quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A CIDADANIA E UMA NOVA ORDEM MUNDIAL

‘Com o advento da “mundialização” do movimento ecológico, aumentam as responsabilidades e atribuições das ONGs e demais entidades preocupadas com a degradação ambiental. Hoje supera-se a fase eminentemente ambientalista do ecologismo para se adentrar em conteúdos políticos mais explícitos. A busca de condutas ecológicas globais canaliza-se cada vez mais para questões sociais. Parece não haver dúvidas de que os pobres e excluídos são os mais afetados pela degradação ambiental. Essa constatação reforça o diagnóstico de que, para resolver a degradação ambiental, deve-se reverter o quadro de acumulação e distribuição desigual de riquezas.”
(ROBERTO GIANSANTI, in O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. – São Paulo: Atual Editora, 1998, página 101).

Mais uma OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de VINÍCIUS VILLAÇA, Gerente de Marketing da Universidade Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), que merece INTEGRAL transcrição:

“Nada está longe

cidadãos conscientes de sua responsabilidade social, nas diferentes áreas do conhecimento, portadores dos valores de justiça e ética, aptos para a inserção nos diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira.

Nesta perspectiva de formar cidadãos íntegros, a academia ergue a bandeira da formação integral do ser humano e resgata os valores demandados pela nova ordem mundial. Afirma, de modo categórico, que o mundo não precisa de mais um profissional, mas, sim, do indivíduo formado com conhecimento e determinação para mudá-lo. Um ser humano capaz de construir prédios que acolherão pessoas com respeito ao meio ambiente, capaz de gerir organizações promotoras do desenvolvimento com responsabilidade social, fazer e defender leis que assegurem não só os direitos, mas, acima de tudo, a dignidade humana, humanizar a saúde com coragem para defender a vida.

Um novo tempo exige uma nova mentalidade, uma nova sensibilidade e um novo comportamento. As instituições de ensino demonstram seu compromisso de exaltar, cada vez mais, a consciência do papel-chave que suas habilidades ocupam na construção de mundo melhor. A universidade não busca apenas fornecer qualificação profissional, mas, prEm 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que, no Brasil, são chamados de Oito Jeitos de Mudar o Mundo, modelo de desenvolvimento focado na erradicação da extrema pobreza e da fome. Esta visão, compartilhada por dirigentes globais, é a de que, juntos, nós podemos mudar a nossa rua, a comunidade, a cidade, o país. Essa mescla de liderança, solidariedade, cidadania e engajamento surge como a diretriz maior do novo milênio. Engana-se, contudo, quem pensa tratar-se de mais um discurso vazio. A consciência humana ganha coro nos quatro cantos do mundo, embalada por grandes ideais do último século, como a queda do Muro de Berlim, o não ao apartheid, a liberdade do Tibete, as Diretas já. É possível sentir esse movimento crescente, um reavivar do iluminismo de Voltaire, em proporções globais. Governos, organizações não governamentais (ONGs) e entidades privadas de diversos níveis conectam-se em rede e determinam metas para concretizarem os objetivos o milênio.

Alinhadas com esse propósito, as principais instituições de ensino superior de Belo Horizonte uniram-se à prefeitura da capital para implantar o Observatório do Milênio. Belo Horizonte é pioneiro na implantação de observatórios urbanos locais no Brasil. O observatório constitui-se em espaço de produção e análise de indicadores sociais e econômicos sobre a cidade. Essa iniciativa abrangente atua como instância catalisadora de ações conjuntas, em prol do desenvolvimento humano. Mas a viabilização dos projetos implica uma tomada de consciência por parte da sociedade. Nesse sentido, as universidades reafirmam sua missão de formar incipalmente, qualificação humana. Nas palavras do escritor Bernard Shaw, há pessoas que vêem as coisas como são e dizem: por quê?; outras sonham coisas que nunca existiram e dizem: por que não?”

Assim, sintonizados com as exigências de UMA NOVA ORDEM MUNDIAL, é que, reunindo essas contribuições VALIOSAS, nos FORTALECEMOS, com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma ALEGRIA, o mesmo PATRIOTISMO, na construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, ÉTICO, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO.

Eis, pois, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA, o nosso SONHO: O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A CIDADANIA EM DEFESA DA PUBLICIDADE

DOSSIÊ CORRUPÇÃO

AMPLIAÇÃO DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA E A VALORIZAÇÃO DA TRANSPARÊNCIA SÓ SE TORNAM EFETIVAS COM O FORTALECIMENTO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E DELIBERATIVOS DE CONTROLE”

Estamos buscando mais uma OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de outubro de 2009, Caderno PENSAR BRASIL, páginas 16 e 17, de autoria de FERNANDO FILGUEIRAS, que é pesquisador associado do Centro de Referência do Interesse Público (Crip). É autor de Corrupção, democracia e legitimidade, Editora UFMG, 2008, que também merece INTEGRAL transcrição:

“EM DEFESA DA PUBLICIDADE

Se recorrermos exclusivamente à memória, será difícil listar, desde 1988, todos os escândalos de corrupção, pelo menos na esfera federal. Outrora protagonistas na vida pública, muitos dos envolvidos se tornaram anônimos ou então encontraram o conforto da imunidade concedida pelas urnas, permanecendo na vida pública, mas em um lugar de pouco ou nenhum destaque.

A sensação da opinião pública é de que a sucessão de escândalos políticos, normalmente ligados à corrupção, é permanente na vida pública brasileira. O cidadão comum fica passivo diante do espetáculo produzido, sem saber o desfecho da tragédia política e o lugar reservado a seus protagonistas. Paradoxalmente, produz-se, no Brasil, uma sensação de catarse coletiva; todos se escandalizam, todos se sensibilizam, todos descrevem as mazelas da política brasileira a partir da corrupção atávica que herdamos de nossos colonizadores. Contudo, essa tragédia brasileira é sempre inconclusa. Nossa catarse não produz a purificação dessas emoções, porque nossa tragédia nunca chega ao desfecho. Ela paira no clímax, mostrando apenas a crise mais eminente dos protagonistas. E por pairar no clímax, sem atingir o desfecho, criamos um sentimento histérico de moralização da política. Nossa tragédia da corrupção se reproduz e se mantém por um sentimento atávico da civilização brasileira.

Culpamos nossa herança patrimonialista deixada pelos portugueses e esperamos, passivos, a revolução cultural que nos alçará à modernidade. Aguardamos o momento em que deixaremos a cordialidade de lado em nome da razão, sem que disso resulte um desfecho para as delinqüências praticadas na vida pública brasileira. O sentimento de impunidade que paira sobre o Brasil nos engessa, nos amarra a esse atavismo, naturalizando a corrupção no mundo público. Sem a ruptura com nosso passado, afirmamos, não será possível chegar à modernidade. Logo, por essa lógica, a corrupção se torna algo natural à política brasileira. Culpamos o Senado, a Câmara dos Deputados, a Presidência da República, o Judiciário, uma vez que a impunidade permanece.

Paradoxalmente, em nome da tragédia brasileira relacionada à corrupção, expandimos os instrumentos de vigilância. Para combater a corrupção praticada por políticos e burocratas, criamos mais burocracia, leis mais duras, e disso não resulta, necessariamente, menos corrupção. A fórmula é esta: o controle aumenta, a punição permanece baixa e os casos de corrupção continuam existindo e pautando negativamente a opinião pública. Esse sentimento catártico não tem desfecho, não é purificado e se converte em histeria.

Se, na dimensão da cultura política brasileira, essa catarse permanece, na dimensão das instituições vislumbra-se uma expansão indiscriminada dos meios de controle. Desde a democratização, à sucessão de escândalos políticos promovemos uma hipertrofia dos mecanismos de controle. Não se pode dizer que a política brasileira não produza respostas instituições à corrupção. Produzimos, ao longo dos últimos 21 anos, a lei de licitações, a lei de responsabilidade fiscal, mudamos o perfil das instituições de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), ou criamos novas, como a Controladoria Geral da União (CGU). Expandimos o corpo de funcionários responsáveis por vigiar, corrigir e orientar e tornamos a prestação de contas um dever constitucional. Gestores públicos não passam incólumes às instituições de controle. Prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores, ministros, o presidente da República, o gerente de operações de uma empresa pública, o vigia de um prédio público; todos estão sob vigilância, todos têm que prestar contas.

CONSUMIDOR E PORTADOR DE DIREITOS Os sistemas de vigilância cultuam a transparência. A transparência virou panacéia para os males da corrupção no Brasil, quiçá para a própria política. A transparência reforça os sistemas de vigilância. Submetemo-nos à luz da transparência e a tragédia da corrupção permanece. A maior transparência significa que o cidadão assiste passivo, afinal ele é um consumidor do serviço público, e não um portador de direitos e deveres; e muito menos o portador da autoridade em um regime democrático. A transparência reforça a vigilância, sem resultar em maior publicidade. A transparência, como panacéia para os males da política, reforça a vigilância.

É da natureza humana uma reação defensiva à vigilância. Quando somos vigiados, reagimos negativamente. Tornamo-nos pouco criativos, queremos pouco inovar, queremos pouco intervir, porque temos que nos ater aos procedimentos, sob pena de nos tornar protagonista de nossa tragédia. A eficiência do Estado, nesse sentido, diminui. Não há motivação para inovar, porquanto tenhamos medo da vigilância. Não há motivação para cooperar, porquanto tenhamos medo da vigilância. O Estado, dessa forma, é o fardo lento e naturalmente corrompido, ao qual atribuímos nossas mazelas, tanto institucionais, quanto culturais.

Se a tragédia não atinge o desfecho, a reação é criminalizar a política.
Vemos nos tribunais o lugar da salvação, o lugar do possível desfecho. O lugar do possível desfecho porque se estrutura na lei e nos procedimentos da Justiça. A política se torna assunto das manchetes policiais, do espetáculo produzido pela força coerciva do Estado sobre seus agentes. É um sentimento corriqueiro, porque queremos, na ordem de 65%, penas mais duras e cadeia aos corruptos. A catarse reforça-se quando vemos os agentes do poder algemados, apesar de os tribunais dizerem que as algemas são proibidas. Do ponto de vista simbólico, a tragédia encontraria o desfecho, mas na prática ela se reproduz. Ficamos contentes quando as algemas se fecham nos braços daqueles que pilham os recursos públicos. Mas o drama aflora e se fortalece quando o mesmo saqueador sai sorrindo da cadeia, ocupando a primeira página dos jornais com o sorriso dos vencedores, para ódio dos vencidos.

No teatro dos tribunais, vemos a luta pela melhor interpretação da lei. Todavia, como já notava Cícero no mundo romano, “sumo direito, suma injustiça”. Criminalizamos a política e transferimos aos tribunais o papel de corrigir as delinquências do homem público brasileiro. Mas essas mesmas delinqüências esvaem-se em um emaranhado de leis e procedimentos. A lei não se cumpre, apesar de todos saberem que os protagonistas feriram a lei, macularam o interesse público. Interesse público que no sumo direito é apenas uma formalidade. Não tem substância, é algo menor diante das formalidades jurídicas, com as devidas vênias.

INCOMPETÊNCIA COLETIVA E nossa tragédia não encontra desfecho. Ficamos passivos à corrupção ou, pelo menos, aos escândalos suscitados na opinião pública. Escandalizamo-nos mais, sofremos mais com nossa incompetência coletiva, culpamos o passado; em particular, o traço do natural caráter do brasileiro. A corrupção reforça nosso atavismo; o espectador é o culpado e não a vítima. Naturalizamos a corrupção em nosso cotidiano, criando um complexo de Édipo. O problema é a origem, a história. Eis o paradoxo: o controle da corrupção aumenta, mas a corrupção permanece. E permanece corroendo a excelência da política, os valores políticos fundamentais, a democracia. Na política brasileira, fortalecemos os instrumentos de controle burocrático e criminal da corrupção, mas falta a terceira dimensão, aquela que não se baseia no esquema de vigilância, mas da publicidade como princípio democrático: o controle público.

