o governo anterior. Os brasileiros mostram-se entorpecidos com as denúncias de corrupção, porque o braço da lei não desce com peso equivalente ao dano sobre as quadrilhas partidárias que infestam todos os escalões dos governos. É preciso, no entanto, que a indignação ressurja e se traduza em manifestações enfáticas por parte da sociedade. Só a mobilização forte e permanente obrigará a Justiça e os políticos a tomar medidas sumárias para limpar a administração pública dos ladrões, colocá-los na cadeia – sim, na cadeia – e fazê-los devolver as quantias roubadas ao Erário.

Não de constrói uma nação civilizada apenas com votações limpas e periódicas ou com respeito às liberdades básicas como a de expressão e de acesso à Justiça. O momento atual do Brasil exige um ataque drástico à corrupção generalizada. Não falta capacidade de inovação no mundo oficial brasileiro quando o objetivo é desviar dinheiro público. Em matéria de engenho e em volume, não errará quem disser que vivemos o período mais auspicioso para os corruptos no país. Onde se deitam os olhos, há irregularidades. Entre as modalidades de fraude, destaca-se a do “laranja”, o sujeito que tem a identidade e o perfil bancário usados para promover diversos trambiques. Existem dois tipos de laranja. Um é ilustrado pelo pedreiro que aparece nessa reportagem de VEJA – a pessoa humilde, pobre, muitas vezes analfabeta ou parcamente alfabetizada cuja identidade é, sem seu conhecimento, usada no trabalho sujo. O pedreiro da foto soube recentemente que era “dono” de uma fortuna de 8 milhões de reais, dinheiro que ela mal consegue quantificar e que, claro, foi posto em seu nome momentaneamente enquanto o espertalhão que o roubou espera a oportunidade de gastá-lo. O relatório do TCU também tipificou a figura da “empresa-coelho”, uma artimanha para aumentar artificialmente o preço cobrado para fazer obras ou prestar serviços ao estado. Funciona assim: a empresa oferece um preço lá embaixo, ganha a concorrência e, depois, desiste em favor da segunda colocada – esta, sim, com os preços nas nuvens. O que mais provoca indignação é a absoluta normalidade com essas manobras são encaradas. O TCU flagrou, atenção, uma empresa que ganhou e desistiu ou foi desclassificada 12 370 (doze mil trezentos e setenta) vezes. Guarde esse número e indigne-se.”

Eis, portanto, mais páginas que acenam para a ABSOLUTA e URGENTE necessidade de PROBLEMATIZARMOS, a favor da SAÚDE e PUJANÇA do PAÍS, as primeiras e mais GRAVES e CONTUNDENTES questões que EXIGEM profunda REFLEXÃO, SANGRAM nossa ECONOMIA, MINAM nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e ESTREMECEM a nossa CONFIANÇA e a de TODA a COMUNIDADE MUNDIAL:

a) a INFLAÇÃO;

b) a CORRUPÇÃO;

c) o DESPERDÍCIO;

d) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA.

E, no mesmo DIAPASÃO, a que deve se constituir PRIORIDADE ABSOLUTA das POLÍTICAS PÚBLICAS: a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, porque não se CONCEBE outra forma de acesso ao SELETO concerto das NAÇÕES que se DESTACAM pelo DESENVOLVIMENTO e pelas práticas DEMOCRÁTICAS...

São, pois, GIGANTESCOS DESAFIOS, que, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER nosso ENTUSIASMO, ainda mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A CIDADANIA, AS DIFICULDADES DE RELACIONAMENTO E A PERENIDADE DA PSICANÁLISE

“Pessoas difíceis

Seja nos relacionamentos pessoais ou no ambiente de trabalho, convivemos diariamente com pessoas com perfis diversos e, principalmente, com pensamentos, comportamentos e atitudes diferentes dos nossos. Não conhecer bem e não tentar entender o outro pode nos levar a ter mais problemas e conflitos interpessoais. O primeiro passo para melhorarmos nossas relações é nos compreender. Quais são nossas qualidades e defeitos? E os nossos pontos fortes e fracos? Quais são os comportamentos que mais incomodam as pessoas com as quais convivemos? Sabendo a resposta a essas perguntas, poderemos ajustar o nosso jeito e nos adequar melhor a cada tipo de personalidade.