O maior perigo da corrupção é a sua naturalização por parte da opinião pública e a fundamentação de um atavismo cultural que nos engessa. A corrupção degenera a democracia, porque retira dela a publicidade das instituições políticas diante da sociedade, tendo em vista a fundamentação de uma cultura pouco participativa e pouco preocupada com o interesse público. Eis o resultado de nossa tragédia sem desfecho: a ampliação dos sistemas de vigilância e a baixa publicidade do Estado diante da sociedade. O paradoxo do controle da corrupção no Brasil ocorre pela fato de ampliarmos o controle burocrático e criminal, sem que disso resulte maior publicidade do Estado frente à sociedade.

Publicidade essa que, enquanto princípio de nosso regime democrático, deve ser compreendida como o desfecho possível de nossa tragédia. Para que ela se concretize, não precisamos jogar fora os sistemas de vigilância, mas precisamos reforçar os fóruns públicos de controle da corrupção. Precisamos reforçar o controle que o público pode realizar em espaços deliberativos que convirjam às instituições de vigilância do Estado, o entendimento público que a própria sociedade é capaz de realizar. É na chave da ampliação da publicidade que podemos produzir o desfecho de nossa tragédia. Fazer com que o clímax dê aos protagonistas o desfecho previsível e correto: sejam responsabilizados diante do público, respeitada a justiça dos procedimentos.
Na chave da publicidade, vislumbra-se uma solução que não opere apenas com a ideia de vigilância e transparência. Vislumbra-se, sobretudo, uma solução política. Não aquela realizada pelos partidos, mas a possibilidade de produção de consensos suprapartidários, capazes de balizar um projeto de reforma que não caia na armadilha dos casuísmos, mas permita consolidar a democracia e não permitir a sua degeneração.”

Eis, pois, mais uma PRECIOSA e SEVERA conclamação à grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, construindo um BRASIL verdadeiramente ÉTICO, JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, e impedindo, sobretudo, que a CORRUPÇÃO permaneça “corroendo a excelência da política, os valores políticos fundamentais, a democracia”.

Esta é a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA: O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 7 de novembro de 2009

A CIDADANIA E O ESTADO UNIDO

“À concepção positiva do Estado vinculam-se as discussões sobre a república ótima, que pressupõe a convicção de que os Estados existentes são imperfeitos mas aperfeiçoáveis e que portanto o Estado, como força organizada de convivência civil, não deve ser destruído mas conduzido à plena realização de sua própria essência. Forma extrema do delineamento da república ótima são os esboços de repúblicas ideais, de repúblicas que não existiram e jamais existirão em lugar nenhum (ou que estão colocadas em lugares imaginários) e que são propostas como ideais-limites de um ordenamento perfeitamente racional, onde cada comportamento está rigorosamente previsto e é rigidamente regulado. Da República de Platão à Cidade do Sol de Tommaso Campanella, as repúblicas ideais são sempre modelos de superestatalização, de uma verdadeira hipertrofia das funções de regulamentação da vida civil, da qual teria nascido a necessidade da vida política, e são portanto representações inspiradas numa concepção altamente positiva do Estado (cuja contra-figura é a utopia negativa como a de Orwell, surgida como reação às prevaricações reais ou previsíveis do Estado-tudo).”
(NORBERTO BOBBIO, in Estado, governo, sociedade; por uma teoria geral da política. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987).

Mais uma OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de maio de 2009, Caderno OPINIÃO, página 15, de autoria de HAROLDO VINAGRE BRASIL, Engenheiro e professor universitário, que merece INTEGRAL transcrição:

“Estado unido


Hélio Pellegrino, em um de seus ensaios, reconhece que as instituições são necessárias à medida que servem as comunidades e não a si mesmas. Neste último caso, quando viram as costas para a sociedade a qual deveriam servir, se transformam em um mal desnecessário e, portanto, passíveis de serem descartadas por atitudes inúteis e até nocivas. Monstesquieu, ao criar o sistema de governo tripartite, composto do Executivo, Legislativo e Judiciário, tinha em mente equilibrar, dividir e especializar as funções do Estado, por meio de instituições coletivamente organizadas, de forma a evitar o exercício anômalo do poder político. O filósofo francês tinha como premissa básica a representatividade e a legitimidade dessas entidades junto ao povo, sem o que elas não teriam condições de preencher suas funções de Estado.

Quando a estrutura institucional, se coloca a serviço dos próprios privilégios, conspurcando suas finalidades, cabe à sociedade civil reformá-las, sob pena ter de carregar o peso do enriquecimento de uns pouco privilegiados em detrimento da maioria. Não há dúvida de que as três instituições, Executivo, Legislativo e Judiciário, no Brasil, se desvirtuaram a tal ponto, que hoje se encontram, aos olhos da sociedade, a quem deviam servir, virtualmente apodrecidas. Mas do isso, se contaminaram mutuamente e, em vez de exercerem seus papéis complementares de contrapesos no jogo de poder, convergem para o descalabro institucional. Penetradas pela corrupção, no seu tipo mais pernicioso, que, no dizer de Ruy Barbosa, é o que “assume o caráter subagudo, crônico, impalpável”, as três irmãs já enviam para o nariz da sociedade o mau cheiro dos corpos em processo de deterioração.

Feitas para ordenar o mundo do bem comum, evitando assim que a injustiça transborde os limites do aceitável, elas se fizeram a própria injustiça, ao sugarem, por meio de mil e um subterfúgios espertos, os recursos orçamentários da União. A majestade das três instituições do Estado repousa na estima e no respeito do povo, que hoje, manifestadamente, já perderam ou estão em vias de perder, porque o latrocínio organizado prevalece sobre o interesse público do bem comum. É o que alguém bem alcunhou de apagão moral, espécie de epidemia que já atingiu a maioria dos ditos varões da República.

Se a reforma dos costumes políticos não tiver condições de partir do fórum interno das próprias instituições contaminadas (difícil, mas não impossível de acontecer), só pela pressão ininterrupta da sociedade civil e pelo voto lúcido dos cidadãos em continuadas eleições será possível deter o declínio institucional. E no longo prazo, por meio de um processo educacional, em que ao lado dos conteúdos das disciplinas técnicas se inoculem nos jovens os princípios básicos de cidadania solidária.”

Urge, pois, a MOBILIZAÇÃO de TODAS as forças VIVAS da Nação para, com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma FÉ, ALEGRIA, a mesma CORAGEM CÍVICA, construirmos um BRASIL verdadeiramente ÉTICO, JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, para que os RECURSOS e RIQUEZAS, abundantemente disponíveis, SEJAM virtuosamente DISTRIBUIDOS a TODOS os BRASILEIROS e a TODAS as BRASILEIRAS.

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A CIDADANIA E A ECOPEDAGOGIA NA ENFERMAGEM

“Não são necessários estudos sofisticados para perceber que os poupadores, os investidores, os consumidores, os profissionais ou os empregados solidários, éticos ou responsáveis, estão próximos uns dos outros por suas histórias pessoais ou coletivas. Aliás, uma mesma pessoa ou um mesmo grupo com freqüência adotarão todo o leque dos comportamentos econômicos cidadãos. Os militantes da economia cidadã, seja qual for a entrada escolhida, têm uma visão coerente de suas condutas nas diferentes áreas da vida econômica. Todos aspiram inscrever suas ações específicas em um esforço comum para fazer com que uma outra economia surja, uma economia cidadã. Isso significa que esses públicos simpatizantes exigem dos atores coletivos especializados que colaborem e compartilhem suas experiências.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002)

Mais uma contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de novembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MÁRCIA DOS SANTOS PEREIRA, Coordenadora do curso de enfermagem da Universidade Fumec, doutora em ciências da saúde (infectologia e medicina tropical, que merece INTEGRAL transcrição:

Ecopedagogia na enfermagem

Estudiosos da educação afirmam que alunos precisam ser formados para pensar além de suas vidas particulares. É preciso desenvolver nos educandos a consciência crítica e política e capacitá-los teoricamente para atuar de forma ativa na transformação da sociedade. Nessa direção, a proposta curricular do curso de enfermagem, respondendo às exigências do atual contexto, busca refletir sobre a importância do processo educativo em saúde, especialmente sobre sua missão diante de infecções emergentes e reemergentes. Mas nossas metodologias de ensino estão efetivamente preparando enfermeiros para educar a população, promover a saúde e reduzir os índices de doenças infecciosas transmissíveis em nosso país? Com a evolução científica e tecnológica na área de saúde, esperava-se que doenças infecciosas transmissíveis, como dengue e hanseníase, tivessem reduzida sua importância como causa de morbidade e mortalidade da população. No Brasil, apesar de mudanças no perfil de mortalidade, as patologias infecciosas continuam a representar um importante fator de morbidade, sobretudo, pela emergência e reemergência de doenças, como reconhece o próprio Ministério da Saúde.

Na visão de muitos infectologistas, o impacto da exploração do planeta de forma irresponsável impõe estresse, isolamento, competição, degradação da natureza, migrações populacionais, o que tem resultado em desequilíbrio, desarmonia e provocado o surgimento e ressurgimento de doenças, indicando o equívoco humano na busca de acumulação de bens como requisitos para a felicidade e bem-estar. Esse impacto tem sido muito maior em decorrência do predomínio do modelo de atendimento à saúde centrado na doença e no indivíduo e com a aplicação de tecnologias de alto custo. Apesar de não haver consenso entre os teóricos, em linhas gerais, afirma-se que doenças emergentes são doenças novas, desconhecidas da população. São causadas por vírus ou bactérias nunca antes descritos ou por mutação de um vírus já existente. Também é possível que sejam causadas por um agente que só atingia animais, e que agora afeta também seres humanos. Dentro desse conceito, a AIDS aparece como o mais importante exemplo de doença emergente. Já as doenças reemergentes são aquelas já conhecidas e que foram controladas, mas voltaram a apresentar ameaça para a saúde humana. A dengue entre nesse conceito e chegou a ser considerada erradicada.

Consideram-se como causas comuns de emergência e reemergência de doenças infecciosas: crescente número de pessoas vivendo e se deslocando pelo mundo, rápidas e intensas viagens internacionais, superpopulação em cidades com precárias condições sanitárias, aumento da exposição humana a vetores e reservas naturais, alterações ambientais e mudanças climáticas. Ao tratar deste tema, o infectologista Dirceu Greco diz: “Para que se possam controlar as doenças existentes e as emergentes atuais, e aquelas porvir, faz-se necessária a eliminação da pobreza e a acentuação da ética. A ética da correta utilização dos recursos públicos, a priorização de aplicação deles em atividades que beneficiem a maioria da população, principalmente nas áreas da educação, saúde pública e saneamento”.

Na perspectiva de uma pedagogia crítica, não há como nos mantermos distantes da realidade. É necessário mergulhar no mundo dos usuários dos serviços de saúde, partindo de onde eles estão e se situam socialmente. De fato, não é fácil, diante de tantas prioridades, vencer o desafio de, ao mesmo tempo em que se é competente tecnicamente, saber atuar politicamente, quando as condições de trabalho e as injustiças sociais são uma ameaça constante. As dificuldades, entretanto, não podem impedir que profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, saibam atender as necessidades assistenciais da população brasileira, buscando pelo diálogo verdadeiro a essência das situações, sem ficar na superfície ou nas aparências dos problemas apresentados. Assim, especialmente no que se refere ao tema das doenças emergentes e reemergentes, uma das idéias mobilizadoras da atualidade, ou seja, de uma sociedade sustentável, é a da ecopedagogia, voltada não simplesmente para a preservação da natureza, mas para uma nova proposta de civilização, em que estruturas econômicas, sociais e culturais sejam transformadas e cujo objetivo seja a possibilidade de ver emergir ou reemergir, em vez de doenças, uma sociedade mais justa, democrática, ética e feliz.”

Bem assimilada, a LICÃO ora colocada nos remete, em feliz oportunidade, aos mandamentos da nossa CARTA MAGNA que, em expressão clara, nos diz:

“Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
...........................................................................................”

Assim, no horizonte da COPA DO MUNDO de 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e com bons projetos e “a ética da correta aplicação” dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS do PRÉ-SAL, podemos promover as NECESSÁRIAS e URGENTES transformações que o PAÍS está a EXIGIR, tornando nossa SOCIEDADE verdadeiramente SAUDÁVEL, LIVRE, JUSTA, SOLIDÁRIA e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA, em BENEFÍCIO de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS.

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A CIDADANIA NA TRILHA DA DEMOCRACIA (5/55)

(Novembro = Mês 5; Faltam 55 meses para a Copa do Mundo de 2014).


“A realização pessoal, enfim, não se realiza plenamente nunca. A consciência de que é parte de algo maior motiva o sujeito a colocar-se a serviço da comunidade, quando reconhece que há muito que fazer pelo bem da humanidade. À medida que amplia a sua visão de mundo, descobre que, por detrás de cada perda, existe uma ordem, por detrás de cada pena, há a possibilidade de aprendizagem. Chega a desconfiar-se que o mundo todo é regido por um maestro capaz de conduzir uma orquestra tão rica em recursos que o que sentimos como um desafino não é mais do que a nossa incapacidade de ouvir a música e seus tons na sua totalidade.

Quando se sente partícipe do todo e pensa que a sua compreensão da vida coincide com o que a vida é, o ser humano sente-se feliz, capaz de perceber a harmonia e a unidade de tudo que há. Á medida que erra, descobre que a sua idéia da realidade ainda não era totalmente verdadeira. Aprende assim com a sua desilusão. Sem ilusões, reconhece que a vida é mesmo um vazio (mistério) e que não deve usar do conhecimento nem dos valores para fugir dessa realidade. Religa-se, desse modo, ao mistério da criação, abrindo-se à experiência de viver cada momento de forma íntegra e integrada, com responsabilidade.”
(ROBERTO PATRUS MUNDIM PENA, in Ética e Felicidade. – Belo Horizonte: Faculdade de Estudos Administrativos, 1999.

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de abril de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6, de autoria de PAULO EMÍLIO NELSON DE SENNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“Pela democracia

O Brasil onde não devem vicejar privilégios de espécie alguma, as classes se formam pela função que exercem e não pelas barreiras que criam. A elas e ao Estado cabe, em princípio, a tarefa ingente de realizar a felicidade humana, através da união de esforços de todas as camadas sociais, com a formação de uma mentalidade ética, cívica e responsável, capaz de nos livrar dos colapsos econômicos e sociais, especialmente em fases críticas de desequilíbrio financeiro. A maré montante dos escândalos, a permanente desordem financeira e o inferno da carestia da vida alarmam justamente os brasileiros, privados do bem-estar, que estão aí a sofrer imerecidos sacrifícios.

Urge, pois, suscitar outros valores, adotar novos métodos, percorrer melhores caminhos. E, neste caso, nenhuma reação é mais legítima numa democracia que o sério empenho de purificar a sufocante atmosfera moral que satura e aniquila os esforços mais vivos e cheios de intenção pública.

Raciocinar patrioticamente sobre o Brasil e pela democracia, em termos de futuro próximo, significa raciocinar em termos de franqueza, em termos de qualidade de esforços no mesmo rumo e com o mesmo objetivo. O Brasil ainda não se encontrou, e o que temos a fazer, brasileiros de qualquer cor política, de qualquer origem, é ajudar o País a achar o seu caminho, é ajudar o País a encontrar-se. Mas este dever, se bem que seja de todos, é precipuamente das classes políticas, que devem, acima de tudo, serem leais ao País e falar ao País a verdade.

Reconheçamos, sinceramente, que as exigências partidárias não devem e não podem se sobrepor aos interesses administrativos, e tenhamos a coragem de admitir que, por força de injunções partidárias, nem todos os setores da administração pública se acham entregues aos mais capazes. Ora, nesta complexa conjuntura nascida de vícios perniciosos e de visão deformada da realidade, seria injusto exigir-se de um governo a correção instantânea deste quadro institucional. Cuidemos de fiscalizar os governantes que devem ser criticados severamente naquilo que estiverem errados, mas não lhes neguemos apoio para o que demonstrem pretender realizar de realmente útil e proveitoso à obra administrativa que o País está a reclamar.”

Eis, pois, mais uma BELA página conclamando-nos à mais SÓLIDA união de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS, sob a INSPIRAÇÃO de LIDERANÇAS CAPAZES e absolutamente COMPROMETIDAS com a ÉTICA, com a VERDADE, com a CIDADANIA e com a QUALIFICAÇÃO TÉCNICA e MORAL, para a construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO.

É a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 31 de outubro de 2009

A CIDADANIA EM DEFESA DO LIVRO

“A razão por que o homem é um ser social, mais do que qualquer abelha e do que qualquer animal gregário, é clara. Pois a natureza, como dizemos, nada faz em vão. Somente o homem, entre os animais, possui a palavra. A voz é uma indicação da dor e do prazer, por isso também outros animais a têm (pois sua natureza chega mesmo a ter a sensação de dor e de prazer e a indicar essas sensações uns aos outros). Já a palavra existe para manifestar o conveniente e o danoso, assim o justo como o injusto. E isso é próprio dos humanos diante dos outros animais: possuir, de modo exclusivo, o sentido do bom e do mau, do justo e do injusto, e dos demais valores. A participação comunitária nestes valores forma a casa familiar e a cidade.”
(ARISTÓTELES, in Política).

Mais uma OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de IVAN TRILHA, Escritor, consultor, autor do livro Mentalize e realize agora, que merece INTEGRAL transcrição:

“Em defesa do livro

Hoje, Dia Nacional do Livro, é uma ótima oportunidade para refletir sobre a leitura no Brasil. Em 2005, uma pesquisa feita pela NOP World, empresa norte-americana de consultoria, revelou que os brasileiros dedicavam apenas 5,2 horas por semana para a leitura, colocando o país em 27º lugar no ranking mundial, liderado pela Índia. Outra pesquisa, dessa vez divulgada pelo Ibope no ano passado, deixou em estado de alerta o mercado ao identificar que esses dados não mudaram muito, ou seja, os brasileiros continuam lendo pouco. Esse levantamento constatou que pouco mais da metade dos brasileiros, 55%, se consideram leitores e a média do tempo gasto com a leitura, anualmente, é 4,7 horas por semana. Qual a razão disso? Obviamente, somos afetados pela gravíssima crise da educação no Brasil, mas é inegável que a chegada da internet e o acúmulo de informações a que o ser humano é submetido a cada instante também têm sua parcela de culpa. Tudo isso, aliado ao estresse, que, infelizmente, hoje, é quase inerente a todos os seres humanos. Até mesmo crianças têm apresentado altíssimos níveis desse mal, o que, sem dúvida, colabora para que se leia menos.

A leitura é um hábito solitário. No atarefado cotidiano moderno, todos estão apressados, cansados e não conseguem tirar um tempo para estarem consigo mesmos. Sim, ler é estar consigo, é conversar consigo mesmo, tendo o autor como instrumento. É um momento de introspecção, cada vez mais raro nesse turbilhão de acontecimentos, sensações, informações e ocorrências do nosso dia a dia. Parece incrível, porém, que milhares de pessoas ainda não percebem na leitura um importante momento de relaxamento, concentração, além da vibração positiva e do desenvolvimento, tanto intelectual quanto emocional, que isso proporciona.

O hábito da leitura é um importante meio para trabalhar a mente e nosso autoconhecimento. Quantos insights você já não teve ao ler um livro? Desenvolvemos nossa criatividade, nosso raciocínio e nosso “espírito crítico”. Estamos muito aquém do ideal. Entretanto, um sinal que, realmente, as pessoas buscam conhecimento. Apesar de muito incipiente, tendo em vista os dados das pesquisas, já vejo algumas informações otimistas sobre a leitura no Brasil. Existe uma grande busca pelo sucesso profissional, por meio do acúmulo de conhecimentos e informações. Claro, uma das alternativas para aprender de forma mais completa é por meio de revistas e livros sobre assuntos de interesse, especializados.

Tudo isso não é motivo para desânimo. Tanto isso é verdade que já temos livros digitais e, mais uma vez, acreditem, o mundo está se “movendo” nesse sentido. Temos, não só os autores que crêem nisso, também os editores e todo um aparato tecnológico que busca facilitar e disseminar o acesso à leitura. Para tanto, é preciso absorver e refletir mais sobre essa questão e agir nessa luta de palavras, imaginação e cultura. Mais que isso, temos de entender e compreender que tudo isso está ao nosso dispor. Então, que começar um boa leitura hoje?”

Eis, pois, mais um grande DESAFIO: a consolidação efetiva de POLÍTICAS PÚBLICAS que ajudem a DESENVOLVER e DISSEMINAR o BOM e SAUDÁVEL hábito da LEITURA e, nesta era do CONHECIMENTO e da INFORMAÇÃO e das NOVAS TECNOLOGIAS, num mundo GLOBALIZADO, FASCINANTE e BELO, nos QUALIFIQUEMOS para acelerar a construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO.

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A CIDADANIA E O DESPERTAR DA QUALIDADE

Mais uma OPORTUNA, IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de setembro de 1994, Caderno Empregos, página 11, de autoria de REGINA C. DRUMOND, Consultora de Treinamento em RH e Qualidade Organizacional, que merece
INTEGRAL transcrição:

“O despertar da qualidade começa com você
Reflexões com educadores

Os atuais problemas de desarmonia social, econômico, ambiental têm gerado oportunidades para transformações de pessoas, organizações, instituições que por meio de reflexões profundas em suas maneiras de relacionamentos e de gestão têm se renovado, evoluindo.

Essa era do conhecimento e de globalização é portadora de desafios em questões como sobrevivência, competência, competitividade, melhoria de qualidade de bens, serviços e de vida da humanidade.

Acredito que quase todos nós já sabemos ou já ouvimos falar sobre Qualidade. Alguns até perguntam: o que é essa tal de qualidade? é uma onde a mais? é modismo? porque se fala tanto em qualidade nos últimos tempos?

A Qualidade está além dos limites de uma escola, de uma empresa ou qualquer outra organização. Ela afeta o nosso cotidiano, está em tudo que fazemos ou adquirimos, é o caminho para se buscar o crescimento de pessoas e organizações, resgatando valores inatos, adormecidos nos seres humanos: verdade, respeito, ética, cidadania, comprometimento, relacionamento, persistência e tantos outros tão necessários em nossos dias.

Qualidade é adequação ao uso (Juran e Grina). A qualidade é aquilo que caracteriza uma coisa ou pessoa, que lhe dá propriedade e a distingue de outras (dicionário). Qualidade é a aptidão de um produto ou serviço em satisfazer as necessidades dos que os utilizam, portanto, seu primeiro foco é o cliente (interno ou externo). Qualidade é satisfação de clientes: funcionários, alunos, pais, proprietários, professores, administração, comunidade, “você”.