Também é muito importante compreender o outro, tentar entender que algumas características que não nos agradam fazem parte, muitas vezes, do jeito daquela pessoa. É intrínseco, ela é naturalmente assim: extrovertida, séria, conservadora, liberal, otimista ou individualista. A partir do momento que entendemos que esse é o seu jeito, conseguimos traçar uma estratégia para conviver com ela, afinal, é muito mais difícil lidar com alguém quando você não o conhece. Se formos muito objetivos, por exemplo, com uma pessoa mais extrovertida, corremos o risco de ela se afastar. Já se o indivíduo tiver um comportamento de controle, que algumas vezes se confunde com autoritarismo, pode ser uma boa solução dar a ela mais autonomia. O que vemos, atualmente, é que faltam paciência e responsabilidade mútua para que consigamos tornar nossos relacionamentos mais duradouros.

Para as empresas esse conhecimento é fundamental, uma vez que os problemas de relacionamento representam grande parte das demissões e os líderes têm a responsabilidade de entender a origem desses conflitos. As organizações devem colocar os funcionários em espaços adequados a seu perfil, estimulá-los a se conhecerem melhor, promover mais interação e espírito de coletividade, criar uma cultura organizacional de respeito e participação, além de um clima e uma forma de gestão que melhore os relacionamentos.

Há ferramentas que auxiliam nesse trabalho, como o Feedback 360°, em que o funcionário é avaliado por todos os subordinados, seus pares e superiores e os principais clientes. Essa avaliação pode ser realizada pela própria organização ou por uma especializada. O relatório originado a partir do mapeamento permitirá que cada funcionário saiba o que os demais pensam a seu respeito e façam adequações em seus comportamentos. O entendimento da questão comportamental e dos relacionamentos interpessoais é crucial para as pessoas e as organizações.”
(EDMARSON BACELAR MOTA, Coordenador do curso de MBA em desenvolvimento humano de gestores da Fundação Getúlio Vargas/IBS Business School, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, página 9, de autoria de CARLOS MOTTA NAVARRO, Psicanalista, do Grupo de Estudos Psicanalíticos (Grep), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A perenidade da Psicanálise

A Psicanálise tem futuro? Seu criador, Sigmund Freud, é hoje incontestavelmente um dos maiores nomes deste século e deste milênio. Tendo falecido em 1939, no inicio da Segunda Guerra Mundial, não chegou a conhecer as grandes descobertas destas três últimas décadas aplicadas à psiquiatria, especialmente as que dizem respeito à genética, à biologia molecular, à farmacologia e outras. Daí que um professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo chega a proclamar: “A Psicanálise está totalmente superada”. Assim a Psicanálise se constitui hoje em objeto de críticas e debates que a colocam em um momento de forte crise de credibilidade. O que é providencial, pois estimula e mesmo obriga os profissionais da área a se aprofundarem sempre mais, a buscar uma compreensão teórica, a formalizar e entender o que é processo psicanalítico. Só assim serão devidamente reconhecidos e autorizados pela sociedade a praticar essa clínica sui- generis.

Para a maioria dos psicanalistas o que está em crise, contudo, não e propriamente a teoria fundamentada no inconsciente, que é a própria essência da proposta freudiana. Esta noção, por ser imensurável, escapa da possibilidade de ser comprovada e experimentada pelas ciências tradicionais. O que está em crise em nosso entender de clínicos em psicanálise é a prática de consultório.

Observa-se até mesmo um fenômeno de certa desvalorização que banaliza a informação sobre a Psicanálise em publicações de revistas que pretenciosamente se autorizam a fazer “interpretações” selvagens e descabidas de sonhos, e se firmam como consultórios sentimentais, onde o “Freud explica” torna-se o “vale-tudo” para todas as panacéias.

Por outro lado, multiplicam-se as instituições sérias que com dedicação se propõem “transmitir” o conhecimento psicanalítico e “formar” futuros psicanalistas, cada qual perseguindo o que acredita seja o sentido profundo da clínica criada por Sigmund Freud. Belo Horizonte conta com várias dessas instituições, cada um com sua identidade, com suas ofertas de transmissão da Psicanálise, buscando uma definição do lugar que ocupa dentro desse contexto amplo e genérico.