O pai da qualidade japonesa – Ishikawa, dizia que qualidade é satisfação de pessoas. As pessoas são as guardiãs da qualidade. Qualidade faz parte de tudo o que se faz, está em todos os momentos e situações. A qualidade está presente na família, na escola, na comunidade, na indústria, no comércio, no trabalho, no lazer.

Qualidade é buscar ser e fazer o melhor. É buscar excelência, a competência pessoal e profissional. Mas... excelência não acontece com pessoas adormecidas, cristalizadas nos sucessos passados. Excelência só acontece quando você está consciente de que a vida é energia, é dinamismo, é mudança, é movimento, portanto, a qualidade começa com você.

Competência e qualidade são valores de sua inteira responsabilidade – começam e terminam dentro de você, assim “a qualidade abraça quem a abraça”. É um assunto que diz respeito a todos nós.

Na escola, a qualidade também significa criar um ambiente harmonioso onde seja significativo trabalhar, onde todos cooperam visando resultados comuns, onde todos dão as mãos, buscando atingir resultados sempre melhores, cooperando uns com os outros desde a limpeza, organização, disciplina até nas funções administrativas.

Essa harmonia é importante porque fortalece a capacidade para enfrentar as dificuldades, facilita as soluções de problemas, pois nesse ambiente tudo se torna mais simples, flexível, dinâmico, suave. As decisões são mais rápidas, há maior participação, a produtividade é efetiva, as comunicações e relações se tornam mais claras e transparentes, porque há um clima institucional de afetividade, de amizade.

A administração é positiva e as pessoas se tornam mais alegres, entusiasmadas, felizes.

Cada pessoa ao desempenhar seus diferentes tipos de papel tem responsabilidade de trabalhar com metas de melhoria, identificar problemas, solucionar, adotar medidas preventivas, agindo sempre coletivamente em busca de melhorias contínuas. A maneira como as pessoas se relacionam, comunicam é a essência principal de se criar um ambiente harmonioso, inclusive, produtivo e de qualidade.

O desafio da qualidade nos coloca na posição de entrar num processo de aprendizagem contínua, buscando nossos valores, novos paradigmas em nossa maneira de pensar, sentir, agir, aprender, criar, fazer, ter e ser.

No cotidiano todos somos professores e alunos, mestres e crianças. Somos líderes, gerentes, autores de mudanças. A escola deve ser o local onde o amor ao que se faz, a alegria, o entusiasmo, o sonho tem lugar de destaque. Nessa escola “educar é o processo de configurar um espaço de convivência desejável para o outro, o nosso cliente, de forma que ele e eu (você) possamos fluir no conviver de um certo modo particular. E nessa convivência, ambos, educador e aprendiz se transformam de uma maneira congruente”. (Maturama)

Assim, a importância de se ter atitudes coerentes voltadas para as propostas de qualidade é fundamental, pois o outro sempre sabe se estou dizendo ou não, a verdade.

O trabalho bem feito, com qualidade, vem sempre acompanhado de dedicação, fé, paixão, comprometimento antes, durante e após a sua realização. A visão de um trabalho com qualidade deve ser benefício e satisfação para quem faz e para quem vai receber.

Importante é despertar, conscientizar que a qualidade começa com você, começa comigo. Conscientizar é descobrir-se, é esforçar, é potencializar-se buscando o auto empowerment, é ter desafios, ousar, arriscar para inovar.

É se comprometer até mesmo com a própria transformação, tendo desafios permanentes de aprimoramento técnico e humano.

Não pode haver qualidade de bens e serviços quando não há qualidade na vida de quem realiza o trabalho. Para isso é necessário refletir: como estou reagindo às mudanças? Às inovações?

Sou do tipo de pessoa que ignora a mudança sendo atropelada por ela? Sou aquele que aceita a mudança só do outro, que tem medo de mudar? Ou finjo que aceito e engano a mim mesmo e ao outro criando problemas? Ou sou o tipo de pessoa que aceita a mudança, mas não sabe como fazer e não procura ajuda? Ou finalmente sou o tipo de pessoa ideal: aquela que aceita, analisa, estuda, leva em frente, faz um plano de ação e acompanha passo a passo, abrindo novos caminhos?

Numa escola quando todos assumem o compromisso de atender aos clientes internos e externos com comprometimento, com novas atitudes, tudo se modifica.

Comprometer-se com a qualidade significa perguntar: o que posso fazer, em que posso colaborar, quais são as minhas responsabilidades com a sobrevivência, competência, competitividade de minha escola? Qual é o meu verdadeiro papel como semeador da qualidade numa educação de qualidade?

Acredite: o movimento pela qualidade tem o poder de mudar as atitudes e a cultura de um país desde que cada um de nós tenha como meta buscar sua melhoria individual, questionar, renovar, reeducar, participar de equipes, de times da qualidade, tendo acima de tudo atitudes de qualidade, sendo exemplo.

O despertar da qualidade significa ter ações de qualidade em todos os momento e situações da vida, transformando o próprio processo de pensar, de sentir e agir, acreditando que: “se você continuar a fazer o que sempre fez, obterá o que sempre obteve”.

Sintomas de resistências:

Não há nada de errado – sentimento de rejeição
Amanhã eu faço – procrastinação
Fazer o que sempre funcionou – cristalização
Vamos engavetar esse projeto – visão estreita
Favor não balançar o barco – medo

A resistência à mudança é proporcional ao grau de cultura e/ou da estrutura de poder introduzida pela mudança.

Reflexões importantes:

No movimento da qualidade importante é querer fazer, ter vontade, esforçar para mudar as coisas.
Conscientizar que se você colaborar para melhorar o que está ao seu alcance, pode depois melhorar o que não está.
Despertar para melhorar o “meu pedaço” onde quer que eu esteja.
Acreditar que a mudança ocorre de dentro para fora: em nível pessoal, interpessoal, gerencial, organizacional.
Acreditar que a qualidade começa em casa.

A primeira casa – Eu; a segunda casa – família; a terceira casa – escola; a quarta casa – trabalho e assim, sucessivamente.

O despertar da qualidade começa com você, no ser. Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito. O que sou é mais eloqüente do que as coisas que faço ou digo. O que você é ecoa em meus ouvidos com tamanha força que não consigo ouvir o que você diz.”

São, pois, contribuições de VIVÊNCIA e de CONVIVÊNCIA que nos FORTALECEM e nos MOTIVAM para continuarmos com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma FÉ e a mesma ESPERANÇA na construção de um BRASIL verdadeiramente de QUALIDADE: ÉTICO, JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, onde seus RECURSOS e RIQUEZAS, sejam NATURAIS, CULTURAIS, ECONÔMICOS, INTELECTUAIS façam BENEFICIÁRIOS efetivos TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS...

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO DA GERAÇÃO ZÊ

“A ecologia não é um sistema geral de explicação do mundo, mas um procedimento essencialmente pragmático, feito de contestações e de participações pontuais nas instâncias de decisão, cujo objetivo é a lenta reforma dos comportamentos técnico-econômicos cotidianos, a melhoria passo a passo do contexto de vida dos países industrializados e supressão paciente das injustiças que agridem o Terceiro Mundo. Outros atribuem à ecologia ambições mais amplas, não tanto de um ponto de vista prático quanto de um ponto de vista teórico. Situando-se na flutuante fronteira entre os modos de pensamento antigos e novos, a ecologia deveria permitir à humanidade libertar-se de sua confiança excessiva na ciência, na economia e na técnica, levando em conta a crescente complexidade planetária das relações entre o homem e a natureza. Tirando lições do passado, tanto de seus erros como de seus acertos, deveria acabar com o mito do progresso indefinido, sem cair porém no idealismo nem na ineficácia. Ao mesmo tempo científica, ativa e humana, deveria produzir no cientista, nas autoridades ou no cidadão uma nova consciência e novos costumes, combinando o respeito à natureza com as necessidades do artifício humano. Numa palavra, a ecologia deveria encarnar o humanismo do porvir.”
(PIERRE ALPHANDÉRY, in O equívoco ecológico).

Mais uma OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de EDUARDO SHINYASHIKI, Consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos, escritor, que merece INTEGRAL transcrição:

“Geração zê

Dedico-me há anos a estudar o infindável campo da educação e, durante esse tempo, observo que outubro é o mês no qual os artigos relacionados às crianças se multiplicam na mídia, consequentemente, ao processo educacional pelo qual passam. Enxergo o lado positivo desse oportunismo: o mês das crianças surge como uma chance para refletir, discutir e ter novas idéias sobre a educação de nossos filhos. Penso em outros tópicos aos quais poderia dedicar essas linhas, o direito ao lazer e a cultura, a existência da pobreza e da violência, mas vou me resumir àquilo que compreendo e que, para mim, é uma das principais soluções para as dificuldades pelas quais nossas crianças passam: a educação.

Para iniciar essa discussão, usarei uma idéia que muitos estudiosos do comportamento humano vêm divulgando nos últimos anos: a “geração zê
Os pertencentes a essa geração, nascidos a partir da metade da década de 1990, representam uma promessa de revolução para o futuro. São aqueles que já nasceram sob o domínio da tecnologia e têm uma aptidão natural para trabalhar com objetos eletrônicos e aprender rápido como usar DVDs, celulares e computadores. Quais os fatores que influenciam esses jovens da “geração zê ? Entre outras características destacamos o mundo globalizado, interconectado e tecnológico em que vivemos, que gera características únicas nas crianças, sendo a principal delas, e que nos interessa para este artigo, a sua integração à nova tecnologia.

Vivemos na era do digital, do reflexo das telas na face dos nossos filhos, diariamente imersos no mar infinito da web; da conexão constante: em casa, pelo modem; nas ruas, por meio dos celulares; e em cafés, com redes sem fio (wireless). Nos últimos anos, esse domínio da internet chegou a um dos locais mais protegidos da sociedade: a escola. De forma tímida, há cerca de uma década, tivemos as primeiras aulas de informática: crianças aprendiam a movimentar o mouse, o que era uma CPU e a como salvar uma redação. Hoje, os jovens entram na escola sabendo a diferença entre uma conexão discada e de banda larga, questionando a falta de um mouse óptico e pedindo que a aula de internet seja livre, para acessar os sites que têm vontade.

Com a internet completamente integrada ao dia a dia das crianças, por que não começar a usá-la de forma ativa, integrando-a, também, a rotina escolar? O computador oferece possibilidades infinitas (sim, infinitas como a própria web o é) de expansão dos métodos didáticos utilizados em aula. Destaco três idéias interessantes: o uso de comunicadores instantâneos, como o MSN, para a realização de plantões on-line, alguns dias antes da prova ou da entrega de algum trabalho, ou então, o desenvolvimento de redes sociais e colaborativas para o compartilhamento de informações, como trabalhos e resumos, o que seria um misto de Wikipédia e Orkut, no qual os alunos poderiam socializar e navegar pelo conhecimento. Outra idéia seria o uso da conexão na própria sala de aula para a realização de pesquisas em conjunto com o resto da sala e o professor, um bom momento para o educador tentar substituir o famoso e famigerado copiar e a cola por um método apropriado de pesquisa, de real formação do conhecimento a partir das fontes.
O comunicador instantâneo e a rede social possibilitam um aprendizado contínuo, pois devem ser acessados depois do término da aula, além de divertido, pois aparecem para a criança como um entretenimento e não uma atividade maçante. Já a conexão em sala faz da aula uma atividade ágil, que desperta e responde a várias curiosidades do aluno, na velocidade da internet. Existem muitas outras opções possíveis de interação entre o professor, o aluno e a web. O limite é determinado apenas pela capacidade imaginativa e o conhecimento de informática do educador, que pode se negar a aproveitar as possibilidades oferecidas pela ferramenta digital ou se atualizar e encarar o computador, um trunfo didático quando bem aproveitado.”

Eis, pois, considerações que mostram os DESAFIOS postos nos caminhos da EDUCAÇÃO de uma GERAÇÃO muito ESPECIAL, neste cenário FASCINANTE e BELO da sociedade GLOBALIZADA e que nos QUALIFICA para a construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, INCLUSIVO, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, principalmente tendo em vista esses MARCOS históricos: a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e o PRÉ-SAL, que tornem EFETIVAMENTE beneficiários desses BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS.

É a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 24 de outubro de 2009

A CIDADANIA BROTA NA FAMÍLIA

“É Preciso Fazer Alguma Coisa

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Sei porque canto: se raspas o fundo
do poço antigo de sua esperança,
acharás restos de água que apodrece.
É preciso fazer alguma coisa,
Livrá-lo dessa sedução voraz
da engrenagem organizada e fria
que nos devora a todos a ternura,
a alegria de dar e receber,
o gosto de ser gente e de viver.

É preciso ajudar.
Porém primeiro,
para poder fazer o necessário,
é preciso ajudar-me, agora mesmo,
a ser capaz de amor, de ser um homem.
Eu que também me sei ferido e só,
mas que conheço este animal sonoro
que profundo e feroz reina em meu peito.”

(THIAGO DE MELLO, in POESIA COMPROMETIDA COM A MINHA E A TUA VIDA – 6ª Edição - Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira; 1986).

Mais uma contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JORGE NAHAS, Secretário Municipal de Políticas Sociais de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL trasncrição:

“Família cidadã

As últimas décadas têm registrado uma melhoria constante em uma série de indicadores sociais no Brasil. Entre 1993 e 2008, o percentual de pessoas pobres caiu de 35,3% para 22,6%. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2008 e, entre 1990 e 2007, a mortalidade infantil caiu mais de 50%, segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), de 2009. Esses são resultados da conjugação de estabilidade econômica com melhores (e mais amplas) políticas sociais, aliados a uma crescente atuação da sociedade civil por meio de organizações não governamentais (ONGs) e de investimentos sociais corporativos. Mas esses avanços não conseguiram alterar substancialmente a realidade socioeconômica do Brasil. Afinal, o país ainda tem 36 milhões de pessoas vivendo na pobreza (Pnad)/2008, ostentando uma das piores distribuições de renda do mundo, conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(Pnud)/2009. Cerca de 20% dos adolescentes estão fora do ensino médio, informa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2007, e, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 67,5% dos jovens estavam desempregados ou na informalidade em 2006.

Mudar esse cenário demandará tempo, recursos, competência e criatividade, além do aprofundamento da conjugação de esforços de toda a sociedade. Esta não é uma declaração vazia; além de ser decorrente da magnitude dos desafios, é uma imposição constitucional. Em seu artigo 227, a Carta estabelece que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade”, uma série de direitos. Assim, mais do que uma necessidade, é um dever de todos trabalhar em prol desse público. Por isso, surgiram nos últimos anos diversas iniciativas de labor conjunto entre o poder público, movimentos sociais, ONGs, fundações empresariais e indivíduos. A esmagadora maioria dessas iniciativas, contudo, continua se dando na forma de alianças eventuais, concretizadas na forma burocrática de convênios entre ONGs e a administração pública, ou por meio do financiamento empresarial a projetos.

Em BH, um modelo inovador de atuação intersetorial, que será lançado hoje, no Espaço Municipal da Prefeitura, busca superar essa fragilidade. Trata-se do Família Cidadã: Cidade Solidária, uma vertente do Programa BH Cidadania, da Secretaria Municipal de Políticas Sociais de BH. Várias características deste modelo atestam seu caráter inovador: 1) ele foi desenhado em conjunto por técnicos de diversas secretarias da PBH, por colaboradores de uma das ONGs mais premiadas do Brasil – a Associação Saúde Criança (ASC) – e da Fundação Avina, que tem ampla atuação no apoio a iniciativas sociais na América Latina; 2) o modelo define atribuições que envolvem, permanentemente, o poder público, ONGs, empresas, voluntários e as próprias famílias beneficiárias; 3) ele não estabelece a priori exatamente o que seus beneficiários receberão, apenas indicando as áreas – saúde, educação, renda, cidadania, moradia – nas quais serão então definidas, com as famílias, quais são suas reais necessidades.; 4) as famílias deixam de ser vistas apenas como beneficiárias e se tornam responsáveis pelo programa. Para tanto, elas firmarão um Plano de Ação Familiar (PAF), com metas definidas e acompanhadas regularmente. O PAF é a metodologia central que fez com que a ASC, que já beneficiou mais de 10 mil pessoas no Rio de Janeiro, possa apresentar resultados impressionantes: aumento médio de 46% na renda das famílias beneficiadas e queda de 60% na taxa de reinternação de crianças (com a conseqüente redução de gastos públicos com saúde e sofrimento para crianças e seus familiares).

O Família Cidadã começará em áreas de atuação do BH Cidadania, situadas nas regiões com maior vulnerabilidade social da cidade. A expectativa é que se expanda até beneficiar 22 mil pessoas em 2010. Ao apresentar essa iniciativa, convidamos a sociedade a conhecê-la, acompanhá-la e se unir a ela, ajudando assim BH a avançar na proteção social de seus habitantes e a dar mais um passo no sentido de transformar políticas governamentais em políticas efetivamente públicas. (Com Vera Cordeiro, Fundadora da Associação Saúde Criança, com sede no Rio de Janeiro).”

No horizonte BRASIL 2014 e RIO DE JANEIRO 2016, devemos CONCENTRAR os nossos MELHORES esforços no sentido de TRANSFORMAR ações com as que estão colocadas em EFETIVAS POLÍTICAS PÚBLICAS, o que muito SUSTENTARÁ o projeto MAIOR de construirmos uma SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, DESENVOLVIDA, SOLIDÁRIA e ABSOLUTAMENTE comprometida com a QUALIDADE DE VIDA de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS. Aí, sim, que VENHAM as OLIMPÍADAS, a COPA e o PRÉ-SAL para uma UNÍSSONA comemoração...

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A CORRUPÇÃO E O RISCO PARA A DEMOCRACIA

“DOSSIÊ CORRUPÇÃO

PERCEBIDA COMO PROBLEMA GRAVE PELA POPULAÇÃO, QUE RECONHECE AS AÇÕES DE DENÚNCIA E INVESTIGAÇÃO, A CORRUPÇÃO TEM CONTROLE PREJUDICADO PELA LENTIDÃO DO PODER JUDICIÁRIO

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem do Caderno PENSAR BRASIL do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de outubro de 2009, página 6, de autoria de LEONARDO AVRITZER, professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que organizou A participação social no Nordeste, Editora UFMG, 2007, que merece INTEGRAL transcrição:

RISCO PARA A DEMOCRACIA

A corrupção se tornou um dos principais problemas para a gestão pública no Brasil, questão esta amplamente reconhecida pela opinião pública. Sabemos, por meio de pesquisa aplicada pelo Centro de Referência do Interesse Público (Crip), sediado na UFMG, em parceria com a Vox Populi nos últimos dois anos, que 73% dos brasileiros consideram a corrupção como muito grave e 24% como grave. Definida genericamente como “solicitar ou receber, para si ou para outrem... direta ou indiretamente... vantagem indevida...”, a corrupção como fenômeno político vai muito além deste aspecto. Ela influencia a legitimidade dos governos, uma vez que coloca uma cunha na relação entre Estado e sociedade civil. A corrupção afeta também a capacidade de governar e até mesmo a visão genérica da população sobre o país no qual vive. Todas estas facetas da corrupção se manifestam no caso do Brasil e tornam urgente um tratamento cultural, institucional e político do problema.

A corrupção n Brasil tem origens históricas fortemente centradas em aspectos da colonização portuguesa que, como sabemos, remunerava insuficientemente seus funcionários, reservando-lhes uma forte dose de prerrogativas nas relações com interesses privados, como bem mostrou Evaldo Cabral de Mello. De um modo geral, atribui-se a corrupção à herança ibérica e ao patrimonialismo como tipo de dominação política. Esse tipo de leitura a respeito do problema da corrupção atribui ao Estado e à cultura política brasileira a explicação das mazelas institucionais promovidas pela malversação dos recursos públicos, tendendo a naturalizar o conceito de corrupção. Tal concepção tem sido reforçada em certa cobertura da corrupção pela mídia brasileira. Satura-se a opinião pública com um número muito grande de casos que não encontram solução nos sistemas político e legal. Com isso, cria-se uma sensação de inevitabilidade, que é o contrário do que o país necessita. O que é necessário no Brasil hoje é a sanção exemplar dos casos mais graves de corrupção, para que possamos gerar uma nova concepção daquilo que é público. Neste artigo, iremos rebater esta concepção de naturalidade da corrupção e mostrar avanços e limites da institucionalidade anticorrupção gerada pelo Brasil democrático.

Para entender a corrupção como fenômeno que afeta o Brasil democrático no começo do século 21, é importante desnaturalizá-la, isso é, entender que um conjunto de práticas e instituições que existem no país tem uma forte centralidade na persistência do fenômeno. Assim, a organização do sistema político, a organização do Estado e a organização das formas de controle sobre o sistema administrativo-estatal são as principais dimensões da corrupção que a tornam um fenômeno fortemente contencioso no Brasil.

O Brasil, desde a sua redemocratização, realizou importantes reformas estruturais que o tornam um país significativamente mais democrático do que em qualquer outro momento da sua história. A Constituição de 1988 mudou fortemente a estrutura de participação e do controle administrativo, que passou a ser muito ativo no Brasil. O número de brasileiros que participa de eleições ou toma parte em instituições participativas, tais como conselhos, é inédito. Também cresceu fortemente no Brasil a importância e a influência das instituições de controle.

Vale a pena mencionar a introdução de mecanismos de controle administrativo a partir de 1988, tais como a Controladoria Geral da União (CGU), a nova Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União (TCU), de 1992, o reaparelhamento da Polícia Federal a partir dos anos 90 e o novo papel das comissões parlamentares de Inquérito (CPI) no Brasil democrático. Todos esses elementos conjuntamente aumentaram fortemente o chamado controle administrativo, que é uma importante dimensão da democracia. O Estado brasileiro tem instituições capazes de exercer fortemente o controle da corrupção e essas instituições têm sido bastante ativas do ponto de vista administrativo. Hoje, a cidadania vê com normalidade ações da Polícia Federal no combate à corrupção. Segundo a pesquisa do Crip, 84% da população acredita que essa ações ajudam a combater a corrupção. Assim, podemos afirmar que a opinião pública reconhece avanços importantes no combate à corrupção.

PASSADO AUTORITÁRIO VIVO Ao mesmo tempo, um dos problemas mais sérios no Brasil democrático é que a forma de organização do sistema político não se alterou. A Constituição de 1988 quase não realizou modificações na estrutura do sistema político, que desde então continua com as suas formas de financiamento indeterminadas. Temos um sistema político que se organiza hoje quase que da mesma forma que no período autoritário, não introduzimos modificações importantes no sistema de financiamento de campanha e temos hoje no Brasil um Congresso Nacional fortemente fragmentado politicamente. Governar o Brasil exige uma significativa troca de apoios no interior do Congresso Nacional, troca essa que frequentemente determina práticas administrativas pouco transparentes, tal como tem ficado patente nos escândalos revelados pela imprensa brasileira nos últimos meses.