Nesse contexto também o Grupo de Estudos Psicanalíticos (Grep) apresenta sua identidade (quem somos e para que viemos) através de sua atuação na sociedade ao longo de sua existência de um quarto de século, com sua revista científica, com suas jornadas, com seus seminários, com seus cursos, e com o seu departamento (Instituto Igor Caruso) de atendimento clínico dirigido às camadas menos favorecidas da sociedade. Suas raízes se encontram em 1975 no Centro Psicoterapêutico, concebido para tratamento de pacientes psicóticos, balizado por referencial teórico-´psicoanalítico. O suporte teórico e técnico era oferecido pela Escola de Saúde Mental, que por sua vez viria a dar lugar ao Grupo de Estudos Psicanalíticos. Atendendo a demandas dos profissionais que freqüentavam os seus cursos, o Grep, em 1988, assumia o compromisso de se institucionalizar com a proposta de “Formação Psicanalítica”. Esse compromisso foi oficializado em 1989.

Em seus 10 anos de existência como instituição reconhecida, o Grep vem mantendo a chama de seu espírito, ao mesmo tempo aberto a outras leituras do texto freudiano, atento sempre , na sadia proposta da melhor tradição de Igor Caruso, a evitar radicalismos, ortodoxias extremadas e proselitismo, afastando-se da paranóia da certeza absoluta, da pretensão de seu o “dono da verdade”.

Temos consciência da época da transição de modelo que vivemos, verdadeira revolução de consciência e não uma simples revolução material. Nós, psicanalistas, mais do que ninguém, sofremos a angústia desta transição, bem mais significativa do que a simples passagem de um ano para outro, de um século para outro, e de um milênio para outro, pois acarreta para nós um peso especial. Para além desta era atual, ainda caracterizada pelo acervo e uso do conhecimento racional, outra era já desponta, na qual o mestre Sigmund Freud detém um lugar preponderante: a era dos sonhos!.

A perenidade da Psicanálise através de sua transmissão será o tema central a ser discutido na XV Jornada do Grupo de Estudos Psicanalíticos, a ser celebrada nos dias 29 e 30 deste mês de outubro.”

Eis, portanto, mais páginas que ACENAM para a complexidade do momento em que vivemos e para a PRIORIDADE ABSOLUTA de nossa ERA e das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS: A EDUCAÇÃO, aliada INSEPERAVELMENTE à QUALIDADE...

São DESAFIOS GIGANTESCOS que, longe de ABATER e ARREFECER nosso ÂNIMO e nosso ENTUSIASMO, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTECIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL!...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E A BIBLIOTECA DA VIDA

“Educação: uma questão ecológica

‘É PRECISO HAVER UM CLIMA
amigável e informal em situações de aprendizagem...’

A preocupação do homem com o tempo e o espaço o faz diferente dos animais irracionais que, sem a perspectiva histórica, não agregam à evolução a dimensão cultural, no caso, preponderante à dimensão biológica. Descobrir continuamente o novo – no habitual e no extraordinário – faz da existência humana um processo contínuo de aprendizagem. O acúmulo das experiências – sistematizadas e registradas – alcançadas pelo homem possibilitou a construção de um “Admirável mundo novo” como o previsto por Aldous Huxley.

A construção do saber, mais do que o domínio de técnicas para a melhoria do modus vivendi, visa a construção de um “sujeito” que saiba conviver neste mundo. Assim, o espaço do aprender não se circunscreve apenas à sala de aula, à academia, às bibliotecas: está nos jardins, como queria Epicuro. Extra-classe, extra muro, o espaço do aprender se espalha pelo mundo: desce pelos rios, pelos campos de centeio, brota dos lírios do campos, do canto do sabiá, no pôr do sol, na primavera e no outono... Entretanto “este saber que se acumula disponível, transbordante e acessível a todos não tem efeito algum sobre ninguém.

O saber compreende a descoberta e a atualização daquilo que nos afeta, que engaje na nossa subjetividade”. O papel do “sujeito” na construção do saber é fundamental para o alcance do resultado. E não basta ser humano para ser sujeito. O sujeito é o ser ativo ou passivo da ação. É por isso que Carl Rogers afirmou que “os únicos conhecimentos que podem influenciar a ação de um indivíduo são aqueles que ele descobre por si próprio e dos que se apodera”.

Assim, a construção do saber é também a construção do ser, com o intuito de torná-lo sujeito – responsável ativo ou passivo pelas suas ações no mundo. Partindo desta premissa, que “atribui ao sujeito a ação de descobrir e atualizar o saber que engaje na sua subjetividade”, cabe a pergunta: qual será o papel do educador, dos mestres, dos pais, dos “donos do saber” neste processo?

Segundo Rogers “ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho”. Por meio deste paradoxo o autor aponta o grande desafio para os interessados em construir “mundo e seres admiráveis”. Sem ser diretivo, como “dirigir” e contribuir para que as pessoas sejam mais felizes, mais solidárias, satisfeitas nas suas necessidades materiais e afetivas? O ato de consumir idéias, por meio das informações disponíveis neste final de século – literalmente transbordantes – só faz sentido se formos capazes de criá-las e recriá-las para obter os resultados esperados do processo educativo: felicidade, solidariedade, amor e pão.

Se o espaço do aprender não se circunscreve à sala de aula, aos escritórios e à casa mas sim ao Planeta, os “donos do saber” – as academias, os mestres, chefes e pais tanto quanto os “aprendizes” –, alunos, subordinados e filhos, precisam incorporar ao processo educativo os preceitos dos gestores ambientais e cuidar da despoluição do nosso Planeta que depende também da despoluição do nosso próprio ser. “Quem se relacionar de maneira egoísta e agressiva com seus semelhantes não conseguirá convencer ninguém de seus propósitos. Nós acumulamos muito lixo e poluição mental e espiritual, como ressentimentos, intolerância, preconceito, insegurança, descortesia, e outros fatores que impedem que possamos ver o que há de bonito no mundo e nas outras pessoas. Preocupados mais com as regras e normas, números e títulos... educadores e educandos muitas vezes cometem o erro maniqueísta de dividir o mundo e as pessoas com quem nos relacionamos em boas e más, como se houvesse a bondade e a maldade absolutas”. É preciso haver um clima amigável e informal em situações de aprendizagem. É preciso ter sensibilidade e flexibilidade para estabelecer os limites do razoável, do tolerável e do intolerável. Como os únicos animais – bípedes implume – para aprender e ensinar deveríamos fazer como o beija-flor, que saiu cedo do ninho. Sem casca e sem ninho foi sozinho caçar seu destino. Bateu na toca de onça, passou pela boca do lobo, caiu num ninho de cobra. Passarinho se assustou com tanta fome, tanta sede... e era muita a sede de sangue.

Passarinho não sabia que nem todos saem do ovo, do útero e do ninho para viver beijando a vida. Passarinho só sabia que da flor nasce o fruto e que do fruto sai semente. Que na vida há perfume, há pólen e há calor. Passarinho fez seu destino, voou de flor em flor pensou na cobra, no lobo e na onça... feliz por ser beija-flor.”
(ALICE NOGUEIRA DA GAMA, Administradora, poeta e professora universitária, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de outubro de 1999, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 21 de julho de 2011, Caderno CIÊNCIA, página 20, de autoria de SÍLVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Biblioteca da vida

Brasil integra iniciativa mundial para identificar todas as espécies existentes no planeta. Cada uma ganha código de barras que, armazenado na internet, pode ser acessado por cientistas

Brasília – Mapear a biodiversidade mundial é um dos maiores desafios da ciência. Afinal, o homem conhece mais estrela no céu do que espécies descritas na Terra. A audaciosa tarefa, porém, foi abraçada nos últimos seus anos por uma rede internacional de pesquisadores cujo objetivo, nada modesto, é contabilizar e descrever todos os seres vivos do planeta – estima-se que apenas 10% das espécies são conhecidas. A forma como isso é feito parece coisa de cinema: um tipo de código de barras identifica cada ser de acordo com seu grupo, criando uma biblioteca genética digital possível de ser acessada por qualquer pessoa no mundo pela internet (http://www.boldsystems.org/). O Brasil, detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta, entrou na empreitada em dezembro do ano passado, com a Índia e a China.