É urgente uma reforma política que altere substancialmente a forma de financiamento das campanhas políticas, que frequentemente são financiadas por arranjos privados entre políticos e grandes fornecedores de bens e serviços para o Estado brasileiro. O problema da corrupção no Brasil pode, então, ser balizado por esses dois elementos: uma maior presença do controle, seja via Tribunal de Contas da União, seja via operações da Polícia Federal tem tido o efeito de investigar e/ou revelar um conjunto de práticas ilegais fortemente centradas no sistema político. Ao mesmo tempo, não foi possível até hoje realizar uma reforma de fundo na organização deste mesmo sistema político.

O resultado desta equação é uma sensação contraditória na opinião pública em relação ao aumento da corrupção. Na pesquisa recente do Crip essa percepção ficou bastante clara. De um lado, um número forte de respondentes (39%) afirmou que a corrupção aumentou muito no Brasil nos últimos cinco anos e 33% afirmaram que ela aumentou. Assim teríamos uma quantidade bastante significativa de pessoas com a percepção de aumento da corrupção (72%). No entanto, quando perguntamos se houve no Brasil um aumento da corrupção ou um aumento da apuração, 75% dos brasileiros concordam com a afirmação de que houve um aumento da apuração. Assim, percebemos uma opinião contraditória em gestação no país no que diz respeito ao aumento da corrupção. O mais provável é que tenha havido um aumento da capacidade das agências de controle de coibir casos de corrupção. O problema, no entanto, é que as pessoas não associam a atuação dos órgãos de controle com a punição e esse é um problema ligado ao funcionamento do Poder Judiciário no Brasil.

PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA Em nossa opinião, o problema mais sério em relação à corrupção hoje centra-se no Judiciário e não nos instrumentos de controle da corrupção. Os mecanismos de apuração parecem funcionar bastante bem no Brasil, mas a apuração não tem prosseguimento. Mais uma vez, a opinião pública percebe tal problema de forma correta, ao identificar um papel maior cumprido pela Polícia Federal e pela CGU no controle da corrupção em relação ao papel cumprido pelo Judiciário. Quando o problema passa do campo do controle administrativo para a sanção judicial temos um série de problemas envolvidos no combate à corrupção no Brasil., Como sabemos, o Judiciário brasileiro, diferentemente do de outros países, opera com a presunção da inocência no decorrer de todo o processo judicial. Isso significa que uma condenação em primeira instância raramente é suficiente para fazer que alguém cumpra pena, se essa pessoa tem a capacidade de recorrer às instâncias superiores do Judiciário. Se vivesse no Brasil, o fraudador mais importante do sistema financeiro norte-americano nas últimas décadas, Bernard Madoff, estaria respondendo ao seu processo em liberdade.

Essa questão se torna ainda mais grave quando analisamos os delitos administrativos cometidos por membros do sistema político. Também neste caso, o Supremo Tribunal Federal tem adotado a doutrina da presunção da inocência e permitido candidaturas de pessoas condenadas em primeira instância, mas com recursos pendentes nas instâncias superiores. É necessário, para aprimorar o combate da corrupção no Brasil, melhorar o trânsito das ações no Judiciário. É necessário também adotar uma visão mais republicana das condições que habilitam o indivíduo a fazer parte do sistema político. Tal pertencimento tem que ser entendido como envolvendo obrigações e, portanto, uma condenação administrativa em primeira instância tem que ser suficiente para impedir uma nova candidatura. Essa mudanças são fundamentais para que o cidadão brasileiro entenda que a corrupção pode ser combatida e punida no Brasil.”

Eis, pois, nosso propósito: que a MOBILIZAÇÃO de TODOS promova uma IMPLACÁVEL vigilância IMPEDINDO que o DINHEIRO PÚBLICO seja DILAPIDADO em TODOS os SETORES e NÍVEIS de Governo, o que PROMOVE mais EXLUSÃO, mais DESIGUALDADES, mais VIOLÊNCIA que, além de mutilar a DIGNIDADE, vai ARREFECENDO o ânimo de MILHÕES e MILHÕES de BRASILEIROS e de BRASILEIRAS.

Mas que NADA, NADA, possa nos AFASTAR dos SAGRADOS IDEAIS de construir uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, sobre os ALICERCES da EDUCAÇÃO e do AMOR à PÁTRIA.

O BRASIL TEM JEITO!...


terça-feira, 20 de outubro de 2009

NA CIDADANIA A GENTE DECIDE

“A polis se diferenciava da família pelo fato de que a primeira só conhecia ‘iguais’, ao passo que a segunda era o centro da mais estrita desigualdade. Ser livre significava não estar submetido à necessidade da vida nem sob o mando de alguém e não mandar em ninguém, isto é, não governar nem ser governado. Assim, pois, dentro da esfera doméstica, a liberdade não existia, já que o cabeça da família só era considerado livre quando tinha a faculdade de abandonar o lar e entrar na esfera política, onde todos eram iguais. Nem é preciso dizer que essa igualdade tem muito pouco em comum com nosso conceito de igualdade: significava viver e tratar apenas entre pares, o que pressupunha a existência de ‘desiguais’ que, naturalmente, sempre constituíam a maioria da população numa cidade-estado. Portanto, a igualdade, longe de estar relacionada com a justiça, como nos tempos modernos, era a essência da própria liberdade: ser livre era sê-lo da desigualdade presente no governo e mover-se numa esfera em que não existiam nem governantes nem governados.”
(HANNAH ARENDT, in A condição humana)

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2135 – ano 42 – nº 42, de 21 de outubro de 2009, página 26, de autoria da escritora LYA LUFT, que merece INTEGRAL transcrição:

“A gente decide

No dia dos seus 102 anos, uma adorável matriarca está sentada junto à mesa de sua cozinham rodeada de filhas e amigas. Ela corta os quiabos que serão preparados e servidos mais tarde aos visitantes, como de costume. Entrevistada, diz ao jornalista: “A vida, a gente é que decide. Eu escolhi a felicidade”.

A aniversariante, dona Canô, mãe de Bethânia, minha irmã querida, naturalmente não quis dizer que “escolher felicidade” é viver sem problemas, sem dramas pessoais ou as dores do mundo. Nem quis dizer ser irresponsável, eternamente infantil. Ao contrário, a entrevistada falou em “decidir” e “escolher”.

Apesar de fatalidades como a doença e a morte, o desemprego, as perdas amorosas, a falta do dinheiro essencial à dignidade, podemos decidir que tudo fica como está ou vai melhorar, dentro do que podemos. Posso optar por me sentir injustiçada, ficando amarga e sombria; posso escolher acreditar no ser humano e em alguma coisa maior do que toda a nossa humana circunstância; posso sempre buscar alguma claridade, e colaborar com ela. Dentro de minhas limitações pessoais e de minha condição individual, eu faço diferença, todos fazemos.

Desse início pessoal, passo ao mais geral: leio que 40% dos nossos jovens e crianças vivem abaixo da linha de pobreza; que o desemprego é uma calamidade, a violência cresce a cada dia e o analfabetismo não diminui; que crianças continuam, aos milhares e milhares, brincando no barro feito de terra e esgoto. Leio, vejo e sei que milhares e milhares de velhos vivem em condições sub-humanas, pois sua aposentadoria é miserável, o serviço de saúde pública também, morre-se em corredores de hospitais ou em filas de postos de saúde, onde médicos exaustos e pessimamente pagos fazem muito mais do podem.

Não vou recitar a ladainha de que as circunstâncias não justificam euforia nem ufanismo simplesmente porque nós não decidimos algo melhor do que isso que escrevi acima, e todo o resto que qualquer um conhece – e apesar disso continuamos deitando a cabeça no travesseiro toda noite e dormindo quem sabe até bem.

Tenho medo do ufanismo: ele pode ser burro e cego. Olimpíada no Brasil, Copa do Mundo no Brasil, tudo bem: mas eu preferia que antes disso a gente tivesse resolvido os gravíssimos e tristes problemas, tão dramáticos, de comida, saúde, educação, moradia, decência e dignidade de boa parte do povo brasileiro que agora samba e celebra porque teremos Copa, teremos Olimpíada, teremos festa.

Sei que este não é um artigo simpático. Certamente não é alegrinho. Realmente ele trata do que não decidimos, ou decidimos mal, ou decidimos não existir, como, por exemplo, exigir líderes mais sensatos, mais presentes, mais realistas, mais dignos em todos os níveis. Podíamos decidir ser mais respeitados enquanto povo, mais olhados enquanto gente, mais seguros e mais protegidos enquanto sociedade.

Ou isso a gente não decide porque nem sabe das coisas, pois não se informa, não sabe ler, se sabe ler não costuma, nem o jornal esquecido no banco do ônibus. Onde o povo carrega doença e dor, descrença e desalento, mas também, aqui e ali, leva um jornal para saber onde afinal vivemos, em quem afinal podemos acreditar, e o que afinal deveríamos esperar. Indagados, os mais desassistidos dirão que Deus é quem sabe, Deus decide, a quem ama Deus faz sofrer – frase de imensurável crueldade.

Ou será melhor nem saber nem aprender a ler, nem pegar a folha de jornal, nem ouvir o noticioso no radinho de pilha. Basta saber que sempre há em algum canto motivo para um breve ou longo carnaval, celebrando alguma coisa que possivelmente não vai encher nem o nosso bolso nem a barriga de nossos filhos, nem construir uma casa decente, nem botar esgoto, nem cuidar da nossa saúde, nem amparar nossos velhos, nem coisa nenhuma que seja forte, firme, boa e real. Porque, infelizmente, por aqui ainda decidimos pouco, e poucas vezes decidimos bem. Não porque Deus quis assim, mas porque a gente nem ao menos sabe por onde começar.”

Eis, pois, cenários que nos FORTALECEM e nos MOTIVAM nessa MOBILIZAÇÃO de TODOS para a construção de um BRASIL da COPA DO MUNDO de 2014, da OLIMPÍADA de 2016 e do PRÉ-SAL que seja verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, onde os BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS e RIQUEZAS NATURAIS, CULTURAIS e ECONÔMICAS cheguem a TODOS os BRASILEIROS e a TODAS as BRASILEIRAS, nas formas de EDUCAÇÃO, SAÚDE, EMPREGO E RENDA, LAZER, MORADIA DECENTE, INFRA-ESTRUTURA URBANA e NO CAMPO, SANEAMENTO BÁSICO (com ÁGUA TRATADA, com ESGOTO TRATADO, LIXO TRATADO e DRENAGEM URBANA EFICIENTE), TRANSPORTE URBANO MODERNO (em todas as MODALIDADES), MEIO AMBIENTE SUSTENTADO, ATENÇÃO MODERNA e QUALIFICADA às nossas CRIANÇAS, ADOLESCENTES, IDOSOS...

O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 17 de outubro de 2009

A CIDADANIA É ALIADA DE DESENVOLVIMENTO E VIDA

“A justaposição em um mesmo quadro globalizado de duas economias diferentes, uma com vocação para se construir em escala mundial, a outra permanecendo enraizada no território, está longe de ser uma questão fácil de resolver para as autoridades públicas. Se quisermos evitar que a economia mais poderosa canibalize a outra, precisamos delimitar um espaço econômico para cada uma das famílias e refletir sobre os mecanismos de regulação que podem equilibrar entre esses dois espaços as chances de desenvolvimento.
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã - Alternativas ao neoliberalismo – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, com INTEGRAL transcrição:

“Desenvolvimento e vida

A carta encíclica Caridade na Verdade (Caritas in Veritate), a terceira do Pontificado do papa Bento XVI, promulgada em 29 de junho de 2009, festa dos apóstolos Pedro e Paulo, tem provocado uma recepção qualificada nos ambientes científicos, políticos, sociais e eclesiais. Essa receptividade revela a pertinência da temática do desenvolvimento cuja compreensão afeta de modo determinante a vida. A defesa e promoção da vida dependem muito da compreensão e da atuação conseqüente acerca do que se entende por desenvolvimento, que não pode ser tido simplesmente como progresso e aquisições materiais.