O Projeto Internacional Barcode of Life (código de barras da vida – iBol, na sigla em inglês) foi iniciado em 2005, com o objetivo de fornecer um sistema de bioidentificação global. O trabalho é relativamente simples e bastante engenhoso. Em vez de seqüenciar o genoma completo de cada animal, planta, fungo ou alga, os pesquisadores decifram as letras de um único gene (no caso de animais e plantas são dois ou três) compartilhado pelas diferentes espécies. Desse modo, é possível compará-las e identificar quando se trata de alguma descoberta.

As sequências são enviadas para um banco de dados alimentado por pesquisadores de todo o mundo. Atualizado diariamente, o arquivo tinha mais de 1,7 milhão de registros até abril. “De fato, nós descrevemos somente certa de 1,7 milhão de espécies ao longo dos últimos 250 anos e nem sequer sabemos a ordem de grandeza de quantas espécies existem no planeta. As estimativas variam de 5 milhões a 100 milhões”, diz o pesquisador canadense Robert Hanner, um dos gerentes da iniciativa mundial.

A quantidade de registros no iBol, porém, não significa o número de espécies conhecidas, pois muitas sequências são repetidas e servem para apontar as diferentes áreas de ocorrência de um animal ou planta. As comparações mostram também se uma espécie acaba de ser descoberta. Segundo Hanner, isso resolve erros de identificação, como casos em que dois animais são classificados como sendo o mesmo. O trabalho é feito por pesquisadores especializados em cada grupo de ser vivo e taxonomistas.

PARTICIPAÇÃO NACIONAL Para acompanhar a empreitada, o Brasil criou a Rede de Pesquisa de Identificação Molecular da Biodiversidade Brasileira (BR-BOL), coordenada pelo biólogo Cláudio Oliveira, do Instituto de Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O grupo nacional tem como meta catalogar em três anos 120 exemplares de 24 mil espécies. A tarefa está repartida entre 10 grupos, compostos por especialistas de diversas instituições. “Esperamos chegar a cerca de 10% do que se imagina haver de biodiversidade no Brasil”, conta Oliveira.

A expectativa do coordenador é baseada na identificação básica (coleta e identificação morfológica) que vem sendo feita há décadas pelas instituições brasileiras. “Temos resultados de diversos grupos que antecederam à rede e que, hoje, fazem parte dela. Vamos selecionar tudo o que é do Brasil e que está no banco mundial para ter uma ideia do que já foi identificado. A partir daí, vamos acrescentar novas informações”, explica.

O pesquisador Paul Herbert, inventor do sistema Barcode, enxerga o Brasil como a menina dos olhos da rede internacional. “Acredita-se que o país abrigue mais espécies de animais e plantas do que qualquer outra nação e muitas delas, como o mico-leão-de-cara-preta e o mico-leão-dourado, só existem no Brasil”, afirma ao Estado de Minas. “Além disso, o país tem uma forte capacidade científica nos campos que são centrais para o iBOL (taxonomia, informática e genômica)”, elogia.

Ainda segundo Herbert, o código de barras da vida terá aplicações em todas as áreas da ciência. Será útil, por exemplo, no diagnóstico rápido de espécies que atacam culturas agrícolas ou insetos transmissores de doenças. Também fornecerá informações para programas de conservação e gestão dos recursos naturais. “E dará uma grande ajuda a projetos de bioprospecção e à pesquisa científica de base”, aposta o canadense.

Cláudio Oliveira ressalta que o Brasil também tem muito a ganhar, principalmente na conservação de sua biodiversidade. “Acredito que algumas espécies já desapareceram sem que soubéssemos de sua existência", lamenta o biólogo. Nesse sentido, o projeto desempenha um papel central, por acelerar o registro das espécies desconhecidas e mapear a distribuição daquelas já identificadas.

O iBOL não é apenas o maior programa de estudo da biodiversidade já realizado, mas um modelo raro de colaboração científica entre pesquisadores de diferentes países. Segundo Oliveira, é a primeira vez que se envolve um número tão grande de cientistas em um estudo. “Com essa abrangência, estamos juntando esforços para gerar resultados importantes para o planeta todo”, comemora o biólogo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo EXPRESSIVAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e INADIÁVEL eleição definitiva da EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABOLUTA dos GOVERNOS e SOCIEDADE CIVIL, que se PONTIFICA como principal e INSUBSTITUÍVEL âncora da MODERNIDADE...

São DESAFIOS GIGANTESCOS que, todavia, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE DESENOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20), a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...