Ora, as causas do subdesenvolvimento não são primariamente de ordem material. Suas razões se encontram em outras dimensões do homem. Deixar de considerar os deveres da solidariedade pode provocar desmedidos prejuízos para a vida, reduzindo o desenvolvimento a dimensões muito estreitas no seu entendimento. Não é mais possível admitir teses sobre desenvolvimento sem uma decisiva procura de um humanismo novo que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo. Na verdade, no entendimento sobre desenvolvimento no cenário contemporâneo, com as maravilhas dos avanços tecnológicos e com o poder do dinheiro, é um risco suicida não eleger a fraternidade entre os homens e entre os povos como lição sempre primeira desses processos e de seus desdobramentos.

Pode parecer muito distante o lugar da fraternidade e aquele da lógica do dinheiro e das conquistas científico-tecnológicas. Essa distância é responsável pelo comprometimento da qualidade de vida e provoca o crescimento da exclusão, jogando povos, culturas e nações num desumano ostracismo.

A sociedade globalizada, diz o para Bento XVI, torna nações, homens e mulheres mais próximos. No entanto não os faz mais irmãos. Afirma ainda que “a razão por si só é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade. Esta tem origem numa vocação transcendente de Deus Pai, que nos amou primeiro, ensinando-nos por meio do Filho, o que é caridade fraterna”. Está em jogo não simplesmente o que está inscrito nas coisas, nos acontecimentos e nos problemas. Está em questão, em seu pensando o desenvolvimento, o desafio da realização de uma autêntica fraternidade. A fundação dessa fraternidade é relevante para o futuro da humanidade e é forte a exigência de uma disponibilidade grande de todos na compreensão e mobilização em torno da questão e das desafiadoras tarefas de dar aos processos econômicos e sociais metas mais plenamente humanas.

Nesse horizonte, o papa Bento XVI trata, no capítulo V da carta encíclica Caridade na Verdade, a decisiva importância da colaboração da família humana. Afirma que “as pobrezas frequentemente nasceram da recusa do amor a Deus, de uma originária e trágica recusa de reclusão do homem em si próprio, que pensa que se basta a si mesmo ou então que é só um fato insignificante e passageiro, um estrangeiro num universo formado por acaso. O homem aliena-se quando fica sozinho ou se afasta da realidade, quando renuncia a pensar e a crer num fundamento”. Na raiz deste enorme desafio está uma humanidade inteira alienada por entregar-se unicamente a projetos humanos, ideologias e falsas utopias, assevera o papa Bento XVI citando o papa João Paulo II na sua carta encíclica Centesimus annus, de 1991, comemoração do centenário da carta encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII.

Na verdade, a humanidade precisa encontrar o caminho para transformar a facilidade da proximidade que conquistou em verdadeira comunhão. É uma exigência que pode parecer simples e, lamentavelmente, um romantismo para muitos, mas é determinante agora aplicar esforços para que na compreensão do desenvolvimento dos povos seja central o reconhecimento de que são uma só família, promovendo uma verdadeira comunhão e não se limitando simplesmente a viver uns ao lado dos outros. A cooperação da família humana está no âmbito de entendimentos e práticas, com aprofundamento crítico e pertinente, da categoria relação. É preciso dar conta de encaminhar a humanidade para práticas que garantam a conquista do remédio da solidariedade, aquele que cura os males terríveis que estão corroendo a vida humana e o equilíbrio das sociedades. A nova consciência planetária deve chamar-se solidariedade, fazendo do desenvolvimento vida para todos”.

Eis, pois, a necessidade da Mobilização de TODOS para, e principalmente em vista do horizonte da COPA DO MUNDO DE 2014 e das OLIMPÍADAS DE 2016, efetivarmos e CONSOLIDARMOS um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, onde TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS sejam os ABSOLUTOS BENEFICIÁRIOS dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS previstos e a DISTRIBUIÇÃO EQUÂNIME de nossas INESTIMÁVEIS RIQUEZAS, e assim a colocação definitiva de nosso PAÍS no PÓDIO das NAÇÕES CIVILIZADAS e DESENVOLVIDAS.

É o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A CIDADANIA COMEMORA: HELENA, 80 ANOS!


“Convém apontar alguns princípios que sirvam de guia aos trabalhos em marcha:

....................................................................

2 – Nutrir confiança nos homens e no valor do elemento humano, por mais humilde que seja. Procurar na criança débil ou deficiente, no adolescente desajustado, ou no indivíduo adulto, sem cultura, sem preparo profissional, “leigo”, pela força das circunstâncias que não lhe deram oportunidades escolares “de aprendizagem”, a colaboração, pois pode se encontrar no meio de todos eles indivíduos de invulgar inteligência, de fortes aptidões especiais e de virtudes morais de grande valor para a coletividade.

3 – Manter viva a confiança na democracia e esperar da cooperação, franca e organizada de todos, efeitos substanciais para a sociedade em evolução.

4 – Persistir na idéia de que o verdadeiro progresso social, econômico, político e espiritual não se opera senão através da educação, da educação esmerada das novas gerações, principalmente, cabendo assim aos educadores a máxima responsabilidade tanto pelos males que afligem os povos quanto pelo bem-estar alcançado.”

(Extraído do “Histórico” da Fazenda do Rosário, publicado por D. Helena Antipoff em setembro de 1952. Publicado no Boletim da Sociedade Pestalozzi do Brasil, 1953).

Mais uma NOTÁVEL e ESTIMULANTE lição vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de outubro de 2009, Caderno CULTURA, página 8, de autoria de AFFONSO ROMANO SANT’ANNA, que merece INTEGRAL transcrição do texto:
A educadora Helena Antipoff e seus jovens amigos, em 1963, em Ibirité
“Helena, há 80 anos

Há algumas vantagens em ter “certa idade”. Você não maneja o twitter como um adolescente, mas pode dizer: “Conheci Helena Antipoff”. Isso não é pouca coisa. A idade também é uma tecnologia.

Acabo de descobrir que 2009 tem alguma coisa a ver com 1929. Não, eu não havia nascido ainda, mas foi em 1929, há 80 anos, que Helena Antipoff aceitou o convite para trocar Genebra, onde trabalhava com Edouard Claparede, por Belo Horizonte. Ela poderia ir para o Egito, onde também a queriam. Mas aceitou o chamado do governo Antônio Carlos, e o ensino em Minas nunca mais foi o mesmo.

Estou lendo uma “entrevista virtual” com Helena Antipoff, que Rogério Alvarenga fez, extraindo suas palavras de livros e entrevistas. Vou lhes garantir uma coisa: se alguém se dispusesse a escrever a biografia detalhada dessa russa excepcional, uma biografia minuciosa com essa que Benjamin Moser fez de Clarice Lispector, e que acaba de lançar nos Estados Unidos com grande êxito; se alguém recuperasse, num livro, a vida épica, dramática, lírica e exemplar de Helena Antipoff, teríamos o roteiro de magnífico filme, que retraçaria também a história do século 20: Rússia, Europa e Brasil. Mãos à obra, roteiristas de Minas!

Aí está a história de seu pai – general do czar Nicolau II, primeiro aluno da Academia Militar, mas que acabou consertador de sapatos num lugar qualquer da Rússia. Aí está narrada a trajetória da jovem Helena, que, tendo ido estudar em Paris, na Sorbonne, largou tudo para procurar o pai, caído em desgraça no caos revolucionário soviético. (Isso é mais emocionante que o cinematográfico O resgate do soldado Ryan). Aí estão também as peripécias para salvar e manter o marido, Victor, perseguido pelo governo e exilado em Berlim. Aí está narrado o período de fome e miséria, quando Daniel, filho de Helena com Victor, foi exposto na escola de medicina russa como exemplo de raquitismo.

E, no entanto, essa mulher excepcional, em plena tragédia do comunismo russo, consegue iniciar seu trabalho de educação de “delinqüentes”, como eram chamados jovens perdidos nos bosques “tosquiados como cordeiros”. “É difícil imaginar o que passei no período de 1917 a l921” – diz ela. “Catava-se resina de árvore para saciar a fome. Armadilhas para pegar algum coelho”. É difícil imaginar, penso eu, que intelectuais do mundo inteiro tenham, no século 20, iludido-se com a tragédia soviética. Vão dizer: o regime do czar era um horror. Mas não se combate um horror com outro horror, ou um erro com outro erro.

E Helena chega a Minas. Aqui, um outro capítulo dessa vida romanesca, do Mar Báltico a Ibirité. Uma geração privilegiada a espera. E ela vai citando Marques Lisboa, Jeane Milde, Alda Lodi, Arduino Bolívar, José Lourenço, Alaíde Lisboa, Lúcia e Mário Casassanta, Guilhermino César, Fernando Magalhães Gomes, Lincoln Continentino, padre Negromonte, Olga Ullman, Elza de Moura. Sem contar Abgard Renault e Drummond, o qual também escreveu sobre ela.

E ela narra seus primeiros dias naquela Belo Horizonte de 80 anos atrás: “Montei também meu próprio ritmo pessoal. Ao chegar à casa, vindo do trabalho, ia me deitar às 21h30. Das 23h às 4h, estudava e preparava aulas. Dormia das 4h às 6h, quando me preparava para chegar à escola às 7h. Pegava o bonde e descia na porta da escola. Tudo calmo. A cidade tinha 200 mil habitantes”.

Há pessoas que fazem história. Elegante, culta, simples, bem me lembro dela nas famosas festas do milho, na Fazenda do Rosário. Seu filho Daniel, também brilhante e modesto, deixou depoimentos sobre ela. Mas há muito, muito mais a contar.

Escritores, roteiristas, mãos à obra!

Pois uma personagem maravilhosa habitou algum tempo entre nós!

Ter Helena Antipoff no Brasil e em Minas foi um luxo.”

E, ORGULHOSAMENTE, continuamos: ter HELENA ANTIPOFF em IBIRITÉ foi um LUXO!...

A vida e a obra, e assim a HISTÓRIA de HELENA ANTIPOFF nos FORTALECEM na FÉ e ESPERANÇA de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, ÉTICO, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, inexoravelmente, nas TRILHAS da EDUCAÇÃO...

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A CIDADANIA VELA PELA POLÍTICA

“O indivíduo critica a sociedade, mas a sociedade produziu o indivíduo. Essa contrariedade – porque não podemos chamá-la de contradição – causa muitíssimos conflitos. A sociedade, ou essas pessoas convencionalmente dominantes que falam em seu nome, pensam que o indivíduo só existe para servi-la. Mas que coisa monstruosa é sacrificar todas as partes vivas para que o suposto todo mecânico possa continuar sua cega carreira!”
(GEORGE SANTAYANA, Domínios e poderes).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo de autoria de CELSO BRANT, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de março de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6, com INTEGRAL transcrição:

“A importância da política

Como decorrência do vil pragmatismo que entre nós dominou a ação política, alastrou-se pelo Brasil a convicção de que a política é um campo menor da atividade humana, sendo indigna dos espíritos mais altos e mais nobres.

Nenhum erro é maior e mais nefasto do que esse. Na verdade, a política é a mais importante atividade do homem, da qual todas as outras dependem. Quem resolve o problema da saúde não são os médicos, mas os políticos. O analfabetismo é erradicado, não pelos professores, mas pelos políticos. E até as medalhas nas olimpíadas são ganhas, não pelos atletas, mas pelos políticos. Todos os países que foram grandes deveram o seu esplendor ao pensamento político, que viabilizou a sua grandeza. Na base de qualquer cultura civilização está o pensamento político, isto é, a força propulsora que mobiliza os homens e os leva a viver um destino comum.

Nada mais errôneo, portanto, e nada mais nefasto, que a tese, geralmente aceita entre nós, de que a política deve ser confiada aos mais incapazes, aos mais subservientes, aos mais ignorantes, e que os mais dotados devem dedicar-se às ciências e às artes. Não existe exemplo de florescimento científico sem embasamento num pensamento político.

Enquanto não tivermos um pensamento político definido e atuante, todos os nossos esforços se perderão. Inutilmente os estudantes se dedicarão ao estudo, os cientistas à ciência, os artistas à criação da beleza.
Precisamos de compreender que o pensamento político não pode ser substituído por programas elaborados por técnicos. A ciência e a técnica devem ser colocadas a serviço da política, após a formulação das diretrizes gerais.

A política é a máquina, a locomotiva; as técnicas são os vagões. Sem um projeto político, qualquer nação é como um conjunto de vagões sem máquinas, um exército sem comando ou uma esquadra sem bússola.”

Eis, pois, mais uma LIÇÃO que nos ajuda na COMPREENSÃO de ESPECIAIS dimensões da POLÍTICA, que é ESSENCIALMENTE ÉTICA e absolutamente COMPROMETIDA com os DESTINOS de uma NAÇÃO e, não a POLITICAGEM que GRASSA em nosso PAÍS, fazendo FORTUNAS de INDIVÍDUOS e GRUPOS que DESONRAM o VOTO dos BRASILEIROS e BRASILEIRAS que devem ser os DESTINATÁRIOS exclusivos das RIQUEZAS e do DINHEIRO PÚBLICO.

Portanto, devemos com o mesmo ENTUSIASMO, o mesmo CIVISMO, a mesma FÉ, a mesma ESPERANÇA, CERRAR FILEIRAS na PROCURA de HOMENS e MULHERES que sejam ÉTICOS, RETOS, HONESTOS, VOCACIONADOS e QUALIFICADOS para o PENSAMENTO POLÍTICO e para a CONDUÇÃO dos nossos DESTINOS, nos AJUDANDO na construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA...

O BRASIL TEM JEITO!...

sábado, 10 de outubro de 2009

A CIDADANIA NO DEBATE DA CORRUPÇÃO BRASILEIRA

O Jornal ESTADO DE MINAS lança SÁBADO (10/10/2009) PENSAR BRASIL, projeto editorial mensal que abordará sempre um tema candente, ancorado em entrevistas, análises e ensaios de filósofo, cientistas e especialistas.

Nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE ganha mais uma OPORTUNA e VIGOROSA contribuição que vem de artigo publicado na edição de 8 de outubro, Caderno NACIONAL, página 7, que merece INTEGRAL transcrição:

“CORRUPÇÃO BRASILEIRA EM DEBATE

O Estado de Minas lança neste sábado o Pensar Brasil. Publicação vai circular todo segundo sábado de cada mês, debatendo um tema predefinido que vai propor aos leitores reflexões de assuntos importantes ao país e à sociedade brasileira, sustentada em entrevistas, ensaios e análises por parte de filósofos, cientistas políticos e especialistas de vários setores. O suplemento, trabalhado em formato e papel especiais, começa com o debate sobre a corrupção, problema crônico do Estado brasileiro.

Os colaboradores, convidados dos quadros das principais universidades e centros de pesquisa do Brasil, mostram que é possível incorporar profundidade no jornalismo, além de apresentar análises que sempre apontam propostas. Partindo da informação, o Pensar Brasil quer ser um campo de reflexão, que contribua para que o leitor forme sua opinião com liberdade, aprimorando sua participação na sociedade. Num momento em que o debate político está presente em todos os aspectos da vida nacional, isso se torna uma das tarefas mais importantes da imprensa brasileira.

Na primeira edição do Pensar Brasil, o tema principal é a corrupção. Cientistas políticos, filósofos e sociólogos – como Renato Janine Ribeiro e Leonardo Avritzer – ajudam compreender a raiz o fenômeno, percebido pela população como um dos maiores problemas do Brasil, apontando propostas do campo da reforma política, da participação popular e do judiciário.

Em entrevista, Cláudio Weber Abramo, diretor executivo da ONG Transparência Brasil, fala da importância da mobilização da cidadania para resistir aos vícios do sistema político brasileiro, como a nomeação de parentes e a impunidade. “A farra das nomeações está presente também na quantidade imensa de assessores de deputados e senadores que não são nada mais que cabos eleitorais pagos com nosso dinheiro”, afirma.

Outros temas que fazem parte do Pensar Brasil em sua estreia são as lições das campanhas nacionalistas para a definição do modelo de exploração do petróleo na camada pré-sal, o uso da internet nas campanhas eleitorais e a presença cada vez mais significativa das demandas ecológicas na política brasileira.

Parceira do Estado de Minas na iniciativa, por meio de seu presidente, Marco Antônio Castello Branco, destaca a importância do lançamento: “O suplemento é uma oportunidade de inserirmos Minas no debate sobre o futuro do Brasil e de trazermos as reflexões sobre o Brasil para a construção do futuro de Minas, um estado que, por sua vocação econômica e tradição política, não poderia deixar de influir na reflexão sobre os grandes temas nacionais. Associar a nossa marca a esse projeto inovador revela, portanto, um interesse mútuo de fomentarmos debates consistentes, com abertura para novas idéias capazes de estimular o processo de construção crítica da sociedade. E a Usiminas, que tem justamente a abertura como um dos seus novos valores corporativos, está muito bem sintonizada com este espírito do suplemento – pensar o Brasil de maneira plural e consciente”.”

Em carta ao Presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, no primeiro dia de seu Governo – 1º de janeiro de 1995, entre outras ponderações, apresentamos a idéia-mestra do projeto de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, onde destacamos os exaustivos e dedicados estudos que nos levaram a identificar OS TRÊS MAIORES E MAIS DEVASTADORES INIMIGOS DO BRASIL: a INFLAÇÃO, a CORRUPÇÃO e o DESPERDÍCIO.

Agora mais ainda, a partir de AÇÕES NOBRES E PATRIÓTICAS como o PENSAR BRASIL, VOTO FORTE (TRE-MG) e o NOTÁVEL trabalho da TRANSPARÊNCIA BRASIL, REAFIRMAMOS nossa FÉ, nosso ENTUSIASMO e nossa ESPERANÇA: verdadeiramente o BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A CIDADANIA DESFAZ AS TEIAS DA CORRUPÇÃO

“Ando assombrado, com medo do amanhã, pela falta de seriedade no Brasil. Parece-me que a contaminação atinge os diversos agregados que compõem o corpo do País, sem exceção. Nesta consideração, não observo apenas a normal presença dos antígenos sempre ativos na sociedade humana. Refiro-me a quadro patológico aterrorizante onde bacilos da incorreção preponderam sobre os anticorpos da saúde moral. Chegamos a um ponto em que muitas reservas éticas sucumbiram, transmudando-se em agentes numerosos do que costumavam condenar. Encontramo-nos em processo contínuo de deteriorização dos padrões de comportamento que identificam as sociedades preocupadas com a seriedade. Tudo serve de justificativa para que se preserve o quadro dissoluto que a maioria aceita, ou acompanha sem indignação, as práticas que generalizam e aprofundam a realidade a realidade degradante.”
(HINDEMBURGO PEREIRA DINIZ, Presidente do Conselho Consultivo do Condomínio dos Associados, in Falta seriedade, artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, página 7, de 11 de abril de 2001).

Outra OPORTUNA e IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, mesmo local e data acima, desta vez de autoria de OCTACÍLIO PAULA SILVA, Professor da UFMG:

“Corrupção endêmica

Nosso Código Penal comina como “corrupção ativa”, no art. 333: “Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”; e “corrupção passiva”, art. 317, mais ou menos a mesma coisa, sendo porém o ato delituoso passivo, de “solicitar ou receber”. Trata-se de cominação “stricto sensu”, de origem burguesa para delinqüente barato, sem qualquer poder ou arte. A corrupção “lato sensu”, ao contrário, é mais abrangente, perniciosa, dissimulada, resistente, crônica e danosa ao erário. Instala-se no Brasil sobretudo na média para a alta administração pública e, escudada na influência política e posição social, sente-se intocável. A fiscalização da imprensa e da opinião pública dirige-se mais à alta administração (escândalos) e esta não sabe realmente o que se passa mais abaixo, em face da burocracia ou da falta de controle. O conceito de anormalidade é sociológico, dependendo do entendimento predominante no grupo social. Assim, criou-se entendimento tolerante de comportamento administrativo capaz de tornar normal todo tipo de favoritismo, ainda que ilegal ou aético, desde que tenha aparência de legalidade.

Enquanto não se introduzir na escola básica noções de respeito à “res publica”, em nível acima dos interesses individuais, tudo será em vão. Nossos administradores são, em regra, políticos ou indivíduos influentes, ambiciosos, carreiristas e divorciados da noção do bem-servir-desinteressado. Ainda que muitos possam ser bem intencionados, acabam corrompidos pelas facilidades paternalistas. Mesmo porque não o seria na concepção grupal predominante. A coisa é tão complicada que um ministro, por exemplo, dificilmente colocaria em um cargo importante pessoa realmente vocacionada e independente, tamanha seria a dificuldade de sua sustentação, porque suas atitudes destoariam do “normal” reinante, de modo que ele acabaria por passar, no mínimo, por “exótico”, “excêntrico”, ou “maluco”, e nunca “moralizador”.

Nossas carreiras públicas estão cheias de membros “brilhantes” que se promoveram jovens e rapidamente, a maioria mais vocacionada para lustrar as cadeiras dos gabinetes dos órgãos superiores. Quando em cargos de direção, eles são pouco imunes às insinuantes prodigalidades da corrupção paternalista. Na verdade o seu ideal resume-se no “status” dos cargos elevados, na posição social e na riqueza, anseio comum dos medíocres. Por isso, o mal renova-se, alastra-se e persiste como endemias nos organismos institucionais.

Os que estão sendo pegos são das altas esferas e abusaram demais da sensação de impunidade. Já é um alento! Maiores êxitos, porém, dependem de ampla mudança de atitude e renovação dos quadros públicos. A repressão desse tipo hábil e disfarçado de crime será uma conseqüência.”

Merece grifo: “MAIORES ÊXITOS, PORÉM, DEPENDEM DE AMPLA MUDANÇA DE ATITUDE E RENOVAÇÃO DOS QUADROS PÚBLICOS”. Outra coisa não é senão o FORTALECIMENTO da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, envolvendo TODOS numa grande CRUZADA NACIONAL para DESFAZERMOS as TEIAS da CORRUPÇÃO e de seu irmão siamês, o DESPERDÍCIO de recursos públicos, de TALENTOS e de OPORTUNIDADES.

Já em PLENA preparação para a COPA DO MUNDO DE 2014 e para as OLIMPÍADAS DE 2016, que o grande VENCEDOR seja EFETIVAMENTE um BRASIL da ÉTICA, da DECÊNCIA, da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da PROSPERIDADE e da SOLIDARIEDADE...

É a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA: O BRASIL TEM JEITO!...